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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Petralhas Inglórios: Como se proteger dos esquerdistas nas eleições?

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Por Bourdin Burke, publicado pelo Instituto Liberal

Esta é uma das cenas mais emblemáticas do clássico “Bastardos Inglórios”, do inigualável Quentin Tarantino: o Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) pergunta a um soldado alemão capturado por sua milícia o que ele vai fazer com seu uniforme nazista após a guerra; quando este responde que vai atear fogo à farda, os bastardos resolvem aplicar o método corriqueiramente por eles adotado nestes casos – qual seja, “tatuar” uma suástica à faca na testa do indivíduo, para que ele nunca possa negar seu passado e fazer-se passar por um cidadão comum. Em meio aos derradeiros eventos que redundarão na cassação do mandato de Dilma Rousseff, e na porvindoura e impositiva cassação do registro do Partido dos Trabalhadores (primo distante do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), convém analisar se medida correlata não deveria ser empregada em relação aos políticos que estão se despindo de sua roupagem Petista a partir das eleições municipais de 2016 a fim de descolar sua imagem da quadrilha que tomou de assalto e conduziu a economia brasileira (e os brasileiros) ao seu inferno astral.

Cena de "Bastardos Inglórios". Imagem de divulgação.

Cena de “Bastardos Inglórios”. Imagem de divulgação.

É claro que, para tal, não precisamos lançar mão de instrumentos cortantes, pois já será de grande valia ajudar a disseminar as características do discurso estatizante, coletivista, intervencionista, a fim de que todos os eleitores possam identificar propostas e concepções socialistas até mesmo nos mais declaradamente antipetistas dos candidatos. Examine os tópicos a seguir, e caso note que ele faz parte da agenda de algum político, saiba estar diante de um Lulopetista (ou pior) dissimulado, e lacre um adesivo imaginário de uma foice e um martelo cruzados em sua testa:

Candidatos que escondem a referência petista. Imagem da Web.

Candidatos que escondem a referência petista. Imagem da Web.

1 – O Estado deve regular/planejar a economia: Esta é uma vaca sagrada do populismo. O governo, impondo restrições à entrada de novos empreendedores em várias atividades econômicas (tais quais aviação e telefonia), cria reservas de mercado protegidas contra a livre concorrência, escolhendo, na prática, quem vai ficar rico, e quais agentes econômicos serão protegidos de outros produtores que “ousem” querer oferecer os mesmos bens com maior qualidade e a custos minorados. Mas se ainda assim persistirem na ousadia, quem sabe esses últimos possam passar a integrar o seleto clube, se, claro, forem “gratos” com os políticos benevolentes que lhes fizerem tal favor.

Como Frédéric Bastiat bem delineou, os consumidores almejam a abundância de produtos e serviços no mercado, posto que tal condição acarretará em redução de preços e elevação da qualidade, ao passo que os empresários ambicionam a miséria, ou seja, eles gostariam, no limite da interpretação da teoria do economista Francês, que somente os seus bens fossem ofertados no mercado, o que permitira majorar seus lucros (por meio do famigerado capitalismo de compadrio).

Ademais, quando o Estado concede empréstimos com juros abaixo dos praticados no mercado ou ainda desonera folhas de pagamento de segmentos empresariais escolhidos “a dedo” (quando não com interesses espúrios), parte-se do princípio que seus burocratas seriam seres “ungidos” pela máxima sabedoria, capazes de prever e encaminhar os rumos da economia local (processo conhecido como planificação), e ignorando por completo que as valorações subjetivas de compradores e vendedores no livre mercado são de tal sorte imprevisíveis que esta tarefa torna-se infactível para este seleto grupo de doutos funcionários públicos.

Portanto, se um candidato a prefeito defende, por exemplo, ainda que sob o pretexto do “interesse público” – palavra mágica predileta de 10 entre 10 políticos – que o Uber seja regulado (leia-se: imposição de tarifas e restrições a sua operação) ou manifesta-se contra a livre concorrência no transporte coletivo, parabéns: você caçou um candidato estatizante-mon. Capture-o e jogue-o na lata de lixo das eleições!

2 – O Estado é responsável por gerar empregos: Esta sandice até pode ganhar ares de verdade, caso signifique “sair da frente”, ou laissez faire. Isto é, se o governo quer contribuir para a formação de vagas no mercado de trabalho, pode começar não atrapalhando: reduzindo e simplificando a carga tributária, facilitando os procedimentos para abertura e fechamento de empresas, não deixando obras de infraestrutura paradas pelo caminho.

