O primeiro caso autóctone (contraído na própria cidade) do vírus Zika foi identificado na cidade de São Paulo. A informação foi confirmada na noite de ontem (4) pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
O vírus foi detectado em uma mulher, 28 anos, com 30 semanas de gestação. Ela é moradora do bairro Freguesia do Ó, na zona norte da capital. O caso foi notificado no dia 3 de fevereiro. Segundo a secretaria, o exame ultrassom morfológico apresentou normalidade no feto. Mesmo assim, a paciente foi encaminhada para fazer o pré-natal no Hospital Escola e Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, por ser referência para gestação de alto risco.
A paciente, cujo nome não foi informado, apresentou os primeiros sintomas no dia 30 de janeiro e disse não ter viajado para fora do estado. No dia 3 de fevereiro, foram coletados urina e sangue da paciente e, no dia 25 de fevereiro, o resultado foi confirmado como positivo para o vírus. No dia seguinte, foi feita uma nova coleta de sangue e novamente o resultado foi positivo.
O local onde vive a gestante e todo o entorno foi visitado para exterminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus, informou a secretaria.
ANS suspende a venda de 46 planos de saúde por reclamações de cobertura
Estão suspensas a partir de hoje (4) as venda de 46 planos de saúde. A medida é uma punição da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) devido a reclamações de beneficiários destes planos relativas à cobertura. As principais queixas são negativa de cobertura e demora no atendimento.
Os planos suspensos têm juntos 314,3 mil beneficiários, que não serão afetados pela punição. Oito operadoras são responsáveis por esses planos, que serão impedidos de receber novos clientes por pelo menos três meses, até que melhorem a assistência aos atuais beneficiários.
Para tomar a medida, a ANS considerou 13.365 reclamações sobre cobertura assistencial recebidas de outubro a dezembro de 2015.
Das oito operadoras com planos suspensos neste novo ciclo de monitoramento, quatro já tinham planos em suspensão no período anterior e quatro não constavam da última lista de suspensões. Além da comercialização suspensa, as operadoras que negaram indevidamente cobertura podem receber multa que varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil.
Paralelamente à suspensão, 33 planos de 16 operadoras poderão voltar a comercializar os produtos que estavam impedidos vender. Isso acontece quanto há comprovada melhoria no atendimento aos beneficiários. A avaliação é feita a cada três meses.
Mapa
reconhece soja louca II
A
soja louca II, pesquisada pela Embrapa há dez anos, foi identificada
e reconhecida oficialmente pelo Ministério da Agricultura (Mapa)
como uma doença causada pelo nematoide Aphelenchoides
sp. Entre
os principais sintomas estão plantas com haste verde, retenção
foliar e abortamento de vagens antes do fim do ciclo. A doença
ocasiona perda de até 60% na produtividade, principalmente em
regiões quentes e chuvosas como Maranhão, Tocantins, Pará e Mato
Grosso. No Rio Grande do Sul, há apenas suspeitas de incidência.
O agrônomo Nedio Argenton Giordani,
da Aprosoja, relata que na safra 2014/2015 algumas lavouras tiveram
episódios com sintomas semelhantes. “Mas não é possível afirmar
se era soja louca II”, destaca. Segundo o pesquisador Maurício
Meyer, da Embrapa Soja, a identificação da causa da doença
possibilitará direcionar a pesquisa para definição de estratégias
de manejo. Enquanto isso, a recomendação de Meyer é a dessecação
antecipada à semeadura de soja e um efetivo controle de plantas
invasoras imediatamente após a emergência da planta.
Fonte: Correio do Povo, 9 de setembro
de 2015, página 9.
Maldita
corrupção, por Jarbas Lima
A
corrupção não distingue regimes e sistemas de governo. A gravidade
está em ser patrocinada, encoberta pelos governantes, que a praticam
ou com ela se acumpliciam. Mas, o que a torna frequente e encorajada
é a impunidade, que é a fonte da ousadia e a maior desgraça. O
antídoto da moral e da ética deve prevenir estes males. São
remédios que cuidam das raízes e não dos ramos da doença maldita.
Os gregos exilaram Aristides, político austero e íntegro, enquanto
Cleon, populista e mestre da demagogia, foi feliz até o fim, entre
os seus contemporâneos. Não adianta culpar a vassoura pela
existência do lixo... A corrupção fragiliza o Congresso Nacional,
pela compostura dos parlamentares, a cada de pau, e a solidariedade
suicida.
É bem conhecida a fragilidade dos
partidos políticos no Brasil (saudades do Partido Libertador). Do
ponto de vista político constitucional, é este um dos maiores
desafios brasileiros, de vez que partidos com diferentes orientações
ideológicas são essenciais à existência da democracia. Esta
dificuldade histórica contém grande parte da explicação dos não
poucos percalços da democracia no Brasil. A maior parte tem se
revelado como agregador ou facções organizadas em razão das
eleições, sem conteúdo ideológico definido, sem filosofia
política consistente mal disfarçado, quando não, com máscaras
grotescas e debochadas.
As velhas receitas são apresentadas
como novas. Seu perigo já não reside tanto no conteúdo ideológico
que caducou com a queda do Muro de Berlim, mas no inconsciente
populismo de seus porta-bandeiras e suas propostas salvacionistas.
Nem é a força geradora do mito, também desacreditada. Nem o
fascínio especial das horas de crise. O enigma de ilusão está
decifrado pelos fatos criminosos praticados pelos que governam o
país. A realidade é indesmentível. Os corruptos tomaram o Brasil
de assalto e viciaram o processo eleitoral. Faliram o Brasil. Traíram
a confiança do povo. Os culpados querem provas? Olhem para as
escolas, os hospitais, as fábricas, as estradas, os desempregados...
Se tiverem coragem e um pingo de vergonha na cara, assumam seus
crimes!
Professor de Direito
Fonte: Correio do Povo, página 2 da
edição de 4 de outubro de 2015.
Manifestações
e badernas, por Rogério Mendelski
Não
pode haver definição mais simples entre baderna e manifestação.
Manifestação é quando um grupo social sai às ruas levando suas
reivindicações sem interferir na liberdade alheia. Baderna é
quando pessoas de uma mesma linha de pensamento se juntam para
agredir o direito de ir e vir dos cidadãos.
Uma manifestação, às vezes, se
transforma em baderna quando os limites da lei e do bom senso são
agredidos. Foi o que aconteceu na última terça-feira quando os
gradis que separavam manifestantes contra um pacote de leis que seria
votado na Assembleia Legislativa foram derrubados à força.
Até o momento de os gradis
garantirem um espaço de segurança entre servidores públicos,
militantes partidários e a Brigada Militar havia uma manifestação
com todas as garantias de nossa Constituição federal. A baderna
começou no momento em que houve a derrubada da cerca e a tentativa
de invasão do Palácio Farroupilha.
A BM só poderia agir como agiu,
valendo-se dos equipamentos de controle de tumulto. Há um momento em
qualquer manifestação que a imposição da ordem deve se valer da
força. Foi a força da lei contra os que tentavam tomar “na marra”
as galerias do plenário.
Vale lembrar que havia um acordo da
presidência da Assembleia com os manifestantes. Assim como havia
grupos contra a votação do pacote, havia grupos que apoiavam o
governo e, se não fosse a ação da BM, talvez não ocorresse a
realização da sessão, como ocorreu na segunda-feira.
Povo,
que povo? (1)
Muito
se ouviu durante as manifestações que começaram na segunda-feira
de que o povo não podia ficar de fora do plenário da Assembleia. O
povo estaria sendo alijado de presenciar as votações.
Povo,
que povo? (2)
Jamais
o povo esteve do lado de fora da Assembleia Legislativa em qualquer
sessão na história do Palácio Farroupilha, salvo alguma sessão
secreta, conforme estabelece o Regimento Interno da Casa.
Povo,
que povo? (3)
Não
há representação popular mais legítima e democrática do que os
55 parlamentares eleitos no ano passado. Os deputados que formam o
plenário da AL representam todas as correntes políticas dos milhões
de eleitores gaúchos.
Povo,
que povo? (4)
As
galerias lotadas são tão somente de espectadores que querem ver a
atuação dos deputados. Não há qualquer possibilidade de se
legitimar gritos, vaias, aplausos e ofensas. Quem decide é o
deputado e não quem grita mais alto.
O
funcionamento da Assembleia
Uma
frase de efeito, mas vazia de conteúdo: “A Assembleia não pode
funcionar com o povo do lado de fora”. A resposta pode vir desta
maneira: “A Assembleia não pode funcionar com baderneiros do lado
de dentro”.
Fonte: Correio do Povo, página 8 de
24 de setembro de 2015.
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