Ricardo Noblat
Em Sevilha, na Espanha, onde participa de um seminário internacional, a ex-presidente Dilma Rousseff voltou a disparar uma bateria de bobagens e de inverdades sobre o que se passa no Brasil. Vamos a elas.
“O segundo golpe, depois do meu impeachment, é impedir que Lula seja candidato, pois as pesquisas mostram que ele estaria na dianteira e ganharia a eleição”.
(A mais recente pesquisa Datafolha, de 12 de dezembro último, mostrou que Marina Silva (REDE) é a líder nos cenários de segundo turno na eleição presidencial de 2018. Derrotaria Lula por uma diferença de nove pontos. Em cenários de segundo turno contra Geraldo Alckmin, José Serra ou Aécio Neves, o quadro é de empate técnico com uma pequena vantagem numérica para Lula. O que impediria Lula de ser candidato seria sua eventual condenação pela Justiça, a mesma Justiça que avalizou a correção do processo de impeachment de Dilma.)
Dilma chamou Michel Temer de golpista, e seu governo de “ilegítimo”. “Perdemos a batalha, mas não podemos perder a democracia”, afirmou.
(O discurso do golpe está morto e enterrado por aqui. Lula autorizou o PT a negociar com os partidos que apoiam Temer cargos de direção no comando da Câmara dos Deputados e no Senado. O governo ainda está repleto de petistas no segundo e no terceiro escalões. O PT tem participado no Congresso da votação de matérias de interesse do governo. A democracia não está ameaçada. Dilma reclama da cassação do seu mandato, mas nada diz sobre a decisão do Senado que preservou seus direitos políticos.)
“Não se pode usar uma investigação sobre corrupção como arma de combate político e ideológico”. (…) “Não se pode construir uma justiça do inimigo, que é aquela que não exige provas, bastando as convicções para condenar ou acusar alguém”.
(As condenações da Lava-Jato foram referendadas por instância superior da Justiça ou estão à espera de ser. O que as investigações apuraram até agora foi suficiente para abertura de processos contra empreiteiras brasileiras em mais de meia dúzia de países, inclusive nos Estados Unidos.)
Sobre a Odebrecht: “Lamento que se destrua uma empresa só por se tratar de uma grande empresa brasileira”.
(A Odebrecht é a única responsável por sua própria degradação. Ninguém a obrigou a se corromper e a corromper. Dilma poderia ter aproveitado a ocasião para explicar por que, como presidente da República, ao se encontrar com Marcelo Odebrecht no México, aconselhou-o a não voltar ao Brasil para escapar de ser preso. Ele voltou e foi preso.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário