sábado, 13 de agosto de 2016

Idoso agredido e preso por policiais em Gravataí (RS) é réu em processo sobre o caso


 

Foto: arquivo pessoal

Braço do idoso após ser detido / Foto: arquivo pessoal

* Por Vitor Rosa

O idoso de 65 anos que foi preso depois de ser agredido por policiais dentro de uma delegacia de Gravataí está respondendo como réu em um processo que tramita no Judiciário sobre o caso. Ele é acusado de crimes contra a administração pública, por desacato e resistência à prisão.

Conforme o advogado da família, Rodrigo Rollemberg Cabral, a juíza responsável pelo caso requereu que fosse feita uma análise da sanidade mental do idoso – que é surdo, sofre de mal de Alzheimer e epilepsia. Caso seja comprovado, o processo deve ser extinguido.

Segundo a denúncia feita à Corregedoria de Polícia Civil, que investiga o caso, a família estava na delegacia para registrar um boletim de ocorrência . O idoso, que é interditado judicialmente por causa do estado de saúde, precisava ir ao banheiro, mas errou o caminho e entrou no gabinete de uma delegada. A policial o mandou sair, mas ele não respondeu. Segundo o advogado, foi naquele momento que o idoso foi empurrado, tombou, e depois foi atingido por pontapés. A família admite que o idoso chegou a segurar o braço da delegada e gritou que não sairia dali.

Depois da confusão, o homem foi algemado e preso em flagrante. Ele foi levado para a carceragem da delegacia, onde passou a noite, e depois para o Presídio Central de Porto Alegre, onde conforme Cabral, passou quase dois dias.

O delegado Regional de Gravataí, Eduardo Hartz, negou para a reportagem no dia 29 de julho que o idoso de 65 anos detido na Delegacia da Mulher da cidade, em junho, tenha sido agredido. Conforme Hartz, o homem foi apenas contido por policiais.

O advogado da família reclama que a Polícia Civil sabia sobre a interdição do idoso. Por isso, o defensor considera que o idoso não poderia ter sido preso. “Na nota de culpa emitida pela polícia, consta que o meu cliente não assinou. Dois policiais assinaram por ele. Outra irregularidade que me chama a atenção é delegada, que está sendo a vítima do processo, assinar o próprio inquérito”, enumera.

O Ministério Público ofereceu ao idoso uma transação penal – que é quando o processo é suspenso e o réu paga com prestação de serviço para a comunidade ou pagamento de cesta básica. No entanto, a oferta foi negada pelo judiciário, que requereu o procedimento de avaliação da sanidade mental.

Outro lado
O corregedor-geral da Polícia Civil, delegado Andrei Vivan, disse para a reportagem que o caso ainda está em aberto. Segundo ele, todas as testemunhas apontadas pelas partes estão sendo ouvidas e o inquérito está sendo apurado dentro do prazo.

 

Blog Caso de Polícia

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