sexta-feira, 1 de julho de 2016

Na Flip, neurocientista que trocou Brasil pelos EUA critica política científica

 Paraty (RJ) - O jornalista Bernardo Esteves (E), o médico neurocirurgião Henry Marsh e a médica pesquisadora Suzana Herculano-Houzel na mesa Matéria Cinzenta, que debate sobre neurociência na Flip (Tomaz Silva/A

O jornalista Bernardo Esteves, o neurocirurgião Henry Marsh e a pesquisadora Suzana Herculano-Houzel na mesa Matéria Cinzenta, na Flip Tomaz Silva/Agência Brasil

A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, que deixou o Brasil há um mês e meio para continuar seu trabalho de pesquisa nos Estados Unidos, disse hoje (30), ao participar de debate na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que “agora pode fazer seu trabalho”. Suzana também criticou a incorporação do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação ao Ministério das Comunicações pelo governo interino de Michel Temer.

“Não acho nada surpreendente [a fusão], porque é apenas mais uma evidência do quanto a ciência é desvalorizada no Brasil”. Segundo ela, com a perda de importância da pasta, o país tende a se tornar cada vez mais dependente do conhecimento e da tecnologia gerada no exterior.

Suzana disse achar sintomático que sua decisão de aceitar a proposta de lecionar na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, tenha causado comoção. “Se eu recebo uma proposta melhor de trabalho e aceito ou não aceito, não deveria ser da conta de ninguém”, criticou a pesquisadora, que disse ter certeza de que tomou a decisão certa e que está “extremamente satisfeita com sua rotina” nos EUA.

“Eu agora trabalho em um lugar onde a administração é feita por administradores, onde a informática é cuidada por pessoas especializadas em informática, onde eu não sou minha própria agente de viagens, contadora, eletricista, torneira mecânica, etc” comparou. Suzana era pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e defende mais cobrança por resultados no meio acadêmico brasileiro.

Autora de sete livros, a neurocientista dividiu a mesa na Flip com o neurocirurgião britânico Henry Marsh, que lançou seu primeiro livro após 36 anos de carreira. Durante o debate, os dois compartilharam expectativas em relação a avanços científicos, crenças e comentaram hipóteses como o prolongamento da vida e a possibilidade de reproduzir um cérebro humano artificialmente.

“Me parece muito improvável [que se possa viver até os 400 anos em um futuro próximo]. Mas, mesmo se fosse possível, acho uma péssima ideia. Seria caríssimo e só os muito ricos viveriam", disse Marsh. Segundo ele, a inteligência artificial ameaça mais a humanidade na substituição de empregos que na perda do controle sobre as máquinas.

Ciência e poesia

O neurocirurgião contou à plateia que sua carreira teve operações desastrosas e que a experiência trouxe menos confiança em si mesmo e mais humildade. “Sinto alívio quando me saio bem. Não me sinto triunfal. Sinto que tive sorte.”

A pesquisadora brasileira contou que seu trabalho de comparar o cérebro humano com o de outros animais permitiu desenvolver a teoria de que o cozimento dos alimentos tem papel central no destaque da humanidade sobre as outras espécies.

 Paraty (RJ) - O médico neurocirurgião Henry Marsh participa da mesa Matéria Cinzenta, que debate sobre neurociência na Flip (Tomaz Silva/Agência Brasil)

O neurocirurgião britânico Henry Marsh lançou seu primeiro livro após 36 anos de carreiraTomaz Silva/Agência Brasil

“Se a gente comesse como todos os primatas comem, a gente não deveria estar aqui, pois deveríamos passar nove horas e meia por dia apenas procurando comida.” Segundo a pesquisa de Suzana, o cozimento permitiu aproveitar melhor os alimentos e dedicar menos tempo à subsistência, o que liberou mais tempo para o desenvolvimento das capacidades do cérebro humano. “A cozinha é algo extraordinário que a gente precisa reverenciar.”

