sexta-feira, 26 de maio de 2017

Absolvição de Cláudia Cruz veio do coração generoso de Moro, diz procurador da Lava Jato

Carlos Fernando Lima afirmou que força-tarefa vai recorrer da decisão

Absolvição de Cláudia Cruz veio do coração generoso de Moro, diz procurador da Lava Jato | Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado / CP memória

Absolvição de Cláudia Cruz veio do coração generoso de Moro, diz procurador da Lava Jato | Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado / CP memória

Durante a coletiva da Polícia Federal após a 41ª fase da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da ofensiva, afirmou nesta sexta-feira que a absolvição da jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, veio do "coração generoso" do juiz federal Sérgio Moro. A informação foi divulgada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo.

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Com a decisão de Moro, anunciada nessa quinta-feira, a jornalista se livrou dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas. Lima afirmou ainda que a força-tarefa irá recorrer da decisão. "Nós vamos recorrer porque nós discordamos (da absolvição). Cremos que isso decorre muito mais do coração generoso do doutor Sérgio Moro e na interpretação de um fato envolvendo a esposa de uma pessoa sabidamente ligada à corrupção. Mas uma pessoa como a senhora Cláudia Cruz, jornalista com nível cultural que ela tinha, além da ausência de qualquer justificativa para ganhos dessa natureza do seu marido, que nada mais era do que um deputado, então, com ganhos limitados, nós entendemos que é injustificável a absolvição", explicou.

A absolvição de Cláudia se deu por falta de provas suficientes de que ela agiu com dolo ao manter conta na Suíça com mais de 1 milhão de dólares, dinheiro supostamente oriundo de propina recebida pelo marido. Moro considerou que Cláudia foi "negligente quanto às fontes de rendimento do marido e quanto aos seus gastos pessoais e da família"

A ação penal na qual Cláudia era ré teve origem em contrato de aquisição pela Petrobrás dos direitos de participação na exploração de campo de petróleo na República do Benin, país africano, da Compagnie Beninoise des Hydrocarbures Sarl – CBH. O negócio teria envolvido o pagamento de propina a Cunha de cerca de 1,3 milhão de franços suíços, correspondentes a cerca de 1,5 milhão de dólares. Pelo menos 1 milhão de dólares teriam abastecido a conta Kopec, de Cláudia, na Suíça.


Correio do Povo

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