quinta-feira, 3 de março de 2016

Copom mantém juros em 14,25% ao ano pela quinta vez seguida

Pela quinta vez seguida, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da economia. Por 6 votos a 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve hoje (2) a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas, que preveem que a taxa permanecerá inalterada até o fim do ano.
Votaram pela manutenção da taxa Selic o presidente do BC, Alexandre Tombini, e cinco diretores: Aldo Luiz Mendes (Política Monetária), Altamir Lopes (Administração), Anthero Meirelles (Fiscalização), Luiz Edson Feltrim (Relacionamento Institucional e Cidadania) e Otávio Damaso (Regulação). Os diretores Sidnei Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais) votaram pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual.
Em comunicado, o Copom informou que as incertezas em relação à economia brasileira e global justificaram a manutenção da taxa. “Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos e considerando as incertezas domésticas e principalmente externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés”, destacou o texto.
Os juros básicos estão nesse nível desde o fim de julho do ano passado. Com a decisão do Copom, a taxa se mantém no mesmo percentual de outubro de 2006. A Selic é o principal instrumento do banco para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos, podendo chegar a 6,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulou 10,71% nos 12 meses terminados em janeiro, a maior taxa desde outubro de 2003.
No Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado ontem (1º) pelo Ministério do Planejamento, a equipe econômica estimou que o IPCA encerre 2016 em 7,1%. O mercado está mais pessimista. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA fechará o ano em 7,57%.
Manutenção da Taxa Selic
Esta foi a primeira vez em oito semanas que o mercado reduziu a estimativa de inflação, que este ano continuará pressionada pela alta do dólar, que influencia o preço dos produtos e das matérias-primas importadas.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa o segundo ano seguido de recessão, intensificando a queda na produção e no consumo. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam contração de 3,45% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2016. O relatório do Ministério do Planejamento prevê retração de 2,9%.
A taxa Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.
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Agência Brasil


Instituto em Salvador cria grupo de atenção a crianças com microcefalia



Instituto em Salvador presta assistência a famílias de crianças com microcefalia
Mães de bebês com microcefalia recebem assistência em instituto de Salvador(Sayonara Moreno/Agência Brasil)
A pequena Geovanna nasceu há quatro meses e é uma das 395 crianças soteropolitanas afetadas pelos efeitos do vírus Zika. Diagnosticada com microcefalia, a menina é levada uma vez por semana, pela mãe Sílvia de Jesus Pinheiro, ao Instituto Bahiano de Reabilitação (IBR). Um grupo de atenção às famílias de crianças com microcefalia foi criado no local.
Mãe de Geovanna e professora do Bairro Nordeste de Amaralina, na periferia de Salvador, Sílvia diz que a orientação dos profisisonais vai ajudá-la a estimular o desenvolvimento da filha.
“Aqui tenho toda a assistência e começamos hoje a participar do grupo com outras crianças. As expectativas são maravilhosas, sempre com muito otimismo, a certeza de que o bebê vai se desenvolver e sabendo que as pessoas estão aqui para ajudar com isso”, diz a mãe da menina, que já foi atendida duas vezes, antes do início do grupo.
O instituto criou recentemente um protocolo que cria o grupo de atendimento especializado, específico para a microcefalia associada ao Zika, já que apresenta efeitos mais severos que a malformação não relacionada ao vírus.
Equipes formadas por quatro profissionais de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia já começaram a cuidar de sete crianças com microcefalia. Como o atendimento é novo, o número de crianças ainda é considerado baixo, mas tende a aumentar, segundo o coordenador do IBR, Rogério Gomes.
“Essas crianças estão chegando aos atendimentos agora, então, com certeza, esse número vai ser maior que o que a gente tem hoje. A estrutura já está montada para atender a esses sete, mas existe um processo de triagem e avaliação e, conforme for surgindo a demanda, a gente vai ampliando o atendimento”, explica.
A psicóloga Júlia Reis conta que a atenção dela é direcionada principalmente, às mães, já que se deparam com uma situação nova e desafiadora.
“O trabalho diferencial da psicologia é dar razão a essas mães. Elas têm razão de estarem preocupadas e de se sentirem desesperadas, em algum momento e, ao mesmo tempo, [o trabalho é] acolher esse sofrimento, trabalhar todo esse sofrimento, levando-as a estimular seus filhos, a vê-los não como uma patologia ou uma microcefalia, mas como um filho delas”, afirma a profissional, que acompanha a mãe de Geovanna, Sílvia de Jesus Pinheiro.
“Sílvia já sinalizou pra gente o quanto mudou o dia a dia dela, a partir do momento em que [descobriu que] precisava estimular Geovanna. Ela já sabe que a filha precisa de atendimento especial, de estimulação mais específica. Mas é a filha dela, tem o olho no olho, tem o amor, o aconchego. Nesse grupo, as crianças têm pouca idade, o trabalho da psicologia é mais forte. Cuidamos da mãe, para que ela possa cuidar da criança”, acrescentou a psicóloga.
Segundo o último balanço da Secretaria de Saúde da Bahia, entre outubro de 2015 e 27 de fevereiro deste ano, 817 casos de microcefalia foram notficados em todo o estado. Salvador lidera o ranking das cidades com maior número de casos. Sílvia conta que a surpresa, no momento do diagnósico, é natural, mas isso não deve comandar a rotina da família.
“A diferença é só essa: a mãe de um bebê com microcefalia é mãe, mas é um bocado de especialidades (socóloga, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional). O amor supera tudo. O bebê com microcefalia precisa se sentir amado e esse amor quem passa, antes de qualquer pessoa, é a mãe. A relação mãe e filho deve ser centrada no amor, independentemente da microcefalia,  disse emocionada.
Segundo os especialistas, Geovanna é nova no instituto, mas já apresentou avanços: tem se acostumado às músicas de boas-vindas, à troca de roupa como estímulo corporal e à presença de outras crianças.
O IBR é uma entidade filantrópica e funciona há 60 anos. Referência no estado em reabilitação, o instituto atende a qualquer pessoa com pedido e laudo médico e carteira do Sistema Único de Saúde.


Oitenta e dois brasileiros já subiram ao pódio olímpico mais de uma vez



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Desde os Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia, na Bélgica, quando os atletas do tiro esportivo Guilherme Paraense e Afrânio da Costa conquistaram três medalhas – ouro (Paraense) e prata (Afrânio) individuais, e bronze por equipes - 82 brasileiros já tiveram a honra de subir ao pódio mais de uma vez. Os mais vitoriosos são os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que conquistaram, cada um, cinco medalhas olímpicas.
Scheidt foi ouro por duas vezes na classe laser (1996, Atlanta/EUA e 2004, Atenas); prata também por duas vezes: uma na classe laser, em 2000 (Sydnei/Austrália), e outra na classe star, em 2008 (Pequim), e bronze na classe star, em 2012 (Londres). Grael também conquistou quatro medalhas. Na classe star, foram dois ouros (em 1996 e 2004) e dois bronzes (1988, Seul e 2000). Na classe soling, uma prata, em 1984 (Los Angeles).
O velejador Marcelo Ferreira foi parceiro de Grael em três dessas conquistas (1996, 2000 e 2004). “Faz bem para o ego ter obtido os resultados que a gente obteve ao longo dessa carreira. Espero que venham mais medalhistas, não só na vela como em outras modalidades”, diz o ex-atleta, que hoje é empresário do ramo da construção civil.
Depois dos dois velejadores, o nadador Gustavo Borges é o maior medalhista brasileiro, com quatro conquistas: duas pratas (nos 100 metros livres em 1992, em Barcelona, e nos 200 metros livres em 1996) e dois bronzes (nos 100 metros livres em 1996 e no revezamento 4x100 metros livres em 2000).
Em seguida, aparecem dez brasileiros com três medalhas. Além de Marcelo Ferreira, a honra de ter três medalhas olímpicas pertence a atletas como o nadador César Cielo (ouro, em 2008, e bronze em 2008 e 2012) e o cavaleiro Rodrigo Pessoa (ouro, em 2004, e bronze em 1996 e 2000).
Também figuram na lista de medalhistas que subiram três vezes ao pódio quatro atletas da equipe de vôlei que conquistou o ouro em 2004 e a prata nas duas olimpíadas seguintes (Dante, Giba, Serginho e Rodrigão) e uma atleta do vôlei feminino: Hélia Souza, a Fofão (ouro, em 2004, e bronze em 1996 e 2000).
Fechando a lista, dois atletas do vôlei de praia: Emanuel Rego e Ricardo Santos, ambos com um ouro, uma prata e um bronze. Para Ricardo, para se manter no pódio por várias edições olímpicas é preciso dedicação, foco, suor e apoio. “O atleta precisa ter disciplina e uma boa equipe de trabalho. No meu caso, no vôlei de praia, temos uma equipe de mais de 15 pessoas, todos são mais do que importantes, são fundamentais para que a nossa dupla entre em quadra sempre pronta para dar o melhor. Somos um time e, nessa equipe, os patrocinadores, os apoiadores, possuem uma importância fundamental também, porque preparação e estrutura dependem de investimento”.
Já Emanuel, parceiro atual de Ricardo e também nas conquistas de 2004 e 2008, acredita que é preciso muito equilíbrio e concentração, para se manter competitivo e em alto nível: “Disputar os Jogos Olímpicos é, mais do que uma conquista, um privilégio. Representar o país num evento como esse é algo que marca, que não se esquece, não se apaga. Conquistar uma medalha olímpica é algo que transforma a carreira e a vida de uma pessoa”.
O velejador Marcelo Ferreira
O velejador Marcelo FerreiraTânia Rêgo
Segundo o velejador Marcelo Ferreira, foi preciso muita preparação para que seu parceiro Torben Grael ganhasse sua terceira medalha , em 1996, depois de uma decepção da dupla nos Jogos de 1992.
“Em 92, nós fomos para as olimpíadas como favoritos e acabamos com um resultado muito ruim. Acabamos em 11º. E a gente se preparou bastante para as olimpíadas de 96, que culminou com a medalha de ouro. Em 2000, fomos até o último dia liderando e terminamos com o bronze. Aí, nos preparamos mais uma vez para a olimpíada de Atenas [em 2004], que foi a olimpíada de todos os tempos. Ganhar o ouro onde tudo começou faz toda a diferença”, disse.
Dos 69 atletas brasileiros que conquistaram duas medalhas olímpicas, 19 são do vôlei, 15 do futebol, 13 do basquete, sete do atletismo, quatro do vôlei de praia, três da vela, três do judô, dois do tiro, dois do hipismo e um da natação.





Dinheiro é o que não vai faltar para o técnico português.
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No Dia Nacional de Combate ao Contrabando, manifestantes fazem protesto em SP


Carca de 90 pessoas protestam em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, contra o crime do contrabando, que registrou crescimento de 15% ano passado no país, chegando a R$ 115 bilhões. A manifestação ocorre no Dia Nacional de Combate ao Contrabando.
Os manifestantes criticam ainda o aumento dos impostos sobre produtos nacionais, promovido pelo governo de São Paulo. “Quando aumenta a tributação da indústria e setor produtivo, aumenta cada vez mais o problema do contrabando, mercado ilegal”, disse Rodolpho Ramazzini, advogado especializado em combate a fraude, falsificação e contrabando da Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Segundo ele, a medida resulta na elevação da entrada de mercadorias ilegais vindas do Paraguai.
“O governo estadual aumentou a tributação sobre os setores, fazendo com que a indústria como um todo, seja o setor de autopeças, brinquedos, eletroeletrônicos e cigarros, sejam sufocados pelo problema do contrabando. O produto contrabandeado acaba chegando para o consumidor final com problemas de segurança, qualidade e saúde por um quarto do preço do produto nacional”, disse Ramazzini. Ele reclamou ainda da elevação da alíquota do Imposto sobre Operações de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A partir das 12h, a associação fará a destruição de produtos contrabandeados (especialmente cigarros) e divulgará um balanço para mostrar que foram feitas quase 2 mil operações de apreensão de produtos contrabandeados nos últimos 12 meses. Houve aumento de 17% do volume de operações em relação ao período anterior.
O governo estadual informou à Agência Brasil que não irá se pronunciar.





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