Turistas na Praia de Copacabanaomaz Silva/Agência Brasil
O Brasil atingiu o número recorde de 6,6 milhões de visitas de estrangeiros, em 2016. O ano em que o país sediou as Olimpíadas e as Paralimpíadas registrou aumento de 4,8% na entrada de turistas internacionais em relação ao ano anterior.
O movimento histórico dos turistas estrangeiros injetou na economia brasileira o montante de US$ 6,2 bilhões. O valor equivale a mais de R$ 21 bilhões e é 6,2% maior do que o registrado em 2015. A entrada de recursos não foi recorde como o número de visitantes devido às variações do câmbio que refletem diretamente no turismo.
Os dados foram divulgados hoje (04) pelo Ministério do Turismo, com informações do Banco Central e da Polícia Federal. “Os números são extremamente positivos. Se comparados com o contexto internacional, mostram que ainda podemos avançar muito, mas comprovam que soubemos aproveitar os megaeventos que realizamos no país”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
O perfil da maior parte dos visitantes que desembarcaram no Brasil de janeiro a dezembro é de latinos e norte-americanos, seguidos de europeus. Os argentinos mantiveram a tradicional liderança entre os visitantes ao ultrapassarem a marca de 2,1 milhões de turistas. Os Estados Unidos ocuparam o segundo lugar, com o envio de 600 mil pessoas. Em seguida, aparecem na lista Chile, Paraguai, Uruguai, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Portugal e Espanha.
O lazer é o principal objetivo da viagem, apontado por metade dos turistas. A mesma proporção de turistas ficou em hotéis, flats ou pousadas e viajou em família ou de casal. Cerca de 30% do total de viajantes foram influenciados por amigos e parentes e 40% se informaram pela internet. Os dados farão parte da Demanda Turística Internacional, estudo elaborado anualmente pelo Ministério do Turismo e que só deve ser divulgado em detalhes no fim do semestre.
Expectativa de crescimento
Para 2017, a expectativa é que o fluxo de estrangeiros no país cresça em torno de 6%, mesma tendência de crescimento registrada em outros países que sediaram Olimpíadas, no ano seguinte ao evento. A Inglaterra, por exemplo, país que sediou os Jogos antes do Brasil, registrou aumento médio de 5% ao ano depois do megaevento. O último crescimento registrado no país antes dos Jogos tinha sido de 0,92%
Ministro do Turismo, Marx BeltrãoJosé Cruz/Agência Brasil
O aumento no fluxo no Brasil também é esperado devido ao retorno positivo dos turistas ouvidos pelo Ministério do Turismo no período dos Jogos. A pesquisa mostra que mais de 87% dos estrangeiros pretendem voltar ao Brasil e que 94,2% dos brasileiros querem retornar ao Rio de Janeiro.
Para garantir a continuidade do movimento alto de turistas, o governo prepara um pacote de medidas que deve ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano. “O desafio do Ministério do Turismo é transformar o ganho de imagem em geração de emprego, o desejo de retorno do turista internacional em realidade, além de fazer os brasileiros conhecerem mais os destinos domésticos. Para isso, estamos investindo na melhoria de infraestrutura, qualificação de mão-de-obra e promoção dos nossos destinos”, informou o ministério.
Grande parte dos hóspedes esperados já deve chegar no verão. O ministério estima que o número de viagens pelo Brasil nos meses mais quentes (de dezembro a fevereiro) deve chegar a 73,4 milhões, número ligeiramente superior às 72,8 milhões viagens realizadas no verão 2015.
Em 2016, o Ministério do Turismo recebeu R$ 235,9 milhões, o terceiro pior orçamento da Esplanada. Com a liberação de alguns créditos e recursos para PAC, o ano fechou com o valor empenhado de R$ 671,4 milhões.
Segundo a pasta, os recursos devem ser ampliados em 2017. “O turismo é uma das atividades que dá mais retorno, mesmo com investimentos mínimos. Acredito que se conseguirmos passar as medidas que estamos trabalhando com o apoio da Casa Civil, esse problema de recursos estará sanado”, disse Beltrão.
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Economista diz que famílias devem planejar para manter contas em dia
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil
Despesas com material escolar devem ser pagas à vista, sugere economista Agência Brasilo/EBC
Passadas as férias e as festas, janeiro é o mês em que o consumidor costuma receber outras contas que pesam no orçamento nessa época do ano: IPVA, IPTU e gastos escolares são as principais delas.
A orientação de especialistas é que quem não possui dívidas deve planejar os gastos para passar por 2017 economizando um pouco a cada mês. E quem está no vermelho deve manter as contas atuais em dia e tentar renegociar as antigas.
Segundo o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), economista Roberto Vertamatti, as famílias precisam ter um forte controle e não fazer gastos eventuais muito grandes para não comprometer o resto do ano.
“O ambiente [econômico do país] ainda difícil vai exigir mais das pessoas do que em anos anteriores. A minha perspectiva é que comece a melhorar no segundo semestre”, disse.
Para ele, uma boa parte do 13º salário deveria ajudar nesses gastos de início de ano, mas o brasileiro não se prepara e não consegue fazer reserva porque o volume de endividamento continua alto no país. Segundo Vertamatti, os gastos de início de ano podem representar de 20 a 25% das despesas totais de uma família de quatro pessoas durante o ano.
Descontos à vista
No caso do IPTU, do IPVA e despesas escolares, o diretor da Anefac afirmou que é mais vantajoso pagar tudo à vista, já que os descontos são atrativos e podem chegar a 20% para o IPVA e de 5% a 10% para o IPTU.
Também é possível utilizar recursos da poupança para pagar à vista, já que os descontos são bem maiores que o rendimento da poupança: 7% ao ano.
