O nadador Thiago Pereira parecia ter um pé no pódio quando terminou o nado de peito na final dos 200 metros medley. Pela frente, havia os últimos 50 metros de nado livre e, mais bem colocado, apenas a lenda americana Michael Phelps, que garantiu sua quarta conquista consecutiva na prova e 22º ouro na carreira.
Thiago Pereira recebe apoio da torcida após final dos 200 metros medleyDominic Ebenbichler/Reuters
No último quarto da final, Thiago perdeu cinco posições e terminou em sétimo, com um tempo acima de 30 segundos nos 50 metros livre. O tempo que garantiu o bronze ao chinês Wang Shun, de 1:57.61, poderia ser batido se Thiago repetisse o desempenho do mundial de Kazan, no ano passado (1:56.65). "É duro olhar para o placar e ver que o suficiente para medalha é uma coisa que você já fez várias vezes", lamentou. "Faz parte do jogo".
Apesar de não conquistar o resultado que esperava e que pareceu tão perto de se concretizar na maior parte da prova, Thiago afirma ter a consciência tranquila de que fez a melhor preparação que poderia para a Rio 2016. "Não faria nada diferente. Tomaria todas as decisões novamente. Tudo que eu fiz este ano eu faria de novo".
Apoio da torcida
Desde que seu nome surgiu no telão do estádio, Thiago foi aplaudido pelo público que assistia às finais de hoje. Quando terminou os primeiros 50 metros, de borboleta, à frente de Michael Phelps, a vibração foi a de um gol no futebol e só cresceu quando ele empatou com o americano ao terminar o nado costa, ainda em primeiro.
Os 50 metros peito foram acompanhados respiração a respiração com gritos de incentivo e as ultrapassagens sofridas no lado livre pareceram surpreender a plateia, que demorou a se recuperar da constatação de que o nadador chegou em sétimo. Mesmo assim, Thiago foi muito aplaudido quando deixou a piscina e agradeceu o apoio. "Ter quase 14 mil pessoas gritando o seu nome foi único, mas tem coisa que não é para ser".
O nadador diz que não descarta investir em mais um ciclo olímpico, mas pondera que ainda é cedo para falar em ir a Tóquio. "Se eu tiver mais uma chance de tentar, vou abraçar independente de idade".
Thiago deixa de mensagem para os torcedores que é preciso se orgulhar do país e diz torcer para que os Jogos Olímpicos inspirem toda uma geração de novos atletas. "Espero que seja um grande divisor de águas para o esporte nacional
Bellucci vence tenista belga e enfrenta Nadal nas quartas de final
Thomaz Bellucci vence por 2 sets a 0 e chega às quartas de finalReuters/Kevin Lamarque/Direitos Reservados
O tenista brasileiro Thomaz Bellucci venceu hoje (11) o belga David Goffin por 2 sets a 0 na terceira rodada da competição nos Jogos Olímpicos do Rio. Com a vitória, Bellucci enfrentará Rafael Nadal nas quartas de final. O espanhol está entre os grandes nomes do tênis mundial.
No torneio simples masculino, o Brasil ainda tinha Rogério Dutra Silva, que perdeu na segunda rodada para o francês Gael Monfils.
Disputado ponto a ponto, o tênis fez sua estreia Olímpica em Atenas 1896, primeira edição da era moderna. As mulheres entraram logo depois, nos Jogos de Paris, em 1900. Os torneios são masculino e feminino, com provas individuais e de duplas, além de duplas mistas.
Moraes: esquema de segurança na Rio 2016 não muda após ataque na Vila do João
Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
O esquema de segurança planejado para os Jogos Olímpicos Rio 2016 não será alterado, mesmo após o ataque contra três agentes da Força Nacional ontem (10) na Vila do João, no Complexo de Favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. Um soldado recebeu um tiro na cabeça e passou por cirurgia, outro teve ferimentos leves e o terceiro não foi ferido.
