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terça-feira, 2 de agosto de 2016

A balança comercial brasileira tem superávit recorde de 28 bilhões de dólares até julho: Foi o maior para o período em 28 anos

Balança comercial tem superávit recorde de US$ 28,2 bilhões até julho. Valor, acumulado de janeiro a julho, foi o maior para o período em 28 anos. (Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress)Balança comercial tem superávit recorde de US$ 28,2 bilhões até julho. Valor, acumulado de janeiro a julho, foi o maior para o período em 28 anos. (Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress)

1 DE AGOSTO DE 2016 23:35

A soma das exportações entre janeiro e julho foi US$ 28,23 bilhões superior ao valor das importações no mesmo período, resultando, portanto, em um superávit da balança comercial brasileira, informou nesta segunda-feira (1º) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Trata-se do melhor resultado para os sete primeiros meses de um ano desde o início da série histórica do Ministério da Indústria, em 1989, ou seja, em 28 anos. Até então, o maior saldo para este período havia sido registrado em 2006: superávit de US$ 25,19 bilhões.

O resultado positivo da balança nos sete primeiros meses deste ano também é maior que o superávit registrado em todo ano passado (US$ 19,69 bilhões). De janeiro a julho de 2015, as exportações superaram as importações em US$ 4,61 bilhões.

A melhora do saldo comercial acontece principalmente por conta da forte queda das importações. Isso é consequência da recessão na economia e também do dólar ainda relativamente alto, que encarece as compras de produtos do exterior.

Por outro lado, a valorização do dólar deixa os produtos brasileiros mais baratos, o que facilita exportações.

Na parcial de 2016, as exportações somaram US$ 106,58 bilhões, com média diária de US$ 735 milhões (queda de 5,6% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 78,35 bilhões, ou US$ 540 milhões por dia útil, uma queda de 27,6% em relação ao mesmo período de 2015.

Queda do dólar

Questionado por jornalistas, o diretor do Departamento de estatística e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Herlon Brandão, disse não ver motivos para acreditar que a queda recente do dólar vá comprometer a previsão do governo de um superávit comercial de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões para este ano.

“As exportações são contratadas com mais antecedência. O câmbio influencia [o resultado da balança comercial], mas demanda interna e externa são mais determinantes”, disse Brandão.

Ele observou que, nos sete primeiros meses do ano passado, o dólar médio foi de US$ 3 e que, no mesmo período deste ano, foi de US$ 3,65. “Acreditamos que o câmbio médio em 2016 vai ficar acima ainda do ano passado”, acrescentou.

Mês de julho

Somente em julho deste ano, ainda de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a balança comercial registrou superávit de US$ 4,57 bilhões. No mesmo mês do ano passado, o saldo positivo foi de US$ 2,38 bilhões.

Foi o melhor resultado para meses de julho desde 2006, quando houve superávit de US$ 5,65 bilhões. Deste modo, foi o maior superávit comercial para meses de julho em dez anos.

Em julho, as exportações somaram US$ 16,33 bilhões, com média diária de US$ 777 milhões, queda de 3,5% sobre o mesmo mês de 2015. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 11,75 bilhões, 20,3% menor que em julho do ano passado.

Estimativas para 2016

A expectativa do mercado financeiro para este ano é de melhora do saldo comercial, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada. O próprio BC também prevê melhora no saldo comercial.

A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 51 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior em 2016. O Ministério do Desenvolvimento estima um saldo positivo entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões.

Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 50 bilhões para 2016, com exportações em US$ 190 bilhões e importações no valor de US$ 140 bilhões. (Alexandro Martello/AG)

 

 

O Sul

 

Ministro da Justiça diz que Brasil está pronto para enfrentar possíveis ataques

 

Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil

O Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), criado sob a coordenação da Polícia Federal para agilizar a troca de informações e o levantamento de dados de inteligência entre polícias de diversos países durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, foi inaugurado hoje (1º) à tarde na sede da Interpol (Polícia Internacional), em Brasília.

Brasília - Ministro da Justiça participa de inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional (Elza Fiuza/Agência Brasil)

Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes,  disse que 250 policiais de 55 países vão atuar 24 horas por dia no CCPI com dois objetivos principaisElza Fiúza/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, participou da inauguração e disse que 250 policiais de 55 países vão atuar 24 horas por dia no CCPI com dois objetivos principais: a prisão de criminosos internacionais foragidos e que eventualmente venham ao Brasil e a troca de informações para captar qualquer possibilidade de preparação de atos terroristas.

