Da Agência Ansa
A massa da Via Láctea, que abriga nosso sistema solar, é três vezes maior do que se pensava, de acordo com um novo estudo realizado pela Academia Chinesa de Ciência. As informações são da Agência Lusa.
A pesquisa guiada pelo astrônomo Ye Xu trouxe dados e medidas inéditos, obtidos a partir de observações com radiotelescópios localizados nos Estados Unidos e imagens de alta resolução da galáxia.
Graças a esse mapeamento, foi possível chegar a novas conclusões sobre a estrutura da Via Láctea, que é bastante difícil de estudar, dado que estamos em seu interior.
"A Via Láctea não deve mais ser considerada uma galáxia anã, mas sim uma irmã-gêmea de Andrômeda", declarou o astrônomo italiano Luca Moscadelli, que participou da pesquisa.
De fato, a galáxia é uma gigante espiral: ela se revelou mais veloz, larga e massiva do que se imaginava, por isso a classificaram como gêmea de Andrômeda – a maior das galáxias que constituem o Grupo Local.
Além disso, descobriu-se que nossa galáxia é formada por cinco braços espirais, e não quatro. O sistema solar se encontra no braço chamado Orion, que também se revelou mais extenso e muito parecido com os vizinhos Sagitário e Perseu.
Por fim, o estudo conseguiu estimar com mais precisão a distância do Sol até o centro da galáxia, fixada agora em 27,2 mil anos-luz.
Outra surpresa para os cientistas foi a velocidade de rotação galáctica no ponto em que se encontra nosso sistema planetário: 240 km por segundo, 10% mais rápido do que apontavam os dados antigos.
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Professor universitário pede emprego nos semáforos de São Paulo
O professor e analista de sistemas Jair da Silva, 61, está a caminho de um cruzamento nas imediações de casa, no Jardim São Paulo, bairro de classe média na zona norte da capital paulista.
Ele chega a uma esquina e olha para o semáforo, a tempo de ajeitar o terno e os cabelos brancos antes que três carros parem. "Só esses?", lamenta.
Silva decide passar a vez. O sinal abre e fecha —agora a quantidade de carros é suficiente. Aproxima-se do primeiro veículo, pede licença ao motorista e lhe entrega um cartão de visita.
Na frente do cartão, nome, telefone, e-mail e a frase "Solicito uma oportunidade profissional". No verso, as atividades que exerceu como professor universitário e gerente administrativo e de negócios.
Ele repete o gesto ao segundo e ao terceiro motorista, e de nada adianta uma fila maior. A luz verde aparece, ele corre para a calçada e permanece ao lado de uma banca de jornal, ansioso para que o sinal volte a fechar.
Desempregado há seis meses, é a segunda vez que procura trabalho assim em um espaço de 30 dias. A primeira foi em 28 de agosto. Um dos semáforos do Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, também não ajudava —era rápido, e passavam poucos carros.
Silva teve que andar alguns quarteirões para encontrar um local melhor. Distribuiu trezentos cartões naquele dia. "Se o primeiro e o segundo motorista pegam o cartão, o terceiro, o quarto e o quinto também vão pegar. Se os primeiros não pegam, os demais também não."
VIVENDO SEM EMPREGO
A família tem dificuldade para se manter. Mora em casa própria, mas a aposentadoria de Eleni paga apenas o plano de saúde do casal. Tudo seria pior não fosse o apoio do filho único, Leonardo, que cursou MBA no Canadá e está empregado.
Jair da Silva trabalhou por vários anos sem registro e, durante essa fase, não contribuiu com o INSS, circunstância que lamenta. Faltam dois anos para a aposentadoria, e os meses de desemprego consumiram as reservas do casal.
Mas nem sempre foi assim. Ele deu aulas de informática por mais de vinte anos em colégios e faculdades particulares. No ensino superior, foi professor, coordenador de ensino, instrutor e implantou sistemas.
Também trabalhou no Grupo Pão de Açúcar, onde conheceu Eleni. Foi encarregado administrativo, deu suporte a departamentos e desenvolveu sistemas, programas e planilhas de custos, entre outras funções.
Como não conseguiu concluir o mestrado, titulação que as faculdades em que lecionava passaram a exigir, teve de deixar o ensino superior e passou a dar cursos livres.
Também prestou serviço ao Banco PanAmericano, em áreas como análise de processos e cobrança. O último emprego, em março, foi como gerente administrativo e financeiro do Instituto de Pesquisa e Educação em Saúde de São Paulo (IPESSP).
