Que o agronegócio tem sido, nos
últimos anos, a mola propulsora da economia brasileira, disso
ninguém duvida. Os números estão aí para ratificar esse quadro.
Em 2014, o setor representou 24% do Produto Interno Bruto (PIB) do
Brasil, respondendo por cerca de 30% dos empregos e por 43% do valor
da exportação total do pais. Esse potencial permite prever um
crescimento ainda maior diante das perspectivas que se abrem. Um
estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), de 2011, estima que o mercado mundial por
alimentos deverá crescer 20% até 2020. Há espaço para que o país
eleve sua produção em até 40%, sendo que lideranças do segmento
afirmam que há possibilidade de ultrapassar esse percentual.
Todavia, tudo vai depender da resolução de alguns gargalos, como é
o caso da infraestrutura logística e de transportes, política de
renda e política comercial. O armazenamento, por exemplo, é um
problema crônico, bem como as perdas nos deslocamentos das cargas.
O Brasil tem demonstrado uma
tendência de inovar na produção, já tendo conseguido resultados
relevantes, como na expansão da colheita de grãos, que cresceu 234%
entre 1990 e 2014, mesmo com a área de plantio tendo crescido apenas
50%. Entretanto, somente com políticas públicas eficientes, em
parceria com o setor privado, será possível equacionar os problemas
de competitividade. O mercado internacional exige soluções internas
de monta para que o país possa exportar com qualidade.
Fonte: Correio do Povo, editorial da
edição de 21 de agosto de 2015, página 2.
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