por EDUARDO CUCOLO
Com baixa oferta e baixa demanda, o estoque de crédito encolheu 0,6% em janeiro em relação a dezembro, segundo o Banco Central. No acumulado em 12 meses, o ritmo de crescimento caiu de 6,7% para 6,2% nos últimos dois meses. Descontada a inflação, o crédito encolheu cerca de 4% em relação a janeiro do ano passado.
A continuidade na piora no mercado de crédito, que o governo tenta estimular por meio de uma pacote anunciado em janeiro, reflete, por exemplo, o aumento das taxas de juros e da inadimplência.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que há uma sazonalidade no mês de janeiro, que atinge principalmente o crédito às empresas. No ano passado, houve queda de 0,2% em relação a dezembro de 2014.
"Adiciona-se a isso a retração da atividade econômica que vem sendo observada desde o ano passado e também contribui para essa redução no saldo neste início de ano, além de outros fatores que já estavam presentes, como maior custo do crédito", afirmou Maciel.
Ele disse ainda que há um problema tanto de oferta como de demanda. "Em ambiente de redução da atividade e elevação do custo do crédito, você certamente reduz estímulos tanto do lado da demanda quanto da oferta. É o que nossas sondagens de condições de crédito têm mostrado."
A taxa média ao consumo passou de 63,7% para 66,1% ao ano em apenas um mês.
Sobre a inadimplência, Maciel afirmou que ela vem crescendo gradualmente, mas em um ritmo moderado diante da magnitude da contração na atividade econômica. A inadimplência para pessoas físicas subiu pelo quarto mês seguido, para 5,4%, no crédito sem subsídios. Um ano antes, estava em 4,4%.
"Isso tem um aspecto positivo, de permitir renegociações com os bancos. O segundo aspecto é que os próprios bancos podem adequar seu nível de provisionamento [contra perdas]", afirmou.
Nessas linhas de crédito, que incluem cheque especial, crédito pessoal e consignado, o crescimento nos últimos 12 meses foi de 2,3%, sem considerar a inflação de quase 11% no período.
O BC prevê que esse movimento de alta deve se manter e que os atrasos estão mais concentrados em pequenas e médias empresas.
Para as empresas, o crédito cresceu 7,7% nas linhas com juros subsidiados, nas quais se destaca o BNDES, e 4,4% nas linhas com taxas definidas livremente pelo mercado. A inadimplência das pessoas jurídicas subiu de 2% para 2,7% nos últimos 12 meses.
Sobre o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Moody′s nesta quarta-feira (24), afirmou que os cortes promovidos anteriormente por outras agências tiveram impactos mais relevantes. "Não é isso que vai alterar o cenário de crédito no país."
BANCOS PÚBLICOS
A estimativa atual do BC é um crescimento de 7% no estoque de crédito em 2016.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque caiu de 54,3% no final de 2015 para 53,7% em janeiro de 2016.
Nos bancos públicos, o aumento no estoque em 12 meses foi de 10,3%. A inadimplência passou de 2,1% para 2,8% no período.
Nos bancos privados nacionais, o estoque encolheu 1%, e os atrasos passaram de 3,8% para 4,7%. Nos estrangeiros que atuam no país, o crédito avançou 6,3%, e a inadimplência subiu de 3,3% para 3,7%.
VEÍCULOS E IMÓVEIS
O estoque de crédito para veículos caiu 13,3% em 12 meses. Essa modalidade representa cerca de 20% do crédito às famílias e chegou a crescer 49% em 2010. As concessões recuaram 19% na comparação anual.
A taxa de crescimento do estoque de crédito imobiliário caiu praticamente pela metade em 2015, para 15,7%. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o crescimento foi de 14,1%, nova desaceleração. As concessões recuaram 26% em um ano. Os juros passaram de 9,3% para 10,4% ao ano.
INADIMPLÊNCIA
Destacou-se o aumento da inadimplência no cheque especial, no crédito pessoal, no consignado para funcionários do setor privado, no microcrédito e no rotativo do cartão. Nessa última linha, já está em 40%.
Até mesmo em linha com inadimplência historicamente baixa houve aumento. Nas linhas do BNDES, por exemplo, passou de 0,4% para 0,9% em um ano.
CHEQUE ESPECIAL E CARTÃO
Os juros do cheque especial passaram de 287% ao ano no fim de 2015 para 292,3% ao ano no mês passado. Esse é o segundo maior valor da série histórica do BC, atrás apenas do recorde de 294% de julho de 1994, primeiro mês de apuração dessa informação.
A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou 439,5% ao ano em janeiro. Um ano antes, essa modalidade estava em 334,6% ao ano, segundo pesquisa do Banco Central.
