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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Agência Fitch prevê recessão menor no Brasil em 2016

A estabilização dos preços das commodities (bens primários com cotação internacional) melhorará a economia dos países emergentes, com diminuição da recessão em países como o Brasil e a Rússia. A conclusão é da agência de classificação de risco Fitch, que divulgou hoje (27) relatório Cenário Econômico Global, com perspectivas para a economia mundial nos próximos meses.

Para o Brasil, a Fitch prevê que a economia terá contração de 3,3% neste ano, contra 3,8% previstos no relatório de março. A agência estima que o país se recuperará em 2017, com crescimento de 0,7% e prevê expansão maior para 2018: 2%.

De acordo com a Fitch, que retirou o grau de investimento (selo de bom pagador) do país em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) brasileiro no primeiro trimestre deve sair com resultados melhores que o esperado. Para a agência, tanto no Brasil como na Rússia, a economia começará a se estabilizar antes do fim do ano.

“A estabilização dos preços globais de commodities está aliviando a pressão sobre os países produtores", diz o documento. No caso brasileiro, a economia começou a ser ajudada pela recuperação das exportações, que compensou parcialmente a fraca demanda doméstica.

A agência manteve em 2,5% a previsão de crescimento para as 20 principais economias do planeta em 2016. Para o próximo ano, a estimativa também ficou em 3%. Apesar da melhora na situação dos países emergentes, a Fitch destacou aumento dos riscos para a economia global após o referendo que decidiu a saída do Reino Unido da União Europeia, com os principais bancos centrais dos países desenvolvidos continuando a injetar dinheiro nos mercados internacionais.

Para a zona do euro, países que adotam o euro como moeda, a agência revisou de 1,5% para 1,6% a estimativa de crescimento este ano. Para o Reino Unido, no entanto, a projeção foi reduzida de 2,1% para 1,9%.

Em relação à China, a expectativa de crescimento em 2016 passou de 6,2% para 6,3%. Segundo a Fitch, a divulgação de dados de produção e de exportação melhores que o esperado justificou a revisão.

 

Agência Brasil

 

MPF quer impedir construção de barragens como a que se rompeu em Mariana

 

Leo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil

O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) recebeu recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para não autorizar a construção de barragens similares à do Fundão, pertencente à mineradora Samarco, que se rompeu no município de Mariana (MG), em novembro do ano passado. Considerado a maior tragédia ambiental do país, o episódio deixou 19 mortos, provocou destruição de vegetação nativa e poluiu a bacia do rio Doce.

A recomendação foi entregue ontem (26). Segundo o documento, devem ser reprovados os planos que indiquem a utilização do método de alteamento a montante. Este método envolve a construção de barragens de rejeitos em etapas, através de elevações sucessivas a partir de um dique de partida. Por estar vinculado a diversos casos de rompimentos em todo o mundo, há países onde ele já é proibido, como o Chile e o Peru.

O MPF recomenda ainda que os projetos para ampliação ou alteração de barragens, após a anuência e o licenciamento ambiental dos órgãos competentes, sejam analisados pelo DNPM quanto aos aspectos de segurança. O DNPM tem dez dias úteis para se manifestar se acata ou não a recomendação.

Em Minas Gerais, já estão suspensos todos os processos de licenciamento ambiental para barragens que pretendam utilizar o método de alteamento para montante. A medida foi tomada por meio do decreto 46.993/2016, assinado em maio pelo governador Fernando Pimentel.

A suspensão em território mineiro vale até que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) defina critérios e procedimentos a serem adotados pelos empreendimentos minerários. Ainda segundo o decreto, as barragens com alteamento a montante já existentes em Minas Gerais deverão realizar uma auditoria extraordinária até o dia 1º de setembro.

Exemplos

Para sugerir novas formas de atuação dos órgãos que atuam no monitoramento e fiscalização de barragens, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) vem observando os exemplos de outros países. No início do mês, pesquisadores brasileiros da empresa Aplysia e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) apresentaram em um seminário os casos Obed e Mount Polley, duas minas canadenses cujas barragens se romperam em 2013 e 2014, respectivamente. A apresentação levou em conta os resultados de uma visita realizada ao Canadá em abril, onde os brasileiros tiveram contato com as metodologias que possibilitaram uma rápida revitalização dos rios atingidos.

Presente no evento, a geóloga e integrante do corpo técnico do MPMG, Marta Sawaya, se interessou pela experiência canadense e solicitou a íntegra dos estudos. "É sempre importante verificar se os mesmos princípios aplicados em outros países, que foram bem-sucedidos, podem ser utilizados no Brasil", diz ela.Um dado que chamou a atenção de Marta é que no Canadá, com menos de três meses, já havia um plano de ação e, com menos de um ano, todo o rejeito havia sido contido e a calha de um rio de 1,1 mil quilômetros estava recuperada.

"Nós temos aqui a situação do rio Doce, com uma calha de 600 quilômetros, onde nós ainda não vimos o início das ações. E já estamos com 9 meses da tragédia", compara Marta. Outro aspecto que impressionou Marta nos exemplos canadenses foi a transparência dos dados da mina, aos quais todos os órgãos do poder público tinham acesso simultaneamente, o que teria contribuído para uma ação mais eficaz: "Um dos acidentes lá foi em agosto e, no começo de julho do ano seguinte, eles já estavam fazendo o repovoamento com trutas. E a truta é um dos peixes mais exigentes em termos de qualidade de água. Por isso esses relatórios são importantes para nós".

 

Agência Brasil

 

 

Réus do processo da Boate Kiss vão a júri popular

 

Daniel Isaia – Correspondente da Agência Brasil

Santa Maria (RS) - O incêndio da Boate Kiss, o segundo maior do país em número de vítimas 242 mortos -, completa, amanhã (27), um ano. Curiosos param para olhar e fotografar o local (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O incêndio na Boate Kiss causou a morte de 242 pessoas, a maioria por asfixiaFernando Frazão/Agência Brasil

Os quatro acusados de ser responsáveis pelo incêndio na Boate Kiss serão julgados pelo Tribunal do Júri. A decisão foi proferida hoje (27) pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Santa Maria, cidade da região central do Rio Grande do Sul onde ocorreu o incêndio, em janeiro de 2013.

Sete jurados vão decidir se Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Londero Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão são culpados ou inocentes das acusações apontadas pelo Ministério Público Estadual (MPE-RS). Spor e Hoffmann eram sócios da boate, enquanto Santos e Leão integravam a banda que se apresentava na casa na noite do incêndio. Os quatro são acusados de homicídio duplamente qualificado, consumado contra as 242 vítimas, e tentado contra mais 636 pessoas que estavam na boate.

Na decisão de 195 páginas, o juiz Louzada afirma que há indícios suficientes de que os acusados tenham agido conforme denunciado pelo MPE-RS. Ainda não há data para o julgamento do Tribunal do Júri.

O incêndio

Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, uma festa universitária estava sendo realizada na Boate Kiss, no centro de Santa Maria. Durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos fogos de artifício usados pelo grupo atingiu a espuma usada para isolamento acústico da casa.

O fogo se espalhou e liberou uma fumaça tóxica, que tomou conta da boate. O incêndio causou a morte de 242 pessoas, a maioria por asfixia, e feriu 636.

O caso

Segundo a denúncia do MPE-RS, a espuma usada para isolamento acústico da Boate Kiss era imprópria, por ser altamente inflamável e não ter indicações técnicas de uso. A casa noturna também não oferecia condições de segurança e saídas de emergência, e estaria superlotada na noite do incêndio.

Os integrantes da banda foram denunciados por usar, dentro da boate, fogos de artifício destinados apenas a ambientes externos. Eles também apontaram os artefatos para o teto da casa, causando a queima da espuma acústica.

Ainda conforme a acusação, os crimes foram duplamente qualificados por crueldade e motivo torpe. A qualificadora do meio cruel refere-se ao uso de fogo e produção de asfixia nas vítimas. O motivo torpe, segundo o MPE-RS, envolve ganância dos réus, uma vez que tanto a espuma quanto os fogos de artifício usados eram mais baratos do que os objetos próprios para aquele tipo de ambiente.

O caso da Boate Kiss tem, ainda, outros cinco desdobramentos na justiça — três na esfera criminal e dois na esfera cível.

 

Agência Brasil

 

 

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Foto: Robyn Beck/AFP

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Juiz decide que sócios da boate Kiss, músico e produtor de banda irão a júri
Três anos e meio depois do incêndio na Kiss, o juiz Ulysses Fonseca Louzada decidiu que os quatro réus do processo criminal devem ser julgados pelo crime de homicídio com dolo eventual e qualificado. Nesse caso, são 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio. 
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Em Brasília, festival debate falta de diversidade na mídia tradicional

 

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

O uso de mídias alternativas e outras formas de comunicação, que dão visibilidade e quebram os estereótipos de grupos marginalizados, foi tema de discussão hoje (27), em Brasília, no Festival Latinidades, que ocorre até domingo (31) na cidade. O evento já se consolidou como o maior festival de mulheres negras da América Latina.

Morando no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, há seis anos, a jornalista Thamyra Thâmara disse que descobriu logo na graduação a falta de diversidade na mídia tradicional e precisou pensar em outras narrativas para comunicar a realidade da periferia.

Para Thamyra, a história de grupos marginalizados, como negros, mulheres e LGBTs, é sempre “contata de cima”. “A mídia tradicional acaba criando estereótipos a todo momento. Estamos tentando contar a nossa história, temos que ocupar os espaços e colocar os nossos códigos ali, dizer que o que fazemos também é cultura e inovação, que temos muito a ensinar”, disse.Thamyra é idealizadora do Gato Mídia, um projeto de convivência e aprendizado em mídia e tecnologia para jovens de espaços populares. O termo gato vem de gambiarra e, segundo ela, a brincadeira com o nome tem relação com a criatividade de quem vive na favela e não é representando pelos grupos oficiais. “É uma forma de resistir e criar”, disse.

Ela explicou, entretanto que a dificuldade de todos que trabalham com mídia periférica e alternativa é o financiamento para continuar produzindo. “O jovem de classe média consegue viver daquilo que ele cria, o jovem preto da favela, não. Esse é um grande desafio do comunicador popular, ser reconhecido como comunicador e viver da sua criatividade”, disse.

A cantora Thabata Lorena, do Distrito Federal, contou que vive de bicos e do seu trabalho como arte-educadora. Ela é cantora de RAP, mas disse que é um cenário ainda muito machista. “Todos os espaços de poder estão acostumados com a presença masculina. Mas o cenário é muito mais favorável hoje do que já foi”, disse.

Para ela, o cenário musical também é “embranquecido”. “O mundo foi comunicado de uma forma que não é pra gente. A população negra tem produzido nesse contexto da diáspora em vários lugares do mundo, são os maiores produtores do século 21. O jazz, o rock, tudo que a gente vê embranquecido é porque quando chega lá é alguém branco que vai mostrar. A cultura negra está na moda, mas o negro não”, disse.

Thabata falou sobre a riqueza de informação que é a música negra, indígena e contemporânea brasileira. “Aí tem essa história da resistência. Mas se passar tanto tempo resistindo, não vamos existir. Não queremos estar sempre no duro, no osso, queremos a abundância que vida tem”, afirmou.

“Mas tem coisas que não conseguimos pautar. E vi que poderia usar meu bom humor para dar o recado. No veículo tradicional, não vão falar de relacionamento abusivo, às vezes o cara pratica um relacionamento abusivo, ele não vai pautar isso. Porque são eles mesmos que estão no comando da mídia tradicional, são homens brancos”, disse.A jornalista baiana Maíra Azevedo também falou no Festival Latinidades sobre a Tia Má, sua personagem nas redes sociais, que fala sobre empoderamento feminino e relacionamentos abusivos. Maíra é repórter de mídia tradicional de um dos jornais mais antigos do Nordeste, A Tarde.

Segundo Maíra, entretanto, existem os critérios de noticiabilidade. “Nós não estamos em nenhum deles. Estamos sempre morando à margem, até quando morremos em quantidade é só para virar dado estatístico. Nossas mortes não chocam tanto, não geram mais notícia, já fazem parte do cotidiano”, disse, destacando que é preciso usar os meios alternativos para pautar a mídia tradicional.

