O Ministério da Educação (MEC) divulga hoje (27) o resultado da segunda chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os estudantes pré-selecionados têm até o dia 1º de julho para apresentar nas instituições de ensino os documentos que comprovem as informações prestadas na hora da inscrição.
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O ProUni seleciona estudantes para receber bolsas de estudo em instituições particulades de ensino superior com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Serão ofertadas, no segundo semestre deste ano, 125.442 bolsas - 57.092 integrais e 68.350 parciais, de 50% - em 22.967 cursos de 901 instituições de ensino superior.
O resultado será divulgado na página do ProUni. Cabe ao candidato verificar, na instituição, os horários e o local de comparecimento para a aferição das informações. A perda do prazo ou a não comprovação das informações implicará, automaticamente, a reprovação. Aqueles que não forem selecionados podem ainda participar da lista de espera, de 8 a 11 de julho.
A lista dos documentos necessários está disponível na internet. O estudante é selecionado quando a documentação é aprovada.
O programa é dirigido tanto aos estudantes egressos do ensino médio na rede pública, quanto àqueles que tenham vindo da rede particular na condição de bolsistas integrais. Podem concorrer a bolsas integrais os estudantes que comprovem renda familiar bruta mensal, por pessoa, de até um salário mínimo e meio. Às bolsas parciais, podem concorrer aqueles com renda familiar per capita máxima de três salários mínimos.
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Bancos começam a usar inteligência artificial no relacionamento com clientes
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Decorar senhas e códigos de acesso está prestes a virar coisa do passado para os clientes de banco do país. Em breve, basta conversar com o celular ou com o computador para ver o saldo da conta, pedir um empréstimo ou negociar uma dívida, com garantia de que nenhum intruso se passe pelo correntista. A inteligência artificial está começando a ser usada no relacionamento com os clientes pelas instituições financeiras no Brasil.
Em 60 dias, o Banco do Brasil oferecerá a novidade para clientes dos segmentos Private e Estilo Digital – de maior poder aquisitivo. Por meio do aplicativo da instituição financeira nosmartphone, os correntistas terão acesso a um assistente que permite a realização de transações por meio do celular sem risco de fraude porque a biometria da voz do cliente estará gravada. O Bradesco testa tecnologia semelhante para que os clientes possam conversar com os computadores, ainda sem previsão de lançamento.
Chamada de computação cognitiva, a tecnologia se baseia na capacidade de computadores cruzarem grandes volumes de dados e gerarem análises e respostas por conta própria. No caso de reconhecimento de voz, os computadores memorizam a voz do usuário para decodificarem padrões, descobrirem hábitos e interpretarem comandos. No Brasil, a novidade está sendo desenvolvida com base na ferramenta Watson, importada dos Estados Unidos.
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“A computação cognitiva é revolucionária. O computador tem a capacidade de ler, interpretar e entender o que está pesquisando para dar a resposta. Estamos desenvolvendo uma linguagem natural para o homem conversar com a máquina”, diz o vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Dezena.
Além do assistente de voz no smartphone, o Banco do Brasil pretende, nos próximos 90 dias, estender a computação cognitiva aos computadores. Um assistente virtual avisará se a máquina do cliente está desatualizada ou sem o módulo de segurança para acessar a página do banco na internet e orientará a configuração do computador por meio de auxílio remoto.
Segundo Dezena, o uso da inteligência artificial no mercado financeiro traz vantagens, não apenas agiliza o atendimento, como melhora significativamente a relação dos bancos com os clientes, que poderão fazer transações e consultas apenas por meio da voz. “Os funcionários não precisarão mais ensinar clientes a usar terminais de autoatendimento, aplicativos ou computadores. Mesmo a pessoa mais simples vai poder conversar com a máquina. A computação cognitiva valoriza o tempo do cliente e traz ganho de eficiência operacional para o banco”, explica.
O banco também pretende usar a inteligência artificial para auxiliar clientes que querem renegociar dívidas. Internamente, a computação cognitiva também será usada por funcionários, que poderão conversar com o computador para tirar dúvidas, em vez de consultarem manuais. As duas novidades ainda estão em fase de testes.
Para o vice-presidente do Banco do Brasil, a computação cognitiva tem potencial para revolucionar não apenas o mercado financeiro, mas todas as áreas que trabalham com grandes volumes de dados. “Nos Estados Unidos, médicos estão usando essa tecnologia para descobrirem doenças. Em vez de procurarem nos livros, falam os sintomas para a máquina, e o diagnóstico sai na hora”, ressalta.
Metas do PNE para ensino médio não serão cumpridas se ritmo atual for mantido
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
As metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) para o ensino médio não serão cumpridas se o país mantiver o atual ritmo de inclusão de estudantes e de adequação de idade com a série cursada. De acordo com projeção feita pelo Instituto Aytron Senna, até o final da vigência da lei, em 2024, mantido o cenário atual, o Brasil ainda terá que incluir mais de 10% dos jovens na etapa. Para cumprir as metas, o principal desafio é tornar a escola mais atrativa.
Estudo aponta que Brasil precisa acelerar a inclusão de jovens no ensino médio Arquivo/Agência Brasil
Pelo PNE, lei que estabelece metas e estratégias desde o ensino infantil à pós-graduação para até o final deste ano, todos os estudantes de 15 a 17 anos deverão estar na escola e, até 2024, pelo menos 85% desses estudantes deverão estar na idade correta, ou seja, no ensino médio. Segundo levantamento do Instituto Ayrton Senna, se mantivermos o atual ritmo, em 2024, sairemos dos atuais 84,3% para cerca de 88% dos jovens nessa idade na escola. Desses, atualmente, 58,6% estão na etapa correta. Em 8 anos, serão pouco mais de 70%, ou seja, ainda distante da meta prevista no PNE (85%).
"O ensino médio é na minha visão o grande desafio da educação brasileira", diz o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. Segundo ele, na etapa, não basta os pais obrigarem os filhos a irem a escola, as aulas devem ser atraentes para que esses jovens tenham interesse em manter os estudos. "A escola hoje está distante dos anseios desse jovem. Precisamos de uma escola que possa desenvolver os anseios dele, seja para ingressar no ensino superior, seja oferecendo educação profissional para preparar para o mundo do trabalho", complementa.
Prova do desinteresse é o desempenho dos jovens na etapa de ensino. Atualmente, 27,2% têm oaprendizado adequado em português e somente 9,3%, em matemática. De acordo com Ramos, o inchaço de disciplinas e a falta de professores formados nas áreas em que atuam contribuem para o desinteresse.
Estados e regiões
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O levantamento, feito com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicadores educacionais do Ministério da Educacação (MEC), mostra também que houve melhora no país, consideradas as diferentes regiões. Norte e Nordeste foram as regiões que mais avançaram na inclusão de jovens de 15 a 17 anos na escola, mas foram as regiões também que partiram dos piores patamares.
No Norte, em 2004, 78,6% desses jovens estavam na escola; em 2014, a porcentagem subiu 5,47%, alcançando os atuais 82,9% - ainda abaixo da média brasileira. No Nordeste, passou de 78,9% para 83,2%. No outro extremo, Sudeste ultrapassa a média nacional, com 86,5% dos jovens na escola, porém o crescimento, foi o mais baixo, de 1,23% desde 2004, quando tinha 85,4% dos jovens na escola. O Sul passou, no mesmo período, de 81,7% para 82,8%; e o Centro-Oeste, de 79,9% para 81,9%.
Na análise de Ramos, é mais fácil aumentar indicadores que estão mais baixos do que aqueles que já estão mais elevados e exigem um esforço maior. Ele aponta também questões financeiras como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e incentivo ao ensino médio em tempo integral, que são calculados de acordo com o número de matrículas como incentivos à inclusão. "Houve um esforço grande de inclusão, principalmente no Norte e Nordeste", diz.
