terça-feira, 18 de abril de 2017

Rede de farmácias Mais Econômica pede recuperação judicial

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A rede Farmácias Mais Econômica pediu recuperação judicial. Ingressou com o pedido na Comarca de Porto Alegre.

A empresa enfrenta problemas financeiros. Na semana passada, noticiamos atraso no pagamento de salários.

Rede de farmácias Mais Econômica nega fechamento e trabalha para regularizar salários

Segundo a Mais Econômica, a medida é para “sanar a empresa, restabelecer a normalidade das operações, repor o estoque de produtos e preservar empregos.” A expressão está, inclusive, no comunicado que a empresa irá divulgar ao mercado.

A dívida é de R$ 152 milhões. Deste montante, R$ 135,4 milhões são débitos com fornecedores e os R$ 16,6 milhões são valores trabalhistas.

A rede tem 26 anos e é a terceira maior no varejo farmacêutico do Rio Grande do Sul. São 140 lojas, mas 100 estão em operação em 52 municípios. E são mais de 850 funcionários. Mas a empresa já foi maior. Tem capacidade para empregar 2 mil pessoas.

A atual direção atribui os problemas financeiros à gestão da antiga controladora, a BR Pharma, do banco BTG Pactual. Segundo o comunicado, isso afetou a tomada de financiamento e provocou a interrupção no pagamento de fornecedores. Aí, vieram problemas para abastecer lojas e pagar funcionários. Em novembro de 2015, a Mais Econômica foi comprada pela VERTICapital. Tinha prejuízo de R$ 300 milhões. Há uma ação judicial contra a gestão anterior pedindo indenização.

Acrescentam à situação, os impactos da crise econômica sobre a oferta de crédito pelos bancos e o consumo. O faturamento da empresa passou de R$ 466 milhões em 2015 para R$ 296 milhões em 2016.

A recuperação judicial é um mecanismo jurídico para evitar falência. Substituiu a antiga concordata. É preciso que a Justiça aceite o pedido e então começa o prazo para a empresa apresentar seu plano de recuperação judicial.

Um ponto importante do comunicado da empresa: a Mais Econômica se compromete a pagar os salários integralmente no quinto dia útil do mês, quando sair a recuperação judicial. Os atrasos serão parcelados nos próximos meses. Funcionários dispensados terão direitos pagos após a aprovação do plano de recuperação judicial pelos credores.

Presidente, Cauê Cardoso afirma que o objetivo é manter a rede de farmácias em operação e preservar os empregos. Querem melhorar os processos, organizar custos e buscar investimentos.

- Não somos investidores, somos empresários. Assumimos o desafio de tornar essa rede lucrativa e levar saúde a preços acessíveis para todo o Estado. Não viemos para fechar a empresa, mas para fazê-la crescer e aumentar o volume de negócios – afirma Cauê Cardoso, presidente e sócio da Mais Econômica.

A empresa conta com a aprovação do pedido de recuperação judicial para desbloquear recursos próprios. Também planeja renegociar dívidas e buscar financiamento. Com a autorização judicial, a Mais Econômica terá 60 dias para apresentar o plano de recuperação.

- A prioridade é pagar funcionários e retomar o abastecimento das lojas.

 

Acerto de Contas

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