“Por isso, as redes sociais são fundamentais, quando a gente consegue fazer com que um assunto entre nos trending topics, de fato a mídia tradicional vai ter que falar sobre isso. Precisamos criar mecanismos para burlar o boicote que existe na mídia tradicional. A população negra não se vê porque historicamente nunca foi interessante que a gente falasse”, argumentou.

Festival

Criado em 2008, o Festival Latinidades marca as celebrações do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha. A 9ª edição do evento tem como tema a comunicação e as atividades se concentram no Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios.

Organizado pelo Instituto Afrolatinas e Griô Produções, o evento deste ano tem a parceria das Nações Unidas no Brasil e patrocínio do governo do Distrito Federal.Na programação, estão previstos debates, conferências, lançamentos de livros, oficinas, cinema, exposição de fotos, feiras e shows, entre outras atividades. O festival ainda tem atrações para crianças no Espaço Infantil, com brincadeiras, roda de conversa e bailinho. A programação completa está disponível no sitewww.afrolatinas.com.br.

 

Agência Brasil

 

 

Lesionado, Anderson Varejão é cortado da seleção masculina de basquete

 

Da Agência Brasil

O pivô Anderson Varejão, da seleção brasileira de basquete masculino, está fora dos Jogos Olímpicos Rio 2016 devido a uma lombalgia. O anuncio foi publicado hoje (27) no Twitter do Golden State Warriors, time do brasileiro na NBA (principal campeonato norte-americano de basquete) e vice-campeão na temporada 2016-2017. O substituto de Varejão na seleção será o pivô Cristiano Felício, do Chicago Bulls.

O pivô Anderson Varejão é cortado da seleção brasileira de basquete que disputará a Rio 2016

O pivô Anderson Varejão foi para os Estados Unidos para ser examinado pelo médico de seu time da NBADivulgação- Alex Ferro/Rio 2016

Varejão esteve nos Estados Unidos para ser examinado pelo médico do Golden State Warriors após sentir dores nas costas durante os treinos com a seleção brasileira. Ele foi examinado pelo médico Robert Watkin, que diagnosticou que o pivô está com uma pequena hérnia de disco lombar. Ele perderá a Rio 2016, mas, segundo a declaração do time, deverá estar recuperado para o início dos treinamentos para a próxima temporada da NBA em outubro.

Varejão é o segundo atleta experiente da NBA que a seleção brasileira perde para a Rio 2016. Antes da convocação, Tiago Spliter, que joga no Atlanta Hawks e ganhou um título com o San Antonio Spurs, teve uma contusão no quadril e foi cortado.

A seleção tem agora Nenê Hilário, Raulzinho, Leandrinho, Marcelinho Huertas e Cristiano Felício que atualmente jogam na principal liga do mundo. Também fazem parte da equipe Vitor Benite, Augusto Lima, (os dois atuam na Europa), Rafael Luz,  Alex, Marquinhos,  Rafael Hettsheimeir e Guilherme Giovannoni (que jogaram a última temporada no Brasil).

Felício

Cristiano Felício chegou a pedir dispensa da seleção brasileira dirante a convocação da equipe, em 10 de junho. Na época, o pivô do Bulls emitiu um comunicado via rede social dizendo que havia tomado uma decisão "muito difícil". O atleta escolheu priorizar a disputa da Liga de Verão da NBA nos Estados Unidos para poder se firmar no time dos Bulls, onde havia tido poucas oportunidades ao longo da sua primeira temporada. "Infelizmente, aconteceu tudo ao mesmo tempo”, chegou a dizer.

O cenário agora é outro. O corte de Varejão ocorreu após o fim da Liga de Verão, onde Felício teve boas atuações e poderá disputar os jogos do Rio sem conflitos de agenda com o time de Chicago, com o qual assinou um contrato para a temporada 2016/2017. Durante a Liga de Verão, Felício teve média de 11,4 pontos e 6,3 rebotes.

Saiba como são as modalidades disputadas na Rio 2016

 

Agência Brasil

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