Distrito Federal (89,6%), Rio de Janeiro (87,4%), Minas Gerais (86,7%) e São Paulo (86,5%) têm os melhores indicadores de inclusão. Pará (84,5%), Maranhão (85,1%), Pernambuco (81,6%) e Piauí (85,5%) tiveram os maiores saltos em dez anos. Tiveram, respectivamente, um aumento de 11,2%, 8,9%, 8% e 6,9% nas matrículas.
Reformulação
Na avaliação do secretário de Educação da Paraíba, Aléssio Trindade de Barros, que é vice-coordenador do grupo de trabalho de ensino médio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), ao contrário da educação infantil, etapa em que faltam vagas, as escolas de ensino médio têm vagas para atender todos os estudantes. É necessária, no entanto, uma reforma estrutural. "O ensino médio deve ter trajetória fexível, deve ter possibilidade de formar tanto para o ensino superior quando para cursos técnicos e profissionais. Essa nova agenda tem que ser colocada em prática, o ensino médio é conteudista e as disciplinas são descontextualizadas".
Segundo ele, o Consed aposta na aprovação do Projeto de Lei 6.840/2013, que trata da reformulação do ensino médio. O secretário defende ainda que é necessário o apoio do MEC para que os estados possam melhorar a infraestrutura das escolas.
O projeto de lei que tramita na Câmara do Deputados aguarda votação em plenário. Segundo o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que foi presidente da Comissão Especial destinada a promover estudos e proposições para a reformulação do ensino médio, nesta semana, deverão ser convocadas entidades que atuam no setor para dialogar sobre a apresentação de um substitutivo. O Consed enviou à Casa uma proposta que deverá ser unificada com os interesses de outros atores e ser apresentada em plenário. A expectativa, de acordo com o deputado, é que a votação ocorra até o final do ano.
MEC
O MEC informou, em nota, que considera que as ações da gestão anterior foram pulverizadas e não mostraram os resultados esperados para a etapa de ensino. Apesar disso, diz que nenhum programa da pasta será abandonado. "A nova equipe, conforme afirmou o ministro Mendonça Filho, terá como prioridade a reforma do ensino médio".
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Foto: Divulgação
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Escola ainda "engatinha" na formação de atletas no Brasil, dizem especialistas
Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
Os Jogos Rio 2016 estão há 40 dias de começarem. Já pensou que você poderia ser um judoca olímpico ou um nadador profissional se preparando para competir no Rio de Janeiro? A maioria dos atletas inicia no esporte muito jovens, ainda em idade escolar, e se desenvolvem por anos até chegar ao alto rendimento. Mas no Brasil, a escola não tem o olhar profundo no esporte. As aulas de educação física se voltam à prática, e não à formação esportiva.
De acordo com a professora doutora do Departamento de Esporte da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), Maria Tereza Böhme, o Brasil não tem a cultura de formar atletas na escola. O verdadeiro celeiro de atletas de ponta do Brasil, explica a professora, não está nas aulas de educação física e sim nos clubes esportivos.
Os grandes nomes do atletismo brasileiro e da natação, por exemplo, foram formados em clubes. Em competições nacionais dessas modalidades, como o Troféu Brasil de Atletismo e o Troféu Maria Lenk (natação), os atletas defendem as cores de um clube, e não de uma escola ou universidade.
Maria Tereza lembra, no entanto, que a estrutura dos clubes dificulta o acesso de possíveis interessados na carreira esportiva. “Fui jogadora de voleibol nos anos 70, joguei no [clube] Pinheiros. Na categoria mirim éramos 30, 40 meninas jogando, treinando. Hoje não. Hoje colocam nas categorias de base o mínimo necessário, não tem aquela promoção”, conta. “O clube é um espaço muito restrito, você tem que pagar um título para usar. O sócio quer aquele espaço todo para ele, não quer ceder para um trabalho de formação esportiva”, completa.
O diretor de relações internacionais da Confederação Brasileira de Desporto Estudantil (CBDE), Luiz Delphino, concorda com a professora da USP. Para ele, o modelo de desenvolvimento do esporte na escola ainda é algo recente no país. “Quando se mistura educação física e esporte, vai haver confusão. Porque não é função da educação física fazer uma formação esportiva no país. A formação esportiva, historicamente no Brasil, sempre foi dentro de clubes. A escola é um modelo muito novo de formação esportiva”.
