A Arena da Amazônia ficou lotada no último dia de jogos do torneio olímpico de futebol em Manaus, no Amazonas. A partida mais esperada da noite dessa terça-feira (9), entre as seleções femininas do Brasil e da África do Sul, terminou em 0 a 0. No primeiro tempo, o técnico Vadão decidiu poupar as jogadoras titulares Marta, Formiga e Fabiana. Com uma lesão na coxa, Cristiane foi substituída por Debinha.
Público da Arena da Amazonas pediu Marta, que entrou no segundo tempoBruno Kelly TPX/Reuters
A falta de gols fez a torcida gritar várias vezes o nome de Marta. No segundo tempo, o apelo do público foi atendido. A jogadora entrou em campo, no lugar de Tamires e fez a alegria das mais 42 mil pessoas presentes no estádio, público divulgado pelo governo do Amazonas. Thaisa também foi substituída por Fabiana, mas as mudanças não foram suficientes.
Apesar do 0 a 0, as meninas do Brasil saíram do campo aplaudidas pela torcida. Para a bancária Patrícia Silva, valeu a pena ter assistido a partida. “Nós queríamos que tivessem feito pelo menos um gol, mas não foi possível. Mas também foi um jogo emocionante. É isso aí. E vamos para frente Brasil”.
A assistente social de São Paulo, Talita Ribeiro, tem a mesma opinião. “Achei um jogo bem interessante, faltou o gol, mas foi um jogo bem dinâmico. As duas equipes jogaram bem, mas o Brasil se mostrou bem superior. Deu para aproveitar bastante o espetáculo”
Com duas vitórias e um empate, a seleção ficou em primeiro lugar no grupo E e avança para as quartas de final. O próximo jogo será contra a Austrália, na próxima sexta-feira, dias 12, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte.
Estados Unidos x Colômbia
As seleções femininas de futebol dos Estados Unidos e da Colômbia protagonizaram a primeira partida da noite na Arena da Amazônia. O placar ficou em 2 a 2. O primeiro gol saiu de uma cobrança de falta da meio campo colombiana Usme aos 25 minutos. A goleira americana Hope Solo levou um “frango” ao deixar a bola passar entre as pernas.
O gol de empate das americanas foi marcado aos 41 minutos do primeiro tempo pela atacante Dunn, após duas grandes defesas da goleira colombiana Sepulveda. Aos 13 minutos, a atacante Pugh, que entrou no lugar de Rapinoe, fez o segundo gol dos Estados Unidos.
A Colômbia conseguiu igualar o placar aos 44 minutos do segundo tempo, de novo com Usme. O empate foi muito comemorado pelas jogadoras. Ao fim do jogo, elas aplaudiram a torcida como forma de agradecimento pelo apoio. Apesar do empate, os Estados Unidos, que venceram as duas partidas anteriores com a França e a Nova Zelândia, já estão classificados para a próxima fase do torneio olímpico de futebol.
Vaias
As americanas foram muito vaiadas pela torcida. Aos gritos de “zika”, o público manauara também não perdoou a goleira Hope Solo, como ocorreu nas últimas partidas da equipe dos Estados Unidos. Antes de vir ao Brasil, a atleta publicou uma foto polêmica em uma rede social usando uma máscara, semelhante ao protetor utilizado por apicultores e mostrando uma grande quantidade de repelentes que levaria ao país para se proteger do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika, da dengue e da febre chikungunya. Assim que chegou ao Brasil, a goleira pediu desculpas pela foto.
Cerca de 48% das escolas não escolheram livros didáticos; prazo termina dia 12
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Cerca de 48% das escolas públicas ainda não escolheram os livros didáticos que serão usados pelos estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental a partir de 2017, de acordo com balanço divulgado hoje (9) pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O prazo termina na sexta-feira (12).
A escolha deve ser informada pelos professores, diretores e coordenadores no Sistema PDDE Interativo, disponível no portal eletrônico do FNDE. Segundo a autarquia, em 12,7% das unidades de ensino a seleção das obras ainda estava em elaboração e em 34,37% sequer tinham iniciado o processo.
