As coisas não acontecem por acaso. Esses oito meses de desemprego me fizeram olhar pra dentro. É, porque a gente está sempre tão cansado, faz tudo tão correndo e esquece de olhar pra dentro. Pra quem a gente é. Quando perguntam quem a gente é, normalmente, a resposta é a nossa profissão, onde trabalhamos, os cursos que fizemos. Mas isso é só uma parte bem pequena de um todo. Mas não ensinam a gente a entender quem somos de verdade, quais são os nossos medos e de onde eles surgiram. Normalmente, quando a gente se obriga a ficar sozinho, costumamos encher o tempo com coisas, com atividades para não termos que ficar sozinhos de verdade e encarar quem somos. Porque assusta. Assusta entender que somos humanos e temos fraquezas que tentamos esconder a todo custo. Quais são nossos medos, com o que nos irritamos, tudo faz parte de quem somos. Mas só quando a gente compreende o que se passa por dentro e porque adotamos certos padrões de comportamento é que podemos ser a mudança. Sim, porque a mudança nunca vem de fora, mas sempre de dentro. Tudo depende de como enxergamos as coisas, e como reagimos a elas. É assim que vamos atraindo as situações e pessoas ao nosso redor. Dependendo do que emitimos, do que procuramos, o mundo responde. Nada é tão poderoso quanto o pensamento. Quem quer, faz. Ponto. Mas estou falando de querer de verdade. Pode ser terminar um curso, construir uma vida ao lado de alguém, conhecer outro país ou ganhar uma medalha olímpica. Parar de fazer tudo no automático e olhar pra dentro: não te ensinaram na escola, mas a vida pode ganhar um sentido novo quando a gente consegue fazer isso. Porque quando entendemos quem somos de verdade, junto vem a compreensão de como podemos ajudar a construir um mundo melhor. E o primeiro passo sempre é sermos alguém melhor. A melhor versão de nós mesmos.
*Jornalista e apresentadora
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/olhar-para-dentro-%C3%A9-resposta-kelly-isis-pelisser
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