domingo, 21 de agosto de 2016

Presidente do COI elogia Paes e diz que faria Jogos Olímpicos no Rio novamente

Presidente do COI, Thomas Bach

Presidente do COI, Thomas Bach, diz que Jogos da Rio 2016 foi foram "icônicos" Reuters/Kevin Coombs/Direitos Reservados 

Um dia antes do final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, fez uma avaliação positiva sobre a competição. De acordo com Bach, a edição deste ano pode ser considerada “icônica” e, apesar dos problemas sociais do Rio de Janeiro, não se arrepende de ter trazido os Jogos para a cidade.

“Mesmo se pudéssemos voltar no tempo, não mudaríamos a nossa decisão e traríamos os Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro. Foram icônicos, não só por serem os primeiros da América do Sul. Foram competições disputadas dentro de uma realidade social que não quisemos fugir. Não fizemos uma competição dentro de uma bolha. Enfrentamos e isso coloca o esporte em outra perspectiva", disse.

"Por isso, traríamos de novo”, afirmou.

Bach também não poupou elogios ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. De acordo com o presidente do COI, a cidade terá um legado que não se via desde que a capital do Brasil se mudou para Brasília. “Sem Eduardo Paes, não estaríamos aqui hoje. Ele queria impulsionar o desempenho desta cidade com os Jogos. Ajudou o COI a enxergar que podemos fazer competições em países que não estão no topo econômico do mundo”, disse.

Ele disse que foi gasto dinheiro público apenas em obras que serão legado para a cidade. “O metrô, o BRT, a estrada para Deodoro e algumas coisas não foram só para 17 dias. Eles atenderão novas gerações. Servirão para o desenvolvimento no longo prazo”, afirmou. 

Em relação à baixa procura de ingressos em algumas competições, o presidente do COI minimizou a questão e disse que o problema foi superado com o tempo: “Foi uma pena ter estádios vazios nos primeiros dias dos Jogos. Sabe-se que as vendas das entradas foram lentas por várias razões. Tivemos alguns desafios em termos de transportes e acesso a estádios. Mas isso melhorou. Vimos empolgação na maior parte dos estádios. Estive na final de badminton com ambiente fantástico e não preciso falar do ambiente da Arena de Copacabana na final do vôlei de praia”.

Segurança

Sobre a segurança pública, questão que preocupava o comitê antes do início dos Jogos, ele disse que os problemas ocorridos não foram exclusividade do período olímpico. “Temos total confiança nas autoridades e no sistema de segurança. Houve incidentes, mas é parte de uma realidade social do Rio. Isso não acontece só durante os Jogos Olímpicos”, disse.

O presidente do COI não quis comentar os casos específicos dos nadadores norte-americanos acusados de darem uma falsa queixa de assalto, de atletas australianos multados e detidos por algumas horas por alterar credenciais e da prisão de Patrick Joseph Hickey, membro do COI acusado de participar de um esquema de falsificação de ingressos.

“Nós respeitamos a Justiça e as autoridades brasileiras. Vamos esperar as decisões e, no que nos cabe, já abrimos ações disciplinares. Vamos manter a presunção da inocência”, destacou.

 

 

Agência Brasil

 

Espaço Rio de Janeiro reúne 181 mil pessoas nos Jogos Olímpicos

 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Iniciativa oficial do governo fluminense instalada dentro de um armazém na região portuária da capital, o Espaço Rio de Janeiro deve reunir até amanhã (21), quando se encerram os Jogos Olímpicos, pelo menos 181 mil pessoas. Desde o dia 4, o local oferece atividades esportivas variadas, como remo na Lagoa Rodrigo de Freitas, escalada na Pedra da Gávea e ciclismo na orla.

A estimativa foi divulgada hoje (20) pela organização do Espaço Rio de Janeiro e baseia-se no aumento da média diária de público observada nos últimos dias. O projeto foi idealizado em conjunto pelas Secretarias Estaduais da Casa Civil; do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Serviços; do Turismo e Cultura, e implementado pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), por meio do Serviço Social do Comércio (Sesc-RJ).

