sexta-feira, 1 de julho de 2016

O surgimento de Israel

Paralelamente à presença dos otomanos e depois dos ingleses e franceses, um outro fator perturba a vida dos árabes desde o século passado. Trata-se do estabelecimento do Estado de Israel em área da antiga Palestina.
Desde o fim do século passado se desenvolveu a migração de judeus para Palestina. O movimento inicial se dava de forma gradativa e graças aos impulsos do Movimento Sionista Internacional que pregava o retorno dos judeus para a pátria dos seus ancestrais.
O movimento dos judeus, que também atuavam ao nível internacional em busca de seus objetivos, se constituiu em mais um setor em que os árabes foram ludibriados pelas potências coloniais; Os judeus representavam para os árabes um corpo estanho em seu meio, pois eram, em sua maioria, europeus, de pele clara e cultura e costumes completamente diferentes. Na busca da aliança para combater os turcos-otomanos, os ingleses prometeram aos árabes que não dariam apoio ao estabelecimento de judeus na Palestina. Todavia, para conquistar o apoio dos judeus na mesma luta, os ingleses prometeram apoio ao Movimento Sionista Internacional.
Este apoio aos judeus – e, consequentemente, mais uma traição aos árabes – foi referendado pela chamada Declaração Balfour, formulada em 1917, pela qual o governo de Sua Majestade manifestava o seu apoio à formação de um lar nacional judaico na Palestina.
O movimento migratório judaico ganhou impulso a partir de meados da década de trinta com a perseguição nazista na Europa. O que era uma migração esporádica passou a ser um movimento constante para fugir do massacre nazista
Ao final da Segunda Guerra Mundial mais de um milhão e meio de judeus haviam se transferido para a Palestina. As Nações Unidas, ainda sob a comoção do holocausto praticado pelos nazistas e considerando o enorme contingente judaico migrara para a Palestina, decidiram fazer a partilha daquela colônia britânica, em dois Estados, um judeu e um árabe-palestino.
Os judeus, que vinham desenvolvendo ações terroristas através de organismos como o Irgun eu Stern, tencionavam ficar com o território da Antiga Palestina, mas acataram a decisão da ONU.
A 14 de maio de 1948, era fundado o Estado de Israel, em uma faixa territorial que totalizava 14.100 quilômetros quadrados. A área destinada à Palestina era de 11.500 quilômetros quadrados.
Os árabes cometeram o erro histórico de não aceitar a partilha da ONU e declararam guerra a Israel. Na realidade, como diz a jornalista Helena Salem, eles blefaram. Sendo mais de cem milhões a circundar o minúsculo Israel e seu menos de dois milhões de habitantes, pretendiam, conforme voz de suas lideranças, “jogar os judeus ao mar”. O blefe das lideranças permitiu a Israel aumentar para vinte mil quilômetros quadrados a sua área territorial, enquanto que os palestinos ficaram privados de sua pátria.
Assim, se por um lado os árabes eram explorados pelas potências colonizadas, por outro cometiam erros estratégicos que serviam para aprofundar as divergências entre Ocidente e Oriente. A questão palestina e o confronto com os judeus passariam a ser motivo de inspiração para a maioria das lutas desencadeadas pelo líderes que foram surgindo pelos mais diversos pontos da Arábia. Por mais três vezes – em 1956, 1967 e 1973 – os árabes entraram em guerra com Israel e por outras tantas vezes foram derrotados.
A guerra de 1956 teve ainda mais uma vez a conotação da presença marcante dos colonizadores franceses e ingleses, já em suas últimas ações na regiião, onde passaram a ser substituídos pelos Estados Unidos.
Gamal Abdel Nasser se alçara no Egito como o novo líder que buscava a unidade do mundo árabe. Como recebera ajuda Ocidente para construir a represa de Assuã, Nasser decidiu nacionalizar o Canal de Suez, via marítima de extraordinária importância para os interesses ocidentais e do próprio Israel. Foi o motivo para que a França e Inglaterra mandassem suas forças atacar o Egito.

A guerra só teve fim com a intervenção de um novo agente, que no pós-Segunda Grande Guerra também passou a exercer a sua influência na região: a União Soviética. 

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