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segunda-feira, 28 de março de 2016

Sérgio Moro deve enviar hoje ao Supremo lista da Odebrecht

O juiz federal Sérgio Moro deve enviar hoje (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lista de pagamentos que teriam sido feitos a cerca de 200 políticos, apreendida em uma busca da Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, um dos executivos da Odebrecht, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Acarajé, deflagrada no mês passado.

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De acordo com análise premiliminar feita por Moro, a lista envolve pagamentos a pessoas com foro por prerrogativa de função, como deputados e senadores, e, portanto, deve ser remetida ao Supremo, instância responsável por esses processos.

Em despacho na última sexta-feira (25), no qual libertou nove presos temporários na 26ª fase da Operação Lava Jato, identificada como Operação Xepa, o juiz disse que ainda não é possível avaliar a legalidade dos pagamentos, sendo que a Odebrecht é uma das maiores doadoras para campanhas políticas.

"Os pagamentos retratados nas planilhas encontradas na residência do executivo Benedi­cto Barbosa podem ser doações eleitorais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado". diz Moro. "A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Supremo Tribunal Federal".

Na quarta-feira (23), Moro colocou em segredo de Justiça a lista de pagamentos. A medida foi tomada pelo juiz após a relação ter sido anexada ao processo sobre as investigações da  Lava Jato e  divulgada pela imprensa.

 

Agência Brasil

 

Na primeira Semana Santa após tragédia da Samarco, Mariana acolhe atingidos

 

Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil

Turistas de várias partes do país participam das celebrações da Semana Santa em Mariana, mas a maioria dos espectadores é fiéis que vivem na própria cidade e arredores

Turistas de várias partes do país participam das celebrações da Semana Santa em Mariana, mas a maioria dos espectadores é fiéis que vivem na própria cidade e arredoresLéo Rodrigues/Agência Brasil

As celebrações da Semana Santa em Mariana (MG), atingida pelo deslizamento de uma barragem de mineração em novembro, dão um exemplo do significado da data para os católicos, de renovação da fé.

Fiéis dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, que perderam seus imóveis e bens materiais após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, fizeram questão de manter a tradição religiosa mesmo diante da adversidade.

A lama de rejeitos que se espalhou com a tragédia arrasou as duas comunidades e deixou 19 mortos. Os impactos ambientais atingiram toda a bacia do Rio Doce e destruíram áreas de vegetação nativa. Os antigos moradores foram inicialmente alojados em hotéis na região central de do município e agora estão em casas alugadas. Enquanto aguardam a reconstrução, que deve começar ainda este semestre, as despesas são integralmente pagas pela Samarco.

Mariana (MG) - Procissão de Nosso Senhor Morto é uma das atrações da Semana Santa em Mariana (Léo Rodrigues/Agência Brasil)

Com 90% de católicos, Mariana tem tradição em celebrações religiosasLéo Rodrigues/Agência Brasil

Com a vida de cabeça para baixo, o empresário Sérgio Raimundo Sobreira não desanima. "Não adianta ficar lamentando, é erguer a cabeça e olhar pra frente. Então a Semana Santa é um momento que nos dá força. A gente se apega em Deus e segue adiante", disse.

Embora nascido em Bento Rodrigues, onde vivia toda a família, Sérgio já possuía um imóvel menor na região central de Mariana, para ficar mais próximo do local de trabalho. Ele se dividia entre as duas residências, mas não abria mão de passar os fins de semana na terra natal.

No dia da tragédia, a mãe e o irmão do empresário, que tinham um armazém de mantimentos e bebidas, ficaram incomunicáveis. "Eu estava no centro de Mariana. De início não acreditei, mas corri para lá. Finalmente, quando já estava no distrito, consegui um contato por telefone com eles, que estavam a salvo", relembrou.

O bispo auxiliar de Vitória, dom Rubens Sevilha, participou das celebrações da Semana Santa de Mariana para o sermão do descendimento da cruz. O religioso fez uma referência à situação vivida pelos atingidos em toda a bacia do Rio Doce. “Que Jesus seja um suporte para que todos possam retomar as suas vidas.”

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A Arquidiocese de Mariana vem acompanhando de perto a situação dos moradores de Bento Rodrigues e Paracatu. Como os atingidos estão dispersos em várias localidades da cidade, uma capela no bairro de Barro Preto foi cedida para que se reúnam. No primeiro domingo de cada mês, a capela é reservada para a população de Paracatu; e, no último domingo, é a vez dos moradores de Bento Rodrigues.

Segundo o arcebispo da Arquidiocese de Mariana, dom Geraldo Lyrio, as portas também têm sido abertas para os movimentos sociais que acompanham os desdobramentos da tragédia, como o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). No início desse mês, a Igreja Católica em Mariana sediou uma reunião de movimentos sociais durante o Seminário das Dioceses que compõem a Bacia do Rio Doce. O encontro teve como tema “Bacia do Rio Doce, nossa casa comum: corresponsabilidade de todos frente a vida ameaçada”.

O arcebispo de Mariana e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio

O arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio, disse que as portas da Igreja estão abertas para os atingidos pela tragédia da SamarcoLeo Rodrigues/Agência Brasil

“Estamos insistindo para que os atingidos sejam ouvidos nas decisões que devem ser tomadas. Que eles sejam os protagonistas. Não se pode tomar decisões e depois apenas apresentá-las para execução”, defendeu o líder religioso.

Nilza Nélia Vitor, empregada doméstica e moradora de Mariana, fica feliz com a presença dos conterrâneos atingidos pela barragem. Ela diz que a Semana Santa é um momento propício para que a comunidade os acolha e lhes dê energia.

Turismo

Turistas de várias partes do país participam das celebrações da Semana Santa em Mariana, mas a maioria dos espectadores é de fiéis que vivem na própria cidade e arredores. “Ano a ano, vemos que a participação aumenta em número e em intensidade”, comemorou dom Geraldo.

Primeira capital mineira, Mariana é também sede da mais antiga circunscrição eclesiástica da Igreja Católica em Minas Gerais. Estruturada em 1.745, no auge do ciclo de extração de ouro, por decisão do papa Bentro XIV, a Arquidiocese de Mariana alcança hoje um território que abrange 79 cidades.

Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os cinco municípios de Minas Gerais com maior percentual de católicos, quatro estão localizados no território compreendido pela Arquidiocese de Mariana: Senhora dos Remédios (MG), Senador Firmino (MG), Desterro de Melo (MG) e Cipotânea (MG), todos com mais de 96% de católicos.

"É uma região de uma religiosidade muito profunda, com uma quantidade muita elevada de católicos. Em Mariana, temos mais de 80% de população católica, o que permite que as celebrações da Semana Santa tenham essa relevância. Quem vê de fora, pode pensar que é algo mais folclórico ou simplesmente cultural. Mas quem enxerga por dentro, percebe que se trata de uma expressão muita sincera de uma fé verdadeira”, destacou o arcebispo.

O turismo na cidade ainda sofre o impacto do rompimento da barragem. No Hotel Providência, um dos maiores de Mariana, a taxa de ocupação foi de 49,9%. No ano passado, foi superior a 70%. A queda foi ainda maior na Pousada Rainha dos Anjos, segundo o funcionário José Maria: de cerca de 90% de ocupação em 2015 para 40% este ano. Situação semelhante à da Pousada Chafariz. "Ano passado nós tivemos 100% de ocupação. Esse ano, é triste dizer, o que nos segurou foi o período que hospedamos os atingidos da tragédia. Eles ficaram aqui por cerca de 40 dias, bancados pela Samarco", contou a dona, Socorro Eufrásio.

A crise econômica e a tragédia de novembro de 2015 são apontadas pelos trabalhadores do setor como as causas da queda do turismo na cidade. O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, endossa essa opinião. "As pessoas ainda acreditam que toda a cidade foi atingida. Muitas delas não entenderam que a tragédia ocorreu em um distrito a 30 quilômetros do centro. Então, isso trouxe um impacto para o turismo do município. Estamos cobrando da Samarco propagandas que mostrem que Mariana está segura e que as pessoas podem continuar visitando e conhecendo nosso patrimônio”.

 

Agência Brasil

 

Ele foi lançado a 10 metros de distância: glo.bo/1RET7LM

Homem que atravessava a rua olhando para o celular é atropelado na China

G1.GLOBO.COM

 

Reitor indígena quer internacionalizar Universidade Federal de Roraima

 

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Brasília - O professor roraimense Jefferson Fernandes do Nascimento, descendente de índios, foi eleito reitor da Universidade Federal de Roraima - UFRR (Valter Campanato/Agência Brasil)

O professor  Jefferson Fernandes do Nascimento é o primeiro indígena eleito reitor de uma universidade no BrasilValter Campanato/Agência Brasil

“Sou um sobrevivente”, diz o reitor da Universidade Federal de Roraima (Ufrr), Jefferson Fernandes do Nascimento. Ele é o primeiro indígena à frente de uma universidade federal no Brasil. No início de março, esteve em Brasília para ser empossado pelo Ministério da Educação e conversou com a Agência Brasil.  

Calmo e com um sorriso amável, Nascimento conta: “Sempre estudei em escola pública, pública indígena, inclusive, e só cheguei à universidade como docente porque casualmente tive a oportunidade de fazer o ensino público". Doutor em Agronomia, 51 anos, ele comandará a instituição até 2020.

Como prioridades, o reitor diz que terá a ampliação da assistência estudantil, a oferta de pós-graduação a indígenas e a internacionalização da universidade. A Ufrr foi criada em 1989. Atualmente, oferece 29 cursos de bacharelado, 20 licenciaturas e um curso tecnológico em três diferentes campi em Boa Vista.

Localizada na região Norte, a Ufrr lida com uma realidade específica, atende majoritariamente estudantes oriundos de escolas públicas e indígenas. Na universidade, está o Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, que oferece cursos de gestão em saúde coletiva, gestão territorial e licenciatura intercultural. Os demais cursos reservam também vagas para esse público. Medicina foi o primeiro a aderir a esse sistema de cota.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: O que representa a Ufrr na região?
Nascimento: Temos uma diversidade muito grande de alunos que ingressam na universidade, 20% a 30% são indígenas. Além dos três cursos específicos, que são cursos para indígenas: gestão territorial, licenciatura intercultural e gestão em saúde coletiva. E há um dado importante em relação a outras instituições federais é que desses 8,5 mil alunos em todos os cursos, 90% ou mais são oriundos de escolas públicas. Diferente de outras realidades, inclusive, da região Norte, que não tem esse percentual no ensino superior.

Agência Brasil: O que muda na instituição por atender majoritariamente alunos vindos de escolas públicas e indígenas? Que desafios o senhor terá que enfrentar?
Nascimento: Primeiro manter nível de assistência estudantil. Atendemos hoje de 40% a 50% dos estudantes que têm vulnerabilidade social e praticamente todos os indígenas. Expandir essa assistência é uma questão fundamental para os próximos quatro anos. A gente quer avançar na pós-graduação. Temos 35% de doutores na instituição, dos 570 professores. A gente perde muito doutor por estar longe da região central.

Agência Brasil: Nesse contexto de dificuldade financeira, o orçamento da Ufrr sofreu muitos cortes? Que impacto isso teve?
Nascimento:  Hoje, nosso orçamento está garantido. Não haverá cortes na medida que não haja mais alterações no cenário econômico. Se compararmos com o ano passado, tivemos um ganho orçamentário. O que dificulta é que o financeiro não vem. Temos R$ 3 milhões para pagar de conta na universidade, assistência, restaurante, etc. O MEC [Ministério da Educação] manda, ao invés desses R$ 3 milhões, menos. Essa dificuldade a gente teve no ano passado. Neste ano, pelo menos até agora está tranquilo. E a garantia que tivemos do MEC é que não haverá corte. Dependerá apenas do financeiro.

Agência Brasil: O senhor diz que quer focar na formação indígena.
Nascimento: A gente quer incluir a participação da Ufrr na rede que está sendo criada pelo MEC, uma rede para atender com todas as ações que existem em várias universidades. Por exemplo, vou poder mandar alunos para fazer curso de graduação. Queremos também ofertar mestrado para os três cursos que já existem. Já há trabalho de formação de professores para trabalhar nas áreas indígenas, mas eles precisam avançar na formação, precisam se pós-graduar para continuar investindo na carreira. A gente quer propor uma parceria com a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] e criar mestrado na área de gestão territorial.

Agência Brasil: Por que é preciso formar cada vez mais indígenas?
Nascimento: Porque dificilmente não indígenas vão trabalhar em terra indígena. A gente entende que, formando o indígena, o atendimento na área indígena é facilitado porque ele se sente mais ambientado. Sabemos que a questão indígena é muito diversa. Os ianomâmis e  macuxis são culturas totalmente diferentes. Como há essa diversidade, temos que trabalhar nessa diversidade. Não é formar qualquer indígena. É formar indígena ianomâmi, indígena macuxi. Temos que avançar nessa direção, o que é um desafio.

Agência Brasil: O senhor mesmo é indígena?
Nascimento: Sim. Nascido em Surumu, Raposa Serra do Sol. Na verdade, sou um sobrevivente do processo. Sempre estudei em escola pública, pública indígena inclusive e só cheguei à universidade como docente porque casualmente tive a oportunidade de fazer ensino público, estudar na universidade federal. Senão, eu não estaria aqui para contar essa história. E a universidade federal tem esse papel, de corrigir, de minimizar, de dar oportunidade para essas pessoas se qualificarem. Tem uma dívida social que temos com essas comunidades.

 

Agência Brasil

 

 

Paquistão: número de mortos em atentado sobe para 72, incluindo 29 crianças

 

Da Agência Lusa

As autoridades paquistanesas elevaram hoje (28) para 72 o número de mortos no atentado suicida deste domingo na cidade de Lahore, no Leste do país.

Zaeem Qadri, porta-voz do governo da província de Punjab, da qual Lahore é capital, afirmou que entre os mortos estão 29 crianças. Mais 315 pessoas ficaram feridas no atentado, no parque público Gulshan-i-Iqbal, acrescentou o porta-voz, citado pela agência oficial chinesa Xinhua.

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Zaeem Qadri informou ainda que já foram identificadas 54 vítimas, cujos corpos foram entregues aos familiares.

O atentado, cuja autoria foi reivindicada pelo grupo talibã Jamaat ul Ahrar, foi praticado por um homem-bomba de 28 anos, procedente da cidade de Muzaffargarh, pertencente a Punjab.

O suicida entrou no parque e acionou o explosivo que tinha no corpo, perto da área de jogos para crianças, por isso a maior parte das vítimas é formada por crianças e mulheres, disse um integrante da administração da cidade, Mohammad Usman, acrescentando que o número de vítimas pode ser maior.

O ministro-chefe de Punjab, Shahbaz Sharif, anunciou três dias de luto e disse que todos os edifícios governamentais da província vão colocar a Bandeira Nacional a meio-mastro.

 

Agência Brasil

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