Fonte: Estadão
Um protesto contra o governo e contra projetos do presidente Michel Temer terminou em confusão no final da tarde desta terça-feira (29).
Após mais de 12 mil pessoas se reunirem em frente ao gramado do Congresso Nacional (segundo estimativa da Polícia Legislativa), alguns manifestantes viraram um carro da TV Record que estava estacionado na rampa de acesso e depredaram outros.
A Polícia Militar e a Polícia Legislativa, que faziam um cordão de isolamento, atiraram então bombas de efeito moral para dispersar o ato.
Um grupo chegou a virar banheiros químicos que estavam na região e um outro montou uma barricada num trecho da Esplanada para evitar a proximidade da polícia.
Com o grito de guerra “fora, Temer”, o protesto reúne sindicatos, índios, organizações de esquerda e movimentos sociais.
Há faixas contra a proposta de congelamento de gastos federais, que deve ir a voto no Senado nesta terça, e contra areforma do ensino médio, entre outros pontos.
Eis tudo o que você precisa saber para não apoiar nenhum movimento com a bandeira “Fora, Temer” neste momento. Algum senso de realismo político se faz necessário aqui. Sim, Geddel cometeu abuso de poder, tão típico de nosso modelo político, do que o PMDB representa. Sim, Temer errou.
Mas como não estranhar a postura do ex-ministro Calero, tão ligado à turma da extrema-esquerda, como podemos ver em fotos circulando pelas redes sociais? Como não desconfiar desse pessoal que já aproveita para reforçar a narrativa canalha de que o impeachment foi um “golpe”?
Basta ler a coluna da senadora Vanessa Grazziotin hoje na Folha, a mesma em que ela diz que Fidel Castro representou a luta democrática, para perceber como aqueles que reúnem seus esforços hoje para tentar derrubar Temer agem como inocentes úteis dos comunistas. A quem interessa isso? Fora Temer e quem para dentro?
O purismo também pode ser confundido com certa infantilidade muitas vezes. Algum pragmatismo é importante aqui, como sinal de maturidade. Embarcar ao lado de CUT, UNE, PCdoB, PT e PSOL será sempre uma furada. Em 100 de 100 vezes isso será o lado errado da coisa, da História.
Temer não deve ser blindado, claro, nem seu governo deve permanecer impune, caso denúncias graves sejam comprovadas. Ele também deve sofrer pressão popular pela aprovação das reformas que poderão colocar nossa economia novamente nos trilhos. Mas daí a se juntar com vândalos comunistas para pedir sua cabeça vai uma longa distância.
Não sejamos burros a ponto de nos transformarmos em massa de manobra desses maus perdedores do Antigo Regime, que fazem de tudo para evitar qualquer mudança positiva. Quando for a hora, o próprio PMDB será a bola da vez, para que um Novo Brasil possa emergir do pântano de Brasília. Mas quando for a hora…
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