Iniciativas pontuais
O jovem Bruno de Oliveira, 13 anos, treina nas piscinas do Distrito Federal (DF) desde os 8 anos e sonha ser um atleta olímpico (conheça aqui a história de Bruno). E é no Centro Olímpico e Paralímpico Rei Pelé, na cidade de Samambaia, a cerca de 30 km do centro de Brasília, que ele treina todos os dias. O complexo, com quadra poliesportiva, piscinas e campos de futebol foi erguido pelo governo distrital em 2009.
Jovens treinam em clube no Distrito Federal em busca de se tornarem nadadores profissionais Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Com a estrutura de um clube público, o local abriga o projeto Futuro Campeão, voltado para formação de atletas de alto rendimento, além de projetos voltados para o esporte como elemento socializador. São 11 centros no DF que juntos atendem mais de 15 mil pessoas entre crianças a partir de 4 anos, jovens, adultos e idosos, com e sem deficiência.
“É um projeto do governo do Distrito Federal que conta com apoio da Fundação Assis Chateaubriand. Nosso objetivo é que em 2020 ou 2024 tenhamos alguém nos Jogos Olímpicos. Nossa pretensão era ter alguém participando de campeonatos nacionais de natação em 2017. E em 2015 já tivemos duas atletas em etapas do campeonato brasileiro”, diz o treinador de natação, Aguinaldo Amorim.
O subaproveitamento do esporte na escola não significa que não trazemos medalhas olímpicas. Nos últimos três jogos – 2004, 2008 e 2012 – foram 42 medalhas, sendo 11 de ouro. Mas o Brasil é um país de 200 milhões de habitantes. São milhões de atletas em potencial espalhados pelas salas de aula. “Para a gente conseguir voltar a ter escolas fortes e atletas fortes, a gente tem que voltar com o esporte na escola. Essa é a minha visão”, diz Emanuel, ex-atleta de vôlei de praia e três vezes medalhista olímpico.
Na opinião dele, é na escola que se aprende os fundamentos de várias modalidades e se descobre a gama de esportes existentes. “Eu sou de uma geração que aprendeu na escola o que era uma competição de atletismo, uma competição de futebol e uma competição de tiro com arco. Então, essas coisas eu aprendi com o professor de educação física. E eu acredito que esse é o meio correto, porque ali você tem uma primeira vivência”.
Os currículos das escolas do país, porém, não seguem um padrão. Cada município trabalha seu currículo, e que pode mudar a depender do governo vigente. “Não há uma definição de competência e acaba que cada um faz o que acha que é mais importante naquele governo. Não existe um trabalho a longo prazo. Não tem uma perspectiva de formação a longo prazo. As coisas acontecem de forma assistemática”, explica a professora da USP, Maria Tereza.
Além de não haver um currículo unificado de educação física, a própria formação dos professores não se volta necessariamente à ampliação do potencial esportivo em alto rendimento. “A formação do educador físico não é para formar atleta; não é papel da escola. Mas vai depender muito da filosofia [da instituição] na qual está se formando”.
Para o diretor Luiz Delphino, o professor de educação física não é um entrave no processo, mas lembra que o Brasil fica atrás de outros países quando se fala em valorizar a base esportiva. “O Brasil não tem a formação esportiva dentro da escola como acontecem em outros países, como Estados Unidos, Inglaterra e muitos outros europeus, onde a formação de base acontece dentro da escola”.
Pratique o esporte que quiser
Paulista de Limeira e criado em Brasília, Cairo Santos deixou a capital federal em 2007 para cursar o ensino médio nos Estados Unidos e tentar um espaço no mercado do futebol, crescente naquele país. Chegando lá encontrou uma realidade completamente diferente da que conhecia.
Cairo Santos estudou nos Estados Unidos e virou atleta profissionalValter Campanato/Agência Brasil
“Você escolhe e pode praticar o esporte que quiser. Cheguei lá no outono e os esportes disponíveis eram vôlei, golfe e futebol americano, dentre outros. No inverno, era futebol e basquete. Então, dá chance do aluno praticar várias modalidades em épocas diferentes do ano. A criança vem com essa base de esporte, não só de um, mas de vários que a interessam”, conta.
A variedade de esportes apresentados mudou sua vida. Aproveitou a força na perna direita com que chutava a bola redonda e a experimentou na bola oval. Passou a treinar futebol americano na posição de kicker – jogador que entra na partida para chutar a bola – e foi à faculdade, onde jogou pela Universidade de Tulane, no estado da Louisiana.
Cairo Santos tornou-se jogador profissional de futebol americano Divulgação NFL/Cairo Santos
Resultado, se formou e virou atleta profissional da National Football League (NFL), a principal liga de futebol americano do mundo. É o kicker do Kansas City Chiefs e embaixador oficial da NFL no Brasil.
Para ele, a forma como os dois países veem o esporte escolar é muito diferente. Ele destaca a estrutura que as escolas públicas têm por lá; o apoio e o investimento que recebem para difundir várias modalidades. “Lá nos Estados Unidos as escolas públicas são as melhores. Aqui [no Brasil] parecem ser as piores. Aqui não existe essa estrutura de educação, de prática de esporte. O Brasil ainda está atrás nessa parte de investir e levar as coisas a sério”.
O diretor de relações internacionais da CBDE, Luiz Delphino, trabalha com a principal entidade do esporte estudantil do país e afirma: apesar do cenário desfavorável, o Brasil pode ser uma potência na categoria em cerca de 20 anos. Segundo ele, o país “engatinha”, mas já aparece com números respeitáveis na Ginasíade, uma espécie de Olimpíada do esporte escolar.
Futuro promissor
“A última Ginasíade, em 2013 em Brasília, ficamos em quarto lugar no geral. Para a edição de julho deste ano, na Turquia, o Brasil está indo com 200 pessoas. Teremos uma excepcional participação”. Ele lembra que, apesar dos entraves, as competições escolares estão ocorrendo no país e revelando talentos. Segundo ele, são 1 milhão de crianças participando do sistema Federação do Desporto Escolar/CBDE só em São Paulo.
Mas se não há consenso entre os currículos escolares, também não há entre as entidades gestoras do esporte estudantil. Atualmente, tanto a CBDE quanto o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recebem verba garantida por lei para administrar o desporto estudantil. Essa verba é dividida entre as duas entidades, cada uma com uma estrutura de competições. Do lado do COB, estão as secretarias estaduais de esporte e educação, e junto à CBDE, as federações do desporto escolar.
Delphino explica que a situação cria uma “divisão no país”, por não haver um sistema único de administração do desporto escolar. Ele não critica a organização do COB em competições como os Jogos Escolares da Juventude, mas acredita que a divisão da verba enfraquece o alcance das políticas.
“O COB é uma instituição de desporto de alto rendimento que administra recursos do desporto escolar. Ele acaba gerindo de forma a atingir somente resultado esportivo. E o desporto escolar deve ser entendido como formação integral do ser humano e, consequentemente, tirar dali um bom atleta”, diz. Para Delphino, o COB “está fazendo algo com muita competência, mas que não lhe diz respeito”.
No meio de todas as questões administrativas e de gestão, estão crianças e adolescentes. Talvez futuros atletas olímpicos, talvez não. Eles gostam de esporte e estão prontos a praticá-lo. Até onde isso as levará, apenas o futuro pode dizer. Mas o que precisa ter em mente, como Delphino destaca, é a necessidade de chegar a cada vez mais crianças e escolas.
“Não sei se daqui 20 anos o resultado se refletirá no alto rendimento. Mas eu acredito que, com o volume de escolas desenvolvendo o esporte dentro da escola, com uma grande quantidade de crianças participando, talentos surjam ao fim do processo. Porque daremos acesso e oportunidade a muito mais crianças”.
Com seis meses de atraso, Paes entrega última instalação do Parque Olímpico
Nielmar de Oliveira – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - o velódromo era pra ser entregue em janeiroDivulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro
O prefeito Eduardo Paes entregou na manhã deste domingo (26) ao presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, o Velódromo Olímpico do Rio, a última das instalações do Parque Olímpico Rio 2016 a ser entregue, daquela que é considerada a maior competição esportiva do mundo.
A obra foi entregue com seis meses de atraso e com o ato, a prefeitura passa, oficialmente, todo o Parque Olímpico para o Comitê Rio 2016. Localizado na Barra da Tijuca, zona Oeste da cidade, o velódromo será palco de muitas modalidades dos jogos Olímpicos e Paralímpicos.
As instalações são parte do legado deixado pelas olimpíadas para atletas de alto rendimento que, após os jogos, dividirão o espaço com alunos da rede municipal e também com organizadores de eventos, principalmente ligados ao ciclismo.
A solenidade aconteceu por volta das 10h e, além de Nuzman – que também preside o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) – e do prefeito Eduardo Paes, contou com a participação do ministro de Esportes, Leonardo Picciani.
O velódromo custou aos cofres da União R$ 147 milhões e foi feito com pinho siberiano. A pista será a mais moderna do país para a prática de ciclismo. Nos próximos dias passará por testes com a participação de 34 atletas, sendo 15 brasileiros.
A obra foi a mais polêmica entre as instalações do Parque Olímpico, envolvendo durante o período de realização da obra equívocos no projeto executivo – o que levou ao cancelamento de eventos-testes –, atrasos e rescisão de contrato.
Correios: de medalhas a obstáculos, Olimpíada movimenta 30 milhões de objetos
Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil
Centro de logística dos Correios onde estão sendo guardados todos os itens que serão usados nas olimpíadasDivulgação/Correios
Quem assiste aos Jogos Olímpicos ao vivo ou pela televisão muitas vezes não se dá conta da estrutura que existe para que a competição aconteça. Cada arena, cada jogo e cada disputa exigem equipamentos e preparação específicos. Neste ano, a realização dos jogos no Rio de Janeiro envolve a movimentação de 30 milhões de itens, entre equipamentos esportivos, móveis, utensílios, bagagens, barreiras e alambrados.
O armazenamento e transporte desses objetos estão sendo feitos pelos Correios. São 980 mil equipamentos esportivos, como 25 mil bolinhas de tênis, 2,9 mil bolas de futebol, 840 bolas de basquete. Para a competição de tiro esportivo, por exemplo, serão usados 320 mil pratos que servem como alvo para os atletas. Já os atletas paralímpicos que disputarão o goalball vão utilizar 2,3 mil vendas para os olhos. Entre as 5 milhões de peças de mobiliário que serão usadas na Vila dos Atletas e outras instalações estão 100 mil cadeiras, 72 mil mesas, 34 mil camas e colchões, 24 mil sofás e 19 mil aparelhos de televisão.
Todos esses itens isso está sendo armazenado em três centros logísticos no Rio de Janeiro, sendo dois em Duque de Caxias e um na Barra da Tijuca, em uma área total de 100 mil metros quadrados. Para o transporte dos objetos serão utilizados cerca de 170 caminhões e dois mil equipamentos de movimentação, como paleteiras, empilhadeiras, tratores e guindastes.
Logística
Cada item que entra no armazém é codificado e lançado em um sistema. Toda vez que um objeto é movimentado, passa pelo sistema para fazer o acompanhamento e, periodicamente, é feito um inventário para saber se todos os itens estão armazenados. A operação envolve um total de 2 mil pessoas entre funcionários dos Correios e terceirizados, que receberam treinamento específico.
Uma das maiores dificuldades encontradas pelos Correios na logística dos Jogos Olímpicos foi o transporte dos obstáculos das provas de hipismo, por causa do peso, do tamanho e da falta de padrão dos objetos. Por isso, a entrega desses equipamentos nos locais das provas já começa a ser feito nesta semana, mais de um mês antes do início dos Jogos Olímpicos, que começam no dia 5 de agosto.
O transporte dos cavalos, chamados “atletas equinos”, é de responsabilidade de cada atleta ou delegação, que contrata empresas especializadas para o serviço. Os equipamentos individuais dos atletas, como raquetes, também são de responsabilidade de cada um, mas as bagagens serão levadas pelos caminhões dos Correios do aeroporto para a Vila Olímpica.
Segurança
Além de objetos volumosos, os Correios estão transportando itens delicados, como as medalhas que serão entregues aos atletas campeões. Elas serão armazenadas no Comitê Rio 2016 e serão levadas pelos Correios até as arenas olímpicas com escolta. Os centros logísticos contam com segurança privada, monitoramento por câmeras e outros procedimentos que não são divulgados por questão de segurança.
Segundo o vice-presidente de Logística dos Correios, José Furian Filho, cerca de 60% da operação logística para os Jogos Olímpicos já foi concluída, o que inclui a entrega de mobiliário para a Vila Olímpica. “O que fica para ser feito durante os jogos, que é o material esportivo, entre 20% e 30%, é um volume bem menor em relação a toda operação que fazemos”, explicou Furian à Agência Brasil.
Para se ter uma ideia da importância da logística durante os jogos, podemos lembrar o caso da atleta brasileira Fabiana Murer, que não disputou uma prova de salto com vara na Olimpíada de 2008, em Pequim, pois uma de suas varas sumiu. Ela chegou a pedir a paralisação da prova e procurou o equipamento, mas não encontrou. Posteriormente, a vara foi encontrada com equipamentos de outras atletas que já tinham sido eliminadas da disputa.
Para evitar incidentes como este, já foram realizados mais de 40 eventos testes nos últimos dois anos, quando os Correios treinaram o encaminhamento correto de todos os objetos. Segundo Furian, todos os equipamentos estão separados e os kits que serão utilizados em cada jogo estão montados. “Então, ocorrer um problema como esse é muito difícil. Pode acontecer, todo mundo está sujeito a esse tipo de coisa, mas todas as providências estão sendo tomadas para que, do ponto de vista logístico. não haja qualquer problema durante os jogos”, explicou.
Os equipamentos para os Jogos Paralímpicos, como as cadeiras de rodas usadas no vôlei, tênis e basquete, também serão transportados pelos Correios. “Tem diferenças de equipamentos, alguns tipos de piso que mudam, mas a logística será basicamente a mesma”, diz Furian. A Paralimpíada começa em setembro.
A entrega dos ingressos para os jogos vendidos pela internet também é responsabilidade dos Correios. Eles serão entregues pelos carteiros na casa dos compradores.
Correios
Como empresa oficial de entregas do país, os Correios querem aproveitar os jogos olímpicos e paralímpicos para divulgar seu serviço de logística, que já é prestado em outras áreas como na entrega de urnas eletrônicas, de livros didáticos e de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo.
“Quando se fala em Correios, todo mundo lembra do carteiro e da entrega de cartas e encomendas. Mas as pessoas não sabem que tem uma estrutura gigantesca por trás, que faz esse serviço de logística. E o nosso objetivo é mostrar que os Correios têm capacidade e é um grande operador logístico”, diz Furian.
Na Vila Olímpica, onde ficarão instaladas 18 mil pessoas entre atletas, treinadores e integrantes das delegações de 206 países, serão entregues e montados 600 mil itens como camas, chuveiros, armários, sofás, mesas e roteadores de wi-fi. Após o evento, esses itens serão doados, leiloados ou devolvidos, segundo a organização dos Jogos.
A escolha dos móveis que serão utilizados na Vila foi feita com a ajuda de atletas e ex-atletas brasileiros, que opinaram sobre o tamanho e a adequação necessária dos itens. A previsão do comitê olímpico é que em 18 de julho comecem a chegar as delegações e, no dia 24 de julho, os primeiros atletas.
Os Correios foram selecionados para o serviço por meio de um processo de concorrência internacional. Como patrocinador dos Jogos Rio 2016, os Correios investiram R$ 300 milhões, sendo que a empresa recebeu R$ 180 milhões pela contratação da operação logística.
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