A queda da conta de luz e do dólar são os principais fatores que têm puxado para baixo a inflação. O agravamento da recessão econômica, no entanto, só deve produzir efeitos sobre os índices de preços a partir do segundo semestre, de acordo com economistas ouvidos pelaAgência Brasil. Os especialistas mantêm a previsão de que, apesar do recuo, a inflação fechará 2016 acima do centro da meta pelo segundo ano seguido.
Ontem (8), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março em 0,43%, a menor taxa para o mês desde 2012. No acumulado em 12 meses, o índice está em 9,39%,abaixo de dois dígitos pela primeira vez desde outubro.
Segundo os especialistas, a queda da inflação já era esperada, depois de o índice atingir o pico de 10,71% nos 12 meses terminados em janeiro. “O principal fator é o fim do impacto dos aumentos de preços como combustíveis e energia. Isso porque os preços administrados respondem por um quarto dos índices oficiais de preço”, explica o economista André Braz, responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo com Braz, a queda do dólar também interfere na inflação, mas em grau menor. O agravamento da recessão, no entanto, ainda não surtiu efeito sobre os índices. “Os preços de bens duráveis ainda não começaram a cair. Os preços dos serviços livres pararam de acelerar, mas ainda estão subindo. Somente quando esses preços começaram a cair para conquistar consumidores, poderemos dizer que a recessão contribui para a queda da inflação”, diz.
Acima da meta
Saiba Mais
Para o economista da FGV, somente a partir de junho existem chances de que a retração da atividade econômica ajude a diminuir a inflação. Com a mudança da bandeira na conta de energia, Braz estima redução de 7,4% para 7,2% da expectativa de inflação pelo IPCA para este ano. A estimativa é um pouco mais otimista que a das instituições financeiras, que projetam inflação oficial de 7,28% em 2016, segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central.
Professor de Finanças do Ibmec no Distrito Federal, Marcos Sarmento Melo diz que ainda é difícil cravar um percentual de quanto a inflação oficial fechará o ano. Ele, no entanto, aconselha os consumidores a não se iludirem em relação à queda dos preços. “Mesmo com a recessão e a queda do dólar agindo para conter a inflação, esse processo só começará a ser sentido nos próximos meses. O fato é que a inflação ainda está alta e com grandes chances de fechar acima do teto da meta [de 6,5%]”, alerta.
Para Melo, existe a possibilidade de que a queda do dólar, que caiu 10,2% em março e 0,15% em abril, seja apenas temporária. “Caso o Banco Central dos Estados Unidos aumente os juros e a China continue a desacelerar, o câmbio voltará a ser pressionado para cima. Os efeitos da crise política sobre o dólar já estão precificados [incorporados à expectativa], e o ambiente externo não é favorável”, adverte.
Consumidores sentem pouco
O funcionário público George Wellington Gouvea diz que ainda não sentiu a queda da inflação Antonio Cruz/Agência Brasil
Apesar da queda da inflação, os consumidores ainda sentem pouca diferença no bolso. “Os preços de alguns alimentos caíram, mas continuam maiores que no ano passado. Percebi uma redução no valor da conta de luz, mas nada significativo”, diz o funcionário público George Wellington Gouvea, 57 anos. Mesmo com a redução recente nos preços da comida, o subgrupo alimentos e bebidas acumula alta de 13,27% em 12 meses conforme o IBGE.
A aposentada Creuza Medeiro Gomes diz que está difícil abastecer a despensaAntonio Cruz/Agência Brasil
Para quem viu o orçamento encolher nos últimos meses, a inflação continua a corroer o poder de compra. “Os preços só têm aumentado, e a conta de luz, para mim, permanece a mesma”, afirma o desempregado Fábio Rubens, 35 anos. A aposentada Creuza Medeiro Gomes, 68 anos, ainda não percebeu queda nos preços dos alimentos. “Ainda está difícil encher a dispensa. Tem gente passando fome. A minha conta de energia até agora não caiu”, conta.
