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quarta-feira, 29 de março de 2017

Crise das finanças de Porto Alegre vai estourar em maio

Marchezan enfatizou “situação de falência” da prefeitura

Marchezan voltou a sinalizar atraso nos salários | Foto: Joel Vargas / PMPA / CP

Marchezan voltou a sinalizar atraso nos salários | Foto: Joel Vargas / PMPA / CP

 

Maio será mês crítico às finanças da prefeitura de Porto Alegre. “Vai faltar dinheiro e o município vai ter que escolher quem vai pagar”, adiantou o secretário municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, em reunião na terça-feira com a diretoria do Sindicato dos Municipários (Simpa) ao detalhar o quadro das finanças da cidade.

No encontro, o prefeito Nelson Marchezan Júnior, corroborou as informações e acrescentou: há pouco mais de 1 mil fornecedores, de 2016, com 2,8 mil contratos, que não receberam da prefeitura no ano passado. Essa dívida, somada aos saques do caixa único na gestão anterior, chega R$ 507 milhões, segundo ele.

Os fornecedores deste ano, e os salários, estão sendo pagos em dia. Mas isso se deve, conforme Busatto, aos cortes de cargos de confiança (ccs), veículos e diárias, além da criação do teto salarial, a redução de 37 para 15 secretarias e não pagamento de fornecedores do ano passado. “As finanças apontam que chegará o mês que nem fornecedores e nem servidores serão pagos. A situação é de falência”, afirmou o prefeito.

“Neste ano faltam mais de R$ 700 milhões (déficit), a folha salarial é R$ 150 milhões ao mês e as despesas totais do mês são de R$ 450 milhões a R$ 480 milhões. Então, vai chegar um mês em que não vamos pagar nada. E a prefeitura nessas despesas totais tem algumas que são comprometidas com recursos carimbados, que não podem ser destinados a outras áreas, o que é pior”, reiterou o prefeito.

Simpa acusa prefeitura de fazer terrorismo

O diretor geral do Simpa, Alberto Terres, acusou a prefeitura de fazer terrorismo contra os servidores, ao ameaçar atraso de salários com ataque aos servidores e serviço público”. O diretor financeiro, Adelto Rohr, lamentou que a atual gestão se elegeu sem soluções para o município, e só tenha prioridade para cortes em cima dos servidores e serviços públicos.

Marchezan respondeu que “essa realidade não foi criada por nós, e não é uma luta de nós contra vocês. Esses são os fatos, que estamos dividindo com os servidores. Não falta receita, a carga de impostos sobre o PIB do Brasil é de 40%, o problema é a forma como foram aplicados os recursos”.

 

Correio do Povo

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