Reajuste das tarifas de ônibus teve o maior impacto na inflação
A inflação oficial do país em janeiro foi a mais baixa já registrada para o mês pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (8), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,38% no mês, o menor para o período desde o início da série histórica, em dezembro de 1979.
Em janeiro de 2016 o índice foi de 1,27%. Em janeiro de 1994, um mês antes do início do Plano Real, foi de 41,31%.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação foi de 5,35%, abaixo dos 6,29% registrados nos 12 meses encerrados em janeiro do ano passado.
O resultado veio acima dos 0,30% registrados em dezembro, mas ficou abaixo do que esperavam os analistas consultados pela Reuters, que previam alta de 0,44% em janeiro e de 5,41% em 12 meses.
"A tendência é muito favorável. Os dados indicam números bastante negativos à frente e podemos chegar a agosto com a inflação abaixo de 3,5% em 12 meses", avaliou o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, que tem viés de baixa para sua projeção de Selic a 9,75% este ano.
A Selic já foi reduzida para 13% e a expectativa é de novo corte de 0,75 ponto percentual este mês, mas apostas em 1 ponto ganharam alguma força, tanto entre economistas como no mercado de juros futuros.
"(O IPCA) confirma as expectativas de que a Selic vai para um dígito em outubro, além de acelerar o corte a partir da próxima reunião para 1 ponto", afirmou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves, que vê a Selic a 9,5% no final do ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nos próximos dias 21 e 22, depois de ter reduzido a taxa básica de juros em 0,75 ponto em janeiro.
De acordo com o IBGE, o cenário de demanda fraca diante do desemprego alto e da recessão econômica ainda tem forte influência sobre a queda da inflação.
"O cenário para os preços ainda é de pouco dinheiro circulando. O desemprego e o endividamento ainda estão muito altos, são fatores inibidores do consumo e da inflação", disse a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.
Em janeiro, o maior impacto foi do setor de transportes, cuja alta foi impulsionada pelo reajuste em tarifas de ônibus, de 8,61% a 25%, em oito municípios: Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Belém, Campo Grande, Recife e Vitória.
Em São Paulo, a prefeitura congelou o reajuste, de modo que a passagem de ônibus na capital paulista não teve influência neste mês.
Também houve aumento no preço do litro do etanol (3,1%) e da gasolina (0,84%). Com isso, transportes subiu 0,77%, impactando o IPCA em 0,14 pontos percentuais, ou seja, pouco mais de um terço do índice.
Ainda assim, a categoria como um todo desacelerou (a alta em dezembro foi de 1,11%), devido à redução no preço das passagens aéreas, que ficaram 7,36% mais baratas.
ALIMENTOS
O IPCA também foi afetado pela alta dos alimentos, que passou de 0,08% em dezembro para 0,35% em janeiro.
A refeição fora de casa, por exemplo, aumentou 0,68%, contra uma queda de -0,12% em dezembro. Depois dos transportes, foi a categoria de maior impacto, com aumentos no preço do pão, do leite e do açúcar refinado.
Já o setor de habitação, que havia caído no mês anterior, subiu 0,17% em janeiro.
Houve queda nas contas de energia elétrica (-0,6%), com o fim, em dezembro, da cobrança do adicional da bandeira amarela.
Fonte: Folha Online - 08/02/2017 e SOS Consumidor
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Antaq reserva vagas para jovens de baixa renda no transporte interestadual
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) tornou pública uma resolução que reforça a obrigatoriedade de as empresas de transporte aquaviário interestadual oferecerem, em cada viagem, ao menos duas passagens gratuitas e outras duas pela metade do preço para pessoas de baixa renda entre 15 e 29 anos.
Publicada no Diário Oficial da União de ontem (7), a Resolução Normativa nº 16 da Antaq detalha as obrigações das empresas, os direitos dos usuários do transporte aquaviário e as exigências para fazer jus ao benefício, em vigor desde a publicação do Decreto 8.537, de outubro de 2015, que estabelece a reserva de vagas a jovens de baixa renda também em veículos dos serviços rodoviários e ferroviários.
A exemplo de ônibus e trens, toda embarcação autorizada a fazer o transporte aquaviário interestadual regular deve reservar duas vagas para o transporte gratuito de pessoas entre 15 e 29 anos cuja família tenha renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 1.760) e esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
As transportadoras também devem destinar outras duas vagas para transportar pela metade do preço as pessoas que se encaixem neste perfil. As duas vagas com desconto só podem ser oferecidas após os dois assentos gratuitos terem sido ocupados por passageiros de baixa renda.
O beneficiário deverá apresentar um documento de identificação com foto e que seja válido em todo o território nacional e também a Identidade Jovem - documento que comprova que a pessoa está inscrita no Cadastro Único do Governo Federal e que pode ser solicitada nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) ou nos setores responsáveis pelo Cadastro Único nos municípios.
O bilhete de viagem de ida e volta deve ser solicitado à empresa com pelo menos três horas de antecedência do horário de partida da embarcação do ponto inicial. Será nominal e válido apenas para o beneficiário devidamente identificado.
Não estão inclusos no benefício as eventuais tarifas de utilização dos terminais de passageiros. Mensalmente, as empresas de navegação e os microempreendedores autorizados pela Antaq a prestar o serviço de transporte aquaviário deverão informar à agência o total de passageiros transportados gratuitamente ou com desconto.
O descumprimento das condições expressas na resolução da Antaq resultará em advertência, multa, suspensão, cassação ou declaração de inidoneidade da empresa.
A Antaq não soube estimar o número de pessoas que vem sendo beneficiadas pela medida.
O transporte hidroviário de passageiros é bastante utilizado em todo o país, sobretudo na Região Norte, onde boa parte das cidades só podem ser acessadas por rios ou pelo ar. No estado do Amazonas, por exemplo, é o principal modal, já que, segundo o Sindicato Estadual das Empresas de Navegação Fluvial (Sindarma), apenas 10% dos 62 municípios são atendidos por rodovias.
De acordo com a Antaq, até o início do ano, 73 empresas estavam autorizadas a operar 28 linhas interestaduais de transporte longitudinal (realizado ao longo de rios e canais, fora das áreas portuárias, podendo estender-se aos portos fluviais e dos países vizinhos) e 85 operavam 57 linhas interestaduais no serviço de travessias (ligando dois pontos das margens de rios, canais, lagos, lagoas, baías, angras e enseadas). A agência ainda está implantando um sistema para receber das transportadoras as informações relativas à movimentação de passageiros.
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