"Eu endosso o produto que coloco na minha prateleira." - diz o empresário.
Foto: Divulgação Mercado Brasco.
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O envolvimento da JBS em escândalos provoca desconforto no varejo. Só para falar dos tempos recentes, a indústria de carnes emendou duas grandes crises. Estava envolvida na operação Carne Fraca, da Polícia Federal, e as delações que apontaram envolvimento do presidente Michel Temer. Nas redes sociais, circula uma mensagem para consumidores boicotarem produtos da fabricante.
Questionamos alguns supermercados do Rio Grande do Sul. E uma resposta nos chamou a atenção. Foi do Gabriel Drumond, fundador do Mercado Brasco, que ficou até um pouco bravo porque acha que a consciência tinha que partir do próprio empresário e não apenas em resposta a um eventual boicote do consumidor.
O Mercado Brasco tem duas lojas na Capital. Foi fundado em 2012 e atua em uma linha de sustentabilidade.
E... Não vende carnes da JBS. Tem outros quatro fornecedores. Três são do Rio Grande do Sul e o outro, do Uruguai.
Gabriel Drumond - Não é temendo boicote que a gente toma a decisão. Como uma pessoa física, empresas têm que ter valores e seguir eles. Não apenas neste caso, mas nossa relação com o que a gente vende é diferente. Se algo está na minha prateleira, é um endosso que estou dando para aquilo. Assim como na nossa vida pessoal, fazer uma escolha de consumo também é um ato política e estamos dando uma resposta.
Coluna - Qual a postura de vocês em relação aos produtos da empresa?
Drumond - A gente não trabalha com produtos da JBS. Não só por este caso. Temos premissas que buscam trabalhar mais com produtores locais. São produtos que vêm aqui de perto e que a gente tem uma relação mais próxima com fornecedores. Isto nos permite filtrar coisas que podem passar despercebidas quando um tem muito poder e eu não tenho, fazendo com que eu não consiga enxergar isso.
Coluna - E o setor deveria assumir isso?
Drumond - Não é do dia para a noite que se cortar algo e coloca outra. É ao longo do tempo que a gente monta nosso mix de produtos de acordo com o que a gente acredita como empresa e como sociedade. Se todos sentassem para conversar e fizessem perguntas, ficaria muito claro que não faz sentido reforçar práticas assim.
Ouça entrevista no programa Destaque Econômico, na Rádio Gaúcha:
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