Reportagem da Folha de domingo mostrou que o aumento nos juros do cartão tem se dado, principalmente, nos bancos públicos.
Fonte: Folha Online - 24/02/2016 e Endividado
A continuidade na piora no mercado de crédito, que o governo tenta estimular por meio de uma pacote anunciado em janeiro, reflete, por exemplo, o aumento das taxas de juros e da inadimplência.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que há uma sazonalidade no mês de janeiro, que atinge principalmente o crédito às empresas. No ano passado, houve queda de 0,2% em relação a dezembro de 2014.
"Adiciona-se a isso a retração da atividade econômica que vem sendo observada desde o ano passado e também contribui para essa redução no saldo neste início de ano, além de outros fatores que já estavam presentes, como maior custo do crédito", afirmou Maciel.
Ele disse ainda que há um problema tanto de oferta como de demanda. "Em ambiente de redução da atividade e elevação do custo do crédito, você certamente reduz estímulos tanto do lado da demanda quanto da oferta. É o que nossas sondagens de condições de crédito têm mostrado."
A taxa média ao consumo passou de 63,7% para 66,1% ao ano em apenas um mês.
Sobre a inadimplência, Maciel afirmou que ela vem crescendo gradualmente, mas em um ritmo moderado diante da magnitude da contração na atividade econômica. A inadimplência para pessoas físicas subiu pelo quarto mês seguido, para 5,4%, no crédito sem subsídios. Um ano antes, estava em 4,4%.
"Isso tem um aspecto positivo, de permitir renegociações com os bancos. O segundo aspecto é que os próprios bancos podem adequar seu nível de provisionamento [contra perdas]", afirmou.
Nessas linhas de crédito, que incluem cheque especial, crédito pessoal e consignado, o crescimento nos últimos 12 meses foi de 2,3%, sem considerar a inflação de quase 11% no período.
O BC prevê que esse movimento de alta deve se manter e que os atrasos estão mais concentrados em pequenas e médias empresas.
Para as empresas, o crédito cresceu 7,7% nas linhas com juros subsidiados, nas quais se destaca o BNDES, e 4,4% nas linhas com taxas definidas livremente pelo mercado. A inadimplência das pessoas jurídicas subiu de 2% para 2,7% nos últimos 12 meses.
Sobre o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência Moody′s nesta quarta-feira (24), afirmou que os cortes promovidos anteriormente por outras agências tiveram impactos mais relevantes. "Não é isso que vai alterar o cenário de crédito no país."
BANCOS PÚBLICOS
A estimativa atual do BC é um crescimento de 7% no estoque de crédito em 2016.
Na comparação com o PIB (Produto Interno Bruto), o estoque caiu de 54,3% no final de 2015 para 53,7% em janeiro de 2016.
Nos bancos públicos, o aumento no estoque em 12 meses foi de 10,3%. A inadimplência passou de 2,1% para 2,8% no período.
Nos bancos privados nacionais, o estoque encolheu 1%, e os atrasos passaram de 3,8% para 4,7%. Nos estrangeiros que atuam no país, o crédito avançou 6,3%, e a inadimplência subiu de 3,3% para 3,7%.
VEÍCULOS E IMÓVEIS
O estoque de crédito para veículos caiu 13,3% em 12 meses. Essa modalidade representa cerca de 20% do crédito às famílias e chegou a crescer 49% em 2010. As concessões recuaram 19% na comparação anual.
A taxa de crescimento do estoque de crédito imobiliário caiu praticamente pela metade em 2015, para 15,7%. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o crescimento foi de 14,1%, nova desaceleração. As concessões recuaram 26% em um ano. Os juros passaram de 9,3% para 10,4% ao ano.
INADIMPLÊNCIA
Destacou-se o aumento da inadimplência no cheque especial, no crédito pessoal, no consignado para funcionários do setor privado, no microcrédito e no rotativo do cartão. Nessa última linha, já está em 40%.
Até mesmo em linha com inadimplência historicamente baixa houve aumento. Nas linhas do BNDES, por exemplo, passou de 0,4% para 0,9% em um ano.
CHEQUE ESPECIAL E CARTÃO
Os juros do cheque especial passaram de 287% ao ano no fim de 2015 para 292,3% ao ano no mês passado. Esse é o segundo maior valor da série histórica do BC, atrás apenas do recorde de 294% de julho de 1994, primeiro mês de apuração dessa informação.
A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou 439,5% ao ano em janeiro. Um ano antes, essa modalidade estava em 334,6% ao ano, segundo pesquisa do Banco Central.
Reportagem da Folha de domingo mostrou que o aumento nos juros do cartão tem se dado, principalmente, nos bancos públicos.
Fonte: Folha Online - 24/02/2016 e Endividado
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