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sábado, 2 de abril de 2016

Delúbio é suspeito de participação em empréstimo fraudulento

O ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, levado pela Polícia Federal para prestar depoimento, é suspeito de envolvimento em um empréstimo - investigado pela Operação Lava Jato - feito no Banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai. O procurador do Ministério Público Federal Diogo Castro disse que a participação de Delúbio foi citada por três pessoas.

“Delúbio Soares foi citado por José Carlos Bumlai, Salin Schain [do Banco Schahin] e Sandro Tordin [então presidente do banco] como a pessoa que representou os interesses do Partido dos Trabalhadores no Banco Schahin para a obtenção desse empréstimo fraudulento”, disse o procurador. Segundo Castro, em cada uma das versões, Delúbio aparece com uma participação diferente, mas como alguém que estaria ciente do que estava sendo tratado.

“Salin Schahin fala que Bumlai foi acompanhado de Delúbio Soares, que explicou que aquele empréstimo tinha o apoio do partido”, disse Castro.

“Esta versão é corroborada em parte por Bumlai. Na versão dele, Delúbio não teria participado diretamente da reunião, mas estaria ciente dos fatos, representando os interesses do PT. A versão de que ele participou dessa operacionalização é também dada pelo Sandro Tordim, então presidente do Banco Schahin.”

Segundo o procurador Diogo Castro, a ação de hoje (1º) com relação a Delúbio tem o objetivo de esclarecer o envolvimento do ex-tesoureiro do PT no caso. “São três pontos independentes, que indicam que ele participou da obtenção do empréstimo no banco Schahin”.

Na entrevista coletiva, o procurador disse que o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira teria sido a pessoa que procurou Marcos Valério para tratar de repasses.

“As investigações apontam que Sílvio Pereira foi um dos responsáveis por toda a distribuição de cargos do início do governo federal em 2003. Nesse esquema especifico, Marcos Valério fala que Sílvio Pereira foi a pessoa que o procurou a fim de intermediar esses valores, possibilitar a transferência desses repasses. Então, Sílvio Pereira seria uma das pessoas responsáveis por arquitetar esse esquema de lavagem de capitais”.

Diogo Castro disse que o ex-secretário-geral do PT tem envolvimento em fatos recentes ligados à Lava Jato. “Outras evidências da Operação Lava Jato mostraram o envolvimento dele com outros fato mais recentes. Fernando Moura afirmou que ele, em tese, receberia recursos da empreiteira OAS, para que não falasse o que sabia do mensalão. Isso está na nossa representação e realmente foram identificados pagamento da OAS em favor da empresa de Sílvio Pereira, pagamento em torno de R$ 500 mil, cujos serviços de contrapartida não foram identificados”.

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Nova Fase da Operação

Na 27ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, foi preso o empresário Ronan Maria Pinto, dono do Diário do Grande ABC e da empresa Viação Expresso Santo André. Ele teria recebido, segundo o procurador Diogo Castro, R$ 6 milhões dos R$ 12 milhões obtidos em negócios que envolvem a Petrobras e o Banco Schahin. Há suspeitas de que parte deste dinheiro foi usada para que Ronan se tornasse controlador do jornal Diário do Grande ABC.

Os repasses tiveram como intermediários o pecuarista José Carlos Bumlai e o frigorífico Bertin, até chegar à empresa Expresso Santo André, de Ronan Pinto. Segundo o procurador, algumas das operações financeiras foram citadas pelo publicitário Marcos Valério em 2012, e puderam ser confirmadas a partir da quebra dos sigilos fiscais e bancários dos investigados.

Segundo o procurador, apesar de as investigações não terem esclarecidos os motivos dos pagamentos feitos a Ronan, há constatações de que ocorreram ilegalidades. “Em que pese que a motivação final do repasse dos valores ainda esteja sob investigação, o simples repasse, mediante estratagemas de dissimulação, caracteriza o crime de lavagem de dinheiro”.

O procurador Diogo Castro citou a existência de outros fatos sobre Ronan e Sílvio Pereira relacionados a crimes contra a administração pública. Castro disse que Ronan foi condenado na Justiça estadual de Santo André e responde a outros processos. Sílvio Pereira é suspeito também de ser beneficiário de dinheiro de corrupção na Petrobras.

Carbono 14

A nova fase da Operação Lava Jato investiga a prática de crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, segundo a PF.

Cinquenta policiais estão envolvidos nesta operação. Os presos Sílvio Pereira e Ronan Maria Pinto serão encaminhados para a Polícia Federal em Curitiba, enquanto aqueles conduzidos para depoimentos serão ouvidos na cidade de São Paulo. Esta fase foi chamada de Operação Carbono 14 em referência a procedimentos usados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos.

Sílvio Pereira e Ronan Maria Pinto estão presos. A Agência Brasil entrou em contato com o escritório de advocacia de Sílvio José Pereira, mas até o momento não obteve o retorno. Por meio de nota, Ronan Maria Pinto disse "não ter relação com os fatos mencionados e estar sendo vítima de uma situação que com certeza agora poderá ser esclarecida de uma vez por todas". O empresátrio acrescentou que sempre esteve à disposição para esclarecer as dúvidas dos investigadores sobre o caso.

 

Agência Brasil

 

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Superávit comercial de US$ 8,4 bi no ano é o terceiro maior da história

 

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil

O saldo da balança comercial brasileira no primeiro trimestre de 2016 está positivo em US$ 8,4 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que o resultado é o terceiro melhor da história, atrás apenas dos registrados para o primeiro semestre de 2006 e 2007. A balança também teve saldo positivo de R$ 4,435 bilhões em março, o melhor para o mês desde 1989.

Plantação de soja

Um dos destaques, a soja registrou aumento de 49,8% na quantidade exportadaArquivo/Valter Campanato/Agência Brasil

O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do ministério, Herlon Brandão, esclareceu que o superávit é decorrente da queda das importações em ritmo mais acelerado que as exportações, fenômeno verificado desde o ano passado. Para 2016, o governo mantém a estimativa de superávit de US$ 35 bilhões.

"O superávit de março, que é histórico, se dá por conta de uma queda da importação superior à da exportação. A queda da importação está mais associada à [queda na] atividade econômico e câmbio [pois o dólar em alta encarece as importações]. No caso das exportações há uma redução de preços, devido ao desaquecimento da economia mundial e também maior oferta. Mas, por outro lado, continuamos com crescimento do volume exportado e isso é bem significativo", afirmou Brandão.

Segundo ele, entre os destaques na pauta de exportações está a soja, que registrou aumento de 49,8% na quantidade embarcada e de 32,2% no valor exportado em março, ante o mesmo mês de 2015.

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"A soja deve ter um aumento de quantidade [em relação ao ano passado], mas também está entrando [sendo embarcada] mais cedo", informou Brandão. Ele citou a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segundo a qual o volume de soja exportado deve ficar em 56 milhões de toneladas este ano, ante 54 milhões de toneladas na safra passada. O produto está mantendo um bom desempenho na balança comercial, apesar da redução de preços, que foi de 11,7% na comparação entre março de 2016 e igual período do ano passado.
Ainda nos produtos básicos, o país registrou aumento nas quantidades vendidas de petróleo bruto, carne de frango in natura e carne bovina. As exportações brasileiras de petróleo cresceram 12,6% em volume e caíram 40% em valor devido à queda de preço.

Tanto a alta na quantidade exportada quanto o fenômeno de redução de preços da commodityestão contribuindo para melhorar o perfil da conta-petróleo. No mês passado, a conta ficou deficitária US$ 470 milhões, ante um déficit maior, de US$ 788 milhões em 2015.

"O principal [fator influenciando a conta-petróleo] é a queda no preço, que faz com que o produto fique mais barato e diminua o valor da importação. Também há uma redução no volume importado, por causa da queda no consumo interno. Essa diminuição no consumo se dá tanto pela menor atividade econômica quanto pelo aumento da mistura do etanol na gasolina e do biodiesel no diesel. Por fim, há um crescimento da produção brasileira [de petróleo] que favorece as exportações", acrescentou Herlon Brandão.

carros

As exportações de automóveis mantiveram em março o destaque verificado desde o início do anoArquivo/Marcelo Camargo / Arquivo Agência Brasil

No grupo dos manufaturados, as exportações de automóveis mantiveram em março o destaque verificado desde o início deste ano. O setor é ajudado pela renovação de acordos automotivos com Argentina, México e Colômbia.

De acordo com dados do ministério, as vendas de veículos tiveram aumento de 17% no número de unidades e de 15,3% em valor, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo Herlon Brandão, os principais destinos foram Argentina, Chile, Colômbia e México e os destaques são os automóveis de passeio.

Com relação aos destinos, o Brasil aumentou em março exportações para a China (12,3%), Oriente Médio (12%) e Canadá (8,8%), na comparação com o mesmo mês de 2015.  Do lado das importações, a crise econômica provocou queda das compras feitas pelo Brasil junto à maior parte de seus parceiros comerciais.

As exceções foram Canadá, de quem o Brasil comprou  41,7% a mais do que em março de 2015, e Oriente Médio, com alta de 10,5%. Conforme Herlon Brandão, o país importa principalmente fertilizantes desses dois locais.

 

Agência Brasil

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