Entretanto, para Vertamatti, por causa do endividamento médio, a maioria da população opta pelo parcelamento das contas, o que não é um problema desde que pagas em dia. Ele alerta, entretanto, que fazer empréstimo para pagar as contas à vista não é uma boa ideia em função das altas taxas de juros. “A não ser que a pessoa não tenha nenhum recurso, nem para parcela, deve tomar o empréstimo com muita cautela, porque o custo é muito alto no Brasil”, disse.
Para o economista, o ideal seria as famílias fazerem reservas ao longo do ano. “No início, talvez seja difícil, mas a partir de março ou abril, qualquer reserva é interessante. Isso é muito importante e faz com que as pessoas economizem e evitem pagar juros”, explicou.
Dívidas em atraso
Para quem já está no vermelho, Vertamatti orienta procurar o financiador para negociar a dívida e buscar melhores condições de parcelamento, podendo, inclusive, transferir a dívida para outra instituição financeira.
Ele alerta, entretanto, que é importante negociar por juros mais condizentes e que, aumentando o prazo de parcelamento, mesmo com uma prestação menor, os juros podem ser maiores.
Segundo o economista, hoje o mecanismo mais utilizado pelo brasileiro para pagamentos é o cartão de crédito, que não traz prejuízos para pagar uma compra parcelada em cinco ou seis vezes sem juros.
“Caso entre na dívida do rotativo, é melhor que venda algum bem para quitar essa dívida ou até faça um empréstimo. Se tiver que pagar as prestações do cartão, os juros são proibitivos”, disse, explicando que os juros com o cartão de crédito ou o cheque especial são altíssimos.
O empréstimo rotativo do cartão de crédito é assumido automaticamente quando o consumidor paga apenas o valor mínimo da fatura. Os juros do rotativo do cartão situam-se hoje perto de 480% ao ano.
Passo a passo
O site Meu Bolso Feliz, do Serviço de Proteção ao Crédito - SPC Brasil - elaborou um passo a passo para começar 2017 com as contas em dia:
1º passo: balanço geral
Fazer o controle mensal do orçamento, no papel, em uma planilha no computador ou até mesmo usando um aplicativo. Isso significa fazer um balanço, avaliar o que fez de certo e de errado no ano que passou e começar um planejamento financeiro para o ano que chega. Neste processo, pergunte-se: Quais foram seus principais gastos? Quais as suas despesas e contas fixas? Tem dívidas com juros? Quanto sobra mensalmente do seu salário e para onde está indo esse dinheiro? Avalie em que pode economizar, especialmente considerando que enfrentará despesas extras no começo do ano.
2º passo: o que vem pela frente
Anotar os gastos previstos ao longo do ano. Liste as despesas e contas que terá, junto com o prazo para pagar cada uma. Coloque-as junto com as outras despesas já listadas. Exemplo: despesas fixas (aluguel, condomínio, luz, telefone), outras despesas (impostos, matrícula e material escolar), dívidas (empréstimos, compras parceladas).
3º passo: defina como pagará tudo
Você terá como arcar com tudo? Se a resposta for negativa, deve já estabelecer um plano de ação. A primeira delas é avaliar onde economizar. Mesmo com os cortes necessários ainda faltará dinheiro? Veja quais contas que, caso não sejam pagas no prazo, resultam em juros altos ou em corte de serviços. Essas despesas devem ser prioridade. Caso possa parcelar e opte por essa alternativa, lembre-se de planejar para arcar com as parcelas nos meses seguintes!
4º passo: planeje-se para grandes projetos
Uma viagem, um curso, um casamento ou festa de 15 anos, são alguns exemplos de grandes projetos que demandam planejamento financeiro porque geralmente exigem um montante maior de dinheiro. Se você não for juntando aos poucos para bancá-los pode se ver com o orçamento totalmente desequilibrado e, pior, com dívidas.
5º passo: mantenha-se na linha
Por fim, procure manter sua planilha, aplicativo ou agenda financeira atualizada, anotando todas as suas entradas e saídas. Dessa forma, saberá exatamente para onde está indo o seu dinheiro e pode, se necessário, ajustar gastos. Este passo é especialmente importante para quem possui dívidas e está pagando juros, afinal, para conseguir juntar dinheiro para quitá-las, é fundamental acompanhar seu dinheiro bem de perto.
Papa lamenta morte de detentos em presídio do Brasil
Da Agência Ansa
O papa Francisco fez orações pelas vítimas da rebelião no presídio de Manaus na primeira audiência geral de 2017, realizada nessa quarta-feira (4). Ao todo, 60 pessoas morreram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim após a rebelião. A informação é da Agência Ansa.
"Ontem, chegaram notícias dramáticas do Brasil sobre o massacre ocorrido no presídio de Manaus, onde um violentíssimo confronto entre grupos rivais causou dezenas de mortes", disse o pontífice nas mensagens finais da audiência.
"Exprimo dor e preocupação pelo que aconteceu. Convido a todos para rezar pelos mortos, pelos seus familiares, por todos os detentos daquele presídio e por aqueles que lá trabalham. E renovo meu apelo para que os institutos penitenciários sejam locais de reeducação e de reinserção social e as condições de vida dos presidiários sejam dignas de pessoas humanas", afirmou o papa.
Após um momento de silêncio, ele pediu que os presídios de todo o mundo "sejam locais de reinserção, que não sejam superlotados" e concluiu solicitando que todos rezassem uma Ave Maria.
O papa Francisco manifesta apreço pela questão dos encarcerados, pedindo condições dignas e humanas para gestores do sistema prisional de todo o mundo. Ele, inclusive, visita prisões ao redor do mundo - sempre que possível - quando faz viagens internacionais.
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