segunda-feira, 25 de abril de 2016

TEMER E OS NOMES QUE SURGEM PARA MINISTRO DA FAZENDA! UM CASO EXEMPLAR COM FHC!

1. Após a eleição de 2000 para prefeito do Rio, vencida por Cesar Maia, o presidente FHC o convidou para uma conversa e um jantar no Palácio da Alvorada. A conversa entre os dois, antes do jantar, foi longa e muito interessante, já que o presidente FHC deu total liberdade para Cesar Maia perguntar o que tinha interesse.
2. Numa primeira parte, Cesar Maia pediu a opinião de FHC sobre alguns políticos brasileiros como Ciro Gomes, Itamar Franco e Marta Suplicy. Não importa detalhar os comentários –digamos- críticos de FHC. Sobre Clinton –que FHC admira- a resposta lembrou um jantar no Palácio da Alvorada e a insinuação de Clinton a uma senhora presente, confirmando a fama que tinha e que tem.
3. A parte mais importante, e que deveria interessar nesse momento atual a Temer, foi sobre os perfis dos economistas que o assessoravam pré-Plano Real, durante o Plano Real e pós Plano Real. A imprensa, no pós-Plano Real, divulgou um desconforto que existia nas relações entre o ministro José Serra e o presidente do Banco Central Gustavo Franco.
4. FHC disse que havia falado algumas vezes com Serra a respeito, que uma ou outra farpa não cabiam. E relatou a importância de Gustavo Franco no sucesso do Plano Real. Pérsio Arida e Edmar Bacha, autores do Plano Real, eram –e são- excelentes teóricos e professores de economia. Nessa condição elaboraram o Plano Real.
5. Mas havia a necessidade de tirar o texto do papel e transformá-lo em atos de governo –desde a lei- ainda quando FHC era ministro da Fazenda, e principalmente depois, com os atos regulamentares e a execução. E de toda a sua excelente equipe –em governo- ou mesmo de assessoria externa, Gustavo Franco foi peça fundamental na transformação das brilhantes ideias contidas no Plano Real, em transformação prática do Plano e sua execução.
6. Gustavo Franco foi imprescindível, disse FHC, e Serra não entendia isso. Em política econômica, especialmente em períodos de crise, a formulação de propostas e ideias é certamente importante, mas a transformação delas em ações em seus desdobramentos práticos é imprescindível. Quantos planos e propostas de política econômica devem ter se perdido porque a excelência das ideias era entregue a executores que não sabiam como levá-las a prática? Patinavam, explicando as ideias à exaustão em longas conferências de imprensa, longas entrevistas aos jornais e TVs, e nada acontecia. Pior, a crise voltava com mais rigor e intensidade.
7. Se é assim num governo pleno de 4 anos, imagine num governo de pouco mais de 2 anos! Nesse caso, não há tempo para discursos e elucubrações. A característica básica do Ministro da Fazenda de Temer deve ir além do conhecimento, deve ser um executor, aquele capaz de, no dia da posse, já ter os atos operacionais prontos, incluindo leis que devem ser focadas e resumidas para desestimular os longos saraus parlamentares e acadêmicos. E no dia seguinte ser um gerente operador das ideias, das propostas.
8. Se Temer não entender isso, vai patinar e depois afundar no mar revolto da filosofia.

 

Ex-Blog do Cesar Maia

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