O Espaço Rio de Janeiro, que ocupa uma área de 7 mil metros quadrados, atraiu também cerca de 3,7 mil empresários, investidores e autoridades de todo o mundo. Eles participaram de mais de 20 eventos de negócios e demonstraram interesse nos segmentos de turismo, audiovisual, transporte e ciência.

Produtos com a marca do design especial do Rio, como móveis, jóias e roupas, foram expostos aos visitantes que tiveram também a oportunidade de acompanhar aulas de gastronomia dadas por chefs dos cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio de Janeiro (Senac-RJ).

Uma das atrações mais procuradas foi um cinema em 360 graus, com efeitos sonoros e interativos, que permitiu que os visitantes fizessem uma viagem sensorial a pontos turísticos do Rio.

 

Agência Brasil

 

Guarda Municipal retira estrutura montada por ONG que criticava legado olímpico

 

Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil

A Guarda Municipal do Rio de Janeiro retirou a estrutura montada pela organização não governamental Rio de Paz, na Praia de Copacabana, que simulava uma favela e questionava o legado olímpico para a população pobre da cidade. O ato da ONG teve início às 6h com a montagem da estrutura e deveria permanecer até as 17h. Por volta das 8h30, os agentes retiraram o material, composto por papelão, plástico e madeira.

manifestação praia

A ONG Rio de Paz fez ato na Praia de Copacaba questionando o legado olímpico para  a população pobre da cidadeAkemi Nitahara/Repórter da Agência Brasil

O fundador da ONG, Antônio Carlos Costa, disse que a ONG faz protestos e monta estruturas semelhantes à de hoje desde 2007 e nunca sofreu repressão das autoridades. “A Guarda Municipal destruiu os nossos barracos, que representavam as reivindicações de milhões de pobres que não viram legado nenhum para favela por conta dessa olimpíada”, disse.

“A olimpíada começou sem que o povo fosse consultado, gastou-se dinheiro público no que não era prioritário. E agora, uma manifestação pacífica, silenciosa, é obstaculizada por conta da preocupação do Rio de Janeiro com a sua imagem. Mas que imagem é essa? Todos sabem que nós somos uma sociedade violenta, sanguinária, que aqui reina a exclusão e que as arenas esportivas não revelam o cotidiano do Rio de Janeiro”, criticou.

Guarda Municipal retira materiais da ONG Rio de Paz da Praia de Copacabana

Guarda Municipal retira materiais da ONG Rio de Paz da Praia de CopacabanaAkemi Nitahara/Repórter da Agência Brasil

De acordo com ele, a ONG deixou para fazer o ato no final dos Jogos para não atrapalhar o bom andamento da Olimpíada. “Poderíamos ter feito no início, poderíamos ter realizado manifestação de rua, temos poder para isso, fizemos no final para não prejudicar os Jogos Olímpicos e acontece isso [retirada dos materiais que estavam na praia]. O Rio de Janeiro termina a olimpíada de uma forma péssima.”

Responsável pela operação da Guarda Municipal, o inspetor Brum afirma que a ação foi baseada no código de posturas da prefeitura, que proíbe a montagem de qualquer estrutura na praia. “A manifestação é pacífica, ela pode ocorrer, tanto que os manifestantes se colocaram de uma maneira extraordinária, uma consciência política excepcional, não se colocaram contra a desmontagem da estrutura porque eles sabem que isso infringe uma legislação da prefeitura, está relacionado às posturas municipais”.

O inspetor nega que tenha havido ordens superiores para impedir a manifestação. “Apenas a estrutura foi retirada, não a manifestação. Temos que separar essas questões. Todas as vezes que eles montam, a gente vem e pede, da forma que vocês acompanharam, para que seja desmontado. Pode levar um tempo maior ou um tempo menor, a gente trabalha no diálogo. Fico muito feliz que as pessoas estejam ganhando essa consciência política e estejam fazendo isso de uma maneira tranquila e harmônica”.

