quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Sindicância do Badesul define nomes dos primeiros 15 depoentes

Grupo de trabalho quer saber se mudanças feitas na estrutura do banco de fomento contribuíram para fragilizar critérios de análise de liberação de financiamentos

Por: Carlos Rollsing

 

Sindicância do Badesul define nomes dos primeiros 15 depoentes Mateus Bruxel/Agencia RBS

Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Na sua primeira reunião de trabalho, nesta quinta-feira, a sindicância que investiga irregularidades em financiamentos concedidos pelo Badesul entre 2011 e 2014 definiu que chamará 15 pessoas para prestar depoimentos e esclarecimentos. Os nomes não serão revelados, mas sabe-se que eles são funcionários e ex-dirigentes do Badesul, além de técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), envolvidos com uma inspeção extraordinária em contratos firmados pela instituição. Presidente do banco à época dos atos em análise, Marcelo Lopes deverá ser um dos depoentes. Os interrogatórios começarão na próxima terça-feira.

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Em reportagem de Zero Hora, foi revelado que, a partir de flexibilização de garantias bancárias, o banco gaúcho de fomento sofreu calotes de R$ 157 milhões somente nos contratos assinados com as empresas Iesa Óleo e Gás, Wind Power Energia e D'Itália Móveis

Todas as três tomaram financiamentos, apresentaram salvaguardas frágeis e entraram em inadimplência. A partir dos fatos, o Palácio Piratini decidiu instalar a sindicância para apurar responsabilidades. Na Assembleia, existe coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A sindicância é liderada por Adriana Krieger, coordenadora da Procuradoria Disciplinar e de Probidade Administrativa da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Na condução dos trabalhos investigatórios, se somam a ela os funcionários do Badesul Cesar Cardozo, Deise Rambo e Peter Andersen Cavalcanti. 

Adriana informou que, além dos esclarecimentos, o grupo buscará basear as suas análises em documentos, contratos e alterações estruturais promovidas pela diretoria que eventualmente tenham contribuído para fragilizar o sistema de análise de risco nas operações de crédito. Outro objetivo é verificar se os controles internos foram negligenciados para facilitar empréstimos de risco, informou Adriana. A procuradora disse que "há indícios" de problemas nas operações, mas explicou que, para tomar ações de responsabilização ao final das análises, é necessário aprofundar investigações. 

Os trabalhos começarão com 15 depoentes, mas o número irá aumentar. Também é possível que a sindicância amplie o rol de contratos analisados. Inicialmente, as apurações estarão focadas nos empréstimos concedidos às empresas Iesa Óleo e Gás, Wind Power Energia e D'Itália Móveis, todos assinados durante o mandato do ex-governador Tarso Genro.

*Zero Hora

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