1. O governo estadual do Rio –vive uma gigantesca e profunda crise fiscal e financeira. Sem fôlego próprio, correu desesperado atrás da ajuda federal. Para tanto precisava pintar a conjuntura como inviável com as forças e os instrumentos disponíveis para o governo estadual. A proximidade dos Jogos Olímpicos ajudou.
2. Nas palavras do governador trata-se de uma calamidade pública com o caos imediato na segurança pública, nos transportes e na saúde. Só isso poderia salvar a Olimpíada-2016. As suas palavras ecoaram e em seguida o presidente e o ministro da fazenda reuniram-se com os governadores mais aflitos, e decisões foram tomadas.
3. Para o governo do Estado do Rio de Janeiro, vieram dois bilhões e novecentos milhões de reais para aplicação imediata de forma a “salvar a Olimpíada”. Com isso se reabre o prazo político. Afinal as eleições estaduais só ocorrerão em 2018. Esse fôlego financeiro poderia alavancar o governo estadual e colocá-lo outra vez de pé em campo no início de 2018. Afinal este é o prazo político estadual.
4. Mas o prazo e a expectativa da Prefeitura do Rio, são completamente diferentes. De um lado a própria Olimpíada- 2016, administrada pelo prefeito como um trunfo político que poderia produzir uma reversão de expectativas políticas. O prefeito insiste que a situação financeira da Prefeitura é muito diferente da do Estado.
5. É verdade, mas comparar com o Estado não quer dizer muita coisa. As curvas fiscal, financeira e previdenciária da Prefeitura do Rio, são declinantes. O início do próximo governo municipal em 2017 não será brilhante. Mas bem administrado desde o primeiro dia, a gravidade mesmo que significativa,será transitória.
6. Dada a proximidade do calendário olímpico-eleitoral, o prefeito da capital, não se conteve e fez declarações duras apontando a mira de seu fuzil para o governo estadual. Alguma resposta política terá, especialmente pela frieza que caracteriza o governador em exercício. Não será de bate-pronto, mas virá. E no tempo que possa devolver com a mesma moeda política. Ou seja nos próximos dois meses.
7. No dia 2 de julho, o prefeito esbravejou para as câmeras e gravadores da imprensa que o cobria. As perguntas cobriram os fatos –a proximidade dos Jogos Olímpicos. E de nada servia alegar que são responsabilidades distintas as estaduais e municipais, mesmo se sabendo que é verdade.
8. Disse o prefeito à imprensa no dia 2 de julho. (UOL) -Paes diz que governo do Rio não tem comando e pede 'vergonha na cara' "Está no limite, falta o mínimo de comando, não pode virar esse desmando no Rio. Não pode falar que é problema social porque problema social também tem em São Paulo e a gente não vê isso. Tem em Recife, em Belo Horizonte e a gente não vê isso. O que a gente espera das forças policiais do Estado é que elas cumpram suas obrigações.""Um absurdo um secretário de saúde dizer o que disse nessa altura do campeonato. Vá aprender a gerenciar, vá aprender a economizar custos", disse o prefeito.
EX-Blog do Cesar Maia
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