quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Desemprego sobe para 12% e 2016 termina com 12,3 mi de desocupados

Captura de Tela 2017-01-31 a?s 22.41.57.pngDanilo Verpa

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12% no trimestre encerrado em dezembro, divulgou o IBGE na manhã desta terça-feira (31).
O dado veio acima do centro de expectativas de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperavam desemprego de 11,9%.
A taxa é a mais elevada já registrada da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O número de desocupados foi de 12,342 milhões no trimestre encerrado em dezembro, recorde também. Nos três meses até novembro, eram 12,132 milhões de trabalhadores sem emprego.
No quarto trimestre móvel de 2015, a taxa era de 9%. Em um ano, o número de desocupados cresceu em 3,3 milhões, aumento de 36% em relação ao mesmo período de 2015.
"De 2014 para 2016, a desocupação cresceu 74,4%. Esse é o efeito direto da crise que começou a afetar o mercado de trabalho", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.

O IBGE considera que houve estabilidade no desemprego em relação aos três meses encerrados em setembro, quando a taxa foi de 11,8%. Houve aumento de 300 mil pessoas no número de desocupados no período.
O rendimento médio dos trabalhadores ficou estável nos três meses encerrados em dezembro, em R$ 2.043. De julho a setembro, o número foi de R$ 2.026. No quarto trimestre móvel de 2015, o valor tinha sido de R$ 2.033.
A média de desemprego de 2016 foi de 11,5%, enquanto o rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.029 no ano passado.
O trimestre encerrado em dezembro também registrou aumento das pessoas fora da força de trabalho, ou seja, aquelas que têm idade para trabalhar, mas não estão procurando emprego.
No intervalo de um ano, 907 mil pessoas deixaram a força. Parte disso ocorre devido ao chamado desalento, que é quando a pessoa desiste de procurar emprego após muitas tentativas frustradas de se inserir no mercado.
Na passagem dos trimestres, o número caiu. Ou seja, 98 mil pessoas ingressaram na força de trabalho. Dezembro fechou com 64,544 milhões de pessoas nessa condição, alta de 1,4% em relação a igual período de 2015 e queda de 0,2% ante o trimestre imediatamente anterior.
"Houve um movimento de busca por trabalho que acontece normalmente no fim do ano. Mas diante do ambiente econômico, não foram absorvidas todas as pessoas que estavam na fila do desemprego há algum tempo, nem aquelas que pensavam em um oportunidade sazonal", completou Azeredo.
Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa divulgada mensalmente, mas cuja coleta de informações é feita em bases trimestrais. Para poder comparar a passagem de um trimestre para o outro, o IBGE considera o trimestre fechado, sem sobreposições de meses. O trimestre imediatamente anterior ao encerrado em dezembro, portanto, é o que termina em setembro.
A pesquisa tem abrangência nacional e foi criada em substituição a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), de alcance menor.
FORMALIZAÇÃO
No ano, houve queda de 3,9% no número de postos de trabalho com carteira assinada. Isso significa que menos 1,4 milhão de pessoas deixaram o mercado formal. O país encerrou dezembro com 34 milhões de empregados com carteira.
A população ocupada, que é a que de fato está trabalhando, cresceu 0,5% em relação ao trimestre encerrado em setembro, para 90,3 milhões de pessoas. Em um ano, houve queda de 2,1%, ou 2 milhões de pessoas a menos.
Os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada cresceram 2,4% em relação aos três meses anteriores, o que significa aumento de 248 mil pessoas fora do mercado formal. Em um ano, a alta foi de 4,8%, crescimento de 481 mil pessoas.
A indústria foi o setor que mais perdeu emprego: 955 mil pessoas a menos na comparação com um ano antes. Em seguida vêm construção (-857 mil pessoas) e agricultura (-417 mil pessoas).

Fonte: Folha Online - 31/01/2017 e SOS Consumidor

 

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Maia diz que oficializa amanhã candidatura à presidência da Câmara

 

Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, empossa dois suplentes que ocuparão vagas de titulares que se licenciaram - a economista Yeda Crusius, no lugar de Nelson Marchezan Júnior, e Izaque Sil

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, oficializa sua candidatura nesta quarta-feiraJosé Cruz/Agência Brasil

A movimentação em torno da eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara dos Deputados intensificou-se nesta terça-feira (31). Os pré-candidatos à presidência da Casa participaram de reuniões de bancadas partidárias para pedirem o apoio e o voto na eleição que vai acontecer na quinta-feira (2), a partir das 9h. O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai oficializar amanhã (1°) sua candidatura, ao registrar seu nome para concorrer a um novo mandato. Maia já viajou durante o mês de janeiro aos estados para pedir votos, mesmo sem declarar oficialmente que seria candidato.

“Estou colocando o meu nome. A decisão final será amanhã na hora do registro. Estou construindo a minha candidatura. Desde o final do ano passado, tenho tentado construir uma candidatura de aliança, e que conta agora com o apoio da maioria da base aliada ao governo e do PCdoB”, afirmou.

Sobre os questionamentos em relação a um possível veto a sua candidatura, Rodrigo Maia disse que não vê qualquer impedimento para que ele possa concorrer, já que foi eleito para um mandato suplementar. Maia assumiu a presidência em 14 de julho do ano passado para um mandato tampão, após a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O Artigo 57 da Constituição Federal diz que é “vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição [da Mesa Diretora] imediatamente subsequente”. Para os opositores de Maia, ele não poderia concorrer à reeleição porque estaria infringindo o dispositivo. Entretanto, segundo ele, há pareceres de advogados, juristas e do ministro Luís Roberto Barroso, hoje no Supremo Tribunal Federa (STF), que dizem não haver impedimento para que o eleito para um mandato tampão possa concorrer ao cargo.

Saiba Mais

“Vejo com muita clareza que, para aquele que foi eleito na sessão preparatória do primeiro ano, está vedada a recondução. Eu não fui eleito na sessão preparatória, e assim como a possibilidade de reeleição de deputados e vereadores não está inscrita em nenhuma norma brasileira, está autorizado o deputado federal ser candidato à reeleição”, disse Maia à imprensa.

Disputa

O deputado Jovair Arantes (PTB-GO), também pré-candidato à presidência da Câmara, compareceu a reuniões da bancada do PSB e do PMDB para pedir votos. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que reassumiu ontem sua candidatura, preferiu fazer o corpo-a-corpo e foi à caça de votos para a presidência. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que lançou ontem sua candidatura, disse que não foi convidado para nenhuma reunião de bancada e, por isso, irá continuar seu trabalho pedindo votos a cada deputado.

Candidato da oposição à presidência da Câmara, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) recebeu hoje o apoio unânime da bancada do PT. Em reunião, os deputados petistas decidiram declarar apoio a Figueiredo e trabalhar para conseguir o apoio do PCdoB ao pedetista. O PCdoB já declarou apoio a Rodrigo Maia. O líder do PT, deputado Carlos Zaratinni (SP), disse que a intenção é fechar amanhã um bloco partidário com as forças de esquerda da Câmara.

Outros cargos da Mesa

Amanhã, as bancadas partidárias vão definir os cargos a que terão direito e os nomes que irão compor a chapa oficial para a Mesa da Câmara. Poderão ser lançados candidatos avulsos do mesmo partido para disputar o cargo da Mesa destinado àquela legenda. Até o momento, já está praticamente definido que o PMDB deve ocupar a primeira vice-presidência da Câmara.

 

Agência Brasil

 

CCBB Rio exibe mostra de artista brasileiro pioneiro da pintura em movimento

 

Paulo Virgílio

Rio de Janeiro - Exposição no CCBB do Rio mostra a retrospectiva das obras do artista Abraham Palatnik (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Exposição no CCBB do Rio mostra a retrospectiva das obras do artista Abraham Palatnik -Tomaz Silva/Agência Brasil

A retrospectiva da obra de um artista plástico brasileiro, pioneiro na técnica da pintura e escultura em movimento, abre hoje (1º) a programação de 2017 de artes visuais do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB Rio). A exposição Abraham Palatnik – A reinvenção da pinturareúne 85 trabalhos do artista, nascido em Natal em 1928, de pais russos, criado em Tel Aviv, na então Palestina, e desde 1947 – há 70 anos, portanto – residente no Rio.

São pinturas, aparelhos cinecromáticos, objetos cinéticos, objetos lúdicos, mobiliário e desenhos de projetos, provenientes de acervos particulares e institucionais do país e, principalmente, da coleção do próprio artista. A mostra, com curadoria de Pieter Tjabbes e Felipe Scovino, ocupa todo o segundo andar do CCBB Rio.

"A história da arte mundial considera Palatnik um pioneiro da pintura e da escultura em movimento", destaca Scovino. Tanto ele quanto Tjabbes apontam “o diálogo preciso entre tecnologia e intuição” como um  dado fortemente significativo do lugar que Palatnik ocupa no panorama da arte. “Além disso, o experimentalismo e a organicidade sobrevoam a sua trajetória. Dois dados aparentemente ambíguos encontram uma simbiose perfeita”, afirmam.

Também fazem parte da exposição pinturas dos pacientes psiquiátricos do hospital do Engenho de Dentro - Emydgio de Barros (1895-1986) e Raphael Domingues (1912-1979) -, que influenciaram uma mudança de rota na carreira do artista. Ele conheceu os dois em 1948, ao visitar o Museu de Imagens do Inconsciente, criado no manicômio pela psiquiatra Nise da Silveira. 

A partir de suas idas ao hospital, Palatnik abandonou tintas e pincéis e não voltou mais à pintura figurativa. “Eles não tinham aprendido nada na escola, não frequentavam ateliês e, de repente, surgem imagens tão preciosas. De onde veio essa força interior? Não vou mais pintar porque minha pintura não valia nada, era uma porcaria”, relata Palatnik sobre a decisão que tomou na época.

O resgate para a vida artística veio de um encontro com o crítico Mário Pedrosa e da leitura de um livro indicado por ele, sobre Gestalt, de Norbert Wiener. Em 1949, ele começou a pesquisar sobre luz e movimento até criar/fabricar os “aparelhos cinecromáticos” - caixa com lâmpadas cujo deslocamento era acionado por motor, criando imagens de luzes e cores em movimento.

Foi com o cinecromático Azul e roxo em seu primeiro movimento que Palatnik participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, ganhando menção honrosa do júri internacional. Ainda nos anos 50, ele desenvolveu pesquisa em pintura abstrato-geométrica e também emdesign de móveis.

Em 1964, o artista cria os “objetos cinéticos”, construídos por hastes ou fios metálicos que têm nas extremidades discos de madeira de várias cores e são movimentados por um motor. No mesmo ano, participa da Bienal de Veneza, o que estimula sua carreira no circuito internacional.

A exposição Abraham Palatnik – a reinvenção da pintura fica em cartaz até 10 de abril e pode ser vista de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h, com entrada franca. O CCBB fica na Rua 1º de Março, 66, no centro do Rio.

 

Agência Brasil

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