Ataque contra três agentes da Força Nacional na Vila do João deixou dois militares feridos, um deles em estado grave Vladimir Platonow/Agência Brasil
Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o esquema de segurança permanece o mesmo. “Continua a Força Nacional fazendo a segurança na entrada e saída de todas as dependências olímpicas e a segurança interna dos eventos e a Polícia Militar e o Exército fazendo a segurança externa da mesma forma”.
O ministro diz que as forças de segurança estão preparados para reagir a qualquer eventualidade e foram usadas na Maré as tropas de elite da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Força Nacional. “Nós tivemos esse lamentável acidente, esse covarde incidente, imediatamente, ontem mesmo, em reunião no CICC [Centro Integrado de Comando e Controle], nós programamos a operação a partir da madrugada, para poder colher mais provas e prender aqueles que atiraram. Estamos em operação conjunta, rapidamente montada, dentro do protocolo que já estava preparado”.
Moraes diz que, na primeira semana dos jogos, o balanço da segurança é “extremamente positivo”, com o objetivo de prevenir, mas que é impossível chegar ao nível zero de criminalidade. “Você andando pelas praças esportivas, conversando com as pessoas, e eu faço isso diariamente, você verifica que as pessoas estão se sentindo seguras, estão se dirigindo aos locais seguros, a cidade está mais segura, mas não há uma utopia de esperar criminalidade zero. Nós nos preparamos para as duas coisas, nos preparamos para evitar, se conseguirmos evitar tudo é ótimo, se não, nos preparamos para reprimir, nos preparamos para reagir”.
Saiba Mais
Cartilha contra o racismo
O ministro da Justiça participou hoje (11) do lançamento da cartilha Por Olimpíadas sem Racismo – Saiba Identificar o Crime de Racismo e Como Denunciar, anunciada ontem em coletiva pela Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), ligada ao Ministério da Justiça e Cidadania. O evento ocorreu na Casa Brasil, na Praça Mauá.
Moraes disse que é “inadmissível” que, em pleno século 21, ainda ocorram atos de racismo no país. “O brasileiro se acostumou a dizer que no Brasil não há racismo, que o brasileiro é cordial, alegre, miscigenado. Não é verdade. Primeiro é preciso reconhecer o problema, o racismo no Brasil é o mais difícil de combater, porque é escondido”.
A secretária especial da Seppir, Luislinda Valois, destaca que, apesar da lei brasileira ser dura, prevendo o crime de racismo como inafiançável, hediondo e imprescritível, a aplicação ainda é falha por causa da falta de educação de qualidade para que a população negra tenha acesso aos altos cargos do judiciário.
“Nós estamos percebendo que na hora da avaliação, do julgamento, da decisão desses crimes, nem sempre os juízes aplicam a legislação como se fora crime de racismo. Geralmente se parte para injúria racial e a punição se esmaece e a gente fica sem punir realmente. Para que esse julgamento aconteça com a celeridade necessária e com a descrição do crime de racismo como tal, nós precisamos ter ministros negros, desembargadores negros, promotores negros, juízes negros e por aí vai, porque só sabe o que é o racismo o negro. Nós precisamos ocupar espaços no Poder Judiciário, porque agora nós temos cota de um. Para julgar um crime de racismo precisa sentir aqui na pele, porque o racismo mata a alma e destrói o físico,” disse.
A cartilha bilíngue, em português e inglês, destaca o espírito olímpico de união e paz para divulgar informações sobre a tipificação do crime de racismo, a diferença entre racismo e injúria racial, sobre como identificar a prática e denunciar o crime. A publicação vai ser distribuída gratuitamente em locais públicos durante a olimpíada.
Inundados por moeda fraca
Por Rodolfo Amstalden
Reunidos com Temer, empresários lembraram de US$ 15 trilhões ancorados em juros negativos no mundo.