O fundador da ONG diz que esta é a terceira vez que a entidade simula uma favela no local e que nunca teve os materiais destruídos ou retirados da praia. “Já montamos manifestação com favela, já fizemos de pegar toda a praia, com 700 cruzes, já colocamos 7 mil cocos e nunca tivemos problemas, a Guarda Municipal nunca interveio. Não há a mínima dúvida de que nós estamos incomodando. Há interesses políticos, interesses econômicos. Não são respeitados nessa cidade os interesses dos miseráveis. É a preocupação com a imagem do Rio.”

Durante a retirada do material, os manifestantes se sentaram atrás de uma faixa colocada ao lado do calçadão. Com punhos amarrados e bocas amordaçadas por fita adesiva preta, eles criticaram a censura e a repressão ao ato na praia.

 

Agência Brasil

 

Maternidade-escola da UFC se torna referência em boas práticas de atendimento

 

Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil

Maternidade escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará

Maternidade-escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do CearáEdwirges Nogueira/Agência Brasil

Conhecida pelas boas práticas de atendimento a mães e recém-nascidos, a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), em Fortaleza, tornou-se um exemplo a ser seguido por outros estabelecimentos de saúde do Nordeste e do Brasil. O Ministério da Saúde concedeu à unidade o primeiro título de Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Atenção Obstétrica e Neonatal do país. Com isso, os projetos e as ações do hospital podem ser adotados em outros hospitais.

Quem anda pelos corredores da Meac se depara com paredes pintadas com motivos infantis e fotos de bebês. Ao lado da UTI Neonatal, um grande painel grafitado mostra criaturas do fundo do mar. Nos corredores das enfermarias, fotos de recém-nascidos que passaram pela unidade encantam pais, visitantes e profissionais. Em um dos leitos, um pai segura seu bebê nos braços. A livre permanência do companheiro ou companheira nas enfermarias é uma das boas práticas da instituição.

“Eu acredito que essa assistência diferenciada tem impacto muito significativo na saúde da paciente e de sua criança. Ninguém pode olhar melhor para sua esposa do que seu próprio companheiro. Se algo estiver errado, ele vai alardear, vai buscar socorro imediatamente. Isso aumenta a segurança para a paciente e também o seu conforto e gratidão”, destaca o gerente de Atenção à Saúde do hospital, Carlos Augusto Alencar Júnior.

A maternidade-escola é referência no Ceará em gestação de alto risco. Foi por causa dessa característica que a dona de casa Maralina Gomes dos Santos, 24 anos, foi encaminhada à unidade. A situação de pré-eclâmpsia grave fez com que Gael, hoje com um mês, nascesse prematuro, no sétimo mês de gestação.

Após ter dificuldades na amamentação, mãe e filho foram encaminhados para a unidade Canguru, onde os profissionais estimulam o contato físico constante entre pais e bebês. Dez dias depois, Gael já consegue se alimentar quase integralmente mamando no peito e está prestes a sair da sonda. A evolução também se reflete no peso: ele nasceu com 1,680 quilo (kg) e hoje já está com 2,556 kg.

“Quem é mãe de primeira viagem tem certas dúvidas, principalmente com bebês prematuros: não sabe como pegar direito, qual a forma certa de dar banho, trocar uma fralda. Aqui nos ensinam a cuidar deles. Passamos a maior parte do tempo com eles no colo e isso é muito legal. Tanto é bom para a mãe quanto para o filho.”

O pai de Gael, Jonathan Nunes de Sousa, 22 anos, também faz parte da unidade Canguru. O contato próximo com o filho é estimulado todos os dias. “Eu gosto de ficar perto dele e dela. Fico com ele nos braços, converso, dou aquela atenção e aquele amor, que acho essenciais entre pai e filho.” Os bons resultados da unidade fizeram da Meac um hospital formador do método Canguru.

Outras atividades que se destacam entre as boas práticas do hospital são a visitação de avós e irmãos aos bebês internados na UTI neonatal e a utilização de métodos não medicamentosos para alívio da dor durante o trabalho de parto, como alongamentos e massagens. A maternidade tem um centro de parto normal com dez salas individuais.