Santa Teresa usa bonde para mobilizar bairro contra o Aedes aegypti
Paulo Virgílio – Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O bonde de Santa Teresa mobiliza os moradores do bairro no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunyaPaulo Virgílio/Agência Brasil
Para mobilizar os moradores no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya – o bairro de Santa Teresa, na região central do Rio, se valeu neste sábado (9) do seu mais conhecido símbolo: o tradicional bonde. Organizado pelo Centro Municipal de Saúde do bairro, com o apoio de lideranças comunitárias e da concessionária do bonde, o evento começou às 10h, quando um bonde partiu do Largo da Carioca, no Centro, com agentes de saúde e moradores distribuindo panfletos, ao som de sambas, marchinhas e choros executados por um grupo de músicos.
No Largo dos Guimarães, o bonde parou para um encontro com o bondinho-mosquito, uma réplica em tamanho reduzido do veículo, criada por um conhecido artista plástico do bairro Getulio Damado. Devidamente caracterizado de Aedes aegypti, o bondinho trazia uma faixa com o slogan da campanha: Sou parceiro do meu bairro.
A iniciativa não é novidade no bairro. “Nós sempre fizemos nossas campanhas de prevenção e de promoção de saúde usando esse símbolo, que é o bonde. Só paramos nesse período que o bonde ficou sem circular [em função do grave acidente ocorrido em 2011]. Com a volta agora, nós resgatamos o bonde como um aliado em nossa campanha”, explicou a médica Cristina Gonçalves, diretora do centro de saúde.
Rio de Janeiro - No Largo dos Guimarães, o bondinho-mosquito, uma réplica em tamanho reduzido do bonde de Santa Teresa, trazia uma faixa com o slogan da campanha: Sou parceiro do meu bairro Paulo Virgílio/Agência Brasil
De acordo com Cristina, o desafio da campanha é trabalhar com a população a possibilidade de reduzir o índice de infestação do Aedes aegypti, complementando o trabalho feito no dia a dia pelos serviços de saúde e pelas equipes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). “É preciso intensificar o olhar da população para a prevenção”, disse.
Na área atendida pelo Centro Municipal de Saúde Ernani Agrícola, que compreende o bairro de Santa Teresa, foram notificados desde o início do ano, segundo a diretora, 20 casos suspeitos de dengue e 85 de zika, todos sendo acompanhados. “Nós temos a responsabilidade local não só de cuidar mas também de fazer as ações de prevenção e de vigilância”, enfatizou Cristina Gonçalves.
Agente de vigilância em saúde, Demétrio Borges vem executando ações de prevenção há três semanas, cada dia em um ponto do bairro. “Santa Teresa não é um bairro com um número grande de casos, como outros da cidade, mas a gente não quer esperar: é preciso mobilizar a população antecipadamente. Fizemos cinco ações anteriores à de hoje, sempre com os agentes fazendo vistorias nos imóveis, procurando criadouros e orientando a população a fazer o mesmo”, contou.
A líder comunitária do Morro dos Prazeres Zoraide Francisca Gomes, a Cris dos Prazeres, disse que o engajamento da sua comunidade no combate ao Aedes aegypti começou através do grupo Proa e do projeto Reciclação, com uma mobilização que reuniu cerca de 200 pessoas de todas as faixas de idade. “A gente fez uma grande coleta de material descartado de forma irregular, o chamado lixo corriqueiro, que também se torna foco do mosquito”, contou.
Depois do encontro com o “bondinho-mosquito”, o bonde retornou, em mais um viagem especial, ao Largo da Carioca. No trajeto, os passageiros que embarcavam recebiam folhetos e eram convidados a se engajar na campanha.
Aumenta pressão sobre Cameron por participação em offshore
Da Ansa Brasil
Aumentou a pressão da imprensa britânica e da oposição sobre o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que na última quinta-feira (7) admitiu ter tido ações de um fundooffshore ligado ao seu pai, Ian, morto em 2010, como revelado pela investigação Panamá Papers.
