SÃO PAULO - O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski afirmou em entrevista à imprensa local, concedida ontem, que a Odebrecht deverá deixar o país em até seis meses, e que negocia uma forma de saída que não prejudique os projetos em andamento.
“É uma questão complexa porque é uma empresa muito grande, que tem várias obras em andamento no Peru e, obviamente, o que deve haver é uma saída gradual. O fato é que essa onda de colaborações e outras revelações tão fortes tornaram impossível uma estratégia de retirada gradual. Nós estamos vendo como se retiram sem prejudicar os projetos”, afirmou Kuczynski ao jornal peruano “La Republica”.
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O prazo estimado pelo presidente é de que a Odebrecht deixe as obras em seis meses, “talvez menos”.
A companhia brasileira, que atua no Peru há quase 40 anos, é investigada por atos de corrupção em dezenas de obras. No início de 2017, a Odebrecht assinou um convênio preliminar com o Ministério Público do país exigindo a colaboração com as autoridades que analisam as irregularidades.
O presidente peruano, entretanto, afirmou que não deve pedir a retirada de outras empresas brasileiras do país acusadas de corrupção sem as investigações necessárias.
“O que deve haver em todos os casos é o devido processo legal, não se pode fazer um bombardeio, como se fosse um circo romano. O Ministério Público e o judiciário devem tomar medidas sobre o assunto”, disse Kuczynski.
Valor Econômico
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