domingo, 29 de janeiro de 2017

Bancos investem em tecnologia móvel para impulsionar financiamento de carro

Industria automobilistica

Carros novos e seminovos terão condição diferenciada de financiamento Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com a economia em recessão, os bancos estão investindo na tecnologia e na redução das taxas de juros para tentar seduzir os consumidores que querem comprar veículos novos e seminovos.

Impactada pela crise econômica, a venda de carros zero quilômetro em 2016 teve queda superior a 20% na comparação com o ano anterior, pior resultado desde dez anos. Já nas vendas de carros seminovos o resultado não foi negativo e acumulou ligeiro incremento de 0,21% na comparação com 2015.

Na tentativa de reverter esse cenário, esta semana o Banco do Brasil anunciou redução na taxa de juros para o financiamento automotivo para os cliente que fizerem a contratação por meio do aplicativo do banco para celulares. Outra mudança é que os financiamentos para compra de veículos leves com até dois anos de fabricação terão as mesmas taxas praticadas para financiamento de veículos novos.

A expectativa do banco estatal é atingir R$ 1 bilhão nesse tipo de empréstimo até o final do ano. “A gente espera a ampliação do crédito por meio da conveniência que o aplicativo proporciona”, disse à Agência Brasil o diretor de Empréstimos, Financiamentos e Crédito Imobiliário do BB, Edson Pascoal Cardozo.

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“Na nossa visão e os estudos que fizemos, [o aplicativo] ajuda muito porque o cliente tem mais segurança da decisão de compra. Aquele cliente que sai para pesquisar carro e, eventualmente, pensa em financiar, tem na plataforma e com poucos toques a informação de um crédito pré-aprovado para usar", acrescentou.

Segundo o Cardozo, pelo aplicativo, o cliente pode fazer a simulação da quantidade de meses do financiamento e do valor da parcela, por exemplo. “Antes, ele teria que sentar com um agente financeiro e demoraria mais. Em 80% dos casos a resposta já sai na hora. Ele concluiu a proposta e a área responsável já faz o pagamento ao vendedor”, disse.

O Banco Santander também aposta na tecnologia e na praticidade para ampliar o volume de empréstimos para o setor. “A gente trabalhou bastante em relação à experiência do cliente no ponto de venda e chegou a conclusão que poderia usar as ferramentas digitais para melhorar a experiência de compra”, disse o diretor de financiamentos, André Novaes.

No caso do Santander, são as concessionárias e revendas cadastradas que usam a ferramenta. “Se o cliente quer um carro de R$ 30 mil, por exemplo, com pouquíssimos dados fornecidos já é possível fazer uma pré-análise do crédito dele. É possível dar a resposta preenchendo poucos campos. Antes, essa experiência dependida do preenchimento de 106 dados do cliente. Agora, com oito já é possível fazer uma pré-análise”, explicou Novaes.

“É um processo bastante simplificado: o vendedor colhe os documentos do cliente de forma digital”, acrescentou. Segundo o diretor do Santander, antes da compra os consumidores têm muitas dúvidas em relação à disponibilidade ou não de crédito e o uso do aplicativo torna isso mais claro.

“Ele não perde tempo no ponto de venda e o vendedor também não perde tempo. É um diálogo direto com o cliente para ele saber como está o potencial dele para realizar o seu sonho. Antes, o processo era muito burocrático e, de alguma forma, inibia o cliente no momento da compra”, argumentou.

Para o presidente da Associação das Agências de Automóveis do Distrito Federal, Paulo Poli, desburocratizar a liberação do crédito facilita as vendas e é bom para o cliente, para as instituições financeiras e para os revendedores.

“É a modernidade chegando. São novos meios de facilitar a vida de quem está comprando carro e, automaticamente, isso facilita a nossa venda”, destacou Poli. “Tudo que vem para agilizar, tornar o processo mais fácil, mais leve se torna mais um item a mais para a venda.”

 

Agência Brasil

 

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Justiça suspende obrigação de Samarco, Vale e BHP depositarem R$ 1,2 bi

 

Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil

Mariana (MG) - Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana, em Minas Gerais (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Área afetada pelo rompimento de barragem no distrito de Bento Rodrigues, zona rural de MarianaJosé Cruz/Arquivo/Agência Brasil

A Justiça Federal suspendeu por tempo indeterminado a decisão que obrigava a mineradora Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton a depositarem R$ 1,2 bilhão como garantia de futuras ações de recuperação e reparação dos danos socioambientais decorrentes da tragédia de Mariana (MG). A decisão ocorre após as mineradores assinarem um Termo de Ajustamento Preliminar com o Ministério Público Federal (MPF).

O prazo para depósito já havia sido prorrogado algumas vezes. Na última ocasião, a data estabelecida era 19 de janeiro. Em sua decisão, o juiz Mário de Paula Franco informou que a suspensão se deve à "demonstração de atitudes concretas e à postura cooperativa das partes, do MPF e das instituições envolvidas, em buscarem a solução da presente lide".

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O Termo de Ajustamento Preliminar estabelece que as mineradoras irão contratar especialistas indicados pelo MPF para analisar o andamento dos programas de reparação dos danos da tragédia ambiental de Mariana, considerada a maior do país, que ocorreu em novembro de 2015. No episódio, a barragem de Fundão, pertencente à Samarco, se rompeu e liberou mais de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Dezenove pessoas morreram. Houve devastação da vegetação nativa, poluição da Bacia do Rio Doce e destruição dos distritos de Bento Rodrigues e de Paracatu, além de outras comunidades.

A reparação dos danos foi negociada em um acordo entre a Samarco, a Vale, a BHP, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. O documento estima um investimento de R$ 20 bilhões ao longo de 15 anos. As partes estão levando adiante os programas combinados, mas a Justiça ainda analisa se homologa esse acordo. O MPF contesta os termos. Em uma ação impetrada na Justiça Federal, que tramita paralelamente, o Ministério Público calcula os prejuízos em R$ 155 bilhões.

De acordo com o Termo de Ajustamento Preliminar, a análise dos programas de reparação dos danos poderá fundamentar, em junho, um Termo de Ajustamento de Conduta Final (TACF). Se as mineradoras e o MPF chegarem a um consenso, a ação de R$ 155 bilhões poderá ser extinta.

O Termo de Ajustamento Preliminar também sugere a substituição do depósito de R$ 1,2 bilhão pela garantia provisória de R$ 2,2 bilhões. Essa garantia seria composta por aplicações financeiras, seguro e bens da Samarco.

 

Agência Brasil

 

Projeto Ecorais faz campanha de preservação da biodiversidade marinha em Búzios

 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

O Projeto Ecorais promove neste final de semana a campanha SOS Mar de Búzios, com várias ações nas praias da cidade. O projeto foi motivado pela preocupação de pescadores locais e órgãos ambientais com os danos que os corais sofrem em função de atividades humanas.

Iniciado em 2000 como tese de mestrado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), para estudar a saúde dos corais do município de Armação dos Búzios, Região dos Lagos, o projeto é dirigido agora pelo Instituto Brasileiro de Biodiversidade (BrBio) – uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip). O Ecorais levantou informações sobre a fauna e a flora marinha e os potenciais impactos verificados nas oito praias de Búzios, onde um terço dos costões rochosos foi diagnosticado como sob estresse ambiental elevado.

Contribui para isso o volume de lixo deixado nas praias e jogado no mar, o número de banhistas e de pessoas na areia, bem como a quantidade de barcos de passeio e até a atividade pesqueira feita de forma desorganizada. A coordenadora-geral do Ecorais, Simone Pszcol, disse que as atividades recreativas têm de ser realizadas de forma ordenada, porque geram lixo para o meio ambiente marinho. Segundo ela, é preciso que um gerenciamento dessas atividades para que elas ocorram de maneira sustentável.

O principal objetivo das ações programadas para o final de semana é transmitir à população e aos turistas informações sobre a biodiversidade marinha do município. “Ou seja, saber que Búzios tem uma formação única. É passar esse conhecimento para que os moradores e turistas saibam da existência desses corais e dessa importante biodiversidade de Búzios, que precisa ser conservada e protegida, para que a gente possa aproveitar da melhor forma os recursos marinhos”, destacou Simone.

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A campanha visa a sensibilizar a população sobre a importância da preservação da biodiversidade marinhaDivulgação/Ibama

Além de sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação dos corais, a campanha quer formar multiplicadores para proteger o meio ambiente. “A ideia é que a gente divulgue o conhecimento que existe sobre as praias, fale sobre biodiversidade marinha, sobre ecologia, por que é importante conservar, o que a gente perde quando não conserva [o meio ambiente]. As pessoas precisam ser críticas sobre as suas atitudes”.

Conscientização

Entre as ações previstas para hoje (28) estão a divulgação da campanha em praias do município e atividades recreativas e jogos, entre outras atrações, na tenda do projeto, localizada na Praça Santos Dumont, centro da cidade.

No domingo (29), haverá mergulho para observação da biodiversidade na Praia dos Ossos e limpeza subaquática, coordenados pela equipe de educação ambiental do BrBio, entre as 10h e as 14h. A partir das 16h, haverá atividades sobre habitats de corais e conservação marinha na tenda do Ecorais, na Praça Santos Dumont. “É apresentar o fundo do mar e a importância de preservá-lo”, disse a bióloga Simone Pszcol.

Ela destacou a necessidade de que a conscientização sobre a preservação do meio ambiente seja iniciada na infância. “Tem que sensibilizar todo o público, começando com as crianças e jovens, que precisam enxergar o que a gente tem de tesouro, o que é importante, o que a gente tem que cuidar”.

Conhecimento

Nesses 16 anos, o Ecorais gerou uma série de conhecimentos que foram passados à sociedade de uma forma acadêmica. No ano passado, surgiu a oportunidade de reativar o projeto, já com uma forma mais institucional, quando o BrBio foi contemplado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) no Projeto de Apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira do Estado do Rio de Janeiro. 

O Ecorais pretende atualizar o mapa da biodiversidade dos costões rochosos elaborado a partir de 2000, que identificou 53 espécies da flora e fauna locais, como algas, esponjas, corais e ouriços. Será feita uma nova avaliação ambiental da região até 2018, em parceria com a Uerj, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). Simone Pszcol disse que a ideia “é fazer o monitoramento dos corais nos próximos dois anos”.

Segundo a bióloga, em dezembro do ano passado, foi feita uma segunda expedição, que mapeou novamente as oito praias. A informação será processada nos próximos meses pelos pesquisadores envolvidos no trabalho.

A campanha será repetida em fevereiro para moradores da Praia Rasa. Em abril, está previsto um curso de capacitação para professores da rede pública municipal de ensino, para que se tornem também multiplicadores do projeto em sala de aula. “Tem que abraçar [a causa], todo mundo tem que trabalhar junto”, afirmou Simone.

 

Agência Brasil

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