“Não há nada mais inteligente para o combate a criminalidade e para o combate ao terrorismo do que a prevenção. Inteligência, informação e cooperação. Esse centro possibilita que cada um dos policiais que estão aqui presentes possam se comunicar imediatamente com seu país de origem, uma comunicação em tempo real, consultando bancos de dados do seu país de origem e fazendo o cruzamento desses dados”, disse.

Alexandre de Moraes está confiante de que os jogos vão transcorrer com tranquilidade e segurança e avalia que o país está preparado para atuar nos aeroportos e arenas olímpicas em caso de necessidade.

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“O Brasil está totalmente preparado, como todos os países do mundo que têm a melhor preparação. Nenhum país nem ninguém pode afirmar 100% que não ocorrerá um crime ou um ato, isso é uma afirmação impossível. O que posso afirmar é que fizemos a lição de casa. Tudo de mais moderno, tudo que há de integração com outros países, tudo que há de informação e inteligência, nós temos no Brasil. Estamos preparados para qualquer eventualidade.”

O CCPI faz parte do sistema integrado de comando e controle da Polícia Federal para grandes eventos. A primeira edição do centro foi montado durante a Copa das Confederações, em 2013, quando 22 policiais de oito países atuaram em parceria na país. Na Copa do Mundo, em 2014, a estrutura foi ampliada e teve a atuação de 205 policiais de 37 países.

Agora, para as Olimpíadas e Paralimpíadas, os policiais de 55 países vão se dividir em dois centros de comando e controle, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro, que será inaugurado na terça-feira (2).

Dupla checagem

O ministro da Justiça avaliou que desde a Copa do Mundo houve um processo de aperfeiçoamento da forma de trabalho da Polícia Federal e da Interpol, além da ampliação de cruzamentos de informações em bancos de dados internacionais.

“Nós temos hoje a possibilidade de acesso a todas as pessoas que embarcam para o Brasil e nós temos essa informação antes de essas pessoas chegarem ao Brasil para que possamos checar se há algum problema em qualquer desses bancos de dados internacionais”, disse. “Temos também os dados de documentos furtados ou roubados de todos esses países, caso esses documentos sejam apresentados no check in ou na imigração, isso imediatamente seja apontado à autoridade da imigração”.

Segundo o ministro, o programa de cruzamento de bancos de dados criado para as Olimpíadas permite uma dupla checagem da imigração nos aeroportos a partir da coleta de digitais. “Além da checagem normal, agora temos essa dupla checagem, duas vezes mais segurança”, disse.

A novidade evitou que um criminoso foragido entrasse no país na última quarta-feira (27). “Na semana passada, no aeroporto de Cumbica, em São Paulo, uma pessoa que vinha da Inglaterra, mas de nacionalidade, salvo engano, do Quatar, quando ele colocou o dedo [no sistema de leitura de digitais] deu que havia um mandado de prisão expedido pela Inglaterra, e a Interpol o estava procurando por estelionato. Isso constou e ele foi imediatamente deportado.”

 

Agência Brasil

 

 

Receita começa a utilizar sistema de reconhecimento facial em aeroportos

 

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

Os passageiros de voos internacionais que chegarem aos aeroportos brasileiros serão identificados por meio do reconhecimento das características faciais únicas de cada indivíduo. Segundo a Receita Federal, o sistema de reconhecimento facial vai trazer maior agilidade no atendimento ao viajante porque as ações dos agentes do órgão vão ser feitas preferencialmente sobre passageiros que apresentem risco potencial de estarem praticando irregularidades aduaneiras e outras infrações.

O sistema, que já está em operação em 14 aeroportos do país, vai reconhecer essas pessoas automaticamente e permitir a sua seleção para uma fiscalização mais aprofundada, sem interferir no fluxo de passagem dos demais passageiros.

“Com a união de uma sofisticada tecnologia de reconhecimento biométrico facial e um sistema avançado de gerenciamento de riscos aduaneiros, a Receita Federal aperfeiçoa seu processo de trabalho, trazendo maior segurança à sociedade brasileira, protegendo-a cada vez mais contra a prática da concorrência desleal e dos crimes de contrabando, descaminho e tráfico internacional de drogas, dentre outros”, diz a Receita.

