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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Por que vale mais a pena deixar o ar-condicionado em 23 graus do que em temperaturas mais baixas

Usar o aparelho da maneira correta pode garantir uma economia de até 50% na conta de luz

 

Por que vale mais a pena deixar o ar-condicionado em 23 graus do que em temperaturas mais baixas Piero Ragazzi/Agencia RBS

Foto: Piero Ragazzi / Agencia RBS

Ana Karina Giacomelli

Ana Karina Giacomelli

ana.karina@diariogaucho.com.br

Imagine você dentro de casa, um calor do cão, e aquele ar-condicionado na sua frente, pronto para ser ligado. Você rapidamente pega o controle e coloca a temperatura no mínimo possível para gelar o ambiente mais rápido, certo? Errado. Grande parte das pessoas costuma fazer isso, mas você sabia que, independente da temperatura que colocarmos, a capacidade e velocidade para resfriar o ambiente será a mesma? É o que explica o engenheiro mecânico Felipe Brochier, especialista em sistemas de ar-condicionado e conservação de energia.

— As pessoas se enganam quando ajustam a temperatura em 17 graus. O condicionador de ar não vai resfriar o local mais rápido por isso. Só irá consumir ainda mais energia, porque o aparelho terá que trabalhar muito para tentar atingir a temperatura desejada.

Felipe esclarece que, quanto maior a diferença de temperatura de dentro de casa para a rua, maior será a carga térmica do ambiente. Por isso, para ter uma economia na conta de luz e não sobrecarregar o aparelho, a temperatura indicada seria de, pelo menos, 23 graus. Quanto mais alto o valor do ajuste (23, 24 ou 25 graus) mais economia estará fazendo.

— Se deixarmos o ar-condicionado ligado em 23 graus, por exemplo, será mais fácil de atingir a temperatura local, e o compressor irá se desligar, economizando, assim, mais energia. Essa economia pode chegar a 50% — garante.
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Já os aparelhos de ar que possuem sistema inverter — capazes de atingir a temperatura desejada rapidamente e mantê-la constante, com pouca oscilação de energia — a economia pode ser ainda maior. Eles reduzem a velocidade do compressor e, ao atingir a temperatura desejada, diminuem e estabilizam a velocidade do compressor.

Deve-se levar em conta, também, a infiltração de ar — frestas das janelas ou abertura de portas —, o calor das paredes e o calor do vidro das janelas. Tudo influencia no clima do local. Para um melhor aproveitamento do aparelho, e controle de energia, é preciso garantir que portas e janelas estão bem fechadas.

Outro fator importante é saber se você tem um ar-condicionado com a capacidade correta para o ambiente onde ele está (ou será) instalado. Para isso, é preciso multiplicar cada metro quadrado por 600 BTUs e somá-lo ao número de pessoas que costumam ficar no ambiente (+ 600 BTUs para cada, sem contabilizar a primeira pessoa) e a quantidade de equipamentos eletrônicos no local (+ 600 BTUs para cada aparelho).

Ex.: Uma sala com 15m² para três pessoas com dois computadores no local.
15m² x 600 BTUs + 1200 BTUs (duas pessoas, pois a primeira não conta) + 1200 BTUs (dois computadores) = 11400 BTUs
Neste espaço, seria indicado um ar-condicionado de 12000 BTUs.

Para facilitar, criamos uma ferramenta que vai te ajudar a fazer o cálculo.

Ainda é possível fazer um teste em casa para comprovar a economia. À noite, antes de usar o seu condicionador de ar, anote o valor de kWh registrado no contador de energia. No dia seguinte, veja quanto foi consumido. Faça a verificação com 17°C e 23°C para constatar a diferença. Não esqueça de considerar as condições climáticas nos dias em que fizer os testes. Precisam ser parecidas para a comparação.

 

Diário Gaúcho

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