31 de março de 1964: a homenagem do Clube Naval
Impossível para o Clube Naval não reverenciar o 31 de março: há 53 anos, por diversos dias, centenas de oficiais de Marinha superlotaram nossa sede da Avenida Rio Branco, tornando-a um baluarte na resistência ao golpe planejado por um governo minado por ideologias radicais, estranhas à vocação do povo brasileiro e que só vingaram em pouquíssimos países, pela luta fraticida. Nunca pelo voto.
Onde quer que se impusessem, só trouxeram a supressão de liberdades de ir e vir e de expressão, o culto à personalidade, o unipartidarismo, a expropriação da propriedade privada, o controle total da imprensa, o estado policial, além do caos econômico e perdas de muitas vidas.
Foram as ruas e os integrantes da sociedade civil organizada da época que, inicialmente, se levantaram contra aquela ameaçadora conjuntura, em intenso e crescente clamor, que não poderia ter sido ignorado pelas Forças Armadas. A intervenção ocorreu sem o derramamento de uma só gota de sangue.
Essa, muito resumidamente, é a verdade factual daqueles acontecimentos históricos, que pode ser encontrada nos arquivos de revistas e jornais. Todavia, setores da sociedade, mais do que ignorá-la, empenham-se em passar às novas gerações falsas versões. Na realidade, são esses órfãos do Muro de Berlim os verdadeiros derrotados de 1964.
Inaugurou-se, então, um longo período de ordem e desenvolvimento sem precedentes na História do Brasil. Governos militares se sucederam, restabelecendo a integridade da Nação.
Vinte anos se passaram. Ao final deles, o Brasil deixava de ser a 58ª economia do mundo, passando a ocupar a oitava posição.
Obras de infraestrutura, vitais para o desenvolvimento do país, foram realizadas sem se discutir a paternidade: usinas hidrelétricas de grande porte como Itaipu ( a maior do mundo), Tucuruí, Ilhas Solteiras e Jupiá, entre outras; a ponte Costa e Silva, unindo o Rio de Janeiro a Niterói, e a ponte da Amizade, ligando o Brasil ao Paraguai; as Ferrovias do Aço e da Soja; portos de Aratu, do Forno e Tubarão; aeroportos internacionais de Guarulhos, do Galeão, Eduardo Gomes, de Belo Horizonte; os polos petroquímicos de Cubatão e Camaçari; além de muitas outras realizações de igual importância para o nosso povo. Todas elas com planejamento, execução e a entrega à sociedade no prazo estabelecido.
Tudo tão diferente da realidade de hoje, onde prevalecem as obras atrasadas, superfaturadas e muitas até já abandonadas, verdadeiras ruínas esqueléticas que nada mais representam do que o desperdício do dinheiro público, quer pela incompetência, quer pela corrupção.
Nesse ponto, não há como omitir outras importantes iniciativas daqueles governos: FGTS, PIS, EMBRAPA, EMATER, FUNRURAL, Estatuto da Terra, MOBRAL, Zona Franca de Manaus, EMBRATEL, TELEBRÁS, NUCLEBRÁS.
Claro que há muito mais.
Além disso, em 1984, os militares entregaram um país pacificado: a Lei da Anistia, elaborada a muitas mãos, inclusive com a participação de oposicionistas ao regime, representava uma mão estendida à reconciliação entre irmãos. Pena que o revanchismo intolerante impediu que muitos não a apertassem.
O país, com a democracia restaurada, já podia seguir livremente sua caminhada rumo à paz social.
As Forças Armadas, de volta à caserna e atentas a eventuais ameaças ao Estado Democrático de Direito, passaram a ser reconhecidas pela sociedade como a instituição nacional de maior confiabilidade.
E assim permanecem até os nossos dias.
Salve o 31 de março de 1964!
Paulo Frederico Soriano Dobbin
Vice-Almirante (Ref-FN)
Presidente
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