Segundo a Receita, a modernização dos sistemas de controle atende a necessidade de dar vazão ao fluxo crescente de passageiros, por causa do aumento do tráfego aéreo internacional, especialmente durante grandes eventos. O sistema de reconhecimento facial foi apresentado hoje (1º) e faz o cruzamento antecipado de dados dos passageiros entre as informações enviados pelas companhias aéreas com o banco de dados da Receita Federal, que inclui informações como declaração de renda, ocupação e frequência das viagem.

 

Agência Brasil

 

 

Jucá defende julgamento final do impeachment no próximo dia 26

 

Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil

Brasília - O senador Romero Jucá, durante reunião com o ministro da Defesa, Raul Jungmann (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Romero Jucá lembra que Câmara votouimpeachment em um domingo e diz que senadores também podem trabalhar no fim de semana  Arquivo/Agência Brasil

O senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) defendeu hoje (1º) o início do julgamento final do processo deimpeachment da presidenta Dilma Rousseff no dia 26 de agosto.

Em nota divulgada no último sábado (30), o Supremo Tribunal Federal (STF) informou que o julgamento começará no dia 29 de agosto, uma segunda-feira, devendo se prolongar por alguns dias porque várias testemunhas serão ouvidas novamente. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, conduzirá a sessão.

Hoje, no entanto, Jucá lembrou que os prazos processuais permitem que o julgamento comece no dia 26, uma sexta-feira, e cobrou tanto de Lewandowski quanto dos senadores disposião para a trabaalhar no fim de semana para concluir o processo. “Não tem por que este Senado não trabalhar sábado e domingo, em um momento grave como este. A Câmara votou o impedimento da Dilma no domingo. Senador não pode trabalhar sábado e domingo? Nem o presidente do Supremo? Nós temos que ter responsabilidade e votar isso rapidamente”, afirmou Jucá no plenário do Senado.

O presidente da Comissão Processante do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), lembrou que cumpriu o rito processual obedecendo a todos os prazos mínimos garantidos à defesa da presidenta afastada. “Não há nenhuma tratativa, durante os trabalhos da comissão especial, no sentido de alongamento do prazo. Portanto, quero transmitir essa tranquilidade à sociedade brasileira, seja qual for o pensamento, ou a linha política de cada um, sabendo que estamos cumprindo rigorosamente o nosso dever e que a comissão está cumprindo rigorosamente o rito que previamente foi aprovado”, afirmou.

Cronograma

O cronograma divulgado prevê que, no dia 9 de agosto, uma terça-feira, seja realizada a primeira sessão plenária sobre o impeachment, sob coordenação do ministro Ricardo Lewandowski.

A partir de então, defesa e acusação terão 48 horas para apresentar seus argumentos e o rol de testemunhas que participarão da fase final do processo. Em seguida, será respeitado o prazo de 10 dias, estipulado pela Lei 1079/1950, que regulamenta o impeachment, para que tenha início o julgamento definitivo.

Amanhã (2) o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), lerá seu parecer final na Comissão Especial de Impeachment do Senado. A votação do relatório está marcada para dois dias depois.

Senadores contrários ao impedimento de Dilma preparam dois votos em separado e já pediram ao presidente da comissão, Raimundo Lira, tempo para que ambos sejam lidos na reunião.

 

Agência Brasil

 

Fiança milionária

Rodolfo Buhrer/Reuters

O juiz Sergio Moro determinou hoje a soltura do marqueteiro João Santana e da mulher, Mônica Moura. Eles tiveram de pagar uma fiança de R$ 31,4 milhões. São R$ 28,7 milhões para Mônica e R$ 2,7 milhões para o publicitário.
É o maior valor de fiança arbitrada na Operação Lava Jato até aqui. O casal foi preso em fevereiro sob suspeita de receber da empreiteira Odebrecht dinheiro desviado da Petrobras. Leia mais

 

 

Paulo Bernardo denunciado

Marcello Fim/Framephoto/Estadão Conteúdo

O Ministério Público Federal, em São Paulo, denunciou o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e mais 19 investigados.
O grupo é acusado de montar uma organização criminosa no ministério, que teria movimentado propinas de R$ 100 milhões envolvendo empréstimos consignados a servidores públicos. Leia mais

 

 

Novas eleições presidenciais?

Marlene Bergamo/Folhapress

A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse que é preciso "lutar" pela realização de um plebiscito que consulte a população sobre a necessidade de uma eleição presidencial antecipada.
Para tentar convencer ao menos 27 dos 81 senadores a votar contra a cassação definitiva, Dilma vai se comprometer a apoiar a convocação de um plebiscito depois de um eventual retorno ao comando do país. Leia mais

 

 

Mercado financeiro

Shutterstock

A Bovespa teve queda hoje de 0,96%, com 56.755,76 pontos. A baixa foi puxada, principalmente, pelo desempenho das ações da Petrobras, que perderam mais de 5%.
Já no mercado de câmbio, o dólar subiu 0,9% e agora está cotado em R$ 3,272.Leia mais

 

 

Tragédia no Paraná

As vítimas da queda do avião na noite de ontem entre Cambé e Londrina, no Paraná, já foram identificadas. Dos oito ocupantes da aeronave, seis são da mesma família. Todos morreram.
Apesar da confirmação dos nomes, pode ser que o Instituto Médico Legal não consiga fazer a identificação oficial dos corpos, já que todos foram carbonizados no acidente.Leia mais

 

Contradições

Kiril Kudryavtsev/AFP

O ar do Rio de Janeiro é muito mais poluído e letal do que o retratado pelas autoridades, especialmente em relação ao chamado material particulado. É o que mostraram análises de dados do governo e testes realizados pela agência de notícias Reuters.
Por outro lado, a chefe de sustentabilidade e legado do Comitê dos Jogos, Tânia Braga, minimizou os resultados. Leia mais

 

Com jeitinho...

Danilo Lavieri/UOL

A Prefeitura de São Paulo deu um jeitinho e liberou a comercialização de cerveja na Arena Corinthians durante o período da Olimpíada. O estádio era o único entre todas as instalações dos Jogos que ainda não tinha permissão para comercialização de bebida alcoólica.
O prefeito Fernando Haddad chegou enviar um projeto para a Câmara Municipal no fim de junho, mas o texto não foi colocado nem para a primeira votação. Por isso, a administração municipal achou um plano B: vai se apoiar em uma interpretação de uma lei federal para autorizar a venda. Leia mais

 

Marcelo Melo vai chegar

Cristiano 
Andujar/CBT

Campeão do Masters 1000 de Toronto no domingo, o tenista Marcelo Melo passou por apuros para conseguir voo rumo ao Rio de Janeiro, onde vai jogar as Olimpíadas ao lado de Bruno Soares.
A situação só foi solucionada hoje quando ele conseguiu uma passagem com escala em Nova York e Guarulhos. Marcelo deverá chegar ao destino final na manhã de terça. Ele e Bruno estreiam no sábado ou domingo, dependendo do sorteio das chaves. Leia mais

 

Letícia Sabatella registra BO

Gel Lima/Código19/Estadão Conteúdo

Letícia Sabatella registrou boletim de ocorrência após ter sido hostilizada durante protesto pró-impeachment no centro de Curitiba, na tarde de ontem.
A atriz registrou o momento em que foi atacada por manifestantes com xingamentos e palavrões. Pouco depois, compartilhou a gravação no perfil pessoal no Instagram.Leia mais

 

 

Adeus, Bauza

Rivaldo Gomes/Folhapress

Edgardo Bauza é o novo técnico da Argentina. O anúncio foi feito pelo São Paulo, pelo site oficial. O acerto já era dado como certo pela imprensa argentina durante a tarde de hoje.
O treinador deixa o São Paulo na 10ª colocação no Campeonato Brasileiro, com 23 pontos em 17 rodadas, um aproveitamento de 45% dos pontos. O São Paulo não confirma quem comandará o jogo na próxima quinta-feira, contra o Atlético-MG. Leia mais

 

Brasil e EUA assinam acordo para exportação de carne bovina in natura

 

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil*

Após uma negociação de 17 anos, os governos do Brasil e dos Estados Unidos formalizam hoje (1º) a abertura do mercado norte-americano para a carne bovina in natura brasileira. Com expectativa de aumentar em US$ 900 milhões os ganhos com exportações, a previsão é que os primeiros embarques do produto comecem daqui a três meses.

Ao lado da embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, o presidente interino Michel Temer participa neste momento de uma cerimônia no Palácio do Planalto que marca a troca de cartas entre os dois países.

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Com a chamada “equivalência dos controles oficiais de carne bovina”, tanto o Brasil poderá vender o produto ao mercado norte-americano, quanto os Estados Unidos para o brasileiro.

Atualmente, o Brasil vende apenas carne bovina industrializada para os EUA. O país tem exigências sanitárias que impediam a assinatura do acordo de hoje desde o início das conversas, em 1999. "Grande conquista! Muito bom passarmos pelo rigor dos Estados Unidos", escreveu o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em sua conta no Twitter.

