segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Rio volta a atrasar repasse de consignados aos bancos, diz entidade

Após negociação feita em junho, o governo do Rio de Janeiro voltou a atrasar repasses aos bancos relativos ao crédito consignado dos servidores públicos estaduais, diz a Associação Brasileira de Bancos (ABBC). Segundo a entidade, os atrasos recentes são de parte dos valores de julho e do montante de agosto.

O atraso cobrado pela ABBC ocorre quando o ente público não repassa ao banco o valor descontado da folha de pagamento do servidor para quitar a parcela do empréstimo consignado tomado junto ao banco.

De acordo com a ABBC, o Rio de Janeiro também não repassou valores de abril e maio que, em junho, havia se proposto a quitar em cinco parcelas. Em razão dos atrasos, ontem (13) os bancos associados à entidade decidiram suspender novos empréstimos a servidores do Rio.

A ABBC diz que, até o momento, o governo do Rio de Janeiro só repassou valores referentes ao mês de junho e, no caso de julho, o montante relacionado aos empréstimos de servidores da ativa. “Resta pendente o repasse dos inativos, vinculados à RioPrevidência”, diz nota da entidade.

A ABBC informa que a dívida total do Rio de Janeiro com o repasse do consignado é de cerca de R$ 500 milhões. Desses, R$ 200 milhões são devidos a bancos associados à entidade.

Outros endividados

O Rio, que enfrenta uma crise financeira, não é o único estado com atraso nos repasses do crédito consignado. De acordo com a ABBC, os governos do Amapá e Tocantins também atrasaram repasses. O problema atinge também municípios, como é o caso de Macapá, capital do Amapá. A entidade disse não ter o valor consolidado devido por todos os estados e municípios.

Segundo a ABBC, foi marcada reunião com o secretário de Fazenda do Rio de Janeiro, Gustavo Barbosa, para o próximo dia 25, para tratar dos novos atrasos. A Agência Brasil tentou contato com a Secretaria de Fazenda do RJ por e-mail e telefone, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

 

Agência Brasil

 

Governo desiste de Tapajós; Greenpeace alerta para riscos de hidrelétricas

 

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

Amazônia

AmazôniaMarcello Casal Jr/Arquivo/Agência Brasil

Depois do arquivamento do processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o governo decidiu que não vai levar adiante o projeto, pelo menos por enquanto. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que a ideia da construção da usina vai ficar suspensa, e os estudos ambientais já realizados ficarão à disposição do país para outro momento.

“A decisão do governo, do presidente [Michel Temer] é de fato suspender nesse momento qualquer avanço nessa região. Do ponto de vista de suprimento de energia, não há nenhuma dificuldade, porque temos muitas alternativas”, disse o ministro.

Mesmo com a decisão do governo, o Greenpeace continua sua campanha contra a possibilidade de construção de outras hidrelétricas na Amazônia. Segundo a entidade, ainda existem 42 projetos de hidrelétricas na bacia do Rio Tapajós e dezenas na Amazônia.

Para Danicley Aguiar, da campanha Amazônia do Greenpeace, a decisão do Ibama foi acertada. “Foi a melhor decisão, porque essa hidrelétrica oferece risco extremo à preservação da biodiversidade no Rio Tapajós e, sobretudo, risco ao modo de vida do povo Munduruku. Mas a organização continuará trabalhando para sensibilizar o governo e a sociedade brasileira quanto aos riscos que a política de expansão da matriz hidrelétrica na Amazônia oferece ao equilíbrio ecológico do bioma e a seus povos, especialmente as populações indígenas e tradicionais”, diz.

No início do mês, o Ibama decidiu arquivar o processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará. De acordo com o despacho, assinado pela presidenta do instituto, Suely Araújo, o projeto e o estudo de impacto ambiental não têm conteúdo necessário para análise da viabilidade ambiental do empreendimento.
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará já havia recomendado ao Ibama que cancelasse o licenciamento ambiental da usina por considerar que o projeto é inconstitucional, por causa da necessidade de remoção de povos indígenas de suas terras. Segundo o MP, o empreendimento  alagaria três aldeias do povo Munduruku, na Terra Indígena Sawré Muybu.

Na avaliação do Greenpeace, o cancelamento do licenciamento traz a oportunidade de repensar o modelo de geração de energia no Brasil, com a utilização de fontes renováveis e limpas como a eólica e a solar para suprir a demanda.
Demarcação

A demarcação efetiva da Terra Indígena Sawré Muybu, onde vivem os mundurukus, é outra bandeira do Greenpeace para a região. A terra está em processo de demarcação e foi reconhecida em abril deste ano pela Fundação Nacional do Índio (Funai), com a publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da área, que reconhece o território como de uso tradicional Munduruku.

Para o Greenpeace, além de garantir a manutenção do modo de vida do povo Munduruku, a demarcação de Sawré Muybu vai garantir a conservação de 178 mil hectares de floresta amazônica.

Na última semana, lideranças do povo indígena Munduruku participaram, junto com ativistas do Greenpeace, de um protesto na frente do escritório da multinacional Siemens, em Londres, para pedir que a empresa não se envolva na construção de hidrelétricas que ameaçam a Amazônia, com o fornecimento de turbinas e outros equipamentos. “O objetivo é continuar a sensibilização da comunidade internacional quanto aos riscos que a construção de hidrelétricas na Amazônia oferecem ao modo de vista do povo Munduruku e à conservação da própria região”, diz Aguiar.

Estudos

Na decisão que determinou o arquivamento do processo de licenciamento da usina de Tapajós, o Ibama diz que o projeto e o estudo de impacto ambiental não têm conteúdo necessário para análise da viabilidade ambiental do empreendimento. Os estudos ambientais e de engenharia foram feitos pelo Grupo de Estudos Tapajós, que é formado por nove empresas públicas e privadas: Eletrobras, Eletronorte, Camargo Corrêa, Cemig, Copel, EDF, Endesa, GDF Suez e Neoenergia. O grupo, controlado pela Eletrobras, tem caráter privado e foi o responsável pelo financiamento dos estudos sobre as usinas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, também no Rio Tapajós, estimados em R$ 72 milhões.

De acordo com a legislação atual, os custos com os estudos devem ser reembolsados às empresas que os executaram pelos vencedores do leilão de concessão das usinas. Mas, como o processo de licenciamento foi paralisado, não há uma definição de como esses valores serão ressarcidos. “O grupo, neste momento, não pretende fazer nenhum comentário sobre essa questão”, informou a assessoria de imprensa da Eletrobras.

Segundo o Grupo de Estudos Tapajós, está previsto o desenvolvimento de estudos de viabilidade técnica, econômica e socioambiental de cinco aproveitamentos hidrelétricos na Bacia do Tapajós: dois no Rio Tapajós e três no Rio Jamanxim, totalizando 12.589 megawatts.

 

Agência Brasil

 

 

Usain Bolt faz história com tricampeonato nos 100 metros rasos

 

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil

Usain Bolt faz história com tricampeonato nos 100m rasos

Usain Bolt venceu a prova de 100 metros rasos com o tempo de 9.81 segundosCarlos Barria/Reuters

O jamaicano Usain Bolt fez história hoje (14) ao conquistar pela terceira vez o título de homem mais rápido do mundo nos 100 metros rasos em uma Olimpíada. Bolt garantiu o ouro com tempo de 9.81 segundos.

Bolt é o primeiro atleta da história a se tornar tricampeão olímpico da prova, uma das mais populares do atletismo. O jamaicano conquistou o ouro em Londres 2012 e em Pequim 2008.

Ele não quebrou, contudo, o próprio recorde olímpico, de 9.63 segundos, alcançado em Londres em 2012. O recorde mundial dos 100 metros rasos, de 9.58 segundos, obtido na Alemanha em 2009, também pertence a Usain Bolt.

Justin Gatlin, dos Estados Unidos, ficou com a medalha de prata na prova, com tempo de 9.89. O bronze coube ao canadense Andre De Grasse, com 9.91.

Ovacionado pela plateia, Bolt caminhou até a torcida no Engenhão e apertou a mão de torcedores, antes de fazer sua tradicional pose para fotos imitando um raio com os braços.

Torcida comemorou vitória de Bolt nos 100 metros rasos

Torcida comemorou vitória de Bolt nos 100 metros rasosKai Pfaffenbach/Reuters

As três semifinais para a prova também foram disputadas na noite de hoje, quando os dois melhores de cada bateria e os três melhores tempos dentre todos os demais atletas das três semifinais se classificaram para a final. Os vencedores das três semifinais foram Bolt, Gatlin e De Grasse, que ficaram com as medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente.

Bolt volta às pistas na terça-feira, quando começam as disputas dos 200 metros rasos. Ele venceu o ouro nos 200 m rasos em Pequim 2008 e Londres 2012. Ele também vai disputar o revezamento 4 x 100 metros masculino com a equipe da Jamaica, atual campeã olímpica.

 

Agência Brasil

 

Brasileiras vencem Rússia no vôlei e encaram China nas quartas

 

Mariana Branco – Repórter da Agência Brasil

A seleção feminina de vôlei resolveu em três sets a partida contra a Rússia e encerrou invicta a primeira fase dos Jogos Olímpicos de 2016, garantindo o primeiro lugar no grupo A.

Brasil e Rússia jogam pelo primeiro lugar do grupo

Brasil e Rússia jogam pelo primeiro lugar do grupoYves Herman/Reuters

As russas, que até este domingo também não tinham perdido nenhuma partida, estiveram à frente das brasileiras em alguns momentos, mas o Brasil conseguiu alcançar o país adversário e virar os sets. Agora, o time do técnico José Roberto Guimarães enfrentará a China nas quartas de final. O jogo eliminatório será na terça-feira (16).

O time brasileiro fechou o primeiro set com um placar apertado, de 25 a 23. A Rússia começou melhor o segundo set, mas o Brasil deixou as adversárias para trás e chegou a abrir seis pontos de vantagem. As brasileiras encerraram o set por 25 a 21.

O terceiro set também começou com as russas abrindo o placar. O Brasil buscou o equilíbrio e conseguiu ficar oito pontos à frente. A  Rússia reagiu e pontuou seis vezes seguidas, diminuindo a diferença para dois pontos. O Brasil contra-atacou e finalizou a partida, novamente com um placar de 25 a 21. O técnico russo pediu desafio para confirmar o último ponto, mas a checagem oficializou a vitória brasileira.

 

Agência Brasil

 

 

“O mais importante é que o PT está saindo”

O economista Raul Velloso diz que, por causa do legado petista, o governo avança devagar, mas sabe o que deve ser feito
Por Márcio Juliboni
Os 14 anos de governo petista destruíram os fundamentos da economia. Levará tempo até que toda a bagunça seja arrumada. Por isso, o economista Raul Velloso pede um pouco de paciência com o novo governo. “As pessoas se esquecem de que há um processo político em curso”, diz, em entrevista a O Financista. Confira os principais trechos da conversa:

O Financista: O projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União acabou com uma única contrapartida: um teto para o aumento de gastos pelo período de dois anos. Isso é suficiente?

Raul Velloso: Essa medida ajuda. Para a adoção de outras, é preciso esperar por um momento político mais favorável. Pode ser que se encontre uma alternativa melhor.

O Financista: Por exemplo?

Velloso: Não sei, mas o governo terá tempo para tratar disso.

O Financista: O senhor citou o momento político. As medidas mais duras de ajuste ainda não foram levadas ao Congresso por causa do impeachment?

Velloso: Sim. É o impeachment que ainda não deixa o novo governo fazer nada. Eu não entendo por que as pessoas estão tão impacientes. Elas querem que o governo faça tudo do jeito delas, correndo, mas se esquecem de que há um processo político em curso.

O Financista: Com um teto de gastos válido por apenas dois anos, sem outras contrapartidas, a União não terá de socorrer novamente os Estados? Isso pode atrapalhar o ajuste fiscal?

Velloso: Tudo vai depender do jeito como União e Estados vão financiar o déficit público, enquanto a arrecadação não se recupera. A questão é que não há muito a ser feito. É preciso esperar a volta do crescimento econômico e, portanto, da arrecadação.

O Financista: Tudo somado, o senhor está otimista ou pessimista em relação às contas públicas?

Velloso: Otimista, estou otimista! Veja: o novo governo já está fazendo o mínimo necessário, mesmo sem o impeachment. O mais importante é que o PT está saindo do poder. O verdadeiro desastre para a economia foram os anos de gestão petista, que deixaram uma herança muito pesada. O governo que está entrando herdou tudo isso, mas dá sinais de que sabe o que precisa ser feito. Ainda assim, vai levar tempo para arrumar tudo.

 

O MELHOR DA SEMANA


Exclusivo: novo laudo desmonta a farsa do sítio de Atibaia

Um novo laudo elaborado por peritos da Polícia Federal, e obtido por O Antagonista, desmonta de forma cabal a farsa montada por Lula para ocultar a propriedade do sítio de Atibaia. Os peritos... [veja o texto completo

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PT tenta parar o impeachment

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Os “pecados” de Moro, segundo Lula

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Explicamos por que o STF revogou a Lei da Ficha Limpa

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Exclusivo: Sócio do advogado de Gleisi negocia delação

O Antagonista soube que o advogado Sacha Reck, sócio de Guilherme Gonçalves (o noivo da Sweet), negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público do Paraná. Reck foi preso... [veja mais


Exclusivo: Focal não tem nem impressoras

Além de entregar os livros contábeis ao TSE, Carlos Cortegoso foi obrigado a identificar qual maquinário a Focal usou para imprimir o material usado na campanha de Dilma Rousseff. Cortegoso admitiu... [veja o texto completo

- A contabilidade furada do garçom de Lula
- Exclusivo: peritos vão pedir quebra de sigilo


Minuto Antagonista

Reveja os vídeos gravados por Claudio Dantas durante a semana:

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Diego Hypólito: “em Pequim, caí de bunda. Em Londres, de cara. Hoje, caí de pé”

 

Nathália Mendes - Enviada Especial do Portal EBC

Diego Hypólito teve que cair duas vezes na final do solo antes de entrar no seleto rol dos atletas que conseguiram uma medalha em Jogos Olímpicos. Na primeira, em Pequim, no ano de 2008, “quando eu achava que era invencível” e vinha da conquista do título mundial no solo, não conseguiu se firmar após saltar para encerrar sua apresentação e acabou caindo sentado no chão. Quatro anos depois, em Londres, escorregou logo no começo de sua série e deu de cara no chão. Desacreditado e tachado de velho para ginástica artística, ele tentou pela terceira vez, e em casa. A insistência veio em forma de nota: 15.533, o suficiente para torná-lo vice-campeão olímpico.

Diego Hypólito e Arthur Mariano ganham prata e bronze no solo da ginástica artística

Diego Hypólito e Arthur Mariano comemoram as medalhas de prata e bronze no solo da ginástica artísticaReuters/Mike Blake/Direitos Reservados

“Eu não consigo acreditar que isso é real. Isso mostra para qualquer pessoa que, se você acreditar nos seus sonhos, é possível alcançá-los. Eu tive uma Olimpíada em que caí de bunda. Outra em que, literalmente, eu caí de cara. E na terceira Olimpíada, eu caí de pé. Eu nem sou tão bom quanto era nas outras Olimpíadas, e eu consegui uma medalha. É inexplicável, uma sensação maravilhosa”, comemora o atleta, de 30 anos.

Superação

Os fracassos consecutivos doeram na alma de Hypólito: “Já aconteceu de tudo comigo. Eu tive depressão e fui internado. Eu me senti extremamente humilhado, mas quis enfrentar. A nossa cabeça acaba sendo o nosso maior problema, porque a gente deixa de acreditar na gente e deixa de trabalhar da maneira mais adequada. Já tive tantos altos e baixos na minha carreira e isso mostra, para qualquer pessoa, que todos nós temos o direito de errar”. E os fantasmas insistiram tem atormentá-lo até durante o momento crucial de sua série prateada. A diferença é que se depararam com um atleta calejado e fortalecido.

“Na hora que fui para a última acrobacia, me veio um filme na cabeça. Eu estava concentrado para finalizar a minha série e vi a imagem do que aconteceu em Pequim. Mas disse para mim mesmo, ‘você treinou e se dedicou. Não deixa seu trabalho ir por água abaixo por conta de um pensamento negativo. Vai lá e faz’'. Eu estava muito ansioso de ontem para hoje. Mas quando acordei, falei que não ia deixar escapar desta vez. Não teria nada que fosse me impedir de alcançar meu sonho e conseguir acertar nesta Olimpíada”.

Segundo ginasta a se apresentar, Hypólito assistiu às apresentações de mais seis atletas – entre eles, o multicampeão Kohei Uchimura e o atual campeão no aparelho, Kenzo Shirai – até que a redenção chegasse. E foi uma espera sofrida: “Eu estava passando muito mal e achei sim que não daria para ficar com a medalha. Quando terminei a prova, pensei que daria para ficar em quarto ou quinto lugar. Dá uma ansiedade em ver todo mundo competindo, porque você já fez a sua parte e agora depende só dois juízes. Decidi não olhar, mas todo mundo começou a falar comigo e bateu um desespero enorme. O (técnico) Marcos (Goto) tentou me acalmar e eu comecei a ficar tonto e pensei que fosse desmaiar. Só não desmaiei porque não queria dar esse vexame aqui”, ri.

Rio de Janeiro - Diego Hyplito termina em 6 , pelo Brasil, na ginástica artística por equipes, nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Para Diego Hyplito, o que aconteceu neste domingo é o momento mais emocionante de sua vida e ele enxerga muita gente por detrás de seu feitoFernando Frazão/Agência Brasil

Emoção

Para o ginasta, o que aconteceu neste domingo é o momento mais emocionante de sua vida. "Vou levar isso para sempre. Há pouquíssimo tempo nem me colocavam na equipe olímpica e eu não era nem titular do time. Aí eu me classifiquei para a Olimpíada. Depois, fiquei em quarto no primeiro dia, o que já foi a realização de um sonho. Muitas pessoas falaram que eu não conseguiria, mas eu nunca deixei de acreditar. Parece que eu tirei um caminhão das minhas costas. O mais difícil nem foi essa medalha, mas eu me propor a estar mais uma vez em uma Olimpíada”, confessa.

Apesar de ser o protagonista de sua reviravolta, o ginasta enxerga muita gente por detrás de seu feito: “Essa medalha é da minha irmã (a ginasta Daniele Hypólito), do meu pai, da minha irmã, de todas as pessoas que acreditaram em mim, da imprensa, dos fãs. É uma medalha coletiva, uma medalha do Brasil. Isso mostra para o nosso povo que a gente tem sim que sonhar, e sonhar alto. Nunca desistam dos sonhos de vocês”.

 

Agência Brasil

 

 

Robson Conceição deixa campeão mundial para trás no caminho até o ouro inédito

 

Nathália Mendes - Enviada do Portal EBC

O boxeador Robson Conceição tinha uma pedreira no meio do caminho até a sua primeira final olímpica. E ela atendia pelo nome de Lazaro Jorge Alvarez. O cubano, adversário na semifinal da categoria até 60kg, trouxe para dentro do ringue um currículo de peso e uma dose extra de rivalidade: ele aparece como líder do ranking mundial, é bicampeão mundial da categoria, campeão pan-americano e foi medalhista de bronze em 2012, quando lutou uma categoria abaixo (até 56kg).

Rio de Janeiro - Robson Conceição derrotou na tarde deste domingo o cubano Lázaro Álvarez e vai a final do boxe categoria peso ligeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Luta de Robson com cubano foi a terceira entre os dois e, ante dos duelo no Rio, cada um tinha uma vitóriaFernando Frazão/Agência Brasil

O combate seria também uma espécie de tira-teima do duelo particular entre os dois. Alvarez bateu o brasileiro na final do Campeonato Mundial de 2013, no Cazaquistão, quando se tornou o melhor boxeador amador do mundo pela primeira vez. Na revanche, no Campeonato Continental do ano passado, disputado na Venezuela, Robson deu o troco e venceu o de forma unânime. Na terceira vez que se cruzaram, agora valendo uma vaga para a grande decisão, a rivalidade acabaria sendo levada a um outro nível.

Com a medalha de bronze garantida – não há disputa pelo terceiro lugar no boxe, e os dois atletas que perdem as semifinais dividem o terceiro lugar no pódio –, Robson estava a uma vitória de igualar a melhor campanha da história do boxe brasileiro. Chegando à final e assegurando a prata, ele repetiria o resultado do meio-pesado Yamaguchi Falcão, prata em Londres e hoje boxeador profissional.

Reviravolta

Robson ganhou a luta no último assalto. Foram dois rounds equilibrados – com vitória do cubano no primeiro e do brasileiro no segundo. Mesmo com o supercílio aberto e tendo que parar duas vezes durante o combate para estancar o sangramento, Robson cresceu no minuto final do terceiro round encaixou uma sequência de golpes que lhe garantiu a vitória unânime: “Senti que eu podia fazer mais muito mais e ir para cima. Aí eu parei com ele e resolvi ver se ele era tudo isso mesmo. E essa foi a grande virada da luta”.

Rio de Janeiro - Robson Conceição derrotou na tarde deste domingo o cubano Lázaro Álvarez e vai a final do boxe categoria peso ligeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

“Mostrei hoje muita técnica e vontade de lutar", disse o brasileiro Robson Conceição após vencer o cubano Lázaro Álvarez Fernando Frazão/Agência Brasil

“Mostrei hoje muita técnica e vontade de lutar. Minha garra foi o diferencial para essa vitória, e consegui levar vantagem na trocação”, explica o finalista olímpico. “Agora é manter o pé no chão, a humildade e o foco. Vou descansar e me concentrar para a próxima luta”. Robson admite que ainda não “caiu a ficha” sobre a possibilidade de levar a primeira medalha de ouro da história nacional do esporte. “Estou muito concentrado e com muita vontade de buscar o ouro”.

A luta ganhou ares de final antecipada a colocar frente a frente atletas dominantes nesta faixa de peso, mas Robson não acredita que este tenha sido a luta mais difícil até aqui: “Todas as lutas estão sendo complicadas, porque temos aqui os 28 melhores boxeadores do mundo. Todos estão bem preparados, mas acho que eu treinei muito mais que eles. Essa é a hora de buscar algo a mais”, afirma. “A gente estava empatado em um a um, e chegou a hora de desempatar. O apoio da torcida, me incentivando e mandando eu ir para cima, foi fundamental”.

Ânimos acirrados

Rio de Janeiro - Robson Conceição derrotou na tarde deste domingo o cubano Lázaro Álvarez e vai a final do boxe categoria peso ligeiro. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Robson conta que tem uma relação cordial com a maioria dos cubanos, mas Alvarez é exceçãoFernando Frazão/Agência Brasil

Uma discussão entre as duas comissões técnicas, logo após a divulgação do resultado final, provou que Brasil e Cuba agora se enxergam como rivais no boxe. O treinador da seleção olímpica de boxe, Cláudio Aires, foi xingado pelos treinadores de Alvarez e coube ao próprio Robson colocar panos quentes na confusão. “Teve um bate-boca sim. Isso acontece porque estava todo mundo exaltado. A gente era amiguinho quando o Brasil perdia sempre. Agora a gente ganha lutas e eventos importantes e esse é o problema. Eles acham que vão ganhar do Brasil sempre, mas não vão mais não”, ironiza o técnico de Robson, Mateus Alves.

Robson conta que tem uma relação cordial com a maioria dos cubanos, mas Alvarez é exceção. “O cubano é muito marrento. Os outros são muito humildes, e independente do resultado, sempre falam e brincam com a gente. Ele é totalmente diferente. Mas hoje ele teve o que merecia”.

Promessa à filha

Depois de cair logo na luta de estreia nas duas últimas Olimpíadas, Robson Conceição agora só precisa derrubar mais um adversário para entregar o presente que prometeu à filha Sofia, que completa dois anos na próxima sexta-feira (19): o ouro olímpico. O mongol Otgondalai Dorjnyambuu e o francês Sofiane Oumiha fazem a outra semifinal e poderão ter o brasileiro e sua enorme torcida pela frente.

“São dois atletas muito bons. Já lutei contra o da Mongólia umas quatro vezes, com duas vitórias para cada lado. Se for ele, essa é a hora de ver quem vai vencer. Nunca lutei com o da França e não o conheço, mas se ele está na semifinal, sei que ele não é besta”, diverte-se. “Mas hoje, brigamos de igual para igual com quem vier”. O último passo de Robson Conceição será dado na final desta terça-feira, a partir das 19h15.

 

Agência Brasil

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