segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

RS suspende uso de larvicida Pyriproxyfen no combate ao mosquito Aedes

No Dia Nacional de Mobilização contra o Mosquito Aedes Aegypti em Porto Alegre, o secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, anunciou que suspendeu o uso do larvicida Pyriproxyfen, apontado em nota técnica da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) , como possível causador de microcefalia. O produto é utilizado em caixas d’água para eliminar larvas do mosquito vetor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. “A suspeita é suficiente para nos fazer decidir pela suspensão do uso. Nós não podemos correr esse risco”, disse Gabbardo.

O mutirão na capital gaúcha começou às 8h30 da manhã de hoje (13). com solenidade de abertura na Gerência Distrital de Saúde do Partenon, na zona leste da cidade, com a participação  do prefeito José Fortunati, do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.

O ministro lembrou de seu passado como prefeito de Manaus e governador do Amazonas, onde doenças como a dengue são endêmicas: “Já enfrentei esse mosquito e sei da união que é necessária para vencer essa situação.” A ação conjunta das esferas municipal, estadual e federal também também foi destacada nos discursos de Sartori e Fortunati, que lembraram do esforço recente contra os danos causados pelo forte temporal do dia 29 de janeiro.

Durante a manhã, 1.550 militares do Exército e 150 funcionários de saúde do município e do estado visitaram cerca de 40 mil domicílios de onze bairros porto-alegrenses. As casas que estavam fechadas vão ser visitadas novamente à tarde. Na ação de hoje, os agentes apenas conversaram com a população para reforçar os cuidados contra o Aedes aegypti e orientar sobre como denunciar possíveis focos do inseto. A partir do dia 15, as visitas terão objetivo de localizar e eliminar os locais onde o mosquito se reproduz.

O aposentado Lucídio Garbinato teve dengue hemorrágica há três anos, e contou que escapou da morte por um "detalhe”. Ele e a esposa foram receptivos e conversaram durante vários minutos com os militares que os visitaram hoje de manhã. “Achei maravilhosa a convocação do Exército para essa tarefa. Os militares são muito disciplinados, e essa disciplina é o que está faltando pra gente combater esse mosquito”, afirmou Garbinato.

Nos condomínios, os agentes conversaram com os síndicos e pediram para que as orientações fossem repassadas aos demais moradores. Gilberto Aguilar, síndico de um prédio no Partenon, contou que está sempre em contato com os condôminos e com os vizinhos para eliminar os focos e impedir que o Aedes aegypti se prolifere nas redondezas: “Eu já fazia isso há bastante tempo pelo medo da dengue. Agora, com a zika e a chikungunya, esses cuidados foram redobrados”.

Os agentes que participam do mutirão afirmaram que foram bem recebidos pela população. Elaine Riegel, funcionária da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, contou que vários moradores a chamaram para entrar e conferir os cuidados que eles tomaram contra o inseto. A experiência da manhã de hoje foi suficiente para convencê-la de que as pessoas estão mobilizadas: “Se todo mundo continuar ajudando e se organizando dentro do seu espaço, a gente vai vencer esse mosquito”.

 

Agência Brasil

 

Aedes aegypti já se tornou mosquito doméstico, alerta epidemiologista

 

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil

Há cerca de 50 anos, o Aedes aegypti iniciava um processo de transição de mosquito selvagem para urbano. Originário do Egito, o mosquito se dispersou pelo mundo a partir da África: primeiro para as Américas e, em seguida, para a Ásia.

Aedes aegypti

O Aedes aegypti se dispersou pelo mundo a partir da África Divulgação/Fiocruz

As teorias mais aceitas indicam que o Aedestenha se disseminado para o continente americano por meio de embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de negros escravizados. Registros apontam a presença do vetor em Curitiba, no final do século 19, e em Niterói (RJ), no início do século 20.

Ao chegar às cidades, o Aedes passou a ser o responsável por surtos de febre amarela e dengue. A partir de meados dos anos 1990, com a classificação da dengue como doença endêmica, passou a estar em evidência todos os anos, principalmente no verão, época mais favorável à reprodução do mosquito.

A infecção se dá pela fêmea, que suga sangue para produzir ovos. Uma vez infectado, o mosquito transmite o vírus por meio de novas picadas. Atualmente, o inseto transmite, pelo mesmo processo, febre chikungunya e zika.

Em entrevista à Agência Brasil, o epidemiologista e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Dengue e Arbovirose, Luciano Pamplona, disse que o Aedes aegypti já pode ser considerado um mosquito doméstico. “Ele é praticamente um bichinho de estimação”, disse Pamplona, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde, apontam que, no Nordeste, o principal tipo de criadouro do mosquito são tonéis e caixas d’água. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o depósito domiciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas e garrafas, predomina como criadouro do vetor. No Norte e no Sul, a maior parte dos criadouros do mosquito está no lixo.

Confira abaixo a entrevista com o especialista:

Agência Brasil: O Aedes aegypti se adaptou ao longo dos anos?
Luciano Pamplona: Com certeza. Registros de 40 ou 50 anos atrás indicam que, naquela época, ele estava se tornando um mosquito urbano. Essa transição aconteceu de forma bastante acelerada. Hoje, ele é um mosquito doméstico, totalmente adaptado aos nossos hábitos domiciliares. A principal prova disso é o mapa com os principais criadouros do país. Em torno de 80% a 90% dos focos do vetor estão dentro das casas das pessoas.

Agência Brasil: O Aedes já se reproduz em água suja e não mais apenas em água limpa?
Pamplona: O que é água limpa pra você? Para o mosquito, é apenas uma água que não tem matéria orgânica em decomposição e que não está turva. Isso basta. Em uma fossa, por exemplo, quando o sedimento desce, a água se torna limpa para ele. Por isso, a definição de água limpa para o mosquito é muito relativa. E mais: se não houver um recipiente com água limpa, ele procura a menos limpa, até chegar ao esgoto. Tudo pode se transformar em foco.

Agência Brasil: Qual o ambiente considerado ideal pelo Aedes para se reproduzir?
Pamplona: Muita gente acha que a fêmea do mosquito coloca o ovo na água, mas, na verdade, ela coloca na parede dos depósitos. Ela precisa que o recipiente tenha paredes. Por isso, não pode colocar ovos em rios, por exemplo. O fato de a água estar parada ou não influencia pouco. Mas a fêmea tem sim preferência por água parada, locais mais escuros, paredes porosas que fixem melhor os ovos e pouco movimento. São esses os depósitos predominantes para o mosquito.

Agência Brasil: É verdade que o Aedes já consegue chegar a alturas mais elevadas?
Pamplona: Quem mora em apartamento chega em casa de que forma? Pelo elevador. E o mosquito faz isso da mesma maneira que nós. Na prática, o fato de não voar grandes altitudes não impossibilita que ele chegue até locais mais altos. Como nós, ele também sobe de elevador, anda de carro, viaja de avião. O mosquito se locomove utilizando os mesmos mecanismos que a gente. Onde a gente vai, ele vai atrás.

Agência Brasil: O Aedes é capaz de espalhar o vírus Zika de forma mais rápida que a já conhecida dengue?
Pamplona: Vivemos um momento de muita especulação. Sabe-se pouca coisa sobre o Zika. É uma doença que de pouquíssima gravidade e que, em 80% dos casos, não causa nenhum sintoma. As três pessoas que morreram por Zika podem ter fatores associados e que provavelmente contribuíram para o óbito. No caso da dengue, temos mais de 800 pessoas morrendo por ano no Brasil. O fato é que ainda temos muito mais perguntas que respostas. Creio que vamos demorar um bom tempo estudando o vírus Zika.

>> Leia mais matérias da Agência Brasil sobre o tema

 

Agência Brasil

 

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Obama vai nomear novo juiz para Suprema Corte antes de deixar a Casa Branca

 

Da Agência Lusa

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai nomear um novo juiz para a Suprema Corte norte-americana antes de deixar a Casa Branca, para substituir o magistrado Antonin Scalia, que morreu neste sábado (13) aos 79 anos.

“Tenho a intenção de cumprir com a minha obrigação constitucional de nomear um sucessor em tempo adequado. Haverá muito tempo para o fazer e para que o Senado cumpra a sua responsabilidade”, disse hoje o presidente norte-americano.

“Estas são responsabilidades que encaro com muita seriedade, como estou certo que todos o fazem. São responsabilidades maiores do que qualquer partido”, acrescentou o presidente em resposta às ameaças de veto dos republicanos do Senado, que deve confirmar o nome do substituto proposto por Obama.

Antonin Scalia, nomeado para a Corte em 1986 pelo então presidente Ronald Reagan, foi encontrado morto em casa, tudo indica que por causas naturais.

O líder da maioria republicana na Câmara Alta, Mitch McConnell, ameaçou vetar qualquer substituto proposto por Obama, ao considerar o próximo presidente é quem deve escolher o novo juiz e, por isso, o lugar de Scalia deve ficar vago até que Obama deixe a Casa Branca, dentro de 11 meses. “Os norte-americanos devem ter voz a seleção do novo juiz”, afirmou McConnell em comunicado.

A Suprema Corte dos Estados Unidos é formada por nove juízes, com cargos vitalícios. Até agora, havia cinco conservadores e quatro progressistas. Uma nova nomeação feita por Obama – que já designou duas juízas – poderia inclinar a balança a favor dos progressistas.

 

Agência Brasil

 

 

Banda da Guarda Presidencial toca rock, após troca da bandeira

 

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil

Brasília - Exército Brasileiro realiza a cerimônia da troca da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Exército faz a cerimônia de troca da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Esqueça as apresentações formais e restritas a hinos nacionais e militares de bandas marciais das Forças Armadas. O público presente na cerimônia de troca da bandeira, na manhã de hoje (14), na Praça dos Três Poderes, ouviu mais do que a execução de temas protocolares de eventos militares. Após o encerramento da cerimônia, a Banda de Música do Batalhão da Guarda Presidencial iniciou um repertório de rock, punk e temas dançantes.

O público se juntou para filmar e tirar fotos quando a banda tocou The Final Coundown, música de 1986, da banda de rock Europe. Em seguida, a banda surpreendeu alguns presentes ao executar a trilha sonora da série de TV Game of Thrones, além de Get Lucky, do grupo de música eletrônica Daft Punk.

Apesar de surpresa de alguns, a ideia não é nova. A banda do toca músicas populares em diversos eventos. Os músicos tocaram o tema do filme Star Wars, após uma troca de guarda, no Palácio do Planalto, no início do ano. A apresentação é feita todas as sextas-feiras, e pode ser vista por quem visita o Palácio.

O regente da banda, Subtenente Jonas, destaca o papel da banda em aproximar o Exército da população. “Essa é, na verdade, a nossa essência. Nós, através da música, somos um elo entre a população e o Exército”, disse Jonas. O regente, inclusive, pedia – e recebia – aplausos para a banda, algo impossível durante as cerimônias oficiais e execução de hinos.

“As cobras fumantes”

A banda do tocou ainda a música de uma banda sueca de heavy metal, Sabaton. A escolha, no entanto, não foi ao acaso. A música Smoking Snakes foi composta em homenagem a três soldados do 11.º Regimento de Infantaria Expedicionário da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram na Segunda Guerra Mundial.

Em 14 de abril de 1945, Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza foram encurralados por uma tropa nazista e lutaram até a morte em solo italiano, sem se renderem. Após o combate, os próprios alemães enterraram os três soldados e em seus túmulos escreveram "Drei Brasilianische Helden" [Três heróis brasileiros].

A homenagem da banda sueca foi bem recebida pelo Exército Brasileiro e a música é executada por bandas militares de diversos batalhões pelo país.

 

Agência Brasil

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