BUSCA DIFÍCIL
Silva enviou cerca de 500 currículos online, mas até agora não conseguiu uma vaga. Deduz que o problema seja sua idade. "Já houve casos em que a empresa me disse: ′O senhor tem um currículo maravilhoso, mas só estamos contratando até 38 anos′."
Ele enfrenta uma situação que tem se agravado no país. Uma pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, publicada em setembro, apontou que 34% dos idosos brasileiros afirmam que já se sentiram discriminados por causa da idade.
E um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou aumento de 132% no desemprego de pessoas com mais de 59 anos em comparação entre o quarto trimestre de 2014 (último período antes da piora no mercado de trabalho) e o segundo trimestre deste ano.
"O que ia fazer? Começa a bater desespero. Gerência você não arruma. Auxiliar você não arruma. Supervisor você não arruma. Você não arruma nada", diz Silva.
Depois das tentativas nos serviços de emprego via internet, foi ao centro da cidade e distribuiu seu currículo aos idosos que trabalham nas ruas para empresas de recrutamento. Mesmo assim não foi procurado.
Outro jeito
Um dia, desanimado, deparou-se com uma proposta de impressão de cartões de visita. Personalizou o seu e mandou confeccionar mil unidades com a fotografia de um trevo de cinco folhas, raridade que nascera em um vaso de sua casa.
Mostrou o cartão para a mulher e contou que iria distribuí-lo no trânsito. Para quem trabalhou em tinturaria aos 11 anos e vendeu limões na feira aos 17, não seria problema, pensou. "Vou trabalhar por mim. De onde vou tirar uma chance? Eu não tenho mais". Logo no primeiro dia, distribuiu cerca de 300 "minicurrículos". Alguns motoristas compartilharam a iniciativa em redes sociais.
Um desses posts, no LinkedIn (rede social voltada a contatos profissionais), rendeu centenas de manifestações de apoio e, dias depois, outros registros na internet e uma reportagem de TV sobre o professor. "Essas mensagens são gratificantes, mas continuo desempregado", lamenta Silva.
REPERCUSSÃO
Quando soube da história do analista de sistemas, a profissional de coaching Madalena Feliciano, da empresa Outliers Career, decidiu apoiá-lo. "Destinei uma equipe para orientá-lo sobre o atual cenário e ajudá-lo a divulgar seu currículo em empresas adequadas ao seu perfil", disse. "Também vamos prepará-lo para uma nova carreira, como a de coach profissional."
A atitude de Silva também tem inspirado outras pessoas, como a engenheira de produção gaúcha Noélle de Melo, que mora no Rio e está desempregada há quatro meses.
Após conversar com ele, decidiu fazer um cartão semelhante para distribuir no centro da cidade e diante de condomínios de empresas na Barra da Tijuca. "Também pretendo entregá-los em eventos e agências de RH."
O professor, por sua vez, diz estar esperançoso –e ter recebido o carinho de muita gente.
Ao vê-lo pedindo emprego no bairro, o servidor público Reginaldo Dias pensou que o senhor de terno fosse um candidato distribuindo "santinhos" políticos. Quando soube do que se tratava, o cumprimentou. "É uma atitude digna de quem está querendo trabalhar."
Silva acaba de atualizar seu perfil profissional. Continuará a enviar dez currículos por dia e procurará semáforos em regiões com grande circulação de empresários. "Se o farol não der certo, vou distribuir na porta de restaurantes para altos executivos. Meu pavio ainda tem muito o que queimar."
Fonte: BBC - Brasil - 28/09/2016 e Endividado
O que as empresas podem e o que elas não podem fazer na hora de cobrar uma dívida
por Ana Karina Giacomelli
A cobrança de forma abusiva, que expõe ao ridículo ou ameaça o consumidor, é punível com detenção e até prisão pelo Judiciário
Com a crise que o país está enfrentando, fica difícil mesmo manter as contas em dia. Se não é possível pagar todas as dívidas do mês, é importante procurar as empresas credoras para renegociar o débito e não pagar juros absurdos. Mas como agir quando você faz um acordo e mesmo assim continuam te ligando para cobrar? E quando deixam vários recados no teu trabalho, será que a empresa não está passando dos limites? Confira as dicas do advogado Lisandro Adames, especialista em direitos do consumidor, que vão te ajudar a esclarecer algumas dúvidas.
1. Como diferenciar a cobrança legal da abusiva?
A forma abusiva é aquela em que a dívida que está sendo cobrada expõe o consumidor a constrangimento, ameaça física ou moral, interferindo com seu trabalho, descanso ou lazer. Claro que, uma ligação feita até as 20h não pode ser considerada abusiva mas, por exemplo, no domingo, já configura uma situação abusiva.
