Quando o cronômetro zerou e garantiu o primeiro ouro do Brasil nos Jogos Rio 2016, o Instituto Reação, criado em 2003 para aproximar crianças pobres da Cidade de Deus do esporte, ganhou uma medalhista olímpica. Enquanto Rafaela, que aprendeu o judô no projeto, chorava e gritava de emoção, parceiros de treinos vibravam porque sabiam que faziam parte do ouro e que o trunfo pode fazer o projeto crescer.
A judoca brasileira Rafaela Silva vence Dorjsürengiin Sumiya, da Mongólia, e conquista a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Rio 2016Reuters/Kai Pfaffenbach/Direitos Reservados
“Acho que a vitória dela vai trazer mais visibilidade, trazer mais patrocínio, porque a gente precisa para desenvolver”, disse Ana Clara Lisboa, judoca de 17 anos que treina com Rafaela no Reação. Com a voz rouca de tanto gritar na torcida pela amiga, ela diz que o instituto é mais do que um clube. “Lá é uma família, você se sente acolhido, se sente bem lá dentro. A gente tá todo dia junto e quando não está viajando ela está com a gente”, conta.
Esse ambiente foi decisivo para Rafaela no pior momento de sua carreira, quando foi eliminada nos Jogos de Londres 2012. “Teve um tempo em que ela não treinou. Ela frequentava a academia só para olhar, mas não treinava. Toda vez que Rafaela ia no treino, víamos que estava com cara de choro, que não queria treinar. Dizíamos que em 2016 seria no Rio. Fazíamos tudo para ela treinar”, disse Bianca Gonçalves, judoca do instituto e amiga de Rafaela.
Judocas do Instituto Reação vibram com ouro de Rafaela Silva Edgard Matsuki/Portal EBC
“Queria dizer que foi mais do que merecido, ela é muito capaz e quem sabe daqui quatro anos tem medalha de novo”, disse Gabrielle Ferreira, outra parceira de treino que foi receber a campeã olímpica na Casa Time Brasil, próxima do Parque Olímpico da Barra. Assim como Bianca e Ana Clara, Gabrielle vê a campeã olímpica como uma inspiração: “Agora, eu quero mais do que nunca continuar no judô”.
Faixas preta dentro e fora do tatame
Criado em 2003 por Flávio Canto, medalhista de bronze nos Jogos de Atenas, o projeto tem como objetivo formar “faixas pretas dentro e fora do tatame”. “Esse "fora do tatame" é o tipo de trabalho de envolvimento com os valores do esporte, respeito, determinação”, disse Canto durante visita de judocas franceses na unidade da Rocinha, no início de agosto.
O ouro de Rafaela é o maior título de um atleta que treina no projeto. Porém, não é o primeiro troféu de impacto dos “pupilos” de Canto. A própria Rafaela já havia conquistado um mundial. David Moura, que também treina no local, já venceu um Pan-Americano. Outros judocas como Raquel Silva (irmã de Rafaela), Jéssica Pereira, Igor Pereira e Victor Penalber já ganharam diversos títulos e integram a seleção brasileira sênior de judô.
Para além das medalhas, o instituto proporciona atividades para cerca de 900 crianças e adolescentes e ajudou dois refugiados congoleses. Em 2013, Yolande Mabika e Popole Misenga receberam asilo no Brasil e apoio para treinar no Reação. A gratidão deles é muito parecida com a de Rafaela Silva. “O Flávio Canto me ajudou e sou agradecido a ele”, disse Misenga em coletiva da equipe de refugiados antes dos Jogos.
“Deixei tudo que eu tinha no tatame”, diz Mariana Silva após perder o bronze
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Mariana Silva perdeu o bronze para a holandesa Anicka van EmdenFernando Frazão/Agência Brasil
A judoca Mariana Silva começou hoje (9) a competição na categoria meio-médio com vitória sobre oponentes que nunca tinha derrotado – e que estavam a sua frente no ranking mundial. Quando voltou para disputar as medalhas na semifinal, no entanto, a brasileira teve que enfrentar a melhor do mundo, a eslovena Tina Trstenjak, e foi derrotada. A atleta da Eslovênia acabou levando o ouro olímpico na luta seguinte.
Na disputa pelo bronze, Mariana perdeu novamente, dessa vez para a holandesa Anicka van Emden. “Ainda não sei o que faltou. Posso dizer que dei tudo que eu tinha. Deixei tudo o que eu tinha no tatame. Infelizmente, não foi suficiente para subir no pódio”, lamenta a atleta, que preferiu se recolher logo após a derrota antes de retornar para a área mista da Arena Carioca 2 para conceder entrevistas.
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Nas lutas, Mariana recebeu muito apoio da torcida, que aplaudia e cantava toda vez que a atleta brasileira se levantava para enfrentar novamente suas adversárias. “Me senti mais forte. Só tenho a agradecer”, disse. O quarto lugar olímpico foi o melhor desempenho de sua carreira, segundo Mariana.
A judoca paulista disse que não pensa em desistir do esporte e pediu que essa energia positiva da torcida continue nos próximos dias de Olimpíada. “Ainda não acabou. Acredito que nos próximos três dias vamos ter mais alegrias. Confio nos meus colegas e está todo mundo pronto.”
Wazari
O Brasil também ficou de fora do pódio no judô na categoria meio-médio masculina, com a eliminação de Victor Penalber nas oitavas de final. O atleta sofreu um wazari (segunda maior pontuação do judô) logo no início de seu confronto com Sergiu Toma, dos Emirados Árabes Unidos, e, a partir daí, se viu obrigado a mudar sua estratégia de luta.
“Mudou tudo o que eu tinha pensado”, disse o atleta. “Tive que me abrir e arriscar, e acabei tomando dois golpes de contra-ataque.”
Aos 26 anos, Penalber diz estar em condições de disputar os jogos de 2020, em Tóquio. “Vou levar essa experiência que foi muito legal. Faltaram as escolhas certas dentro da luta, e esse amadurecimento é super importante.”
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Michael Phelps chega ao 21º ouro em olimpíadas com vitória no revezamento
Vinícius Lisboa - repórter da Agência Brasil
Equipe dos Estados Unidos vence revezamento 4x200 livre e Michael Phelps conquista segundo ouro na Rio 2016 Stefan Wermuth/Reuters
O multimedalhista na natação Michael Phelps conquistou sua segunda medalha de ouro nos jogos do Rio de Janeiro e sua 21ª em olimpíadas com a vitória da equipe americana no revezamento 4x200 metros, na noite de ontem (9). Na mesma noite de ontem ele também conquistou os 200 metros borboleta. Com as duas conquistas ele amplia seu recorde histórico de vitórias em olimpíadas.
O título elevou o total de medalhas do nadador a 25 e também ajudou seu companheiro de equipe Ryan Lochte a chegar a 12 medalhas, número que só Phelps ultrapassa se considerados todos os nadadores e nadadoras da história.
Os Estados Unidos venceram esta prova em sete das últimas nove edições dos jogos olímpicos, e a equipe contava também com os nadadores Conor Dwyer e Townley Haas, que fez o melhor tempo da equipe, de 1:44.14.
Os britânicos ficaram na segunda posição e os japoneses, na terceira.
Mais cedo, com a vitória nos 200 metros borboleta, Phelps também se tornou o nadador mais velho da história a vencer uma prova individual, com 31 anos e 40 dias.
Larissa e Talita vencem EUA e estão na próxima fase do vôlei de praia
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Larissa e Talita venceram as norte-americanas Lauren Fendrick e Brooke Sweat por 2 sets a 0Reuters/Ruben Sprich/Direitos Reservados
Com tranquilidade, a dupla brasileira de vôlei de praia Larissa e Talita conquistou hoje (9) a segunda vitória na Rio 2016 ao derrotar a dupla norte-americana Lauren Fendrick e Brooke Sweat por 2 a 0.
Com a vitória, as brasileiras lideram o grupo A e garantiram a classificação antecipada para a próxima fase da competição.
Sem dar chances às norte-americanas, as brasileiras venceram o primeiro set por 21 a 16 e fecharam a partida com placar ainda mais favorável, de 21 a 13.
Na quinta-feira (11), às 10h, Larissa e Talita voltam às areias de Copacabana para enfrentar as polonesas Kinga Ko osi ska e Monika Brzostek.
Micale condena cobranças e diz que situação do futebol masculino não está fácil
Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Renato Augusto, que deu entrevista ao lado do técnico, e Neymar, no jogo contra o IraqueArquivo/Agência Brasil
O treinador da seleção olímpica de futebol masculino, Rogério Micale, condenou hoje (9), em Salvador, a cobrança de resultados dos jovens jogadores que compõem a equipe e admitiu que não está fácil a situação atual, após os dois empates sem gols com a África do Sul e com o Iraque.
Micale disse que é preciso tratar a situação de uma maneira diferente para não prejudicar o futuro do futebol brasileiro. “O imediatismo que estamos querendo dos jogadores está nos levando a uma situação que me preocupa como formador, como alguém que trabalha com jovens há muitos anos. Estamos sendo implacáveis, e essa conta vai cobrar um preço, já vem cobrando. Se não refletirmos e avaliarmos, podemos ter uma dificuldade maior no futuro", afirmou.
De acordo com o técnico, é preciso ser muito frio neste momento para avaliar e continuar servindo ao país com a formação de jogadores com potencial. Ele ressaltou que, diante da falta de tempo para treinamentos, procura analisar os resultados em reuniões com a equipe, que costumam ocorrer com frequência após osjogos. Nesses encontros, são avaliados os pontos que podem ser melhorados e a pressão que vem de fora. Micale criticou também as discussões que surgem com derrotas ou escolhas para a seleção. Enquanto houver preocupado com tarja de capitão, comportamentos pessoais e situações internas de relacionamento, as discussões que interessam para entender o que realmente está acontecendo com o futebol brasileiro, principalmente no setor tático e comportamental, a situação vai continuar na mesmice de sempre.
“Continuamos querendo achar cabeças, querendo achar culpados, e esse é um grande mal", afirmou Micale. Ele disse que respeita o trabalho dos jornalistas, mas defendeu uma discussão mais aprofundada, e não ser tão superficial em pontos que não agregam nada em situação de jogo e comportamento dentro campo. "Perde-se muito tempo com isso, a todo momento, o que só traz desgastes para todos os lados”, afirmou. O técnico destacou ainda que é preciso parar de "buscar violões, de cortar cabeças". Micale lembrou que a Alemanha levou 20 anos para se preparar e melhorar o futebol, enquanto no Brasil a cobrança é para que isso ocorra em seis meses.
Neymar
O jogador Renato Augusto, que participou da entrevista coletiva ao lado do técnico, disse que Neymar, embora triste com os resultados, está confiante em um desempenho melhor na partida de amanhã (10) contra a Dinamarca. De acordo com o jogador, o momento é de unir o grupo. Micale afirmou que Neymar é muito cobrado e que está se jogando muita responsabilidade em um jogador ainda jovem. Ele mostrou-se descontente com comentários sobre a foto de uma camisa da seleção em que o nome de Neymar está riscado e por cima foi escrito o nome da atacante Marta, da seleção feminina, eleita cinco vezes melhor jogadora do mundo. Micale disse que Marta é sensacional, mas ressaltou que Neymar tem seu reconhecimento e também vai conquistar o título de melhor no mundo. de agir de alguma forma que a gente não quer que ele aja mas é um jovem
Mesmo sem ter marcado gols nas duas primeiras partidas, a equipe brasileira tem jogadores de qualidade, que podem marcar a qualquer momento, como Gabriel Jesus, artilheiro do Palmeiras, Gabriel, do Santos, e Luan, do Grêmio. “No momento certo, as coisas vão acontecer. Já colocamos bolas na trave, o goleiro do primeiro jogo foi o jogador de destaque em sua equipe. Tem que ter tranquilidade. Não adianta se precipitar.”
Sobre possíveis mudanças no esquema, Micale disse que a equipe treinou com base em um modelo de jogo e, por isso, o que pode ocorrer é fazer algumas variações. “Não se pode mudar um conceito sem treinamento. O conceito existe, treinamos esse conceito durante a fase de preparação. Não é porque não conseguimos ali a vitória, que vamos, simplesmente, mudar tudo em termos de conceito, porque iríamos trazer mais prejuízo do que benefício para a equipe. Mas podemos, sim, fazer a algumas variações.”
O técnico destacou que, no jogo contra o Iraque, o Brasil teve 71% de posse de bola e fez 14 finalizações. Além disso, o Iraque, foi semifinalista de um campeonato sub-20, vem mantendo a base com os jogadores dessa faixa de idade. “Estamos acostumados a firmar os nossos olhos no resultado final da partida. As críticas são justas. Temos que avaliar o funcionamento do sistema, a variação, algo que possa ter acontecido de errado. É com isso que vamos crescer no todo com nosso futebol. Precisamos desse debate elevado.”
Vaias
Renato Augusto disse que não teme vaias em Salvador, palco da partida desta quarta-feira, que considera um lugar que traz sorte. O jogador lembrou que foi lá que marcou o primeiro gol pela seleção. “É uma torcida que nos apoia muito. Em um momento difícil como o que estamos vivendo, vai fazer muita diferença o torcedor estar do nosso lado, e não tenho dúvida de que eles estarão do nosso lado. Com apoio deles, com certeza, vamos ser muito mais fortes”, afirmou.
Ele garantiu que está em boas condições físicas, o que foi comprovado por exames. Sobre a diferença entre seu desempenho no Corinthians e o de agora, Renato Augusto destacou que atualmente está jogando em outro esquema tático. “Não posso sair como um louco. A posse de boa é importante, principalmente em um grupo tão jovem. Então, procuro ficar um pouco mais com a bola e não sair na correria dos jovens.”
Micale destacou que, até pela experiência, Renato é o jogador que dá suporte, sobretudo por causa da qualidade técnica do passe, permitindo a circulação da bola. “É um jogador que tem uma leitura espetacular do jogo: ele sabe vivenciar dentro de campo o que está acontecendo e é uma voz nossa dentro do jogo. O Renato é um cara que está nos dando sustentação para manter o sistema ofensivo.”
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