Por Jenifer Castilho
Fátima Bernardes fez uma enquete em seu programa onde a pergunta era a seguinte: Quem salvar primeiro, traficante em estado grave ou policial levemente ferido? De 8 participantes, 7 escolheram o bandido. A justificativa dada foi que são dois seres humanos e é mais lógico escolher o que está em estado grave.
Acontece que nem tudo é preto no branco como parece.
Afinal, nessa situação hipotética, se o policial está levemente ferido, quem o feriu?
E se o traficante está em estado grave, onde ele estava? O que fazia? A resposta provavelmente não é: numa sala de aula estudando ou numa entrevista de emprego.
O bandido atira para matar e o policial deve entregar flores?
Às vezes acho que esses defensores de bandidos vivem num outro planeta.
No Rio de Janeiro, os bandidos fazem blitz falsa para pegar militares e matá-los, o crime é tão bem organizado que eles chegaram ao ponto de ter carteirinha descrevendo sua função de “matador de policial”; os turistas, durante as olimpíadas, foram orientados a não mexer no celular na rua, pois poderiam ser assaltados; nós, mulheres, temos medo quando saímos sozinhas na rua.
Isso acontece todos os dias, sem folga.
Independente da ferida leve do policial, sua vida é completamente estressante, ele está lá para proteger a população, e você escolhe salvar o bandido?
“Mas todos merecem uma segunda chance.” Os defensores de bandidos afirmam. Então, onde está a segunda chance da pessoa que foi morta pelo bandido?
1- Já rolou na internet vídeos de bandidos executando um pedreiro, morador de favela, porque ele não aceitou fazer uma casa de graça. Onde está a segunda chance do pedreiro pai de família?
2- Já houve caso em que o bandido atirou numa mulher dentro do ônibus porque ficou com raiva, pois ela só tinha 10 reais na carteira. E a segunda chance dela?
3- E também um caso em que bandido matou uma criança de 11 anos enquanto ela brincava no portão de casa simplesmente porque ela era sobrinha de um traficante de uma facção rival. E a segunda chance da criança?
4- Certa vez um médico cuidou de um traficante que chegou muito ferido no hospital em que trabalhava, passados alguns dias o indivíduo se recuperou, recebeu alta e voltou para a vida do crime. Num certo dia, encontrou o médico que atendeu ele no hospital e o assaltou. O médico o reconheceu e falou: – Você não lembra de mim? Eu cuidei de você no hospital. O bandido respondeu friamente: você estava fazendo o seu trabalho e eu estou fazendo o meu.
E você escolhe salvar o bandido?
Em nome dos cidadãos de bem do Brasil, quero dizer: NÓS ESCOLHEMOS SALVAR O POLICIAL porque dentro daquela farda há um ser humano, um pai de família, alguém de carne e osso, que trabalha sob um sol escaldante e também debaixo da chuva violenta, há alguém que constantemente vê a morte, que sai para trabalhar e não sabe se vai voltar.
E você que escolhe salvar o traficante, quando for assaltado por um deles, chame o Batman.
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