quarta-feira, 31 de maio de 2017

Puxada pela Alemanha, Europa tem menor taxa de desemprego desde 2009

Grécia e Espanha continuam com número de desempregados bastante elevado

Jamil Chade, O Estado de S.Paulo


GENEBRA - Quase uma década depois da eclosão da crise financeira de 2008, os índices europeus começam a retornar para os padrões da década passada. Nesta quarta-feira, a Comissão Europeia indicou que a taxa de desemprego da zona do euro em abril de 2017 era equivalente ao que se registrou no continente em março de 2009. Na Alemanha, o desemprego está em seu menor nível desde a reunificação do país, nos anos 90.

Em Berlim, o motor da economia europeia, a taxa publicada pela UE foi de apenas 3,9% em abril. Calculado pelo próprio governo alemão e publicado no mesmo, o índice oficial usado pelo governo é mais alta e chega a 5,7%. Mas ainda assim é a melhor desde a incorporação da Alemanha Oriental. Os dados deram fôlego aos mercados diante da perspectiva de que isso seja um sinal da recuperação da economia alemã. Os dados sobre o desemprego ainda coincidem com um aumento nas exportações e no desempenho industrial.

“Em linha com as boas condições econômicas, o mercado de trabalho continua a se desenvolver de forma favorável” disse Detlef Scheele, chefe da agência de estatísticas da Alemanha. “O número de pessoas sem emprego continuou a cair em maio e os postos de trabalho aumentaram de forma robusta”, disse. No caso alemão, a constatação é de que “a demanda por mão de obra continua a taxas muito elevadas”.

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Mas não foi apenas na Alemanha que a taxa caiu. O mês de abril na Itália registrou o menor índice de desemprego em quatro anos. Ainda que a taxa seja de 11,1%, analistas tem apontado que o índice vem sofrendo uma queda constante nos últimos meses.

De uma forma geral, os dados apontam que o desemprego tem caído em toda a zona do euro. O mês de abril registrou uma taxa de 9,3%, contra 10,2% em abril de 2016. De acordo com a Eurostat – o escritório de estatistas da Europa – o resultado é o melhor desde março de 2009, quando a crise ganhava força.

Considerando todos os países da Europa e não apenas os que usam o euro, o desemprego é de 7,8%, a menor taxa desde dezembro de 2008 e um ponto percentual abaixo de abril de 2016. No total, o exército de desempregados no bloco foi reduzido em 233 mil pessoas.

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Apesar dos avanços, os dados apontam que as taxas de desemprego na Grécia e Espanha continuam sendo as mais altas do continente. No caso de Atenas, com novos pacotes de austeridade, o índice chega a 23%. Na Espanha, o desemprego é de 17,8%. Mas bem abaixo dos 26% registrados no auge da crise econômica.


Estadão

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