David Cameron sofre pressão da oposição e da mídia após ter sido citado na investigação Panamá PapersArquivo/Agência Brasil
Nesta sexta (8), o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, acusou o chefe de governo de ter "enganado" a opinião pública sobre o seu envolvimento em um "esquema offshorecriado para evadir o fisco".
Até então, Corbyn vinha evitando ataques diretos ao adversário, mas a admissão de Cameron fez com que ele elevasse o tom. "Foram necessárias cinco divagações para admitir que ele se aproveitou pessoalmente de um fundo de investimentos não declarado em um paraíso fiscal no Caribe", declarou o trabalhista, que lidera a oposição.
Saiba Mais
- Macri se apresenta à Justiça após Panamá Papers
- Entenda o que é a investigação jornalística Panamá Papers
O fundo em questão é o Blairmore Holdings Inc., criado pelo escritório panamenho Mossack Fonseca e que funcionou entre 1982 e 2010. Oficialmente, o pai do primeiro-ministro apareceu como diretor da offshoreapenas em 1989, mas arquivos do Panamá Papers indicam que ele foi crucial para sua formação.
Em julho de 1998, o fundo, que era ligado à filial nas Bahamas do banco francês Société Générale, tinha US$ 20 milhões em ativos. David Cameron admitiu que tivera no passado 5 mil ações do Blairmore, mas que as vendeu antes de se tornar primeiro-ministro, no início de 2010, por cerca de 30 mil libras esterlinas.
Além disso, ele garante ter pagado todos os impostos relativos à sua participação na offshore e prometeu divulgar sua declaração de renda para provar. Para Corbyn, o caso não levanta questões apenas sobre a "integridade pessoal" do chefe de governo, mas também evidencia o "fracasso" do seu gabinete em tomar ações contra a evasão fiscal.
Na quinta, um deputado trabalhista, John Mann, já havia pedido a renúncia de Cameron - posição que ainda não é encampada pelo líder da legenda -, e nesaa sexta outra figura de destaque do partido, o deputado John McDonnell, cobrou uma explicação do premier à Câmara dos Comuns.
Já para Nicola Sturgeon, líder do Partido Nacional Escocês, o chefe de governo deu nos últimos dias a impressão de "querer esconder alguma coisa". Além disso, os principais jornais do país, do conservador Daily Telegraph ao progressista The Guardian, criticaram o premier por conta de seu envolvimento no caso. Diversas manchetes sublinham sua "hipocrisia" ao ter condenado como "moralmente erradas" as práticas para tentar iludir o fisco.
A investigação Panamá Papers vazou milhares de documentos do escritório Mossack Fonseca, especializado em abrir companhias offshore em paraísos fiscais, e atingiu poderosos de todo o mundo, incluindo políticos, esportistas e empresários.
Os arquivos foram entregues por uma fonte anônima ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung,que os repassou para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). O órgão confiou os documentos a centenas de repórteres em vários países, que estão divulgando as informações aos poucos.
Panamá Papers: Escritórios da Mossack Fonseca em El Salvador são alvos de buscas
Da Agência Lusa
As autoridades policiais de El Salvador fizeram buscas nos escritórios da empresa que está no centro da investigação Panamá Papers, a Mossack Fonseca. Os policiais apreenderam um computador, informou hoje (9) a Procuradoria-Geral do país pela rede social Twitter.
Na quarta-feira, as autoridades de El Salvador já haviam anunciado a abertura de uma investigação sobre os 33 cidadãos citados no escândalo para apurar se teriam violado alguma lei.
O procurador estatal, Douglas Melendez, que visitou as instalações da empresa de advocacia na sexta-feira, disse aos jornalistas que cerca de 20 computadores e vários documentos foram confiscados. E sete funcionários foram ouvidos. Eles não chegaram a ser detidos.
Saiba Mais
- Entenda o que é a investigação jornalística Panamá Papers
- Macri se apresenta à Justiça após Panamá Papers
A decisão de fazer as buscas foi tomada após ter sido constatado que funcionários da empresa estariam retirando a marca da companhia do exterior do edifício.
“Vamos levar a cabo uma investigação completa, de acordo com a lei”, acrescentou Melendez, que apelou às empresas que tenham tido negócios no passado com a Mossack Fonseca para entrarem em contato com a procuradoria.
Os clientes salvadorenhos da empresa Mossack Fonseca usavam offshores para fazer operções envolvendo milhares de dólares, que serviam para comprar imóveis em El Salvador “sob o radar das autoridades locais”, revelou o jornal local El Faro.
A Panamá Papers é uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) sobre a indústria de empresas offshore. Esse tipo de empresa pode ser usada para esconder dinheiro e dificultar o rastreamento de seus verdadeiros donos.
O ICIJ, com apoio do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, teve acesso a 11,5 milhões de documentos ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Os milhões de documentos vazados foram esmiuçados por mais de 370 jornalistas de 76 países. Os documentos mostraram que a Mossack Fonseca, que tem escritórios em outros países, é uma das maiores criadoras de empresas de fachada do mundo. A documentação analisada apontou a criação de 214 mil empresas offshore ligadas a pessoas em mais de 200 países e territórios.
We found some fresh Pins for you
From the board
Hotel On The Rocks - Santorini
Hotel on the Rocks....Santorini, Greece
From the board
Every Hotel in the Grand Tour of Asia
Uma by Como Resort in Bali, Indonesia
From the board
Blog do Paulão no ar desde 15/4/2012: I...
Folha do Sul - Blog do Paulão no ar desde 15/4/2012:...
From the board
Dream Travel Spots
Chapel Bridge - Lucerne, Switzerland
From the board
Europe Useful Travel Tips you must Know...
Amsterdam - the city of canals, Netherlands Contact ...
From the board
Church of St. Etienne, France. The 40 Most Breathtak...
Politica
229 Pins
mobilidade
282 Pins
NOTÍCIAS
1,176 Pins
Meio ambiente
88 Pins
Survival
243 Pins
Job trailer wood shop
87 Pins
Get creative on Pinterest
Estado de saúde de Pezão apresenta melhora
Paulo Virgílio – Repórter da Agência Brasil
O governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão apresenta melhora em seu estado de saúde, de acordo com nota divulgada hoje (9) pela assessoria de imprensa do governo fluminense.
Pezão continua internado no Hospital Pró Cardíaco, em Botafogo, zona sul do Rio, onde segue um tratamento à base de antibióticos contra a infecção na pele que motivou sua nova internação, na última terça-feira (5).
O quadro infeccioso ocorre no local do corpo onde foi implantado um cateter, por onde o governador vinha recebendo a quimioterapia para combate a um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que ataca as células de defesa do organismo.
Em março, Pezão passou 19 dias internado no Hospital Pró Cardíaco, onde o câncer foi diagnosticado no dia 24 e o tratamento quimioterápico teve início, no dia seguinte. Ele teve alta no dia 31 e no sábado seguinte (2) comemorou o aniversário da mãe em Piraí, na região sul do estado.
Desde que teve início o tratamento, Pezão se licenciou do cargo, inicialmente por 30 dias. O cargo de governador está sendo exercido pelo vice, Francisco Dornelles.
Entenda o que é a investigação jornalística Panamá Papers
Da Agência Brasil
A Panamá Papers é uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) sobre a indústria de empresas offshore. Esse tipo de empresa pode ser usada para esconder dinheiro e dificultar o rastreamento de seus verdadeiros donos.
O ICIJ, com apoio do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, teve acesso a 11,5 milhões de documentos ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Os milhões de documentos vazados foram esmiuçados por mais de 370 jornalistas de 76 países. No Brasil, fazem parte da ICIJ profissionais do portal UOL, do jornal O Estado de S. Paulo e da emissora Rede TV!.
