domingo, 6 de março de 2016

Incêndio em refinaria da Petrobras no Texas deixa um ferido, informa estatal

Um incêndio atingiu neste sábado (5) a unidade de hidrotratamento de diesel da Refinaria de Pasadena, de propriedade da Petrobras, no Texas, Estados Unidos. O acidente ocorreu às 13h15, horário de Brasília, e deixou um funcionário ferido. Segundo a Petrobras, o operário foi levado a um hospital local, onde foi atendido e liberado posteriormente.
Em nota, a estatal informa que durante o incêndio, houve bloqueio preventivo por algumas horas do canal de navegação Houston Ship Channel, umas das vias navegáveis mais importantes dos Estados Unidos. Ainda de acordo com a Petrobras, após o controle do fogo, profissionais da refinaria e do Condado de Harris fizeram o monitoramento da qualidade do ar no entorno da unidade e não foi constatado nenhum impacto exterior.
“A refinaria continua operando de forma segura, com as devidas autorizações de funcionamento dos órgãos competentes”, acrescenta a nota da Petrobras.
A Pasadena Refinery System Inc. (PRSI) foi comprada pela Petrobras em 2006 e auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou superfaturamento de US$ 659,4 milhões na operação. Segundo relatório da CGU, houve erro na aquisição da primeira metade da refinaria, em 2006. Conforme o relatório, o Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), feito pela Petrobras, não levou em conta todas as premissas aplicáveis ao negócio, as quais resultariam na redução do valor máximo para a compra.
De acordo com o relatório, a Petrobras deveria ter discutido cenários mais favoráveis nas negociações, mas optou pelo pior dos elaborados pela consultoria Muse Stancil, beneficiando a empresa belga Astra Oil, que havia comprado Pasadena em 2005. Segundo o relatório, a avaliação da consultoria não foi incluída no documento que embasou as decisões da Diretoria e do Conselho de Administração da estatal.




Se quiserem me derrotar, vão ter de me enfrentar nas ruas, diz Lula


Em discurso para a militância petista, na quadra do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, o ex-presidente Lula disse na noite desta sexta-feira (4) que não irá se calar mesmo ameaçado por perseguição política e denúncias infundadas. E que para derrotá-lo, os opositores terão de enfrentá-lo nas ruas.
Lula falou em ato organizado pelo PT, sindicatos e movimentos sociais sobre a situação política após ter sido conduzido pela Polícia Federal ao Aeroporto de Congonhas para depor nas investigações da Operação Lava Jato. 
“Eu vim aqui para dizer o seguinte: eu não sei se vou ser candidato, mas eu queria dizer a todos que me ofenderam hoje pela manhã que foi uma ofensa; um ex-presidente que fez por esse país o que eu fiz, não merecia receber o que eu recebi hoje de manhã. Mas sem mágoa. Quero dizer para você aqui, se eles tiverem que me derrotar, eles vão ter que me enfrentar nas ruas deste país”, disse o ex-presidente.
O discurso de Lula, o último do evento, foi acompanhado por militantes e lideranças políticas que lotaram a quadra dos bancários. Muitas pessoas, no entanto, não conseguiram entrar no local, e acompanharam a fala do ex-presidente do lado de fora, na rua Tabatinguera, na região da Sé.
Lula disse que não pretendia se candidatar nas próximas eleições presidenciais, mas diante da atual conjuntura, colocou-se à disposição da militância para a candidatura de 2018. “Eu estava quieto no meu canto. Estava na expectativa que vocês escolhessem alguém para disputar 2018. Cutucaram o vulcão com vara curta. Portanto quero me oferecer a vocês, esse jovem de 70 anos de idade com tesão de um jovem de 30, com corpo de atleta de 20. Não tenho preguiça de acordar as 6 horas. E não tenho problema de dormir às dez”.
“A partir de hoje, a única resposta que eu posso dar a insolência que fizeram a mim, a ofensa que fizeram a mim, é ir para rua dizer: estou vivo e sou mais honesto do que vocês. De coração eu quero agradecer a cada um de vocês”, acrescentou.
Lula voltou a dizer, como havia feito no pronunciamento à tarde, que voltará a viajar pelo país e que não se calará diante do que diz ser perseguição política e denúncias infundadas. “Estou disposto a viajar esse país do Oiapoque ao Chuí, estou disposto. Se alguém pensa que vai me calar com perseguição e denúncia, não sabe que eu sobrevivi à fome, e quem sobrevive à fome não desiste nunca”, disse.
“Eu não sou vingativo, não carrego ódio na minha alma, mas eu quero dizer para vocês uma coisa: eu tenho consciência do que eu posso fazer por esse povo, e tenho consciência do que eles querem comigo. Portanto, queridas e queridos companheiros, se vocês estão precisando de alguém para animar a nossa tropa, o animador está aqui”, destacou.
O ex-presidente ainda disse que a operação da Polícia Federal confiscou um celular de sua esposa, Marisa Letícia, e papéis da casa de seu filho, Luís Cládio, que já haviam sido levados há quatro meses.
“Na casa de meu filho, Luís Cláudio, levaram a mesma papelada que já levaram há quatro meses atrás. As perguntas que fizeram hoje já fizeram cinco meses atrás. Então é pura provocação. Estão dizendo: nós existimos e vamos criminalizar o PT. Eu quero dizer, vocês existem mas eu existo. E eu vou resistir à criminalização”.
No ato, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que a ação da Polícia Federal foi um “golpe no Estado de direito” e classificou o ocorrido como muito grave. 
“É muito sério o que aconteceu hoje. É muito grave o que aconteceu hoje. Foi um golpe no Estado democrático de Direito. Não foi outra coisa. Não se faz isso, não é necessário nada disso”, disse em discurso na quadra do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, na região da Sé.
“A nossa lei assegura que ninguém nesse país pode ser coagido se estiver à disposição da Justiça, se estiver colaborando com a Justiça. Se estiver disponível para enfrentar qualquer debate, público ou privado, se estiver disponível para prestar qualquer esclarecimento, se tem endereço certo, se trabalha em lugar certo. E se está há 50 anos defendendo a democracia no Brasil, e esse é o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.
“O que está por trás desse tratamento, o que está por trás desse tipo de ação e iniciativa totalmente desnecessária em se tratando de uma pessoa, que mais fortaleceu a Polícia Federal, que mais autonomia deu ao Ministério Público Federal?”, acrescentou.
Haddad ainda sugeriu que, se a condução coercitiva foi tomada para garantir a segurança do investigado - como argumentaram procuradores e o juiz do caso – que a militância passe a escoltar o presidente Lula.“Ninguém pode se furtar a qualquer investigação, todos nós estamos sujeitos, sobretudo homens públicos. Mas nós temos que nos dar o respeito, e exigir o cumprimento da lei. O que aconteceu hoje foi um ato desnecessário. Mobilizar centenas de profissionais para escoltar um homem? Nós escoltaremos o Lula da próxima vez”.




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Para Alckmin, Lula não pode usar de subterfúgios para fugir da Justiça


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse hoje (4), em Brasília, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode usar de "subterfúgios" para fugir da Justiça. Ao comentar a deflagração de nova etapa da Operação Lava Jato, que cumpriu mandado de condução coercitiva para Lula prestar depoimento à Polícia Federal em São Paulo, Alckmin disse que "ninguém está acima da lei".
"O presidente Lula se vangloriava de que, pela primeira vez na história do Brasil, a polícia tem independência para poder investigar. Então não pode agora usar de subterfúgios para fugir da Justiça. Isso é inadmissível", disse. Alckmin conversou com jornalistas no Palácio do Planalto, após participar de reunião, junto com outros governadores, com a presidenta Dilma Rousseff. Ele defendeu a celeridade de processos como a votação do processo de impeachment e a análise das contas de Dilma no Tribunal Superior Eleitoral.
Segundo o governador de São Paulo, acelerar essas decisões é necessário para que o país saia do que chamou de "impasse" e "espiral de grande recessão". "O país dará um grande demonstração de maturidade e de fortalecimento das instituições se investigar, punir, cumprir a constituição e tudo funcionando. Não pode parar o país e agravar ainda mais o quadro econômico", afirmou.
Ao ser indagado a quais subterfúgios se referia, o governador paulista afirmou: "Você querer dividir o país, a nação, não é adequado. Todo cidadão acusado tem que prestar contas, se defender e tem que ter o direito de defesa. Mas não pode usar de subterfúgio para querer dificultar a ação investigatória ou judicial", disse Alckmim.
Por meio de sua conta pessoal no Twitter, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o governo federal considera a condução coercitiva do ex-presidente como um ato "desproporcional e abusivo". 'Em um país democrático, as instituições de controle devem atuar com total liberdade para investigar irregularidades. O combate à corrupção, no entanto, não pode ser feito a qualquer custo. Ao mesmo tempo em que garante a autonomia dos órgãos de fiscalização, a Constituição também impõe o respeito aos direitos dos investigados", escreveu Wagner.
Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse ter recebido a notícia com "indignação", e garantiu que Lula "jamais se negou" a prestar esclarecimentos. "Defensor que sou do estado democrático de direito, repudio o exagero cometido neste ato e reafirmo meu total apoio e confiança no ex-presidente Lula, de quem acompanho a vida pública e sou companheiro há mais de 40 anos. Lula teve toda uma vida pública comprometida com os direitos e garantias individuais, foi um dos melhores presidentes de nossa história e merece respeito", declarou.







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