1. Os fatos e dados relacionados com empresas e governos que têm responsabilidade fundamental nos Jogos Olímpicos se avolumam. O governo federal está imobilizado. A presidente Dilma tirou de sua agenda o acompanhamento do processo pré-olímpico. Só pensa no impeachment.
2. O governo do Estado do Rio de Janeiro está quebrado, sem dinheiro para pagar os servidores, e seu governador imobilizado pela enfermidade. Sem sua assinatura, seu substituto e secretários retardarão os processos de gasto, aguardando pelo menos esses 30 dias de licença. Os bancos federais, que fariam os empréstimos para as obras do Metrô e para o pagamento de pessoal, suspenderam suas decisões, por enquanto.
3. A Prefeitura do Rio já não tem flexibilidade financeira e a situação de sua previdência é prova disso. Tanto a Prefeitura quanto o governo do Estado têm completa dependência das transferências federais para dar curso as obras olímpicas incluindo os legados. A boa vontade de Dilma vai ser esvaziada com o rompimento do PMDB-RJ com o seu governo. O mais íntimo interlocutor –o governador- está sem mobilidade. O impeachment em sua primeira fase termina no final de abril. E se Dilma não renunciar, serão mais de 3 a 6 meses. Se o Senado aceitar a denúncia, a presidente Dilma será afastada durante o julgamento. Quem vai usar a caneta?
4. A crise financeira retirou –segundo o secretário da pasta- R$ 2 bilhões de reais da segurança pública e a isso o secretário atribui o recrudescimento da violência na cidade. Alega que reduziu o efetivo policial nas ruas, pois não pode pagar a gratificação de horas adicionais. A crise da Zika apavora delegações. Os atletas terão que ficar isolados na Vila Olímpica, chegar, treinar, jogar e voltar. Se vierem. O fato que no inverno do Rio a incidência de dengue reduz bastante não ajuda, pois não há como convencer as delegações em cima dos Jogos.
5. As principais –e fundamentais- empreiteiras responsáveis pelas obras do Parque Olímpico, pelo Metrô, pelo Porto Maravilha, pelas Transolímpica e Transbrasil..., vivem constrangimentos, restrições financeiras e administrativas e, no mínimo, não poderão adiantar recursos para evitar atraso nas obras. O 1 bilhão de reais que falta para concluir as obras do Metrô está em suspenso. A Prefeitura do Rio diz que não pode mais adiantar recursos para obras aguardando o repasse federal, pois ficaria inadimplente
6. Já há a certeza que o Metrô só poderá ser entregue muito parcialmente, sem poder movimentar nem 20% de sua capacidade. Isso na melhor hipótese. O controlador do Metrô é a OAS e o gestor das obras é a Odebrecht. A operação Lava-Jato passou a investigar recursos repassados para o Porto Maravilha (CEF) e para o Metrô do Rio.
7. É uma situação extremamente delicada. Isso exige que o governo federal crie imediatamente um pequeno gabinete superior de crise, de altíssimo nível, com autonomia de decisão, que abra um crédito generoso para ser usado em caso de necessidade, para dar garantia ao COI, ao COB, as Federações Internacionais, aos patrocinadores, as empresas responsáveis pelas obras, etc., que o cronograma –hoje com algum atraso- será recuperado e cumprido rigorosamente.
8. Estamos a pouco mais de 4 meses dos Jogos Olímpicos-2016. O Rio não merece nenhum vexame.
Ex-Blog do Cesar Maia
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