Os dois cientistas concordaram no ponto de vista de que a consciência e a vida são resultado de conexões eletroquímicas no cérebro, mas defenderam que isso não diminui a importância ou a poesia para o ser humano.

“Para muita gente, a noção de que a gente não é mais do que matéria é quase insultante”, disse Suzana. “Tem gente que acha que os cientistas querem tirar a magia da coisa, querem explicar o mundo e que isso acaba com a poesia. Muito pelo contrário. Acho extraordinário olhar para aquele pedaço de matéria e entender que são moléculas, mas que, por causa de uma configuração e de uma maneira muito particular que elas se organizam, aquilo se transforma em um ser capaz de pensar, se colocar na vida e ter opiniões sobre o universo, e que inclusive é uma pessoa que te desperta emoções, amor profundo e interesse. Isso pra mim é a poesia suprema.”

Brexit

Durante a Flip, o autor britânico criticou o resultado do plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia e disse temer que as consequências econômicas da decisão pesem sobre o sistema de saúde britânico. “Nunca achei que viveria para ver a Inglaterra passar por isso. É um pesadelo”, lamentou.

 

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Agência Brasil

 

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Mais uma fase da Lava Jato

Lula Marques/Folha imagem

A Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira. Um dos alvos da ação é a empresa JBS, dona da Friboi. Essa operação da Lava Jato é baseada em delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, indicado por Eduardo Cunha.
O doleiro Lúcio Funaro também foi preso em São Paulo. Ele é apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como "guardião de segredos de Eduardo Cunha", presidente afastado da Câmara dos Deputados. Leia mais

 

 

Sem políticos

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

O presidente interino, Michel Temer, sancionou ontem a proposta que estabelece as novas regras para nomeação de diretores e conselheiros de estatais, aprovada na semana passada pelo Senado.
A sanção da Lei de Responsabilidade das Estatais vai ser publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União e vai manter a proibição de indicação de dirigentes de partidos políticos para diretorias e conselho de administração de estatais. Leia mais

 

 


Omitiu propina em acordo

O empresário Augusto Mendonça, da Setal, omitiu propina de R$ 103 milhões em acordo de delação na Lava Jato. O pagamento teria sido por contratos da Petrobras para a construção de duas plataformas de petróleo.
O caso é um dos maiores subornos da operação. Mendonça foi o primeiro empresário a fechar a delação e nunca foi preso. Os advogados não quiseram comentar essa omissão.
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Silêncio

José 
Cícero da Silva/Agência Pública

A presidente afastada, Dilma Rousseff, decidiu não depor pessoalmente na comissão do impeachment no Senado na próxima quarta-feira (6). O advogado dela, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, deve falar no lugar da petista.
Dilma não era obrigada a comparecer no depoimento agendado para a próxima semana, e aliados avaliam que seria melhor, se ela for pessoalmente ao Senado, que seja no plenário, não na comissão especial. Leia mais

 

 

Sem acordo

Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo

A tentativa de costurar um acordo para viabilizar uma renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo de presidente da Câmara já enfrenta resistências nas bancadas de partidos como o PSDB, PSB e PPS.
Cunha afirmou que abriria mão do cargo se o Palácio do Planalto conseguisse unificar siglas que antes estavam na oposição em torno de um nome bancado pelo peemedebista para ficar no lugar dele. Leia mais

 

 

Que dólar, que nada...

Nelson A.
 Ishikawa/iStock

O real terminou o primeiro semestre deste ano com ganho de 19,59% frente ao dólar no mercado à vista, na casa dos R$ 3,18. A moeda brasileira liderou o ranking global de valorizações neste ano.
Somente em junho, o real teve alta de 11,46%, também na liderança do ranking mundial. Foi o maior salto mensal desde abril de 2003 (+13,23%).
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As regras mudaram

Brian 
Snyder/Reuters

A Capes, uma das principais agências do governo federal responsável por bolsas de estudos no exterior, como no caso do programa Ciência sem Fronteiras, pode, a partir de agora, cancelar bolsas de pesquisas que já tinham sido concedidas.
A decisão ocorre por causa de restrições orçamentárias. A nova regra vale de graduação a pós-doutorado fora do país. Essa norma surge no momento em que o Senado vai decidir se continua ou não com o programa Ciência sem Fronteiras. A proposta tem causado controvérsias. Leia mais

 

 

Municipal e estadual

Creative Commons

O Ministério Público apontou que farmácias públicas municipais e estaduais em São Paulo sofrem com falta de medicamentos. A investigação aponta desabastecimento de cerca de cem remédios e alguns chegam a ficar seis meses sem serem oferecidos.
Foi constatada carência de antibióticos, antialérgicos e anticonvulsivos, considerados básicos e essenciais por serem de uso frequente de crianças e idosos. Em resposta, o Estado negou que isto esteja acontecendo. Já a prefeitura disse que ocorreram atrasos, mas que já repôs o estoque. Leia mais

 

Gols para dar e vender

Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

E o fim da rodada do Brasileirão foi marcado por muitos gols. O Atlético-MG venceu o Botafogo por 5 a 3 no Mineirão. O equatoriano Cazares foi o nome da noite, com dois gols e duas assistências.
Já o Palmeiras ignorou a pressão do Corinthians, que tinha encostado na tabela, e abriu ontem três pontos de vantagem. A equipe paulista venceu o Figueirense por 4 a 0 no Allianz Parque e manteve a liderança isolada do campeonato.
Leia mais

 

É aluno e está com mensalidades atrasadas? Veja seus direitos

A instituição de ensino não pode proibir o acompanhando de aulas e realização de provas
Uma consumidora de Salvador, na Bahia, relatou no Reclame AQUI que, ao chegar na faculdade para fazer uma prova, foi proibida por estar com uma mensalidade do curso em aberto. O que ela deve saber, neste caso, é que a instituição não poderia ter negado a realização do exame por estar inadimplente.
Além desses, outros direitos são assegurados aos alunos que passam por problemas financeiros. Além das provas, não é porque um estudante está inadimplente que a escola/faculdade pode proibí-lo de acompanhar as aulas, por exemplo.
A Lei nº 9.870, que dispõe sobre as mensalidades escolares, diz que a instituição de ensino não pode impedir que o estudante tenha acesso a todos os seus direitos acadêmicos, no semestre ou ano letivos, sob a alegação de inadimplência.
O artigo 6º explicita que são proibidas a suspensão de provas escolares, a retenção de documentos escolares ou a aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas por motivo de inadimplemento, sujeitando-se o contratante, no que couber, às sanções legais e administrativas.
Além disso, o artigo 42º do Código de Defesa do Consumidor garante que, na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Desligamento e transferência
O desligamento do aluno por inadimplência somente só poderá ocorrer ao final do ano letivo ou, no ensino superior, ao final do semestre letivo quando a instituição adotar o regime didático semestral.
Caso o aluno queira fazer transferência, as instituições de ensino fundamental, médio e superior deverão expedir, a qualquer tempo, os documentos de necessários, independentemente de estar com as obrigações financeiras em dia ou ter adoção de procedimentos legais de cobranças judiciais.
Renovação de matrícula
O aluno inadimplente não poderá renovar sua matrícula, ficando disposto a perder o vínculo com a instituição, garantia essa dada ao estabelecimento de ensino para recorrer judicialmente no intuito de executar o contrato e exigir o pagamento das mensalidades e o adimplemento das cláusulas estabelecidas, bem como a inclusão nos serviços de proteção de crédito do devedor.
A unidade não é obrigada a ofertar novas condições de pagamento para os alunos inadimplentes.
Passou por algum problema como aluno e se sentiu lesado? Procure seus direitos e Reclame AQUI!
Fonte: Reclame Aqui - 30/06/2016 e Endividado

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