quinta-feira, 16 de março de 2017

Emendas à reforma da Previdência podem ser entregues até sexta-feira

Apesar da oposição crescente, governo resiste a abrir as negociações de mudanças no texto

Ao todo, deputados da base aliada e da oposição apresentaram 146 emendas, propondo mudanças, retirada ou inclusão de artigos | Foto: Beto Barata / PR / CP

Ao todo, deputados da base aliada e da oposição apresentaram 146 emendas, propondo mudanças, retirada ou inclusão de artigos | Foto: Beto Barata / PR / CP

 

No mesmo dia em que protestos contra a reforma da Previdência se intensificaram em todo o País, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estendeu até 18h30min de sexta-feira o prazo para parlamentares apresentarem emendas à proposta na comissão especial. Ao alongar o prazo, Maia atendeu pedido do PSB, partido que vem resistindo a votar o texto da reforma enviado pelo governo.

Lideranças da base do governo têm apresentado resistências à proposta. Esta quarta-feira foi a vez de o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), bater de frente e subir o tom. No plenário da Casa, Renan afirmou que o governo do presidente Michel Temer "precipitadamente já inviabilizou" a reforma da Previdência.

"Eu sempre fui um reformista e acho que o Brasil vive um momento dramático que precisa de reformas, mas o governo precipitadamente já inviabilizou a reforma da Previdência", afirmou o correligionário de Temer. "Já inviabilizou o Refis, não houve adesão absolutamente nenhuma. A área econômica quer tratar da reforma do PIS e do Confins elevando a carga tributária", completou.

Quase 150 emendas já foram apresentadas

O prazo para apresentação de emendas na comissão tinha acabado na terça. Ao todo, deputados da base aliada e da oposição apresentaram 146 emendas, propondo mudanças, retirada ou inclusão de artigos. A maior parte delas pede que não haja mudanças nas regras da aposentadoria rural. Diversas emendas pedem também a manutenção do atual regime de benefícios de prestação continuada.

Apesar da oposição crescente à reforma da Previdência, o governo resiste a abrir as negociações de mudanças no texto da proposta. A estratégia do governo neste momento é intensificar as reuniões com as lideranças políticas no Congresso Nacional com o apoio dos chamados ministros políticos que têm maior poder influência nas bancadas de parlamentares.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, está fazendo esta semana reuniões recorrentes com as lideranças políticas para mostrar que é preciso melhorar a comunicação dos parlamentares também com a sua base política. A orientação é explicar os pontos mais polêmicos da proposta encaminhada ao Congresso e que estão sendo bombardeados pela oposição. Estão sendo feitos posts eletrônicos para serem distribuídos aos parlamentares.

"Logicamente, todo parlamentar elege o seu ponto polêmico da PEC. Porém, o governo não está cedendo em nada", disse uma fonte da linha de frente da reforma. "Não tem nada na mesa para negociar neste momento", afirmou a fonte.

 

Correio do Povo

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