O título de Centro de Apoio é um reconhecimento adotado pelo Ministério da Saúde para fazer com que determinados hospitais se tornem multiplicadores de boas práticas no atendimento obstétrico e neonatal. Até então, a única unidade considerada matriciadora dessas boas práticas era o Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte (MG). A maternidade-escola da UFC passou por rigorosa avaliação que durou três anos. Ao tornar o hospital o primeiro Centro de Apoio, o ministério segue com o planejamento de conceder esse reconhecimento a outras unidades – pelo menos uma por região.

“Na prática, somos uma vitrine, o que nos dá uma responsabilidade muito grande. A gente passa a ser uma instituição que pode ser vista, visitada e replicada. Podemos passar a mostrar que o que fazemos é adequado ao que o Ministério da Saúde considera como boas práticas para o parto e nascimento. Tudo visa a um atendimento com segurança e qualidade. A rebote do que consideramos assistência de qualidade, sem dúvida, vem o ensino adequado”, afirma Alencar Júnior. A unidade faz parte do complexo de hospitais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e é gerenciada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

A partir desse reconhecimento, há também uma expectativa de que a população procure mais a maternidade, que funciona integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por sua característica de atendimento a gestações de alto risco, o hospital já recebe grande número de mães e bebês que necessitam de cuidados intensivos.

Neste ano, a UTI neonatal ficou superlotada em dois momentos. Segundo o gerente de Atenção à Saúde, um novo prédio está em construção para melhorar a emergência e ampliar as UTIs, que passarão de 21 para 30 leitos. A unidade de médio risco, hoje com 30 leitos, terá sua capacidade dobrada para 60.

A unidade Canguru, que hoje recebe cinco famílias, vai poder atender a 12 e há o plano de expandir o método para todos os setores do hospital. “Acredito que teremos de, continuamente, nos remodelar, pois as boas práticas de hoje podem ser modificadas a cada dia. Isso somente aumenta nossa responsabilidade de fazer um serviço que satisfaça cada vez mais a população”, ressalta Alencar Júnior.

 

Agência Brasil

 

 

Apresentação teve uma bela homenagem à música brasileira e colocou todo mundo pra sambar <3 http://glo.bo/2bTmh1W

Seleção brasileira de ginástica rítmica fica em 9º lugar e está fora da final

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Adolescente de 17 anos é esfaqueada em briga na porta da escola, em Brasília

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Inaugurada, na China, a maior e mais longa ponte de vidro do mundo

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Ministério Público denuncia atletas australianos por uso de credencial falsa

 

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil

Os nove atletas australianos detidos por terem apresentado credenciais falsas foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) por uso de documento falso. Eles foram flagrados ontem (19) à noite tentando entrar na Arena 3, onde ocorria o jogo de basquete entre Austrália e Sérvia, com credenciais fraudadas da Rio 2016.

A ação tramita no Plantão dos Postos Avançados do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, em funcionamento no Parque Olímpico Barra da Tijuca. Ao todo, foram apreendidas dez credenciais, das quais a perícia constatou falsificação em nove.

Os atletas Ashlee Ankudinoff, Edward Jenkins, Fiona Albert, Olympia Aldersey, Lucy Stephan, Melissa Hoskins, Alec Pott, Ryan Tyack e Simon Orchard apresentaram credenciais com adesivos para a entrada no setor reservado aos atletas de basquete. A fraude foi descoberta, e a Força Nacional os encaminhou para a delegacia de polícia.

De acordo com o MP-RJ, os atletas receberam liberdade provisória depois de o juizado receber a denúncia. Eles tiveram os passaportes retidos e não podem deixar o país até pagar a multa estipulada em R$ 10 mil para cada. Também estão proibidos de frequentar arenas olímpicas a não ser as quais competirão.