A confiança restaurada no governo brasileiro seria a “moeda mais barata” para atrair essa tonelada de dólares.
De fato, 40% dos títulos soberanos de países desenvolvidos negociam hoje com rentabilidade negativa.
Enquanto isso, os títulos serviçais do Brasil pagam juros positivos de 13% ao ano.
Sim, temos uma enorme oportunidade em vista.
Ao mesmo tempo, pego-me assombrado pelo contexto atual.
Na briga covarde entre -1% lá fora e +13% aqui dentro, como é que ainda não fomos inundados por moeda forte?
Três fatores explicam tamanha latência:
1 – A espera pelo impeachment definitivo (99,9% de chance não é o mesmo que 100% de chance);
2 – A probabilidade residual de Lula ser candidato em 2018 (já imaginou o que seria um 2º turno com Lula e Marina?);
3 – Risco de Temer refugar no ajuste fiscal (a rigor, teto de gastos e reforma previdenciária).
Eu – particularmente, é claro – não me preocupo com o primeiro e segundo fatores.
Favas contadas: Dilma está fora, Lula estará preso.
Não posso dizer o mesmo a respeito do terceiro fator.
O risco sempre existiu, e aumentou nas últimas semanas.
Ok, Temer pode ter feito concessões com moeda fraca pelo objetivo forte logo à frente.
Traumatizado, porém, com a experiência dilmesca, o mercado prefere comprar o que se faz, não o que se promete.
Qual é o teto de gastos de Temer?
Quando ele vai se aposentar?
Há US$ 15 trilhões curiosos para saber a resposta.
Reunião de Pauta - 11.08.2016 - Henrique Meirelles tem de por as barbas de molho
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Exército mantém controle do acesso à Vila do João após ataque à Força Nacional
Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
Os soldados estão posicionados de frente para uma das principais ruas da comunidadeVladimir Platonow/Agência Brasil)
Soldados do Exército mantêm o controle do acesso à comunidade Vila do João, onde três militares da Força Nacional foram feridos ontem (10) à tarde. Dois jipes foram estacionados na entrada, no entroncamento com a Linha Amarela, e os soldados ficaram posicionados de frente para uma das ruas principais da comunidade, que faz parte do Complexo da Maré.
Saiba Mais
- Moraes: governo vai dar resposta rápida sobre ataque à Força Nacional
- Militares da Força Nacional são feridos em comunidade do Rio de Janeiro
Ao longo da manhã e do início da tarde, um grande efetivo entrou na Vila do João, incluindo homens do Exército, da Polícia Federal, Polícia Militar e Força Nacional. O objetivo é encontrar três traficantes apontados como envolvidos no ataque em que um dos soldados foi atingido por estilhaços, outro por um tiro de raspão e um terceiro por uma bala na testa. Eles erraram o caminho, quando tentavam acessar a Linha Vermelha.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, no início da noite desta quinta-feira (11) o soldado Hélio Andrade permanecia muito grave no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Municipal Salgado Filho.
Mais cedo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que estava no Parque Olímpico de Deodoro, comentou a operação das Forças Armadas no Complexo da Maré.
“Desde as 2h o Exército bloqueou as principais saídas, com apoio da Força Nacional, enquanto o Batalhão de Operações Especiais [Bope] iria vasculhar a Vila do João para tentar encontrar os responsáveis que fizeram aquilo. Vamos continuar procurando, não por uma questão de revidar, mas porque os responsáveis têm de ser punidos”, disse Jungmann.
Até o meio da tarde, o serviço Disque Denúncia já havia recebido 11 informações sobre os três traficantes apontados como responsáveis pelo ataque.
Concurso premia fotos de moradores sobre esporte nas favelas
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Foto vencedora do concurso Jogos Olímpicos Cotidianos, O Esporte nas Favelas feita por Hugo de Lima Oliveira, morador do Complexo do Alemão Hugo de Lima Oliveira
Romper com esterótipos e estigmas sobre a favela é um objetivo compartilhado pelos três primeiros colocados do concurso fotográfico Jogos Olímpicos Cotidianos, O Esporte nas Favelas, que esperam que suas fotos ajudem a divulgar um novo olhar sobre esses territórios.
Moradores de comunidades do Rio de Janeiro, Hugo de Lima Oliveira, Edwalbert Casas Novas e Igor Alves de Albuquerque foram premiados hoje (11) na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, bairro nobre da zona sul da cidade. A premiação faz parte de uma parceria entre a empresa Omega, cronometrista oficial dos Jogos Rio 2016, e a organização não-governamental Viva Rio.
A foto de uma jovem ginasta ensaiando com sua fita e a favela como pano de fundo foi a vencedora do concurso. O autor da foto, Hugo de Lima Oliveira, 22 anos, mora no Complexo do Alemão, zona norte, e torce para que o Jogos Olímpicos sirvam de oportunidade para que os turistas visitem e conheçam as favelas. “É uma alternativa para as pessoas de fora conhecerem o que é realmente a favela, como funciona, pois o que mostram nos jornais é totalmente diferente. Quem for vai se apaixonar e ter uma outra visão.”
Com o kit fotográfico profissional que ganhou pelo primeiro lugar, Oliveira quer alçar novos voos. Para tirar a foto vencedora, o jovem pegou a câmera emprestada do primo, Yuri Sodré de Lima, 18 anos. “Tinha feito curso de fotografia e tudo o que aprendi passei para ele. Dei um empurrãozinho para ele ganhar o prêmio”, brincou o primo.
Ao todo, 18 moradores de favelas cariocas se inscreveram e usaram seus próprios equipamentos de fotografia, como celular, tablet, câmeras caseiras ou profissionais. Os vencedores foram selecionados pelos profissionais de Comunicação da Omega e do Viva Rio.
Vencedores do concurso recebem prêmios na na Casa de Cultura Laura AlvimFlávia Villela/Agência Brasil
Também morador do Alemão, o segundo colocado no concurso, Edwalbert Casas Novas, 26 anos, captou a imagem de um jogo de futebol em um campinho alagado. Ele ressaltou a capacidade de adaptação e de superação dos problemas que os moradores de comunidades relegadas pelo Estado costumam ter. “Essa foto fala muito do que acontece na comunidade, aquela quadra bem velha, alagada, e o esporte resistindo ali, as crianças com os pés descalços, debaixo de chuva jogando.”
A violência e a pobreza, aspectos mais abordados pela mídia, segundo ele, são coadjuvantes e não definem a favela. “Temos artistas, músicos, jogadores de futebol, atleta olímpico e tem fotógrafo vencedor de concurso. Com a fotografia busco revelar também esse outro lado da comunidade, que está oculto, encoberto pela imagem da violência e do tráfico”, disse Casas Novas, que é fotógrafo há 11 anos e integrante do jornal comunitário Voz da Comunidade.
Valorização
Terceiro lugar no concurso, o bancário Igor Alves de Albuquerque, 29 anos, é morador do Vidigal, na zona sul, e registrou um torneio de futebol na comunidade. Ele destacou a importância de histórias como a da judoca Rafaela Silva, moradora de favela e ouro no judô na Rio 2016, para a valorização desses territórios. “Eles vão ajudar as pessoas a verem as comunidades de uma forma diferente”.
O diretor executivo da ONG Viva Rio, Rubem César Fernandes, contou que o concurso foi o último de 12 projetos, um para cada mês do ano, que se basearam no ciclo da vida, começando da primeira infância e terminando na fase jovem. “A primeira ação foi a criação de uma brinquedoteca no Morro do Chapadão [zona norte]. Todos os projetos duradouros”, comentou.
O gerente da marca Omega no Brasil, Rodrigo Ortiz, considerou a parceria inovadora por romper com a tradição da empresa de instalar um relógio na cidade-sede dos Jogos para cronometrar os 12 meses anteriores ao dia da abertura. “O objetivo foi deixar um legado para a cidade. Investimos na infraestrutura desses projetos, o que vai permitir que eles continuem depois dos Jogos. Para o Rio de Janeiro, essa estratégia fez todo o sentido, pois é uma cidade maravilhosa, que ao mesmo tempo tem necessidades sociais.”
Feira mostra durante Olimpíada do Rio cultura e história dos índios brasileiros
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Indígenas brasileiros das cinco regiões do país, representativos de 20 etnias, participam, a partir de hoje (11), da feira Cultura Indígena, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.
A feira vai celebrar também o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado anualmente no dia 9 de agosto e que foi instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 1994.
O evento tem entrada franca e é organizado pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC), em parceria com a Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM) e com o apoio da Fundição Progresso e do Museu da Justiça.
Saiba Mais
Essa é a terceira edição da feira, cujo objetivo é “mostrar a cultura dos povos indígenas”, segundo o presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM), cacique Carlos Tukano.
O indigenista Toni Lotar, que participa da organização da feira, imagina que o número de etnias participantes pode aumentar à medida que os índios que vieram para a cidade vender artesanato durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos souberem do evento. “Eles vão aparecer e a gente vai acolher, porque a feira está aberta a eles também”.
Além da feira cultural, o evento exibirá ao público a exposição “O Rio Continua Índio”, montada pela primeira vez, no ano passado, no Museu da Justiça. A mostra é composta por painéis ilustrados com fotos, gravuras e mapas que contam de forma histórica e antropológica a presença dos indígenas no estado do Rio de Janeiro, desde antes da chegada dos colonizadores europeus até o surgimento da Aldeia Maracanã.
Segundo Toni Lotar, a exposição e a feira são oportunidades de os turistas nacionais e estrangeiros que estão no Rio de Janeiro para a Olimpíada e a Paralimpíada conhecerem um pouco a história dos indígenas brasileiros. “E ao vivo. Eles estarão aqui se apresentando, cantando, dançando. Vai ser um acampamento indígena no primeiro andar da Fundição”.
Durante a feira, além da venda de artesanato, haverá apresentações de cantos e danças indígenas, pintura corporal, contação de histórias, rodas de debates. O “mutirão” indígena, conforme definiu Lotar, se estenderá durante dois finais de semana prolongados, de quinta-feira a domingo. O primeiro vai de hoje (11) ao dia 14 e o segundo de 18 a 21 de agosto, no horário de 14h às 20h. Já a exposição “O Rio Continua Índio” é permanente e obedece ao horário de abertura da Fundição Progresso, às 10h.
A questão indígena estará presente em todos os debates, abordando a situação indígena no país. Entre os temas, estão a preocupação dos índios com a presença da Fundação Nacional do Índio (Funai), a demarcação de terras indígenas e a educação indígena. Toni Lotar lamentou que na programação do Comitê Rio 2016 para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos não tenha havido preocupação em promover algo relacionado aos índios brasileiros: “Por isso, a gente se preocupou em fazer esse trabalho aqui para a presença indígena ser valorizada, os turistas poderem ver, e os índios que estão perambulando pela cidade poderem chegar”.
As atividades envolverão representantes dos grupos Huni-Kuin (AC), Pataxó (BA), Tukano (AM), Guarani (RJ), Xavante (MT), Kayapó (PA), Tupi-Guarani (SP), Kaingang (RS), Xucuru Kariri (AL), Karajá (TO), Ashaninka (AC), Guajajara (MA), Fulni-ô (PE), Assurini(PA), Sateré Mawé (AM), Puri (RJ e MG), Tabajara (CE), Apurinã (AC), Pankararu (PE) e Potiguara (RN), entre outros povos indígenas brasileiros.
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