2. Afinal, a empresa pode fazer cobrança no trabalho? De que forma?
A cobrança no local de trabalho deve ser feita de maneira discreta. Por telefone, o motivo do contato só pode ser informado ao devedor. O envio de cartas precisa ser em envelope discreto e ter aviso de recebimento em "mão própria". A empresa de cobrança deve ter o cuidado de pedir a identificação do destinatário para entregar o aviso. Jamais pode informar outra pessoa do teor do assunto.
3. E se deixarem algum recado referente a cobrança com um colega?
Recados devem ser apenas com o pedido de retorno da ligação ou para avisar que alguém entrará em contato novamente em outro horário. A cobrança de forma abusiva, que expõe ao ridículo ou ameaça o consumidor, é punível com detenção e até prisão pelo Judiciário. Se estiver nessa situação, faça uma ocorrência na Polícia Civil.
4. Cadastrei o número do telefone de um familiar ou amigo como contato. A empresa pode ligar para eles?
Sim. Se a empresa não conseguir falar com o cliente diretamente, pode ligar para outros números de contato que estão no cadastro. Porém, devem apenas dizer que é um assunto de interesse da pessoa e pedir retorno, sem informar que é uma cobrança.
5. Quais as maneiras legais de contato para cobrança?
As empresas podem contatar o cliente por telefone fixo, celular, telegrama, e-mail, SMS, Whattsap, Messenger, carta com ou sem aviso de recebimento, notificação via cartório, notificação judicial e protesto com notificação via cartório. O que não pode é o contato público, como deixar recados em redes sociais sem ser inbox, por exemplo.
6. Como devo agir se a empresa for invasiva?
Os telefonemas não podem ser de forma repetitiva, que causem abalo psicológico. Algumas empresas ligam diversas vezes ao dia, mesmo depois que a pessoa já informou a data que irá pagar o débito. Neste caso, deve-se anotar a hora que recebeu a ligação e entrar em contato com a Ouvidoria ou SAC da empresa credora para fazer uma reclamação. Se não adiantar, faça um boletim de ocorrência e ingresse no Juizado Especial para ser reparado moralmente.
7. Não paguei a conta porque estão me cobrando um valor abusivo. Como devo proceder?
Peça um detalhamento da cobrança com as condições contratadas. Se as exigências forem abusivas, com cláusulas que tenham previsão de cobrança além da usual de mercado, entre com um processo no Juizado Especial pedindo a Desconstituição Parcial de Débito. Informe quais são os valores devidos e os que estão sendo cobrados.
8. Quantos avisos eu tenho que receber antes de entrar no SPC ou SERASA?
Normalmente, um aviso de débito e uma carta do SPC e/ou SERASA informando que se em 10 dias a conta não for quitada, o registro será efetuado nos seus cadastros.
9. Como posso verificar se meu nome está negativado?
A forma mais prática para consulta do SERASA é ir até o Tudo Fácil (Avenida Borges de Medeiros, 521). Para o SPC, em Porto Alegre, você pode consultar nestes locais: Centro Shopping (Rua Voluntários da Pátria, 294, 2º andar, sala 259), Centro Histórico (Rua Doutor Flores, 240) e CDL — Câmara dos Dirigentes Lojistas (Rua Senhor dos Passos, 235). O atendimento é gratuito.
Fonte: Diário Gaúcho - 28/09/2016 e Endividado
Banco poderá financiar imóvel de até R$ 1,5 milhão por taxa mais baixa
por MAELI PRADO
O CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu permitir, pelo prazo de um ano, que os bancos financiem operações de aquisição de imóveis novos de até R$ 1,5 milhão pelas taxas de juros do SFH (Sistema Financeiro de Habitação).
A medida, entretanto, não vale para o uso de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) na compra de imóveis. Nesse caso, continua a valer o limite de R$ 750 mil (para Minas Gerais, Rio e São Paulo) e R$ 650 mil para outros Estados.
Ou seja, o conselho permitiu apenas o benefício das taxas de juros menores nessa faixa mais cara de imóveis, mas sem o uso do FGTS.
Não há previsão para que essa medida tenha impacto imediato no mercado, já que a decisão de conceder financiamento cabe aos bancos. De acordo com o CMN, as instituições financeiras já emprestaram a maior parte do montante permitido nessa modalidade.
Do total do saldo da poupança, os bancos precisam direcionar 65% para o crédito imobiliário, de acordo com as regras do conselho. Desse percentual, 80% é direcionado ao SFH, cuja taxa de juros é de 12%, mais baixa do que as taxas de mercado.
Fonte: Folha Online - 29/09/2016 e Endividado
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