Da Agência Ansa
Além de ter tirado a vida de mais de 280 pessoas, o terremoto que atingiu a Itália na última quarta-feira (24) danificou bens culturais: 293, sendo 50 deles de maneira quase ou irreversível. As informações são da Agência Ansa.
Em Amatrice, a cidade mais afetada pelo sismo, pelo menos 11 edifícios históricos desabaram, incluindo duas basílicas (San Francesco e Sant'Agostino), seis igrejas (San Giovanni, Sant'Agnese, Santa Maria del Suffragio, San Giuseppe, Sant'Emidio e del Crocifisso), o Arquivo Municipal, a Biblioteca Municipal e o Museu Cívico. Além disso, outros quatro monumentos estão gravemente danificados: as portas Romana e Ascolana, a Torre Cívica e o Arco San Francesco.
Já em Arquata del Tronto, segunda cidade mais atingida, a igreja Santa Croce ficou completamente destruída, enquanto outras duas (Santissima Annunziata e Santissimo Salvatore) estão com avarias sérias em seus tetos e campanários.
Na vizinha Urbino, terra do pintor renascentista Rafael Sanzio, o famoso domo local registrou leves danos nas paredes, mas não corre riscos. Também foram detectados problemas em igrejas e museus de Ascoli Piceno, Montegallo, Montemonaco, Tolentino, San Ginesio, Gualdo Tadino, Valle Castellana, Rocca Santa Maria, Campli, Torano Nuovo, Teramo, Isola del Gran Sasso, Norcia, Sellano e Cerreto di Spoleto.
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Aparentemente...
Revitalizar o Velho Chico é mudar as atividades produtivas, dizem pesquisadores
Edwirges Nogueira – Repórter da Agência Brasil
A continuidade do modelo econômico atual na Bacia do Rio São Francisco, com atividades que consomem muita água e provocam devastação dos biomas, e a falta de informações sobre a real necessidade por água podem atrapalhar ou mesmo inviabilizar a revitalização do manancial.
A opinião é compartilhada pelo engenheiro agrônomo João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), e pelo sociólogo Adriano Martins, que participou de uma peregrinação pelas cidades cortadas pelo rio na década de 1990.
Especialista em convivência com o semiárido, Suassuna se diz incrédulo com o plano Novo Chico, lançado pelo governo do presidente interino Michel Temer. Ele relata que o Rio São Francisco praticamente não tem mais mata ciliar, o que provoca assoreamento e, em consequência, a baixa reprodução de peixes. Além disso, ele cita que é urgente solucionar o problema dos esgotos que são lançados sem tratamento na calha do rio. O novo programa prevê ações para proteção e recuperação das nascentes, controle de processos erosivos e recuperação de áreas degradadas. Na primeira fase, terão prioridade as obras de abastecimento de água e de esgotamento sanitário que estão em andamento, com investimento total de R$ 1,162 bilhão.
Revitalizar o rio São Francisco passa por mudar as atividades produtivas, apontam pesquisadores Chesf/Divulgação
O pesquisador conta que, no início do governo Lula (o primeiro mandato do ex-presidente foi de 2003 a 2006), houve uma preocupação e uma intenção de atacar esse problema. No entanto, com o advento do projeto da transposição, os recursos acabaram sendo redirecionados.
“O governo Temer chega agora com o plano Novo Chico e tenta acelerar essas questões da revitalização, mas estamos numa crise muito séria, com falta de recursos. Não acredito, em hipótese alguma, que esse plano vá para frente. Deveria haver prioridade na conclusão da transposição e deixar para mais tarde, depois que começar a resolver os problemas de abastecimento do povo, o investimento na revitalização do rio.”
Suassuna aponta que é necessário realizar um trabalho intenso comandado por hidrólogos para saber qual a oferta e a demanda por água do São Francisco. Ele relata, por exemplo, que existe um uso exacerbado da água dos aquíferos (águas subterrâneas), principalmente pela agricultura irrigada.
“O que se sabe hoje é que o São Francisco está correndo com pouca água, há a perspectiva de a represa de Sobradinho chegar ao volume morto em novembro, numa situação em que o Nordeste está sedento. Se a transposição estivesse em funcionamento, o rio não teria condições de fornecer o volume suficiente para atender as necessidades dos nordestinos.”
Quase 25 anos atrás, as condições da bacia do rio São Francisco já chamavam a atenção de estudiosos e ambientalistas. Em 1992, quatro pessoas, entre elas o hoje bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, e o sociólogo Adriano Martins, realizaram uma peregrinação por cidades da bacia desde a nascente até a foz, para dialogar com as populações ribeirinhas sobre a degradação do manancial e buscar soluções para os problemas.
À época, segundo Martins, a situação mais visível era o desmatamento das matas ciliares, das regiões de nascentes e das encostas, o que gerava o carreamento de terra para o leito do rio. Os impactos dos grandes barramentos, a exemplo da represa de Sobradinho, também foram notados pelos peregrinos. De acordo com o sociólogo, as obras alteraram o ciclo de vazão e cheia, fazendo com que as águas cheguem à foz sem força e provocando o avanço do mar rio adentro.
A falta de gestão do uso das águas também foi verificada na década de 1990 e, de acordo com Martins, o problema persiste e se agrava a partir do avanço do agronegócio. “Há uma busca maior da água para fins produtivos. Existe um esforço do comitê de bacias [Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco] para mediar esses conflitos, minorá-los, mas na hora da disputa, quem tem mais peso político e mais poder econômico acaba levando vantagem.”
Furo na água
Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), 68% da água retirada do rio São Francisco são destinadas à irrigação.
O sociólogo defende que a revitalização do rio São Francisco requer uma reorientação da proposta de desenvolvimento da região, revendo, por exemplo atividades como o plantio de eucalipto para produção de celulose e monoculturas para exportação, que são altamente degradantes. Para ele, há atividades lucrativas que causam pouco impacto na região da bacia, como a caprinocultura e a ovinocultura.
“Pensar revitalização sem pensar a reorientação do desenvolvimento da região é como fazer furo na água. É possível evitar danos maiores, mas não revitaliza de fato.”
Dia Nacional de Combate ao Fumo: Inca usa esporte como arma contra tabagismo
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Inca: hábito de fumar prejudica a execução
de atividades físicasArquivo/Agência Brasil
Motivado pela Olimpíada do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) adotou o esporte como temática de conscientização para o Dia Nacional de Combate ao Fumo, marcado para a próxima segunda-feira (29). Com o slogan #MostreAtitude: sem o cigarro sua vida ganha mais saúde, a campanha quer atingir principalmente a faixa etária entre 13 e 35 anos.
Saiba Mais
A ideia é que o tema estimule a prática de esportes e assim influencie na prevenção e na cessação do tabagismo, já que o hábito de fumar atrapalha a execução de atividades físicas. Ao consumir produtos que contêm tabaco, os praticantes de esportes diminuem sua performance, principalmente em relação à respiração. Segundo o Inca, enquanto pratica esporte, quem fuma fica cansado com mais facilidade; sofre com falta de ar; tem resistência reduzida e poder de reação mais lento.
Os benefícios de parar de fumar são percebidos rapidamente. De acordo com o Inca, após duas horas sem cigarro, a nicotina deixa de ser detectada na corrente sanguínea, após oito horas, o nível de oxigênio normaliza-se e, até 24 horas depois, os pulmões funcionam melhor. Dois dias depois da última tragada, já é possível perceber melhor cheiros e sabores e, após um ano, o risco de infarto do miocárdio cai pela metade.
Dados do levantamento Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, do Ministério da Saúde, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos 10 anos, sendo que 10,4% da população das capitais brasileiras mantêm o hábito de fumar. Em 2006, o percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens permanecem como os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), e as mulheres fumantes representam 8,3% do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de 20,3% entre os homens e de 12,8% entre as mulheres.
O Ministério da Saúde, alerta que, apesar da redução do número de fumantes, as doenças causadas pelo tabagismo acarretam aproximadamente 200 mil mortes por ano no Brasil. O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como câncer e problemas pulmonares e cardiovasculares.
Tratamento
A rede pública de saúde oferece medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona para quem quiser parar de fumar.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, em 2013, 73,1% das pessoas que tentaram parar de fumar conseguiram tratamento.
Paulo Virgílio – Repórter da Agência Brasil*
A prevenção de doenças é um dos benefícios do aleitamento materno Arquivo/Agência Brasil
Para chamar a atenção sobre a importância do leite materno e da amamentação, centenas de mães, com seus bebês, reuniram-se neste sábado (27), na Igreja da Penha, na zona norte do Rio, em evento promovido pelos centros municipais de saúde e clínicas da família da região, que contam com a cogestão da organização não governamental (ONG) Viva Rio.
Foi o primeiro mamaço realizado no bairro, em evento que também contou com outras atividades, incluindo alguns tratamentos de beleza.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 41% dos bebês menores de 6 meses são alimentados exclusivamente com o leite materno, como é o recomendado. Para a técnica em enfermagem Zilda dos Santos, supervisora do Projeto Iniciativa Básica da Amamentação (Iubaam) e idealizadora do mamaço, o baixo índice é resultado, sobretudo, da falta de orientação sobre o aleitamento.
Entre os inúmeros os benefícios da amamentação, Zilda dos Santos destacou a prevenção de doenças, já que o leite materno inicialmente funciona como uma vacina com cerca de 250 imunizantes ativos. Para a mãe, a prática reduz casos de hemorragia após o parto e a incidência de câncer e osteoporose.
Além disso, o aleitamento materno colabora com a saúde do planeta. “Este ano o tema da Semana da Amamentação foi a sustentabilidade. A mãe que não amamenta consome em média quatro latas de leite por semana, fora bicos de chupeta e mamadeiras, plásticos que ficam no ecossistema durante anos. O peito é uma embalagem não descartável”, ressaltou.
A agente comunitária de saúde Olga de Oliveira, que trabalha no projeto junto com Zilda, reuniu a orientação com a prática. A filha dela, de 4 anos, foi amamentada até os 2 anos. “Eu passei de paciente a agente, a multiplicadora. Conheci o grupo na clínica onde trabalho e continuo nesse projeto, promovendo a amamentação.”
O próximo mamaço promovido pelas unidades da Secretaria Municipal de Saúde já tem data certa. Será no dia 25 de setembro, dessa vez com as mães e bebês das comunidades do Complexo da Maré, também na zona norte do Rio.
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