Rivaldo Gomes/Folhapress
Rogério Lins (PTN), durante cerimônia de posse na Câmara de Osasco
WILLIAM CORREIA
DO AGORA
02/01/2017 02h00
Menos de 48h depois de sair da prisão, Rogério Lins (PTN) tomou posse, na manhã deste domingo (1º), como prefeito de Osasco (Grande SP) e chamou de injustiça as acusações de que ele fez parte de um esquema de contratação de fantasmas quando era vereador.
Sem conceder entrevistas, Lins falou sobre o caso em seu discurso.
"Ainda não entendo as reais e verdadeiras razões que levaram ao pedido de prisão. Mas continuo respeitando o Ministério Público e acreditado na Justiça do homem, na vontade do povo e na Justiça de Deus. Essa não falha, não tenho dúvida. Tudo, no final, será esclarecido. A verdade virá à tona."
Lins, 38, é suspeito de contratar 14 funcionários fantasmas em dois mandatos como vereador, a partir de 2009.
Foram detidos no último mês outros 13 vereadores do município sob suspeita de integrar um esquema de desvios na Câmara de R$ 21 milhões.
Ele foi considerado foragido por três semanas e só se apresentou à polícia ao voltar de férias na Disney com a família, no último dia 25 -enquanto esteve nos EUA, enviou seu pai como representante para pegar seu diploma de prefeito eleito, legitimando sua vitória nas urnas.
"Falaram que eu estava foragido, mas tirei licença não remunerada do cargo de vereador entre 29 de novembro e 29 de dezembro e notifiquei o Ministério Público de que estaria viajando no exterior com a minha família", disse Lins.
Rogério Lins ficou preso até sexta-feira, quando saiu sob alvará de soltura que o obriga a pagar R$ 300 mil de fiança até esta segunda-feira.
A quantia supera o patrimônio de R$ 253 mil que ele declarou à Justiça Eleitoral. Sua assessoria não deu detalhes sobre o pagamento.
APOIO
Lins teve amplo apoio de quem acordou cedo, logo no primeiro dia do ano, para ver pessoalmente sua cerimônia de posse.
Todas as 65 cadeiras disponíveis ao público na Câmara foram preenchidas por pessoas que disseram ter acordado às 6h e policiais militares estimaram que cerca de 300 ficaram do lado de fora, a maioria a favor do prefeito eleito.
Na cerimônia, que começou com 48 minutos de atraso, quase todos vibraram ao ouvir o nome de Lins ou quando ele ergueu o dedo, olhando para os céus e agradecendo a Deus pela posse.
Entre os gritos de apoio, destacaram-se "esse é o prefeito do povo" e "o que Deus dá, o homem não tira".
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