O ministro esteve em Washington na semana passada para finalizar os entendimentos. De acordo com o governo, os frigoríficos brasileiros terão uma cota de até 64,8 mil toneladas por ano de carne fresca e congelada para exportar aos Estados Unidos.

 

Agência Brasil

 

Acordo Brasil e EUA pode ampliar para 10% participação no mercado agro mundial

 

Pedro Peduzzi e Paulo Victor Chagas - Repórteres da Agência Brasil

Ao assinar acordo para exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos, o Brasil terá acesso a outros mercados, além do norte-americano, uma vez que o critério para a abertura desses mercados é a aceitação do produto brasileiro pelas autoridades sanitárias dos EUA. Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, esta será uma das medidas que fará o Brasil cumprir a expectativa de ampliar sua participação nos próximos anos dos atuais 7% para 10% do mercado do agropecuário mundial.

Durante a cerimônia de troca de cartas de equivalência entre Brasil e Estados Unidos, Maggi lembrou que este acordo é algo que vem sendo trabalhado há vários anos pelas autoridades dos dois países. “O que fazemos hoje é o reconhecimento de que o estado sanitário dos dois países são iguais e se complementam. Isso faz com que o Brasil seja reconhecido não só pelos Estados Unidos; boa parte do mercado internacional se abre nesse momento”, afirmou o ministro.

“Tenho percebido que vamos crescer muito no setor agro, para sair de 7% da participação no comercio mundial para 10% nos próximos anos. Não é tarefa fácil, mas também não é impossível. Estamos mexendo internamente no ministério porque, se queremos produtos de qualidade, temos de produzir, fiscalizar e deixar que a iniciativa privada faça o seu trabalho”, acrescentou.

De acordo com o ministro, o papel da diplomacia foi relevante para que se chegasse a esse acordo. “Sou produtor rural, sei produzir e sei fazer volume e comércio. Mas sem uma diplomacia para [ajudar a] vender a outros países, nada disso adiantaria.”

Apesar da previsão inicial do ministério de os primeiros embarques começarem somente daqui 90 dias, Blairo Maggi afirmou que, conforme as "últimas informações", os trâmites e trânsitos já estão liberados "quase que de imediato".

Medidas "anti-burocráticas"

Ainda segundo Maggi, sua pasta tem atuado no sentido de desburocratizar regras no setor agropecuário e, nos próximos dias, disse ele, serão anunciadas revisões de cerca de 300 medidas burocráticas para tirar "dinheiro da mão da ineficiência e trazer para a mão da eficiência". "Todos os ministros precisam entender que o servidor público é importante quando diz sim, apesar de muitos acharem que são importantes quando dizem não”, acrescentou.

De acordo com o ministro, após levantar dados com diferentes entidades, a pasta pretende extinguir algumas medidas e atualizar outras, que, por exemplo, vigoram desde a década de 1960. "Espero que no máximo em 20, 30 dias a gente possa apresentar isso à sociedade", previu.

Entre as medidas em estudo está a de facilitar a entrada de sementes de milho no mercado brasileiro, algo que, segundo uma empresa do setor informou o ministro, era prejudicado pela demora na autorização de entrada por meio dos portos brasileiros. Ao conversar com um representante dessa empresa e manifestar o interesse do governo em rever as normas para a entrada desse produto, Maggi foi informado de que, caso não perca tanto tempo nos portos, a empresa ampliará de 15 mil toneladas para 50 mil toneladas o comércio dessas sementes com o Brasil.

“Há também medidas voltadas a frigoríficos, alimentos e também questões relativas aos rótulos dos produtos. Demoram-se meses para aprovar os rótulos, quando há estudos que mostram que o ministério tem de se preocupar é com os dados de garantia que ali estão”, disse.

Também presente na cerimônia de assinatura do acordo, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse não ter dúvida da qualidade dos produtos do campo brasileiros. “Nossa carne bovina é a principal exportadora, com 20% do mercado mundial. Exportamos 1,4 bilhões de toneladas a cada ano, o que equivale a US$ 6 bilhões. Há a possibilidade de um acréscimo de mais US$ 900 milhões nas nossas receitas, porque [com essa assinatura] vamos além do mercado norte-americano”, disse.

“Além disso temos uma agricultura que tende a assimilar um comportamento sustentável. Temos de vender essa imagem. Mostrar que temos a agricultura que mais preserva recursos naturais”, afirmou.

 

Agência Brasil

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