Mas é claro que muitos candidatos adotam a técnica de criar empregos por meio do gasto estatal, ainda que gerando, para tal, déficit fiscal – o que, no longo prazo, causará inflação e… desemprego! Eles fazem a alegria dos entusiastas do Keynesianismo e a desgraça da população que vai viver para ver o resultado.

Gerar empregos em empresas estatais? Claro, inchar o Estado em áreas nas quais a iniciativa privada poderia perfeitamente assumir é expediente muito aconselhável – se quisermos ampliar as possibilidades de conluio entre corruptos e corruptores, e estourar as contas públicas.

Portanto, se um candidato disser que, caso seja agraciado com seu voto, irá arranjar emprego para você (considerando, claro, que você não é um bajulador que pode ser nomeado para não fazer nada em cargos fantasmas) e toda sua família, desconfie: a chance de você precisar marcá-lo na paleta como Petista é considerável.

3 – No meu mandato, haverá mais igualdade: Em Cuba e na Venezuela há bastante igualdade. Os Estados Unidos são um dos países mais desiguais do planeta. Quer dizer, não interessa (ou não deveria interessar) a distância entre quem está na base e no topo da pirâmide social. A pergunta correta a ser feita é: como estão as condições de vida de quem está na base? Caso sejam satisfatórias (ou seja, haja condições de viver dignamente para esta parcela da população), o objetivo estará sendo atingido por esta sociedade, independente se Ferraris acelerem ao lado de carros bem mais simples na rua. Aliás, normalmente, são justamente os investimentos do motorista da Ferrari que darão emprego para o proprietário do carro popular – isso, claro, se não estivermos falando de um país com taxas de juros tão altas que estimulem o indivíduo a viver da renda proveniente de aplicações financeiras, em vez de embrenhar-se na verdadeira selva de legislação e insegurança jurídica em que consiste abrir uma empresa no Brasil.

Assim, se você escutar este papo de redução da desigualdade, possivelmente ele terá sido emanado por um político de esquerda, daqueles que não fariam feio na tarefa de emular todos os procedimentos adotados por Lula e Dilma, e que levaram o Brasil à depressão econômica.

Obviamente, há muitas outras formas de distinguir Petistas que viraram a casaca ideológica (pero no mucho).  No mais das vezes, são ratos que abandonaram o barco ou, pior ainda, que se afastaram do PT por considerar que o partido encontrava-se, neste momento histórico, pouco à esquerda – acredite, eles existem. Localizá-los e identifica-los é missão primordial, caso não queiramos que os cúmplices de tanto sofrimento saiam impunes em suas carreiras políticas.

Em 2011, durante a “pacificação” do morro do Alemão, ficou famosa a cena em que traficantes fugiam do morro em disparada. Muitos se perguntaram na ocasião: para onde vão os meliantes? Converter-se à igreja evangélica e abandonar a vida de crimes? Pois é. A atual situação periclitante das favelas cariocas responde ao questionamento melhor do que qualquer sociólogo o teria feito. Da mesma forma, os Petistas que ora fazem questão de esconder a estrela vermelha e até de não utilizar o vermelho comunista característico da sigla em seu material de campanha, são mais do mesmo: apenas políticos velhacos que procuram tão somente fugir dos holofotes da opinião pública, a qual hoje, em sua esmagadora maioria, quer o fim do Lulopetismo.

Au revoir, Shoshanna. Digo, Dilma Rousseff! Quem viu o filme entendeu. Se ela pode também voltar para nos queimar vivos? Só se o brasileiro regredir muito nos oito anos de inabilitação para o serviço público que a Querida vai experimentar…

Imagem de divulgação.

Imagem de divulgação.

EDITADO: E não é que ela pode voltar mesmo? O que o medo de encarar o Juiz Moro não faz, hein. E é claro que Eduardo Cunha também curtiu muito essa chicana jurídica. Pior para os gaúchos, que podem vir a amargar Luciana Genro na prefeitura de Porto Alegre e Dilma no Palácio do Piratini. Pense em uma tempestade perfeita nos pampas! Felizmente, ainda há esperança de que o STF anule esta decisão estapafúrdia patrocinada pelo PMDB e por Lewandowski, ou o próprio TSE ainda pode impor a perda de direitos políticos à PresidentA. Realmente, não dá pra cochilar um segundo com o PT…

 

Blog do Rodrigo Constantino

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