Saiba Mais
- Receita e PGR estão atentas à investigação do Panamá Papers
- França vai pedir à OCDE para reclassificar o Panamá como paraíso fiscal
Os documentos mostraram que a Mossack Fonseca, que tem escritórios em outros países, é uma das maiores criadoras de empresas de fachada do mundo. A documentação analisada apontou a criação de 214 mil empresas offshore ligadas a pessoas em mais de 200 países e territórios.
As descobertas das investigações trazidas a público envolvem 140 políticos de mais de 50 países, ligados a empresas offshore em 21 paraísos fiscais. Nomes de chefes de Estado, ministros e parlamentares de vários países aparecem no Panamá Papers. As planilhas, e-mails, faturas e registros corporativos apontam que as fraudes foram cometidas nos últimos 40 anos.
A Receita Federal do Brasil informou que a criação de offshores não é ilegal e representa uma forma de investimento no exterior, desde que as informações sejam declaradas. No entanto, caso o Fisco constate tentativa de evasão fiscal ou de ocultação do verdadeiro dono dos bens, o contribuinte pode ser autuado e multado.
O blog de Fernando Rodrigues, do UOL, revelou que funcionários da Mossack Fonseca disseram, em trocas reservadas de e-mails, que a política da companhia é “não atender pessoas que têm ou tiveram cargos políticos”. Mas os jornalistas do ICIJ constataram que algumas das offshores foram utilizadas pelos políticos e seus parentes para comprar bens e imóveis no exterior. Outras serviram para movimentar contas bancárias em países como a Suíça.
No Brasil, foram checados pelo UOL, no banco de dados do escritório de advocacia no Brasil, os nomes de pessoas classificadas no mercado financeiro como “PEPs” (do inglês politically exposed person ou “pessoa politicamente exposta”). De acordo com o blog de Fernando Rodrigues, a Mossack atendeu a pelo menos seis grandes empresas citadas na Lava Jato.
O cruzamento de dados incluiu os 513 deputados federais, os 81 senadores e seus suplentes, os 1.061 deputados estaduais eleitos em 2014 e os 424 vereadores das 10 maiores cidades brasileiras.
Foram checados os nomes da presidenta Dilma Rousseff e de todos os seus antecessores vivos, além dos parentes mais próximos. Os ministros atuais e ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de todos os tribunais superiores também foram checados, além de candidatos a governador e à Presidência da República em 2014. Na reportagem especial do UOL, apareceram os nomes de alguns políticos brasileiros, mas nenhum ligado ao governo.
Empresas offshores
Offshores são empresas abertas no exterior e não são obrigatoriamente ilegais. Quando declaradas legalmente no Imposto de Renda, são uma forma de investimento em bens e ativos no exterior. Esse tipo de empresa, no entanto, é ilegal quando não é devidamente declarada e serve para burlar a fiscalização, evadir impostos e esconder o real dono do dinheiro. Offshoresilegais geralmente são abertas em paraísos fiscais, países com pouco ou nenhum imposto.
Uma offshore pode servir para esconder o dinheiro para evitar pagamento de impostos, bem como uma suposta origem ilegal – de propina ou até mesmo de tráfico de drogas. É possível ainda criar uma fundação privada, que atua como acionista da empresa e despista a identidade do dono da offshore. Os diretores dessa fundação assinam por ela, escondendo o nome de proprietário do dinheiro nos documentos vinculados à fundação e à offshore.
Estudantes fazem aula pública em defesa da democracia e contra o impeachment
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Estudantes de diversas universidades de São Paulo e movimentos estudantis realizaram hoje (9) uma aula pública em defesa de democracia e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, na Praça Roosevelt, região central da capital paulista. Os presentes estavam em busca de posicionamentos e ideias que ajudassem a compreender a conjuntura política atual.
A professora de arquitetura da Universidade de São Paulo (USP), Raquel Rolnik, falou da importância do ato em ocupar uma praça pública. “Estamos transformando e concretizando como público um espaço que é público. A Praça Roosevelt é um exemplo disso, um exemplo daquilo que é um dos maiores desafios que a gente tem pela frente, daquilo que não construímos no nosso país: a ideia de um espaço público, de uma esfera pública. A ideia de um estado que é construído, que é pensado, que é estruturado para promover, defender e proteger essa dimensão pública entendida como uma propriedade coletiva do cidadão”, disse.
O ator e escritor Gregório Duvivier defendeu que a presidenta Dilma conclua seu mandato. Ressaltou, no entanto, que essa continuidade não pode ser baseada em "alianças espúrias", referindo-se às alianças partidárias em troca de cargos. “Se a Dilma, por acaso, continuar, e eu torço para que ela continue, que não seja por causa das alianças com os setores mais conservadores da sociedade. Se ela continuar por causa das alianças, que a gente continue na rua protestando”, disse Duvivier ao lembrar que Dilma foi eleita devido a seu projeto de esquerda: “enquanto ela não governar para as pessoas que votaram nela, na esquerda, a gente tem sim que continuar indo às ruas”.
Representando do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos falou que acha importante a sociedade entender o que está em curso no cenário político do país com a possibilidade de impeachment de Dilma. Para ele barrar o que chamou de golpe, é defender a democracia e não defender o governo Dilma e suas políticas.
“Muitos de nós, que estivemos e estamos nas mobilizações, não defendemos essas políticas. Não defendemos ajuste fiscal, não defendemos megaprojetos que passam por cima de comunidades, de tudo e de todos. Não defendemos reforma da previdência, não defendemos uma política que faz com que o andar de baixo, dos trabalhadores, da juventude, dos mais pobres, paguem a conta dessa crise”, disse Boulos.
Participaram também da aula pública Laura Carvalho, professora de economia da USP; Maria Izabel Noronha, presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp); Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes; e Sandra Mariano, da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen). Participaram da organização do evento, estudantes de diversas universidades incluindo a USP, Cásper Líbero, Pontifícia Universidade Católica , Mackenzie, Faculdades Metropolitanas Unidas, Metodista, Unicamp e a Fundação Escola de Sociologia e Política (Fespsp).
Evento reúne chefs da gastronomia de rua e abre programação cultural da Rio 2016
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
A programação cultural dos Jogos Olímpicos será aberta neste sábado (9) com o evento Celebra Gastronomia de Rua, que vai apresentar ao público tradicionais pratos encontrados em barracas pela cidade do Rio de Janeiro.
Para montar o evento, a equipe do Comitê Rio 2016 saiu a caça dos principais "chefs" da culinária de rua do Rio. “Foi o dia mais feliz da minha equipe. Começamos às 7h e acabamos às 19h, mortos de contentes. Comemos tudo que todo mundo vai comer neste sábado e neste domingo. Foi emocionante. Você vê que são pessoas incríveis que estão nesses lugares”, contou a diretora do Programa Cultural do Comitê Rio 2016, a cineasta e atriz Carla Camurati.
Um grupo de 20 vendedores vão oferecer, durante todo o fim de semana, diversos tipos de comida de rua no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM). O cardápio tem o bolinho de bacalhau do Mazzaropi, a cocada da Cris, o pastel do Bigode, de Laranjeiras; a caipirinha do Luizinho e a tapioca do Arnaldo (Flamengo); o sucolé do Claudinho (Ipanema); o papito do Xina (Gávea); o acarajé Nega Teresa (Santa Teresa); o angu da Lucinha (Saúde); o Ateliê Brigadeiro Carioca e os salgadinhos Família Marques (Lapa); os caldos da Nega (Rio Comprido); o churrasquinho da Jô (Vila Isabel); a yakisoba do Kayo (Benfica); o oriental do Barcellos e o tacacá da Rose (Ilha do Governador); a empada do Paulinho (Guadalupe); o pão de queijo do Carlinhos (Bangu); e a esfiha do Marquinhos Árabe (Barra).
Saiba Mais
Celebra Gastronomia de Rua abre programação cultural da Rio 2016 Alex Ferro/Divulgação
A entrada ao museu é gratuita e será cobrado pelos pratos.
Estão previstos também shows, poesia, aula de perna de pau e de DJ. O público poderá ver uma réplica da tocha olímpica e os mascotes dos jogos.
“O que a gente quer na Rio 2016, na verdade, é conseguir juntar tudo que tem de segmento cultural e colocar nas ruas, para alegrar a cidade e fazer a cultura ser a grande anfitriã dos Jogos 2016. Ela não é a protagonista, mas é a anfitriã. Quem recebe pelo país é a cultura, sempre”, disse Carla Camurati.
Com o auxílio de historiadores e integrantes de movimentos culturais, a diretora está mapeando festas e encontros marcantes no Rio de Janeiro, “para ver o que a cidade respira”, e montar a programação cultural, que vai até setembro, durante a Paralimpíada. A ideia é ter moda, artesanato, música e literatura. A partir de maio (depois que a tocha for acesa na Grécia, no dia 21 de abril), duas ou três ações serão promovidas em cada um dos 160 bairros da cidade.
“Começam agora os flash mobs [aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação previamente combinada]”, disse.
Festivais de dança em sinais da cidade e música nas esquinas são alguns eventos previstos para maio. “Esses pequenos eventos não interferem na mobilidade, mas alegram o dia a dia”. A programação cultura dos jogos será divulgada em um site em breve pelo Comitê Rio 2016.
Em 20 dias, aplicativo recebe mais de 40 denúncias de violações em favelas do RJ
Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Um policial civil xinga e puxa o cabelo de uma menina antes de colocá-la dentro de uma viatura, após a garota tentar persuadir o policial a não levar um rapaz preso. A cena ocorreu em uma favela da zona norte da capital fluminense. O flagrante foi enviado pelo aplicativo Nós por Nós , que recebe denúncias de violações cometidas por agentes do Estado. Lançado há 20 dias, o aplicativo já recebeu mais de 40 denúncias.
Aplicativo recebe denúncias de violações de direitos em favelas do Rio. Maioria dos relatos é contra policiais Tânia Rêgo/Agência Brasil
Um dos coordenadores do projeto, o historiador Fransérgio Goulart, do coletivo Fórum de Juventudes do Rio de Janeiro, disse que a procura e a quantidade de relatos surpreenderam. Para ele, além de denunciar violações e cobrar respostas das instituições competentes, o aplicativo permite reflexões e maior conscientização de direitos entre os jovens nas favelas. A maioria dos relatos trata de abusos de poder, invasões de domicílio, tortura, homicídio e violência contra mulher. Mais de 500 downloads do aplicativo foram feitos até o momento. Cerca de 80% das denúncias são contra policiais militares, segundo os organizadores do aplicativo. Em seguida, aparecem os relatos contra policiais civis.
“A ferramenta tem contribuído para discutirmos o programa de proteção à testemunha que não funciona, o racismo institucional, a diferença da atuação da polícia na favela e na zona sul. Essas discussões empoderam a juventude”, disse Goulart, que é morador da Comunidade de Manguinhos, na zona norte, há 14 anos.
A ferramenta também se mostrou eficaz em agilizar o processo do contato com a rede de apoio. “Já fazíamos denúncias antes, mas com o aplicativo as respostas foram bem mais rápidas. Tivemos denúncias que chegaram imediatamente, o que agilizou a rede de apoio e possibilitou respostas rápidas como a da perícia e do auxílio a familiares de vítimas, principalmente com a atuação da Defensoria Pública”, contou.
Saiba Mais
O fórum tem feito oficinas para jovens de comunidades pobres, em parceria com a ONG internacional Witness, sobre segurança nas redes sociais e como usar o aplicativo. Os encontros buscam esclarecer, por exemplo, os jovens sobre as competências de cada polícia. "A comunidade, de uma forma geral, não sabe qual o papel de cada polícia. O senso comum é achar que as polícias têm as mesmas atribuições. Esse é um dado importante, precisamos fazer esse debate", disse Goulart, ressaltando que o desafio atual da equipe é encaminhar as denúncias de forma qualificada para que sirvam de prova jurídica.
Pelo aplicativo, o denunciante pode informar a corporação ou órgão ao qual o agressor está vinculado e se violação trata de abuso de poder, agressão física, homicídio, tortura, prisão ilegal, racismo, machismo, homofobia, ocultação de identidade policial, extorsão, invasão de domicílio e/ou censura a meios de comunicação. A denúncia pode ser feita por escrito, foto, áudio ou vídeo, constando data, hora e endereço de onde ocorreu. A foto e a gravação do áudio podem ser feitas diretamente no aplicativo.
O volume de denúncias desafia a equipe a lidar com o desgaste emocional e psicológico. “As pessoas que estão morrendo, muitas são próximas. É duro conversar com as mães e familiares, que ainda têm que defender seus mortos da acusação de que são bandidos, algumas não têm como enterrar o filho. Fizemos uma atividade que foi apenas de choro,” lembrou Goulart. “É muita dor. Tentamos colaborar, mas é pouco, queríamos mais resultados e sofremos com isso”, desabafou.
Além dos interlocutores e coletivos de comunicação de dentro das favelas, cerca de 25 jovens ajudam a tocar o projeto do Fórum de Juventude, que também tem o apoio do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e das organizações não governamentais Witness, Justiça Global, Anistia Internacional e a Defensoria Pública do Estado.
O defensor público e coordenador do Núcleo de Direitos Humanos, Fábio Amado, espera que mais parceiros se unam à causa para acabar com a impunidade aos crimes cometidos contra a juventude negra e pobre. “Além do envolvimento dos moradores, que sofrem a violência, também é necessária a sensibilização de novos atores em quem possamos confiar, tanto da área pública como da área privada, para expandir a rede e ir além da denúncia e conseguir todos os meios possíveis para reprimir, evitar ou minimizar os danos”.
Para Rachel Barros de Oliveira, representante da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), o aplicativo ajuda também a desmistificar uma política de segurança pública que é colocada como solução para os problemas na favela, mas que tem gerado mais violação. “O aplicativo também está servindo como canal para a juventude negra, que é a que mais sofre, para vocalizar as violações”, ressaltou. “São os grupos que vivenciam isso na pele que tiveram a sacada de pensar em como tratar a violência, como dados e denúncia. É um processo inovador, de disputa de narrativa, mas também de qualificação da denúncia, que tem tudo para gerar resultados excelentes principalmente no campo da defesa de direitos humanos”.
O Nós por Nós oferece mapeamento georreferenciado do tipo de violação nas comunidades, lista da rede de apoio e um guia sobre os direitos do cidadão durante uma abordagem policial. Os vídeos e áudios são enviados para o banco de dados do Ibase para garantir a segurança do denunciante. Pode ser baixado gratuitamente em celulares com plataforma Android e deve estar disponível em outras plataformas nos próximos meses. Organizações em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e no Ceará estão articulando o uso da ferramenta em seus estados.
O fórum busca parcerias para aprimorar o aplicativo e dar conta da sistematização e encaminhamento das denúncias. “Temos que analisar, enviar as denúncias, fazer ligações, usar a internet que é muito ruim nas favelas, nos locomover e precisamos ter mais agilidade. Precisamos de recurso financeiro para dar continuidade ao trabalho", disse Goulart. O grupo estuda também doações por meio de processos colaborativos na internet.
Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Militar do Rio de Janeiro não se manifestou, até a publicação da reportagem, sobre as denúncias recebidas pelo aplicativo. A Polícia Civil informou que “aguarda as imagens e outras informações sobre os fatos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário