O presidente Michel Temer pediu aos investidores brasileiros e estrangeiros que colaborem para a retirada do país da crise e disse que instabilidades ocorridas no país, por diferentes motivos, podem "abalar as instituições" que, segundo ele, não são muito sólidas.
Ao discursar para uma plateia de empresários e membros do mercado financeiro, Temer disse que o capital estrangeiro está "ansioso" para aplicar recursos no país, mas que certas instabilidades institucionais têm atrapalhado esse processo. De acordo com o presidente, esse tipo de instabilidade é algo passageiro e não pode ser levada a sério.
"É interessante que, de vez em quando, há uma certa instabilidade institucional, um fato ou outro. Como nós não temos instituições muito sólidas, qualquer fatozinho, me permitam a expressão, abala as instituições. Então, o investidor fica um pouco assustado, seja nacional, e muito maiormente o estrangeiro", defendeu.
Temer fez uma palestra em Brasília a 80 acionistas e presidentes de empresas com o tema "Perspectivas para o Brasil". Segundo ele, é preciso que todos se esforcem e colaborem para a saída da crise.
"Por isso volto dizer que, ao vos falar, peço compreensão de que os senhores podem investir nas várias atividades que têm porque o Estado brasileiro e, no particular, o governo brasileiro, não os decepcionará. Nós vamos crescer", afirmou ainda.
Durante o discurso, Temer citou os protestos que levaram milhares de pessoas às ruas em 2013, que segundo ele pediam eficiência nos serviços públicos, e classificou ainda o cenário econômico como de recessão. Segundo ele, o controle dos gastos públicos é a principal maneira de combater a crise.
O presidente disse também que há certa urgência no retorno do crescimento e que a pressa "é natural". "Não temos que nos impressionar com movimentos sociais e com o que postulam porque são legítimas [as reivindicações e] nos fazem ficar mais atentos ainda para alcançarmos logo o crescimento do país", afirmou.
Antes de Temer, o ministro da Transparência e da Controladoria-Geral da União (CGU), Torquato Jardim, discutiu as relações entre setores privado e público. Já o cientista político Murillo Aragão elogiou medidas que o governo vem implementando, como a proposta que limita os gastos públicos do governo e a Reforma do Ensino Médio.
"Olhando tudo o que acontece hoje, não posso deixar de ser cautelosamente otimista. Não iremos recuperar o otimismo econômico de uma hora para outra. A recuperação da credibilidade econômica do Brasil irá demorar, mas o certo é que hoje temos um rumo muto mais adequado", defendeu.
O evento "Brasil Futuro", organizado pela Consulting House, busca compartilhar ideias de empresários brasileiros e membros de conselhos sobre a retorno do país ao título de "potência econômica".
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