terça-feira, 28 de junho de 2016

Cilada? Crédito para negativado é mais caro e pode chegar a custar 1.244% por ano; entenda

Para se livrar das contas em atraso, muitos brasileiros recorrem ao crédito. Especialistas revelam que isto pode ser uma cilada
As dívidas que tiram o sono de quem está com o nome sujo podem se tornar um pesadelo se contratar crédito para limpar o nome, ofertado por algumas financeiras. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) realizou uma pesquisa no mês de abril com a oferta de crédito para clientes com restrição de crédito e constatou o preço alto que se paga nessas operações – quase 1.000% de juros.
A pedido do CORREIO, o educador financeiro Edísio Freire fez uma nova simulação com as taxas  atualizadas e o resultado encontrado é ainda pior. Um cliente endividado que contrata um empréstimo na Crefisa pagará por mês 21,48% de juros.
A mesma operação na Facta Financeira terá um custo ainda maior por mês: 23,38%, o que equivale a uma taxa de juros de 1.244% ao ano, caso o cliente não pague as parcelas. Confira a simulação abaixo.
Alto risco
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, as taxas cobradas são muito altas por conta do  risco de calote. “Clientes negativados já estão inadimplentes e é bem provável que não consigam pagar um  novo empréstimo”. Para ela, esse tipo de transação não deve ser uma opção.
“Se o cliente  deve ao cartão de crédito, que custa 450% ao ano, como irá contratar uma linha que custa mais de 1.000% para pagar? É um alto risco de se tornar um superendividado”. Na opinião da economista, a saída pode ser a  venda de um bem, como um carro, por exemplo.
A economista do IDEC e coordenadora do estudo Ione Amorim afirma que a publicidade ostensiva das instituções que ofertam crédito a negativados cria a ideia de um dinheiro fácil  como  solução para os problemas. “A renegociação de dívidas é o segundo maior motivo da inadimplência. O consumidor não deve assumir uma renegociação que não terá condições de pagar”, declara. 

Bolso vazio
O primeiro empréstimo do aposentado Constantino da Silva, de 65 anos, foi para reformar a casa, mas nos  últimos cinco anos, após outras dívidas e com o nome negativado, a situação complicou.
“Peguei outros empréstimos para limpar meu nome que estava com restrição e venho pagando. Pedi recentemente uma antecipação do 13º para resolver uma dívida de cartão, mas o banco não liberou porque apareceu uma outra restrição”.
A também aposentada Joana de Jesus, de  79 anos, pegou R$ 2,5 mil para pagar contas, mas reconhece que as taxas são muito altas. “O dinheito nunca dá. Além das contas de casa, preciso assumir os pagamentos dos empréstimos que já usei também para limpar o nome. Os juros são muito altos, mas não tem jeito, né?", lamenta ela.
Procon esclarece sobre ação para revisar os juros
A ação revisional de contrato é uma demanda judicial na qual se busca a revisão de financiamento ou das taxas de juros praticadas. O coodenador técnico da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA), Filipe Vieira, conversou com o CORREIO e esclareceu sobre como a ação funciona.
Quando o consumidor poderá solicitar a ação revisional dos juros de um contrato?
Ao firmar um negócio que envolva concessão de crédito, como cheque especial, carnê, cartão de crédito ou empréstimo, por exemplo, é importante que o consumidor conheça a realidade do mercado e do negócio, verificando se os  juros cobrados são os praticados pelo mercado.
A ação revisional é possível quando há fator superveniente, como a perda do emprego ou um gasto excessivo com uma intercorrência familiar. Fatos que ocorreram depois que o consumidou assumiu o compromisso, mas atingiram diretamente o equilíbrio econômico financeiro da pessoa.
Esses são fatores que podem possibilitar o pedido de reanálise, mas não assegura  que o consumidor terá  sua solicitação atendida.
Na situação em que exista um fator superveniente para o pedido, como o consumidor deve proceder?
Para questões de abusividade ou não do valor da taxa de juros, a ação deverá ser aberta junto ao Poder Judiciário. Nesse caso, o consumidor pode obter uma primeira orientação em qualquer balcão de atendimento do Procon.
Caso a solicitação do consumidor seja a regularização das parcelas de um pagamento para quitação antecipada, esse atendimento é feito no próprio balcão de atendimento do Procon.

Renegociar é a solução, diz especialista
Uma pesquisa do   SPC Brasil revelou que   um em cada dez brasileiros (13,3%)  inadimplentes  já fez empréstimo com financeiras que fornecem crédito a negativados. A principal justificativa de quem tomou este tipo de empréstimo é que foi a única forma encontrada para quitar as dívidas (47,4%).
Resolver o problema de dinheiro com mais crédito é a pior coisa que uma pessoa que está endividada pode fazer, na opinião do educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli. “Quem está com dívidas precisa buscar os credores para renegociar, deixando claro que quer pagar, mas precisa de uma boa condição que não envolva mais taxas”, pontua Vignoli.
Para equilibrar as contas e quitar as dívidas, o educador indica que o cliente precisa buscar novas fontes de renda ou de trabalho extra, assim como mudar os hábitos de consumo para cortar gastos.
“Compartilhar o problema  com a família é essencial. Não dá para ficar vivendo da mesma forma e mantendo o mesmo padrão de vida, sem condições financeiras para isso”, afirma. Se a pessoa chegou ao ponto de contratar uma linha de crédito para negativado, o educador financeiro reforça que as medidas a serem tomadas precisam ser ainda mais radicais.
“É fazer tudo isso de uma forma ainda mais dura. Estar endividado dessa forma é como uma espiral negativa. Uma bola de neve que só aumenta. O cliente precisa entender como chegou até esse ponto para tentar reverter a situação sem repetir o mesmo erro cometido”.
Fonte: Portal do Consumidor - 27/06/2016 e Endividado

 

Curso do Sistema KANBAN gratuito com certificado

Posted: 27 Jun 2016 05:56 AM PDT

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Quero que o meu neto leve olé do neto do Estevão

Por Mario Sabino

Eu estudei em escola pública do quarto ano ao primeiro colegial. Ou seja, de 1971 a 1976. Fui para a escola pública depois que a separação dos meus pais empobreceu a minha mãe; voltei para a escola particular depois que o meu pai, casado pela segunda vez, parou de brigar com a minha mãe — e a escola pública havia começado a se tornar um lixo completo.

As duas escolas públicas que tive a oportunidade de frequentar contavam com excelentes professores, laboratórios bem equipados, bibliotecas decentes e quadras de esporte impecáveis. Eram exceções num universo incomparavelmente melhor do que o de hoje. Filho de médico, eu convivia com filhos de empregadas domésticas, pedreiros, feirantes, comerciários, garçons e, imagino, desempregados. Branco, eu convivia com outros brancos, negros, mulatos, cafuzos e asiáticos. Bom corredor, no pega-pega, eu levava olé do Estevão, primogênito de uma lavadeira.

Nossos filhos não tiveram nem terão semelhante experiência. Mesmo que ocorram vicissitudes familiares como as que marcaram a minha infância, sempre haverá um tio pronto a evitar a “tragédia” de os sobrinhos serem obrigados a sair do sistema privado de ensino. Escola pública, para a classe média, agora é ameaça de castigo para quem tira notas ruins: “Se não se emendar, mando você para uma escola estadual!”. Virou lugar para vagabundos.

A falência total da escola pública não é só fruto do descaso, mas de uma política desenhada para o seu aniquilamento — que, paradoxalmente, se acentuou com a redemocratização do país. Destruiu-se a escola pública para enriquecer empresários que, em geral, oferecem ao povão um ensino ruim envernizado por instalações físicas razoáveis. Destruiu-se a escola pública e, com isso, fortaleceu-se a pedagogia esquerdista que prega a desordem, não o progresso. Resultado: quedas contínuas no desempenho dos alunos brasileiros nos exames internacionais e da produtividade dos nossos trabalhadores de qualquer nível.

Não haverá democracia no Brasil enquanto não houver escola pública de boa qualidade para todos, inclusive os seus descendentes. Não apenas porque ela oferecerá chances iguais a pobres e ricos, mas porque possibilitará a queda do enorme muro que separa as classes sociais. É preciso que ricos possam brincar com pobres no recreio; é preciso que pobres possam brincar com ricos no recreio — e, juntos, aprendam o que vale a pena a ser aprendido em sala de aula. E, juntos, deixem de ter medo uns dos outros. E, juntos, prosperem e construam uma nação.

Eu quero que, no pega-pega, o meu neto leve olé do neto do Estevão.

 

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