Para auxiliar na escolha, o FNDE disponibilizou o Guia de Livros Didáticos 2017, com resenhas e informações de cada uma das obras aprovadas para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
O PNBL tem por objetivo prover as escolas públicas de ensino fundamental e médio de livros didáticos e acervos de obras literárias, obras complementares e dicionários. A cada ano, o FNDE adquire e distribui livros para todos os alunos de determinada etapa de ensino, repõe e complementa os livros reutilizáveis para outras etapas. Um mesmo período recebe todos os livros novos a cada três anos.
Nesta edição, serão selecionadas coleções didáticas para os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) de língua portuguesa, matemática, língua estrangeira moderna (inglês e espanhol), ciências da natureza, história, geografia e arte.
As escolas devem selecionar duas opções de coleções de cada componente curricular de editoras diferentes. Caso não seja possível a aquisição dos livros da editora da primeira opção, o FNDE negociará as obras da segunda opção. Caso a escola não queira receber livros de algum componente, basta manter a indicação inicial do sistema: “Não desejo receber livros deste componente”.
Os representantes escolares devem estar atentos pois se registrarem a escolha de alguns componentes e deixarem de marcar em outros, só receberão os livros que escolheram. Se gravarem a escolha sem marcar nenhum componente, não receberão nenhuma obra.
O colégio que não acessar o sistema ou não registrar nenhuma opção receberá uma das coleções aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC) para cada componente curricular.
Após perder primeiro set, Brasil vence segunda partida no vôlei masculino
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
Mais uma vez de virada e com início de partida ruim, a seleção brasileira de vôlei masculina conquistou hoje (10) a segunda vitória consecutiva, dessa vez contra o Canadá. O placar, 3 a 1, foi o mesmo da primeira partida contra o México.
Após início ruim, Brasil vence Canadá no vôlei masculino por 3 sets a 1Marcelo del Pozo/Reuters
O time brasileiro, bicampeão olímpico (Barcelona, 1992 e Atenas, 2004), começou jogando bem, com bons bloqueios e saques. O time abriu vantagem, teve chance de fechar o set, desperdiçou e os canadenses, aproveitando os erros do Brasil na recepção conseguiram a virada, vencendo por 26 a 24.
A partir do segundo set os brasileiros exibiram um vôlei mais consistente e conseguiram se impor. Depois de 25 minutos, fecharam o set por 25 a 18. O cenário se repetiu no set seguinte e após um bom saque do ponta Lucarelli, o time canadense não conseguiu finalizar a jogada, o Brasil retomou a bola e Maurício fechou o terceiro set por 25 a 18.
Com confiança, os brasileiros deram poucas oportunidades aos canadenses no quarto set. Em 23 minutos, fecharam o jogo com 25 a 17. Para o técnico Bernardinho, a equipe melhorou em relação à estreia. “Há um crescimento claro em relação ao primeiro jogo. Do ponto de vista emocial, o time sentiu no final do primeiro set, mas não se abalou e seguiu jogando e cresceu”, disse o técnico após a vitória.
Com seis pontos, na próxima rodada da primeira fase o Brasil enfrenta os Estados Unidos, que vem de duas derrotas, para canadenses e italianos. A partida está marcada para quinta-feira (11), às 22h35.
No Rio, jovens buscam Casa da Austrália para saber como estudar no país
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
A longa fila de jovens que esperavam para entrar na Casa da Austrália, na Rio 2016, instalada na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Praça XV, confirmou hoje (9) o interesse dos brasileiros em estudar naquele país. Inaugurada no último sábado (6), a casa de hospitalidade australiana organizou, nesta terça-feira, uma feira e seis seminários sobre educação, vistos e bolsas de estudo.
O paulista Hugo Dahlim, que estuda economia, considerou que essa é “uma possibilidade que não pode ser desprezada”. Sabrina Rodrigues Pacheco, que estuda relações internacionais no Rio e tem uma prima que já estudou na Austrália, também não descarta se candidatar a uma vaga.
Morador da Tijuca, zona norte da cidade, Miguel Lins de Vasconcellos Pasqua cursa atualmente o segundo ano do ensino médio e desde o ensino fundamental quer fazer direito, com especialização na área penal, para se tornar promotor. Acompanhado da avó, ele resolveu percorrer a feira de educação promovida hoje pelo governo australiano e parceiros privados para se inteirar de mais detalhes que poderão levá-lo, no futuro, a fazer uma especialização na Austrália. “Eu gostaria”, disse.
Segundo a adido comercial do Consulado da Austrália em São Paulo, Sheila Lunter, o interesse de jovens brasileiros em estudar em seu país vem aumentando muito nos últimos anos . “Temos visto um crescimento de mais de 82% nos quatro últimos anos. Já temos cerca de 25 mil estudantes do Brasil que escolhem estudar na Austrália a cada ano e se inscrevem nos cursos. Essa é a motivação para fazermos a feira de educação, para divulgar mais informações aqui, no Rio, sobre como estudar na Austrália".
De acordo com Sheila, a maioria dos estudantes brasileiros (50%) quer estudar inglês na Austrália, e 30% preferem cursos técnicos profissionalizantes em áreas como comércio. O restante se interessa por cursos superiores, em universidades. “Estamos com um crescimento contínuo”.
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Ranking
O ranking de países que mais enviam estudantes para a Austrália é liderado pela China, seguida da Índia, Coreia, Tailândia e Brasil. “A cada ano, o Brasil está ficando em um lugar mais alto”, disse a adido cultural. Ela admitiu, inclusive, a possibilidade de os brasileiros virem a tomar a liderança da China.
Normalmente, o estudante paga do próprio bolso para estudar na Austrália, mas o governo também oferece bolsas. Uma das exigências é falar inglês. O candidato tem que ser aprovado em testes. Sheila Lunter lembrou que há dois anos, o governo brasileiro, por meio do programa Ciências sem Fronteiras, patrocinou estudantes que foram estudar na Austrália. “Agora, parou um pouco”.
O tempo máximo de permanência do estudante na Austrália depende do visto de entrada no país. Se o curso durar três meses, por exemplo, o visto de turismo é suficiente. Cursos mais longos exigem visto de estudante. “Em geral [os cursos], vão de seis meses até um ano”. Nas universidades, o prazo de permanência varia de um ano até quatro anos, este último para doutorandos. As universidades também oferecem bolsas de estudo. Dentre as 100 melhores universidades do mundo, oito são australianas, informou a assessoria de imprensa da Casa da Austrália.
Foco
Os focos da Casa da Austrália nos Jogos Rio 2016 são turismo, educação e negócios. Além da feira de educação e os seminários, ocorre, em paralelo uma exposição sobre inovações criadas por australianos, entre as quais a caixa preta de aviões, o wi-fi, fertilização in vitro, tratamento para câncer, google maps.
A Casa da Austrália ficará aberta ao público até o próximo dia 12, no período de 11h às 19h. Na quinta-feira (11), às 11h, está previsto seminário sobre recursos hídricos, controle do uso da água, despoluição.
Diariamente são registradas extensas filas para visitar a Casa da Austrália. De acordo com os organizadores, 1,8 mil pessoas passaram pelo local no dia da abertura, enquanto o domingo teve 2,2 mil visitantes. Ontem (8), foram 1,5 mil pessoas.
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Casa da Dinamarca mostra ciclismo urbano como estilo de vida sustentável
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Visitantes testam smartbikes na Casa da Dinamarca na Rio 2016, instalada na Praia de Ipanema Francisco de Souza/Casa da Dinamarca
Bicicletas especiais para crianças do jardim de infância, para fazer compras em supermercados; bicicletas-táxi para conduzir idosos de asilos em passeios pela cidade; bicicletas que produzem energia para carregar baterias de celulares. Essa variedade de opções de bikes está exposta na Casa da Dinamarca na Rio 2016, instalada em plena Praia de Ipanema, na altura do Posto 10. O espaço funcionará no local até o dia 21 de agosto.
