(Foto: Marjuliê Martini/MP)
O MP (Ministério Público) gaúcho realizou, na manhã desta terça-feira (30), a Operação Metro a Metro, que investiga uma série de irregularidades cometidas por um grupo familiar que fabrica produtos de higiene, entre elas fraudes no comprimento, largura e quantidade de papel higiênico e papel toalha vendidos a órgãos públicos por meio de licitações e diretamente aos consumidores nos mercados.
Com o apoio da Brigada Militar, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em sete municípios do Estado: Três Forquilhas, Terra de Areia, Arroio do Sal, Lajeado, Teutônia, Gravataí e Porto Alegre. Conforme as investigações, as marcas de papel higiênico Luxor, Azaléia e Alphes foram reprovadas nos quesitos comprimento e largura.
Os três produtos, vendidos para vários municípios – como Torres e Fazenda Vila Nova, por exemplo – por meio de licitações, apresentaram até 40% menos do que o apontado nas embalagens. São investigadas as empresas R. B. Porto & Cia. Ltda., S. B. Porto & Cia. Ltda., Portopel do Brasil Indústria e Comércio Ltda., Fralmax Indústria e Comércio de Fraldas Ltda., R. Brehm Porto – ME, Avelina Brehm Porto – ME, Rondpel Indústria e Comércio de Papéis Ltda., Schuza Atacadista e Distribuidora Ltda., Elivi Comercial Ltda., Fortpel Comércio de Descatáveis Ltda., todas de integrantes da mesma família.
Algumas delas não existem nos endereços apontados nos registros empresariais e outras estão extintas legalmente, mas ainda constam como as responsáveis pela produção e participam de licitações. A empresa Avelina Brehm da Silva Porto – ME, indicada na embalagem do papel higiênico da marca Azaléia, está cadastrada com o objeto social “comércio varejista de mercadorias em geral com predominância de produtos alimentícios industrializados (supermercado)”, além de constar como falida desde outubro de 2003. A Portopel do Brasil Indústria e Comércio Ltda. tem como objeto social “transporte rodoviário de cargas, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional; representante comerciais e agentes do comércio de mercadorias em geral não especializado.
As investigações apontaram que os papéis higiênicos, além de fraldas e absorventes íntimos, são produzidos em uma fábrica clandestina em Três Forquilhas, onde há, também, um depósito sem autorização. A atividade sem licenciamento ambiental ou qualquer tipo de alvará é alvo de uma ação civil pública ajuizada pela Promotoria de Justiça Especializada de Torres, com trâmite na 1ª Vara Cível da Comarca. Além disso, no dia seguinte após uma vistoria realizada pela Vigilância Sanitária Estadual, quando a fábrica foi interditada, houve um incêndio na fábrica, que queimou todos os materiais que haviam sido apreendidos e estavam sob a responsabilidade da empresa, na condição de fiel depositária. Os produtos serviriam de provas em processos administrativos e judiciais, já que seriam medidos para o confronto das informações.
(Fotos: Marjuliê Martini/MP)
O Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário