1. Durante toda a campanha eleitoral os institutos de pesquisa -Datafolha e Ibope- divulgaram os resultados de suas pesquisas pelos votos totais, ou seja, incluindo os brancos, nulos e os que não respondiam.
2. Na véspera da eleição e depois na boca de urna e na divulgação do resultado pelos TREs, apenas foram apresentados os votos válidos, excluindo os brancos e nulos.
3. Numa eleição com alta porcentagem de votos brancos e nulos, a diferença das porcentagens elevando os votos válidos não permite que se avalie se as pesquisas erraram ou acertaram, em quanto e em relação a quem. Incluamos os brancos e nulos no total e vejamos os resultados para prefeito do Rio.
4. Crivella. teve pelo TRE 22,71%. As pesquisas de ambos os institutos, já na segunda metade da campanha davam a Crivella algo como 30%. Portanto, observou-se um expressivo declínio de Crivella, aliás como em outras eleições. A queda foi proporcionalmente semelhante, só que Crivella vinha de um patamar muito maior e isso não criou nenhum risco de sua ida ao segundo turno.
5. Marcelo Freixo recebeu do TRE 14,92%. Durante toda a segunda metade da campanha, Freixo manteve-se com uns 10%. Dessa forma, Freixo cresceu uns 4 a 5 pontos nos últimos dias. Esse crescimento se explica pelo voto útil saindo de Jandira e indo para Freixo. Jandira vinha nas pesquisas na segunda metade da campanha com uns 7% a 8%. Mas os números do TRE lhe deram 2,73% sobre os votos totais. Assim se observa claramente um voto útil desde Jandira a favor de Freixo.
6. Pedro Paulo, na segunda metade da campanha vinha com uns 9% a 10%. Incluindo brancos e nulos, o TRE lhe deu 13,18%. Esse ganho veio especialmente da queda de Crivella.
7. Bolsonaro vinha na segunda metade da campanha com uns 8%. O TRE lhe deu 11,44%. Seu crescimento veio claramente da queda de Crivella nas áreas militares da Zona Oeste, onde Bolsonaro falou para o eleitor de seu pai.
8. Indio da Costa vinha na segunda metade da campanha com uns 7%. O TRE lhe deu 7,35%. Portanto, os sinais de crescimento dados nos últimos dias eram mais flutuações do eleitor buscando o destino final de seu voto.
9. Osorio atravessou a segunda metade da campanha eleitoral com uns 4 a 5%. O TRE lhe deu 7,05%. Esse crescimento veio desde Pedro Paulo, num duplo movimento de transferência desde Crivella para Pedro Paulo e deste para Osório, que cresceu fortemente nas zonas eleitorais da Zona Sul, de classe média superior.
10. Alessandro Molon ficou quase onde estava. Vinha com 2% e fechou com 1,17% no TRE. Aqui também um movimento a favor de Freixo.
11. Elas por elas, a única diferença que efetivamente o IBOPE e o Datafolha não identificaram em suas pesquisas foi a queda abrupta de Crivella. No entanto, os números do GPP, o instituto de tradicionalmente melhor amostragem na cidade do Rio de Janeiro, mantiveram Crivella entre 24% e 25% durante toda a campanha.
12. Esses 5 pontos de diferença do GPP em relação aos 30% de Crivella durante a campanha mereciam ser avaliados pelo IBOPE e Datafolha, inclusive pedindo emprestados os dados internos das pesquisas do GPP para identificar eventuais problemas em suas pesquisas naquelas regiões.
Ex-Blog do Cesar Maia
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