O relações-públicas da Casa da Dinamarca na Rio 2016, Brunno Cesar Galvão Fischer, disse que a ideia do pavilhão é mostrar que a bicicleta pode substituir os carros, com vantagens não só para o meio ambiente, mas para a melhora da qualidade de vida das pessoas.
Segundo Fischer, na Dinamarca o uso da bicicleta é uma escolha cultural, o que ainda não ocorre no Brasil. “Tem que fazer uma transformação de mentalidade, deixar o carro e mudar para outro sistema”, sugeriu, sem deixar de reconhecer que a questão geográfica e o clima dificultam um pouco a mudança de comportamento. “Não é fácil também pedalar no sol escaldante do verão carioca.”
Ciclismo e estilo de vida
Com ciclovias construídas em nível mais alto que as ruas, a capital dinamarquesa, Copenhague, transformou o ciclismo urbano em estilo de vida sustentável, integrado ao dia a dia dos moradores.
“Na questão da sustentabilidade, a Dinamarca tem destaque em várias áreas, como produção de energia eólica e solar e no ciclismo, na concepção de cidades para pessoas, cidades sustentáveis e em escala humana”, disse o relações-públicas. “Onde tem carro, tem ciclovia, inclusive nas rodovias”, acrescentou.
Bicicleta feito de LEGO exposta na Casa da Dinamarca na Rio 2016Francisco de Souza/Casa da Dinamarca
Na Dinamarca, as bicicletas têm semáforos próprios e pontes específicas. Ao contrário dos brasileiros, que têm “a cultura do carro”, segundo Fischer, nove em cada dez dinamarqueses dão preferência à bicicleta e 51% da população da capital vai trabalhar pedalando todos os dias.
Além da infraestrutura que estimula a atividade, o ciclismo na Dinamarca é disciplina escolar. A partir dos três anos, as crianças ganham uma “carteira de motorista” de bicicleta, segundo o porta-voz. “Elas começam a aprender na escola, no jardim de infância, como se fosse matéria obrigatória, e depois ganham a carteira. Bicicleta é levada muito a sério na Dinamarca”, destacou Bruno.
Tal como ocorre em relação aos carros, é proibido dirigir bicicletas se o condutor consumir bebida alcoólica. Além disso, é preciso sinalizar quando a bicicleta vai entrar à direita ou à esquerda e se o condutor dirigir sem luz, ou farol, ou sem capacete, paga multa. “Tem fiscalização e controle sobre as bicicletas.”
Segundo Fischer, o fato de ter sido um país pobre no início do século passado facilitou a adoção das bicicletas pelos habitantes da Dinamarca, que viu o sonho de construir grandes autoestradas, como há nos Estados Unidos, ficar para trás devido à falta de dinheiro após a Segunda Guerra Mundial. “O país saiu arrasado da guerra. O interesse pela bicicleta não foi proposital. Agora, é um estilo de vida. A bicicleta hoje é um símbolo dinamarquês”.
A preservação do meio ambiente e a sustentabilidade estão embutidos nessa opção, disse o relações-públicas. “Tem várias funções: social, ambiental, de esporte”. Até os shoppings têm estacionamentos específicos para bicicletas. O mesmo ocorre nas estações de trem.
Atrações
Além da exposição de bicicletas, a Casa da Dinamarca tem outras atrações, como óculos de realidade virtual com os quis os visitantes podem fazer uma viagem por Copenhague pedalando, visitando pontos turísticos e monumentos da cidade.
A cultura do país também está na arquitetura do pavilhão, construído sem um prego ou parafuso sequer em sua montagem, em referência às técnicas dos antigos vikings, ancestrais dos dinamarqueses. À noite, iluminado, o pavilhão forma a bandeira da Dinamarca. Djs e shows diários prometem fazer a alegria de cariocas e turistas.
Queixas de violência doméstica pelo 180 aumentam 133% este ano em relação a 2015
Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil
O Ligue 180, número da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, registrou um aumento de 133% nos relatos envolvendo violência doméstica e familiar, no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período em 2015. A informação foi divulgada nesta terça-feira (9) pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Cidadania.
O balanço aponta que, neste semestre, o serviço recebeu um total de 555.634 ligações, o que representa um acréscimo de 52% nos atendimentos em geral. Nos relatos de violência, principal tipo de consulta à central, estão casos sobre violência física (51,06%), violência psicológica (31,10%), violência moral (6,51%), cárcere privado (4,86%), violência sexual (4,3%), violência patrimonial (1,93%) - quando a pessoa não tem acesso aos seus próprios bens – e tráfico de pessoas (0,24%).
Para a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, os números não refletem, necessariamente, o aumento da violência no país, mas estão associados à maior procura por informação: “Os dados não significam que está crescendo o número de estupros, ou de mulheres que estão sendo muito mais espancadas ou violentadas. Mas, pode ser também que elas se sintam muito mais encorajadas para procurar o [Ligue] 180”.
Nos atendimentos realizados pelo Ligue 180, foi registrado um aumento de 142% nos relatos de casos de cárcere privado, uma média de 18 registros por dia. Essa é a primeira vez que a secretaria associa esse tipo de relato com a violência doméstica. “É muito triste percebermos que vem aumentando [o número de relatos de cárcere privado], se compararmos aos dados do ano passado”, afirma a secretária.
O balanço aponta ainda que 59,71% das mulheres que relataram casos violência, no período, são negras.“Os números mostram que as mulheres negras são as que sofrem mais violência e precisamos romper com isso”, diz Fátima Pelaes.
Saiba Mais
Os dados consolidados mostram que o Distrito Federal é a unidade da federação com maior registro de atendimentos, seguido por Mato Grosso do Sul e Piauí. Neste primeiro semestre, cerca de 70% dos municípios brasileiros procuraram o Ligue 180. As cidades de Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram as que mais ligaram para a central.
Dos casos de violência sexual, os principais tipos registrados pelo Ligue 180 foram estupro, exploração sexual e assédio sexual. Nesse período, houve um aumento de 123% nos relatos sobre violência sexual, com a média de 16 registros diários.
Fátima Pelaes ressalta que a consolidação do 180 representa o empoderamento da mulher no combate à violência: “Nós tivemos um aumento da procura do [Ligue] 180 e isso significa que as mulheres estão muito mais empoderadas, encorajadas no sentido de buscar esse serviço, de perceber que o estado disponibiliza para ela, através dessa lei, proteção e segurança para que sinta que não pode e não deve ficar oprimida. Os dados demonstram isso”.
O balanço aponta que a maioria das denunciantes foi a própria vítima. Esse percentual aumentou em 172% no primeiro semestre ano, em relação ao mesmo período de 2015. Na maioria dos casos (67,63%), o agressor tem ou teve algum vínculo afetivo com a vítima. Essas relações, em geral, são duradouras e têm acima de cinco anos de duração, em 57,36% dos casos.
Os números mostram ainda que amigos, vizinhos e parentes têm denunciado mais no número de atendimento. Em 2016, houve um aumento de 93% nos relatos feitos por outras pessoas. “Há uma indignação da sociedade e isso cabe a todos nós. Temos os dados mostrando que as mulheres estão sendo violentadas, mas nós precisamos romper com esse ciclo, acabar com essa questão de superioridade masculina, que é a raiz de todo o problema”, afirma a secretária.
Criada para coibir a violência doméstica e familiar no país, a Lei 11.340 completou dez anos no dia 7 de agosto. A legislação foi batizada em homenagem à farmacêutica cearense Maria da Penha, que ficou paraplégica após levar um tiro do marido, pai de suas três filhas, em sua segunda tentativa de homicídio contra ela, em 1983.
A história de Maria da Penha ganhou repercussão internacional quando ela acionou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) em busca de uma solução, após aguardar a Justiça brasileira por 15 anos. O caso mostrou a fragilidade enfrentada pelas brasileiras que eram vítimas de violência e não eram acolhidas pelo Estado.
O Ligue 180 tem é um canal que recebe denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e orienta as mulheres sobre direitos e a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário. A Central funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil e de mais 16 países (Argentina, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela. Desde março de 2014, o Ligue 180 atua como disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado.
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