quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O OUTRO LADO: ALUNO DISCURSA NO PARANÁ CONTRA OCUPAÇÕES, QUE CHAMA DE “RIDÍCULAS” E ACUSA PELA MORTE DO COLEGA

Fonte: Gazeta do Povo

Fonte: Gazeta do Povo

O discurso repleto de slogans e chavões da menina Ana Júlia Ribeiro, filha de militante petista, viralizou pelas redes sociais e encantou os idiotas úteis de sempre, inclusive na imprensa de “direita”. Mas um dia antes houve outro discurso, bem diferente, de um aluno que participa do movimento Desocupa Paraná. Patrick Ignaszevski definiu as ocupações realizadas pelos estudantes como “ridículas” no discurso que proferiu na Assembleia.

“Não somos contra o direito [de os estudantes] se manifestarem, mas a rua está aí para isso. O movimento não é a favor nem contra a PEC [241] e da MP do ensino médio. Acreditamos que deve haver um debate para se construir uma reforma de qualidade, que possa abranger todos os estudantes e não prejudique ninguém. Mas esse debate não [deve ser realizado] com as escolas fechadas, pois já vimos que isso não trouxe resultado”, avalia.

A sugestão do jovem, que foi filiado ao PMDB por cerca de seis meses, em 2014, é a de que essas manifestações ocorressem fora da escola, sem tirar dos estudantes (dos colégios e das universidades) o direito de ir e vir e de frequentar as aulas. Ou seja, um jovem preocupado com a garantia do direito constitucional dos alunos, mas isso sem dúvida não soa tão rebelde e revolucionário como a mensagem autoritária de Ana Júlia.

Ao contrário do vitimismo da moça de esquerda, que se eximiu de qualquer responsabilidade pela morte do colega, Patrick responsabilizou os organizadores do movimento de ocupação, os integrantes da APP-Sindicato e das entidades estudantis pelo crime, que ocorreu dentro de uma escola ocupada.

“Um estudante morreu por causa das invasões. Quando ela [Ana Júlia] fala que ‘as mãos dos deputados estão cheias de sangue’ está mentindo, pois quem está com sangue nas mãos são os líderes dos movimentos que promoveram as ocupações das escolas. Ao invés de ocupar, nós fomos conversar com a Secretaria de Educação, com o [deputado] Ademar Traiano, fomos buscar soluções”, aponta.

Elitista? Golpista?

Filho de uma professora da rede municipal e de um auxiliar de serviços gerais, o jovem também não acredita na versão dos estudantes que definem como apartidário o movimento de ocupação das escolas. Para ele, muitos dos alunos que estão dentro dos colégios lutam pela educação e não percebem que, muitas vezes, estão sendo “doutrinados” pelo sindicato dos professores e por pessoas ligadas a partidos políticos que tiram proveito da causa.

Em seu discurso, inclusive, Patrick lançou uma provocação à APP-Sindicato pedindo a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na instituição. A justificativa, segundo ele, seria o fato de a entidade tornar transparente o destino dos recursos que recebe dos contribuintes. “Será que este dinheiro está sendo usado para financiar as ocupações nas escolas?”, questiona. Veja o discurso na íntegra:

 

Há vida inteligente na juventude. Há alunos que querem efetivamente estudar. Há jovens que percebem toda a manipulação partidária que esses líderes “estudantis” fazem. Há, portanto, esperança.

Rodrigo Constantino

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