Em nota, o Comitê Olímpico Australiano (AOC) pediu desculpas aos atletas e negou que o problema tenha sido provocado por eles. O AOC informou que fará uma investigação interna sobre o incidente e comprometeu-se em pagar a multa imposta pela Justiça brasileira e em dar apoio aos atletas e a seus parentes.

“Por razões legais, não estou em uma posição de explicar, a não ser para dizer que é importante saber que os atletas australianos definitivamente não são culpados. Estou muito desapontado que nossos atletas tiveram que passar pelo que passaram a noite passada”, disse na nota o chefe da missão australiana, Kitty Chiller.

Em coletiva de balanço dos Jogos Rio 2016, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou que ainda ter sido informado oficialmente do incidente. Ele disse que respeita a justiça e as autoridades brasileiras e que o COI vai abrir investigações internas para apurar o caso no âmbito esportivo.

 

Agência Brasil

 

 

Quilombo ameaçado por ação judicial no Rio luta para manter atividades culturais

 

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

Artistas, ativistas e quilombolas voltam a se reunir hoje (20) em torno da cozinha de dona Tina, 72 anos, na Comunidade Quilombola Sacopã, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Em vez da tradicional feijoada acompanhada de roda de samba – proibidas pela Justiça – a atração deste sábado é o cozido da matriarca, que será preparado para um grupo disposto a protestar contra decisão judicial de penhora de bens do líder Luiz Sacopã, 73 anos, multado por fazer “atividades comerciais” na comunidade, incrustada em um parque natural municipal no bairro.

Rio de Janeiro - Quilombo Sacopã, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Justiça penhora bens da comunidade quilombola em um processo tramitado por 30 anos na justiça. Na foto Albertina Martins Pinto, esposa de Luiz Sacopã. (

Justiça determinou penhora de bens da comunidade quilombola em um processo que tramita há 30 anos na justiça. Na foto, Luiz Sacopã e sua esposa, Albertina Martins Pinto, a dona TinaTânia Rêgo/Agência Brasil

Um dos quilombos urbanos do Rio, Sacopã reúne 30 descendentes do mesmo núcleo que se instalou no local no início do século 20. Nos anos 1960, a família transformou a feijoada com roda de samba em símbolo e principal atividade de subsistência, atraindo artistas como João Nogueira, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. A confraternização, no entanto, incomodou os novos vizinhos, de classe alta, que passaram a questionar o evento na Justiça, conta Sacopã.

“Somos uma família de quilombolas cercados de condomínios de alto luxo, em um local onde o metro quadrado custa R$ 18 mil. Aqui não mora pobre. E pobre, a maioria é preto, então não vai morar, é uma luta tremenda para nos colocar para fora”, lamentou. “O problema não é o samba, que era feito dentro do horário, direitinho, é a gente mesmo”, desabafou.

Ações

As primeiras ações judiciais foram movidas contra as atividades culturais na comunidade datam de 1989, segundo a Defensoria Pública do Estado que acompanha o caso, e questionam a permanência dos quilombolas no local sem título de propriedade. Reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o quilombo Sacopã fica dentro do Parque Natural Municipal José Guilherme Merchior, o que dificulta sua titulação sem a participação da prefeitura que precisa rever os limites da unidade de conservação.

Sob o argumento de que as atividades – incluindo aulas de jongo e capoeira – são incompatíveis com as características da área, residencial, e não podem ser realizadas em unidades de conservação integral, a Justiça determinou a suspensão das iniciativas. Já a penhora de bens, contestada pelos moradores, é o resultado da execução de uma multa da prefeitura por essas atividades. “O bar que eles citam na ação não funciona há 30 anos. Era gerenciado pela minha mãe e minha irmã, que até morreram. A intenção dessas multas é nos intimidar e nos tirar daqui”, disse. Procurada, a prefeitura do Rio não comentou a possibilidade de anular a cobrança.

Outra preocupação com a penhora de bens é a perda de um carro, modelo Polo 2005, utilizado para levar o morador do quilombo Braulio Nazaré, 59 anos, tetraplégico, a sessões de fisioterapia. “Quer dizer, eles não estão interessados em saber o que acontece, mas em nos prejudicar”, reclamou Sacopã.

Conhecedor da comunidade, o antropólogo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Fábio Reis Mota acredita que as ações que se amontoam contra o quilombo são uma forma de sufocar a comunidade. “Sendo composta por negros e pobres, incrustados no coração da zona sul carioca, a família Sacopã torna-se o modelo da política de produção de injustiças por meio da Justiça. A contestação empírica disso são as diversas ações que visam a esgarçar o modo de vida, inviabilizando sua reprodução econômica, social e política.”

Rio de Janeiro - Quilombo Sacopã, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Justiça penhora bens da comunidade quilombola em um processo tramitado por 30 anos na justiça. ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - Justiça determinou penhora de bens da comunidade quilombola em um processo que tramita há 30 anos na justiçaTânia Rêgo/Agência Brasil

O antropólogo lembra que em um dos processos contra a roda de samba, a desembargadora que manteve a proibição da atividade cultural argumentou que se a família desejava manter a prática, deveria transferi-la a Madureira, na zona norte, um dos redutos do ritmo. “O samba do quilombo continua sendo assunto de polícia, como era no início do século 20”, comparou Mota.

Para prestar apoio ao Quilombo Sacopã, o encontro deste sábado vai servir para planejar uma grande manifestação, em setembro, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, em defesa das tradições culturais e da permanência da comunidade no bairro.

“O que está em jogo é a sobrevivência de uma comunidade centenária, símbolo da resistência de uma família, de um povo. É preciso respeitá-la”, disse o presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Dias. Ele lembrou que, em 2011, a entrada de Sacopã chegou ser fechada com correntes.

Defensoria vai recorrer

A questão é monitorada pela Defensoria Pública que tenta, sem sucesso, recorrer das decisões. Um novo recurso será apresentado no fim de agosto. “A ação original é muito antiga, de 1989, movida pelos condomínios contra o Luiz Sacopã e sua família. Foi julgada procedente e vem sendo executada ao longo dos anos”, explicou a coordenadora do Núcleo contra a Desigualdade Racial (Nucora), defensora pública Lívia Cásseres, que acompanha o caso.

Barulho

O presidente da Associação de Moradores da Fonte da Saudade, Rafael Szabo, disse que a ação dos condomínios incomodados pelo barulho e pela movimentação da rua em dias de samba é compreensível. “Fazer um evento para mil pessoas, com música alta, em área residencial, em área de morro, claramente o som vai ecoar e afetar os moradores. É um fato”, ponderou.

Luiz Sacopã que tocava nas rodas de samba disse que o evento tinha capacidade para até 180 pessoas - o limite da varanda - e que não passava do horário permitido, 20h.

Após a proibição, o local passou a ser monitorado por uma patrulha da Polícia Militar 24h.

 

Agência Brasil

 

 

Rússia conquista ouro inédito no handebol feminino

 

rússia handebol feminino

A Rússia derrotou a França e conquistou a medalha de ouro no handebol femininoReuters/Marko Djurica/Direitos Reservados 

A Rússia derrotou a França e conquistou a medalha de ouro no handebol feminino, hoje (20), nos Jogos Olímpicos Rio 2016. O placar final ficou em 22 a 19. Essa foi a primeira vez que a Rússia conquistou medalha de ouro nessa modalidade em Olimpíadas.

No primeiro tempo, a Rússia saiu na frente, com dez gols contra sete da França. No segundo tempo, a França reagiu e conseguiu empatar o jogo em 14 gols, mas logo a Rússia conseguiu dominar o jogo novamente.

Mais cedo, na disputa pela medalha de bronze, a Noruega, bicampeã olímpica, venceu a Holanda por 36 a 26. A Noruega foi ouro em Pequim 2008 e em Londres 2012. Nos Jogos Olímpicos do Rio, a Noruega era uma das favoritas, mas ao ser derrotada pela Rússia na última quinta-feira (18), perdeu a chance de concorrer à medalha de ouro.

 

Agência Brasil

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